Lorena: Nina! - ela exclamou parecendo um pouco alegre em me ver e aquilo fez-me suspender as sobrancelhas impulsivamente - Eu estava querendo falar contigo, mas não sabia se teria alguma oportunidade de fazer isso.
Nina: Acho que eu não sou tão inacessível assim - escapou um sorriso no canto da minha boca que saiu mais por nervoso do que por qualquer outra coisa - Mas então... Vai aproveitar a oportunidade para falar comigo? - disse vendo-a parar em meu lado e deixando de olhá-la agora apenas pelo espelho.
Lorena: Claro que sim - ela afirmou, com uma voz consciente e passamos a estar uma de frente para a outra - Sabes, Nina... Nós não nos conhecemos tão bem quanto deveríamos, né? Nossos pais são amigos há tanto tempo, sua irmã é quase minha prima - ela riu baixinho, enquanto eu trocava o peso do meu corpo de um pé para o outro, tentando não me sentir nervosa com o que eu premeditava que seria o assunto - Mas enfim, eu gosto de ti. Vejo de longe que tu é uma guria boa!
Nina: Obrigada! Eu, verdadeiramente, não tenho nada contra ti, Lorena - falei, tentando não mentir com uma frase do tipo eu gosto de você, mas também não querendo ser rude - Só que... Tu não queria um tempo para dizer só isso a mim, estou errada?
Lorena: Não, eu vou logo ao ponto. Estou dando voltas, né? - ela disse me encarando e eu assenti com a cabeça - É sobre o Lucas! Nina, eu o conheço há um tempo...
Nina: Lorena, eu já sei sobre isso - a interrompi, tentando ser firme na voz e senti que seus olhos queimaram sobre mim por isso - E eu não quero falar sobre.
Lorena: Deixe-me te avisar? Por favor! Tu é uma guria boa demais para perceber como realmente as pessoas são.
Nina: Ser boa não significa ser otária, se é isso que tás tentando dizer nas entrelinhas - falei mais impaciente do que gostaria soar, mas ela estava realmente me tirando do sério.
Lorena: Não, por favor! - ela tentou alcançar a minha mão que estava apoiada na pia, mas eu recuei o meu braço assim que percebi a sua intenção - É só que Lucas não é exemplo de um bom namorado. Na verdade, ele nem saber ser um e por isso não consegue assumir ninguém. Foi assim comigo e com todas as pessoas que passaram na vida dele. Não pense que ele vá mudar!
Nina: Não tenho esse poder - falei quando consegui, percebendo que ela iria prosseguir com aqueles insultos á ele independente do meu querer - Eu não decidi me relacionar com o Lucas para mudá-lo. Até porque, a forma com que eu o conheci já me basta, é o suficiente para mim a pessoa que ele me mostrou ser. Se ele não foi bom pra ti, paciência! Para mim, ele é cada vez melhor.
Lorena: Se ouve, Nina! Tu mesma disse que ele me mostrou ser. Lucas está pintando uma boa imagem pra ti, mas não é o que ele é... A natureza dele é outra.
Nina: Me explica uma coisa, Lorena, como você tem essa coragem? De falar das pessoas com tanta propriedade apenas por uma experiência ruim que você teve? - percebi que tinha perdido o controle quando ouvi o tom da minha voz sair mais alto do que eu planejava - Se achas que o Lucas é uma pessoa tão ruim assim, não perca o seu tempo falando dele. Não cabe na minha vida acreditar que tás aqui apenas para tentar acabar com meu relacionamento...
Lorena: Nina, eu não quero jogar sujo, mas eu vou precisar te dizer isso. Tu já teve a pior experiência no amor que alguém pode ter, perdeu quem ama... Eu tenho pena do que tu passou e eu tô aqui para te ajudar a evitar um novo sofrimento, ainda que seja de maneira diferente.
Nina: Me faz um favor? Cala essa sua boca - eu falei, indo me aproximar ainda mais do rosto dela, porém busquei respirar fundo e dar um passo para trás. Além de uma briga acabar com o casamento da minha irmã, eu não sabia cair no tapa com alguém e definitivamente não estava nos meus planos ter meu rosto marcado por ela - Você nunca mais chega perto de mim para falar do Lucas e muito menos do Rafael - eu apontei meu indicador para ela, sentindo minha garganta queimar. Maldita sensibilidade! - Eu nunca pedi para sentir pena de mim, até porque além desse sentimento ser repugnante, ele viria de alguém como você... E cara, de ti eu não quero sentimento nenhum. Deus é que me livre disso! Agora você me dá licença, porque eu tô cansada de ouvir tanta besteira. É impressionante como um ser humano consegue falar tanta merda num espaço de tempo tão curto! - exclamei, virando-me para a pia e tentando lavar as minhas mãos no breve silêncio que ela ficou. Mas realmente, ela não quis e não iria parar.
Lorena: Presta atenção, porque eu tô sendo tua amiga em abrir os seus olhos. Eu me convenço que estou errada se tu me disser apenas uma coisa... O que vocês tem é namoro? Ele te pediu isso? Ou está a meses enrolando, fingindo te dar uma exclusividade que não existe quando tás longe? - ela disse do meu lado, com aquela voz extremamente prepotente e que querendo ou não, me obrigava a ouvir. Me calei diante a sua pergunta, enquanto secava as minhas mãos no pequeno aparelho que ali tinha e isso ainda sim, foi a deixa para ela terminar o seu show - Eu aprendi da maneira mais difícil quem o Lucas é. E o seu silêncio foi a resposta, como eu imaginava, que ele está fazendo a mesma coisa contigo. Eu só estou tentando abrir os seus olhos...
Nina: Não te faça de gente boa! - interrompi-a, mais uma vez - Essa é a última vez que tu vai me dirigir a palavra e vir com essa história. Não tás tentando abrir os meus olhos, tás tentando infernizar o meu relacionamento com a pessoa que tu queria que fosse sua. Eu sinto em te dizer, mas não foi! E se um dia costumava voltar pra ti, escreve o que eu tô falando, não irá mais. Eu acredito que algumas pessoas podem mudar, talvez o Lucas seja um exemplo disso, mas quanto á ti... Eu perdi as esperanças. Você é uma pessoa ruim mesmo, sem mais volta. Com licença!
Dessa vez, falei o que queria e saí daquele banheiro atormentada dentro dos meus próprios passos. Minha cabeça parecia á mil e tudo era muito justificado. Tentei e consegui dizer o que queria á ela, principalmente dessa última vez, mas ainda martelava alguns pensamentos quanto aos questionamentos que ela me fez. Verdadeiramente, os rótulos não me incomodavam e eu até gostava do relacionamento que eu mantinha com o Lucas sem depender dos padrões - amor para mim era algo que se construía na liberdade e não dentro de um círculo ou nomeações impostas. No entanto, era inevitável pensar numa possível repetição de casos. Eu não queria viver uma história como a que parecia ter sido a deles dois. Eu almejava uma nova página pra minha vida e definitivamente ela não incluía sofrer por alguém. Sempre afirmei a mim mesma que eram as pessoas á minha volta que não sabiam como o Lucas era de fato, mas por alguns milésimos de segundos chegou á passar pela minha cabeça que era eu quem não o conhecia de verdade.
Lucas: Ei! - a voz dele me surpreendeu, me fazendo perceber que ele estava próximo o suficiente de mim e eu sequer havia reparado sua chegada - Aconteceu alguma coisa? Sua cara não está muito boa... - ele disse me analisando, de modo imediato, e ali eu percebi que se cheguei a cogitar não conhecê-lo, ele já me desvenda como poucos.
Nina: Tá tudo bem! - tentei ser enfática, mas a sua expressão desacreditada me provava que eu mentia muito mal - Vamos voltar á mesa?
Lucas: Podemos - ele disse dando um passo em direção aonde estávamos e eu caminhei ao seu lado - Sua mãe te procurou, passou ali na mesa umas duas vezes. Cê demorou um pouco no banheiro, né?
Nina: Mulheres - respondi rápido e ele soltou um breve risinho. Assim que chegamos á mesa, minha mãe estava por lá e me impediu de sentar, antes que eu o fizesse.
Precisava de mim para que tirássemos uma foto com todas as mulheres da família antes que a Babi, finalmente, se livrasse daquele vestidão - algo que eu pensei que ela já até havia feito. Deixei o Lucas na mesa mais uma vez, conversando com um dos meus primos que estava ali desde a hora que fui ao banheiro e segui minha mãe até onde bateríamos a tal foto. Já estavam todas ali e nós apenas nos enquadramos, chamando a atenção do fotógrafo, para que ele registrasse aquilo de uma vez. Minha irmã pareceu tirar um piano das costas quando percebeu que poderia se livrar daquele vestido longo e eu me ofereci para ajudá-la com aquilo. Eu, ela e minha mãe subimos até o espaço exclusivo da noiva, que tinha naquele salão, e foram minutos tão divertidos tentando ajudá-la a trocar de roupa sem se desmontar, que eu acabei esquecendo um pouco daquele momento que havia acontecido no banheiro. Com a Babi já vestida com uma peça mais curta e livre, saímos e ela foi direto em direção ao dj, tentando avisar que seria a sua vez de aproveitar a festa; enquanto eu tomei o caminho oposto, tentando voltar á mesa e dessa vez conseguindo. Meu primo parecia não estar mais lá e eu me sentei ao lado do Lucas, aproveitando que ele estava sozinho, mas parecia focado o suficiente no celular.
Nina: Algo de interessante aí? - falei chamando a sua atenção e ele me olhou com um ar de riso entre os lábios.
Lucas: Estava tentando achar algo pra fazer depois que seu primo saiu daqui para ir buscar algum doce.
Nina: Eu esqueci de falar que só eu, minha mãe e Babi temos saco para ser saudável nessa família - dessa vez ele riu e eu o acompanhei, enquanto me sentava em sua frente.
Lucas: Mudando um tanto de assunto, mas olha aqui - ele disse virando a tela do celular para mim - Até que tamo bonitinho arrumadinho assim, né? - gargalhei pela forma com que ele falou, olhando uma foto nossa em seu visor, uma que minha mãe havia tirado logo que chegamos.
Nina: Estamos, né? - falei intercalando minha visão entre o celular e ele - Ah, então eu vou postar, me passa ela!
Lucas: Vou passar - disse rindo da minha empolgação, mas logo senti meu celular vibrar, o que me fez concluir que ele havia feito isso mesmo.
Desbloqueei minha tela para ver aquilo e enquanto dava uma leve editada na imagem, senti um dos braços do Lucas passar sobre a minha cadeira, deixando-nos mais próximos e de modo que ele observava o que eu fazia. Não demorei tanto para enviar pro instagram e logo o Lucas puxou o próprio celular, provavelmente, para ver da sua conta.
@ninabarsanti "Tamo bonitinho arrumadinho assim, né?" - @lucaslucco haha
Embora eu postasse poucas fotos com o Lucas, era sempre desse jeito: comentários loucos que passavam de pessoas que entendiam que ali existia uma amizade, outras que afirmavam ser namoro, algumas implorando para que ficássemos juntos ou assumíssemos e alguns poucos que queriam deixar claro não ficarem satisfeitas por nós dois. Enfim, assim que vi o comentário do Lucas foi impossível manter a seriedade e logo nos encaramos, dessa vez rindo um para o outro ali, pessoalmente. Chegava a ser estranho o modo como eu conseguia me sentir mais leve perto dele, esquecendo de qualquer incômodo anterior.
Lucas: Posso perguntar uma coisa pro cê? - ele disse, aproveitando que nos encarávamos e mais uma vez, como quem lesse os meus pensamentos.
Nina: Pode, né?
Lucas: Cê não tava no banheiro, né?
Nina: Tás querendo chegar em algum lugar com essa pergunta...
Lucas: É que eu já te conheço - ele disse passando o indicador na ponta do meu nariz, me interrompendo - E sei que o seu pai não vai muito com a minha cara. Cê saiu da mesa dizendo que ia ao banheiro, demorou a beça lá e voltou estranha. Nina, eu não quero te causar problemas!
Nina: Tu não me causa! - afirmei, tranquila do que dizia - E eu fui sim ao banheiro, só que eu encontrei a Lorena lá, por isso a demora.
Lucas: Ei! O que ela fez contigo? - ele perguntou claramente nervoso e eu podia sentir isso até mesmo na mudança de sua postura.
Nina: Eu sei me defender sozinha, guri - tentei brincar, mas pelo seu rosto, percebi que ele parecia preocupado demais para isso - A gente pode conversar sobre isso depois? - prossegui, tentando tranquilizá-lo.
Lucas: Cê num tá tentando me enrolar ou me esconder algo não, né?
Nina: Não... Eu tô querendo ir dançar, porque eu amo essa música! - falei animada, me dando conta que havia começado a tocar Ginza na pista.
Lucas: Cê dançando já é uma novidade - ele disse me vendo levantar, verdadeiramente empolgada.
Nina: Não dá pra ficar muito parada com essa música, né? - falei o puxando com as mãos - E vamos tentar nos divertir, fingindo que somos pessoas sociáveis e que não amam só o Netflix - ele gargalhou, se levantando e saindo ali da mesa comigo, em direção á pista de dança.
Como minha irmã provavelmente havia pedido para tocar músicas mais animadas para que ela também pudesse aproveitar a festa, a pista estava já lotada de convidados. Arrumamos um espaço ali e em pouco tempo achamos os meus primos e alguns amigos para que pudéssemos nos juntar. Realmente, eu passava longe de uma grande pé de valsa, mas pelo menos conseguia mexer os meus quadris de forma ritmada e que disfarçava a minha total falta de jeito para dançar.
Ficamos ali tanto tempo entre risadas, conversas e tentativas de coreografias que - como sempre quando se está se divertindo - o tempo passou rápido. E nós só fomos capazes de sair daquele centro de distração no momento que, mesmo que bebendo quando alguns garçons ousavam a passear com copos pela pista de dança, a fome falou mais alto. Junto com o Lucas, esperamos que servisse o prato de jantar - algo que estava correndo pelo salão á todo momento - e nós comemos sentados na mesma mesa que a minha mãe, que também se juntou a nós para fazer isso.
Enfim, durante toda a noite, nós conseguimos registrar bons momentos á serem guardados e ainda que eu me sentisse o tempo inteiro observada - fosse pelo meu pai, pelo Germano ou até mesmo pela Lorena -, eu tentava não ligar. E embora eu também visse o Lucas desconfortável diversas vezes, principalmente quando meu pai tentava passar por perto de nós, acho que posso ficar tranquila por pensar que na maioria das vezes, ele conseguiu aproveitar o nosso tempo juntos, sem se importar muito com o que acontecia externamente á isso.
Quanto ao restante da minha família, embora não tivesse apresentado ele á ninguém como meu namorado, todos foram muito abertos á conhecê-lo e fizeram Lucas se sentir muito bem por onde eu decidia parar com ele. Acho que muitos conseguiram entender nas entrelinhas que tinha alguma coisa ali - até porque, era a primeira vez depois de tudo o que aconteceu que eu aparecia com alguém tão próximo assim -, mas seguraram a onda de perguntar abertamente o que nós tínhamos. Simplesmente, foram gentis e receptivos e bom, aquilo era tudo o que eu precisava para me encorajar cada vez mais a seguir com essa história - ainda que hoje, a minha cabeça estivesse trabalhando em alguns pontos de negatividade que, querendo ou não, a Lorena havia conseguido deixar na minha cabeça.
Nina: Só se for que tu fez check-out no hotel e vai vir dormir aqui - ele riu, jogando um pouco a cabeça pra trás.
Lucas: Não faz isso comigo... Cê sabe que eu tive minhas razões.
Nina: Que achas que foram boas o suficiente, ok - fiz cara de tédio e provavelmente aquilo foi cômico, pelo sorriso dele que não saía do rosto.
Lucas: Tá, mas além disso, cê tá vendo essas caixas que tão aqui? - falou olhando para o banco de trás - Elas não são nem metade do que tinha por lá. Cê acha que vai ter espaço pra mim nesse apê hoje?
Nina: Agarradinho comigo sempre tem - fiz biquinho e logo senti as mãos dele segurando o meu rosto entre elas.
Lucas: Gosto quando cê se solta assim, perde um pouquinho do filtro - ri e ele colou os nossos lábios rapidamente, se afastando devagar - Mas o que eu quero falar, antes do cê subir, acho que vai fechar um pouco do clima.
Nina: Ah... Então deixa pra amanhã, Lucas - disse com cara de pidona, tentando fazer manha mesmo pra protelar o assunto que eu já sabia qual era.
Lucas: Cê já me enrolou demais, não acha?
Nina: O que te preocupas em saber o que a Lorena conversou comigo? - falei, meio nervosa sobre a volta daquele assunto, mas já direta por saber do que se tratava.
Lucas: Eu me preocupo com tudo, uai! Como ela falou, o que ela falou...
Nina: Sim, o que ela falou é o que te preocupa, não é?
Lucas: Eu não gosto quando cê fala assim - ele disse com o cenho franzido, percebendo uma dose de ironia na minha voz - Eu não me importo com o que ela ache de mim, Nina. Me preocupa como ela fala isso pro cê e como cê vai receber isso! O que me preocupa é o auê que ela faz pro seu pai achar coisas nada a ver de mim e me preocupa também ela ficar te abordando só pra isso - ele foi sincero, soltando um suspiro logo em seguida e desviando o olhar do meu.
Nina: Uma coisa tu podes ficar tranquilo... Na verdade, duas. Mesmo eu tendo essa cara de boazinha e o meu jeito manso, eu posso enfrentá-la. E eu também não sou influenciável, eu me baseio no que eu conheço de ti.
Lucas: Eu fico sempre a espera de que isso seja o suficiente.
Nina: Enquanto você me dá razões para ser, será - afirmei, confiante naquele aspecto. Mas vacilei quando desviei o olhar dele logo em seguida e ele sabia que ainda sim, tinha algo naquilo que me incomodava.
Lucas: Tem mais coisa, não tem? Pô, Nina, me fala tudo o que aconteceu! Eu te conheço! - ele disse, agora com um pouco de raiva, descarregando-a num tapa no próprio volante.
Nina: Eu não me incomodo com nada do que ela disse, porque são coisas que tu me provou o contrário. Mas tinha apenas algo que ela estava certa e percebeu isso de cara, porque eu não tinha resposta pra rebatê-la.
Lucas: E o quê foi? - ele disse apreensivo, me encarando e aquilo acabou me intimidando. Eu estava quase envergonhada por ter de prosseguir com aquela conversa e ele, mais uma vez, me pressionou a terminar - Nina, por favor!
Nina: Ela disse que só saberia se você mudou se eu falasse para ela que nós namorávamos. Eu não tinha o que dizer e ela concluiu que tudo está acontecendo da mesma maneira que com ela, tu á meses comigo, mas também com várias outras...
Lucas: Pelo amor de Deus! - ele me interrompeu, com raiva, e mais uma vez batendo no volante
Nina: Para com isso! - pedi, colocando a mão em seu braço.
Lucas: Como cê não pode dizer que ela está errada, Nina? Eu estou com você! Aliás, a falta de rótulo ao que temos é também um respeito ao seu tempo, á você mesma. Cê nunca se mostrou incomodada com isso e eu não vou ficar falando sobre para te pressionar.
Nina: Ei, eu não tô reclamando! Eu só estou dizendo o que ela disse e de certa maneira, foi a única hora que ela não falou tanta besteira assim.
Lucas: O quê? Não falou? Cê me faça o favor! - ele disse com uma surpresa estampada nos seus olhos - Eu vou ser bem sincero pro cê... Eu gosto de você! Pode parecer clichê ou que eu tô falando isso da boca pra fora, mas é diferente de tudo. A minha vida é completamente louca, Nina, mas cê me traz o eixo. E eu sempre soube que a pessoa certa da minha vida seria exatamente assim. Eu sinto que não tem nada nesse mundo que eu queira mais do que estar com você e é por isso que eu não tenho ficado com mais ninguém. E não, eu não me sinto mal por isso, por tá dando fidelidade á algo sem rótulo. Porque isso pode não ter nome pro mundo, mas tem total sentido pra mim. Não é isso que tem que bastar? Não somos nós que temos que ser suficientes? - ele parou de falar, questionando e ao perceber que meus olhos brilhavam por marejar.
Aquilo havia sido como um soco no meu estômago. Eu antes de assumir aquela parte da minha conversa com a Lorena já me envergonhava, mas depois do que ele dizia eu sentia quase certeza que havia sido contaminada por tudo que ela havia me dito; era como se eu tivesse a entregado permissão de bagunçar a minha vida, exatamente como ela almejava. O que eu tinha com o Lucas, no final das contas, era sim muito mais uma escolha minha do que dele, o que acabava com todo e qualquer direito meu de reclamar sobre isso. Fechei os meus olhos, engolindo quase a seco o choro que queria se aproximar e quando abri, vi o Lucas comprimindo os próprios lábios - talvez, se segurando para não falar mais.
Lucas: Vamos, eu vou lá em cima te ajudar a subir com essas coisas - ele cortou o silêncio, porém deixando claro que não prosseguiria naquela conversa.
Nina: Não precisa - falei, lamentando a minha voz ainda sim estar embargada.
Ele apenas me encarou, levou os olhos a quantidade de caixas no banco de trás e destravou as portas do carro, saindo logo em seguida. Fiz o mesmo que ele, um pouco apressada para, pelo menos, ajudá-lo e isso ele me deixou fazer. Travou o carro antes que entrássemos no prédio da minha casa e nós subimos o elevador num silêncio infeliz, onde estava só nós dois. Aquela subida pareceu demorar muito mais do que o habitual e quando descemos no andar do apartamento da minha mãe, ele ainda teve que me ajudar um pouco para que eu pegasse a chave - a qual, eu tinha completamente esquecido de fazer no caminho.
Nina: Pai? Mãe? - entrei em casa chamando, enquanto deixávamos as caixas pelo chão da sala de estar.
Lucas: A sua mãe ainda não deve ter chegado e pelo visto, - disse apontando para outras caixas que já estavam sobre o tapete - seu pai já teve aqui e já foi.
Nina: É verdade! Pela demora, quando minha mãe chegar com a Babi e o Jayme, vão vir carregando o salão nas costas.
Lucas: O Jayme e a Babi ainda vão vir para cá essa noite? - ele perguntou, ajeitando a gola da camisa social que ainda vestia.
Nina: Vão, mas acho que nem devem conseguir dormir - disse, olhando para o relógio digital que tinha sobre o rack - Eles vão viajar daqui a pouco, o vôo é sábado de manhã.
Lucas: Até tirarem toda a adrenalina do corpo... realmente, só vão dormir no avião - concordei com a cabeça e ele finalmente me olhou, como quem encarasse de uma forma um pouco mais encorajada para isso - Eu tô indo também, tá?
Nina: Uhum - praticamente nasalei. Minha voz por dentro quase gritava para perguntar se ele não preferia ficar, mais uma vez, no entanto não tive coragem para aquilo.
Ele também não me pareceu a vontade para fazer ou falar as coisas que eram de seu costume e apenas acenou para mim, aproveitando que a porta do apartamento tinha ficado literalmente aberta para sair. Não houve um mínimo beijo, toque ou sequer uma preocupação se eu ficaria bem ali sozinha - e isso foi como mais um soco na boca do estômago. As coisas estavam estranhas por si só.
Fui fechar a porta e depois me sentei no sofá, presa nos meus próprios pensamentos, enquanto esperava minha mãe e os noivos chegarem com o que faltavam; o silêncio foi propício para mim naquele momento. Meu relacionamento com o Lucas era intenso e acabava sendo assim para todas as situações que nos envolvia, vivíamos sempre numa linha tênue entre a felicidade plena e a complicação máxima. Quando estava tudo bem, estava realmente tudo incrível, mas quando as coisas acabavam ficando estranhas... Elas ficavam a ponto de se tornarem irreconhecíveis entre nós.
E aquilo me acometia uma culpa sobre os ombros que eu não sabia administrar, inciava-se assim uma briga de dois lados meus que não conseguiam se entender desde a chegada do Lucas: me permitir, de uma vez por todas, e tomar todas as iniciativas possíveis para ele entender que eu só vejo um futuro para nós ou desistir, deixando de enrolá-lo e de me sensibilizar com qualquer tentativa de frear aquilo que tínhamos.
Não dava para esperar mais: a iniciativa de ser feliz só poderia vir de mim. E se não fosse definitiva, e se eu não soubesse mais enfrentar o restante das pessoas em prol dos meus sentimentos, que eu deixasse ir.
Recadinho: Olá, meninas! Como eu disse, vocês fizeram cada comentário lindo e acertaram em cheio quem era no banheiro, então, está aqui a postagem de hoje. O capítulo não ficou tão grande quanto o costume (até por conta de só ter uma foto também), mas acho que tivemos grandes emoções, né? Para começar, quero dizer que eu tive sim vontade de colocar a Nina pra estapear a Lorena (desculpa gente, eu sou humana), mas eu acho que não condiz muito com a pessoa que a Nina é e acho que nossa bichinha se saiu muito bem, né? Mas vacilou aqui no final, não? Parece que o veneno da nossa "amiga" fez efeito :( próximo capítulo vem sábado e vai ser um fundamental para que tanto Lucas quanto Nina, por si só e eu acho que com atitudes que vão surpreendê-los, decidam se esse relacionamento deles vai ficar sério mesmo, de uma vez por todas (ó eu dando spoiler! rs). Aguardem! Espero que gostem e comentem bastante. Beijo!
annaclaraf_ Em "bonitinhos" @lucaslucco foi humilde... cês tão maravilhosos
vasquezpolliana Hmmmmm... Shippo muito!
aoteuladolucco MEU DEUS EU TÔ É MORTA
reasonlucco Shippam? Porque eu sim. Porque eu MUITO.
robertapontes Ai que lindos, gente!!
helenagonzales96 Pega logo mana, pelo amor de Deus
gurizadadolucco Aiiiii, muito amor por essa amizade <3
newsleandrolucco Nós tudo shippa, entendeu?
portilucco Que lacre lindo!!!
princesasdolucas TAVA ESPERANDO ESSA FOTO, OBRIGADA @ DEUS
lucaslucco "Tamo? Ah, então vou postar" KkkkkkkEmbora eu postasse poucas fotos com o Lucas, era sempre desse jeito: comentários loucos que passavam de pessoas que entendiam que ali existia uma amizade, outras que afirmavam ser namoro, algumas implorando para que ficássemos juntos ou assumíssemos e alguns poucos que queriam deixar claro não ficarem satisfeitas por nós dois. Enfim, assim que vi o comentário do Lucas foi impossível manter a seriedade e logo nos encaramos, dessa vez rindo um para o outro ali, pessoalmente. Chegava a ser estranho o modo como eu conseguia me sentir mais leve perto dele, esquecendo de qualquer incômodo anterior.
Lucas: Posso perguntar uma coisa pro cê? - ele disse, aproveitando que nos encarávamos e mais uma vez, como quem lesse os meus pensamentos.
Nina: Pode, né?
Lucas: Cê não tava no banheiro, né?
Nina: Tás querendo chegar em algum lugar com essa pergunta...
Lucas: É que eu já te conheço - ele disse passando o indicador na ponta do meu nariz, me interrompendo - E sei que o seu pai não vai muito com a minha cara. Cê saiu da mesa dizendo que ia ao banheiro, demorou a beça lá e voltou estranha. Nina, eu não quero te causar problemas!
Nina: Tu não me causa! - afirmei, tranquila do que dizia - E eu fui sim ao banheiro, só que eu encontrei a Lorena lá, por isso a demora.
Lucas: Ei! O que ela fez contigo? - ele perguntou claramente nervoso e eu podia sentir isso até mesmo na mudança de sua postura.
Nina: Eu sei me defender sozinha, guri - tentei brincar, mas pelo seu rosto, percebi que ele parecia preocupado demais para isso - A gente pode conversar sobre isso depois? - prossegui, tentando tranquilizá-lo.
Lucas: Cê num tá tentando me enrolar ou me esconder algo não, né?
Nina: Não... Eu tô querendo ir dançar, porque eu amo essa música! - falei animada, me dando conta que havia começado a tocar Ginza na pista.
Lucas: Cê dançando já é uma novidade - ele disse me vendo levantar, verdadeiramente empolgada.
Nina: Não dá pra ficar muito parada com essa música, né? - falei o puxando com as mãos - E vamos tentar nos divertir, fingindo que somos pessoas sociáveis e que não amam só o Netflix - ele gargalhou, se levantando e saindo ali da mesa comigo, em direção á pista de dança.
Como minha irmã provavelmente havia pedido para tocar músicas mais animadas para que ela também pudesse aproveitar a festa, a pista estava já lotada de convidados. Arrumamos um espaço ali e em pouco tempo achamos os meus primos e alguns amigos para que pudéssemos nos juntar. Realmente, eu passava longe de uma grande pé de valsa, mas pelo menos conseguia mexer os meus quadris de forma ritmada e que disfarçava a minha total falta de jeito para dançar.
Ficamos ali tanto tempo entre risadas, conversas e tentativas de coreografias que - como sempre quando se está se divertindo - o tempo passou rápido. E nós só fomos capazes de sair daquele centro de distração no momento que, mesmo que bebendo quando alguns garçons ousavam a passear com copos pela pista de dança, a fome falou mais alto. Junto com o Lucas, esperamos que servisse o prato de jantar - algo que estava correndo pelo salão á todo momento - e nós comemos sentados na mesma mesa que a minha mãe, que também se juntou a nós para fazer isso.
Enfim, durante toda a noite, nós conseguimos registrar bons momentos á serem guardados e ainda que eu me sentisse o tempo inteiro observada - fosse pelo meu pai, pelo Germano ou até mesmo pela Lorena -, eu tentava não ligar. E embora eu também visse o Lucas desconfortável diversas vezes, principalmente quando meu pai tentava passar por perto de nós, acho que posso ficar tranquila por pensar que na maioria das vezes, ele conseguiu aproveitar o nosso tempo juntos, sem se importar muito com o que acontecia externamente á isso.
Quanto ao restante da minha família, embora não tivesse apresentado ele á ninguém como meu namorado, todos foram muito abertos á conhecê-lo e fizeram Lucas se sentir muito bem por onde eu decidia parar com ele. Acho que muitos conseguiram entender nas entrelinhas que tinha alguma coisa ali - até porque, era a primeira vez depois de tudo o que aconteceu que eu aparecia com alguém tão próximo assim -, mas seguraram a onda de perguntar abertamente o que nós tínhamos. Simplesmente, foram gentis e receptivos e bom, aquilo era tudo o que eu precisava para me encorajar cada vez mais a seguir com essa história - ainda que hoje, a minha cabeça estivesse trabalhando em alguns pontos de negatividade que, querendo ou não, a Lorena havia conseguido deixar na minha cabeça.
[...]
O fim da festa pareceu chegar rápido demais, visto tanta alegria que fora compartilhada aquela noite. Mas logicamente, como em qualquer evento, os responsáveis por tal sempre tinham aquela parte de protelar um pouco mais o descanso para poder tirar aquilo que havia sobrado no salão. E digamos que mesmo que quase todos os convidados do Jayme e da Babi tenham ido embora, ainda tinham muitas e muitas caixas para serem levadas de volta para casa. Decidimos, então, dividir aquilo entre os carros que poderiam fazer esse transporte e como o Lucas se prontificou a nos ajudar também, aquilo havia sido ainda melhor e mais fácil. Algumas coisas foram pra casa dos pais do Jayme, outras meu pai levou na frente até o apartamento da minha mãe e ela, que separava para onde ia cada coisa daquela, deu algumas a mim e ao Lucas para que também levássemos pra casa.
Então, deixamos ela por lá pelo salão, ainda com o Jayme e a Babi que viriam em seguida trazendo as últimas coisas, e saímos também em direção ao prédio para fazer esse transporte e enfim, finalizar aquele dia.
Lucas: Posso te falar uma coisa? - ele disse desligando o carro, logo que chegamos em frente ao meu prédio.Então, deixamos ela por lá pelo salão, ainda com o Jayme e a Babi que viriam em seguida trazendo as últimas coisas, e saímos também em direção ao prédio para fazer esse transporte e enfim, finalizar aquele dia.
Nina: Só se for que tu fez check-out no hotel e vai vir dormir aqui - ele riu, jogando um pouco a cabeça pra trás.
Lucas: Não faz isso comigo... Cê sabe que eu tive minhas razões.
Nina: Que achas que foram boas o suficiente, ok - fiz cara de tédio e provavelmente aquilo foi cômico, pelo sorriso dele que não saía do rosto.
Lucas: Tá, mas além disso, cê tá vendo essas caixas que tão aqui? - falou olhando para o banco de trás - Elas não são nem metade do que tinha por lá. Cê acha que vai ter espaço pra mim nesse apê hoje?
Nina: Agarradinho comigo sempre tem - fiz biquinho e logo senti as mãos dele segurando o meu rosto entre elas.
Lucas: Gosto quando cê se solta assim, perde um pouquinho do filtro - ri e ele colou os nossos lábios rapidamente, se afastando devagar - Mas o que eu quero falar, antes do cê subir, acho que vai fechar um pouco do clima.
Nina: Ah... Então deixa pra amanhã, Lucas - disse com cara de pidona, tentando fazer manha mesmo pra protelar o assunto que eu já sabia qual era.
Lucas: Cê já me enrolou demais, não acha?
Nina: O que te preocupas em saber o que a Lorena conversou comigo? - falei, meio nervosa sobre a volta daquele assunto, mas já direta por saber do que se tratava.
Lucas: Eu me preocupo com tudo, uai! Como ela falou, o que ela falou...
Nina: Sim, o que ela falou é o que te preocupa, não é?
Lucas: Eu não gosto quando cê fala assim - ele disse com o cenho franzido, percebendo uma dose de ironia na minha voz - Eu não me importo com o que ela ache de mim, Nina. Me preocupa como ela fala isso pro cê e como cê vai receber isso! O que me preocupa é o auê que ela faz pro seu pai achar coisas nada a ver de mim e me preocupa também ela ficar te abordando só pra isso - ele foi sincero, soltando um suspiro logo em seguida e desviando o olhar do meu.
Nina: Uma coisa tu podes ficar tranquilo... Na verdade, duas. Mesmo eu tendo essa cara de boazinha e o meu jeito manso, eu posso enfrentá-la. E eu também não sou influenciável, eu me baseio no que eu conheço de ti.
Lucas: Eu fico sempre a espera de que isso seja o suficiente.
Nina: Enquanto você me dá razões para ser, será - afirmei, confiante naquele aspecto. Mas vacilei quando desviei o olhar dele logo em seguida e ele sabia que ainda sim, tinha algo naquilo que me incomodava.
Lucas: Tem mais coisa, não tem? Pô, Nina, me fala tudo o que aconteceu! Eu te conheço! - ele disse, agora com um pouco de raiva, descarregando-a num tapa no próprio volante.
Nina: Eu não me incomodo com nada do que ela disse, porque são coisas que tu me provou o contrário. Mas tinha apenas algo que ela estava certa e percebeu isso de cara, porque eu não tinha resposta pra rebatê-la.
Lucas: E o quê foi? - ele disse apreensivo, me encarando e aquilo acabou me intimidando. Eu estava quase envergonhada por ter de prosseguir com aquela conversa e ele, mais uma vez, me pressionou a terminar - Nina, por favor!
Nina: Ela disse que só saberia se você mudou se eu falasse para ela que nós namorávamos. Eu não tinha o que dizer e ela concluiu que tudo está acontecendo da mesma maneira que com ela, tu á meses comigo, mas também com várias outras...
Lucas: Pelo amor de Deus! - ele me interrompeu, com raiva, e mais uma vez batendo no volante
Nina: Para com isso! - pedi, colocando a mão em seu braço.
Lucas: Como cê não pode dizer que ela está errada, Nina? Eu estou com você! Aliás, a falta de rótulo ao que temos é também um respeito ao seu tempo, á você mesma. Cê nunca se mostrou incomodada com isso e eu não vou ficar falando sobre para te pressionar.
Nina: Ei, eu não tô reclamando! Eu só estou dizendo o que ela disse e de certa maneira, foi a única hora que ela não falou tanta besteira assim.
Lucas: O quê? Não falou? Cê me faça o favor! - ele disse com uma surpresa estampada nos seus olhos - Eu vou ser bem sincero pro cê... Eu gosto de você! Pode parecer clichê ou que eu tô falando isso da boca pra fora, mas é diferente de tudo. A minha vida é completamente louca, Nina, mas cê me traz o eixo. E eu sempre soube que a pessoa certa da minha vida seria exatamente assim. Eu sinto que não tem nada nesse mundo que eu queira mais do que estar com você e é por isso que eu não tenho ficado com mais ninguém. E não, eu não me sinto mal por isso, por tá dando fidelidade á algo sem rótulo. Porque isso pode não ter nome pro mundo, mas tem total sentido pra mim. Não é isso que tem que bastar? Não somos nós que temos que ser suficientes? - ele parou de falar, questionando e ao perceber que meus olhos brilhavam por marejar.
Aquilo havia sido como um soco no meu estômago. Eu antes de assumir aquela parte da minha conversa com a Lorena já me envergonhava, mas depois do que ele dizia eu sentia quase certeza que havia sido contaminada por tudo que ela havia me dito; era como se eu tivesse a entregado permissão de bagunçar a minha vida, exatamente como ela almejava. O que eu tinha com o Lucas, no final das contas, era sim muito mais uma escolha minha do que dele, o que acabava com todo e qualquer direito meu de reclamar sobre isso. Fechei os meus olhos, engolindo quase a seco o choro que queria se aproximar e quando abri, vi o Lucas comprimindo os próprios lábios - talvez, se segurando para não falar mais.
Lucas: Vamos, eu vou lá em cima te ajudar a subir com essas coisas - ele cortou o silêncio, porém deixando claro que não prosseguiria naquela conversa.
Nina: Não precisa - falei, lamentando a minha voz ainda sim estar embargada.
Ele apenas me encarou, levou os olhos a quantidade de caixas no banco de trás e destravou as portas do carro, saindo logo em seguida. Fiz o mesmo que ele, um pouco apressada para, pelo menos, ajudá-lo e isso ele me deixou fazer. Travou o carro antes que entrássemos no prédio da minha casa e nós subimos o elevador num silêncio infeliz, onde estava só nós dois. Aquela subida pareceu demorar muito mais do que o habitual e quando descemos no andar do apartamento da minha mãe, ele ainda teve que me ajudar um pouco para que eu pegasse a chave - a qual, eu tinha completamente esquecido de fazer no caminho.
Nina: Pai? Mãe? - entrei em casa chamando, enquanto deixávamos as caixas pelo chão da sala de estar.
Lucas: A sua mãe ainda não deve ter chegado e pelo visto, - disse apontando para outras caixas que já estavam sobre o tapete - seu pai já teve aqui e já foi.
Nina: É verdade! Pela demora, quando minha mãe chegar com a Babi e o Jayme, vão vir carregando o salão nas costas.
Lucas: O Jayme e a Babi ainda vão vir para cá essa noite? - ele perguntou, ajeitando a gola da camisa social que ainda vestia.
Nina: Vão, mas acho que nem devem conseguir dormir - disse, olhando para o relógio digital que tinha sobre o rack - Eles vão viajar daqui a pouco, o vôo é sábado de manhã.
Lucas: Até tirarem toda a adrenalina do corpo... realmente, só vão dormir no avião - concordei com a cabeça e ele finalmente me olhou, como quem encarasse de uma forma um pouco mais encorajada para isso - Eu tô indo também, tá?
Nina: Uhum - praticamente nasalei. Minha voz por dentro quase gritava para perguntar se ele não preferia ficar, mais uma vez, no entanto não tive coragem para aquilo.
Ele também não me pareceu a vontade para fazer ou falar as coisas que eram de seu costume e apenas acenou para mim, aproveitando que a porta do apartamento tinha ficado literalmente aberta para sair. Não houve um mínimo beijo, toque ou sequer uma preocupação se eu ficaria bem ali sozinha - e isso foi como mais um soco na boca do estômago. As coisas estavam estranhas por si só.
Fui fechar a porta e depois me sentei no sofá, presa nos meus próprios pensamentos, enquanto esperava minha mãe e os noivos chegarem com o que faltavam; o silêncio foi propício para mim naquele momento. Meu relacionamento com o Lucas era intenso e acabava sendo assim para todas as situações que nos envolvia, vivíamos sempre numa linha tênue entre a felicidade plena e a complicação máxima. Quando estava tudo bem, estava realmente tudo incrível, mas quando as coisas acabavam ficando estranhas... Elas ficavam a ponto de se tornarem irreconhecíveis entre nós.
E aquilo me acometia uma culpa sobre os ombros que eu não sabia administrar, inciava-se assim uma briga de dois lados meus que não conseguiam se entender desde a chegada do Lucas: me permitir, de uma vez por todas, e tomar todas as iniciativas possíveis para ele entender que eu só vejo um futuro para nós ou desistir, deixando de enrolá-lo e de me sensibilizar com qualquer tentativa de frear aquilo que tínhamos.
Não dava para esperar mais: a iniciativa de ser feliz só poderia vir de mim. E se não fosse definitiva, e se eu não soubesse mais enfrentar o restante das pessoas em prol dos meus sentimentos, que eu deixasse ir.
Recadinho: Olá, meninas! Como eu disse, vocês fizeram cada comentário lindo e acertaram em cheio quem era no banheiro, então, está aqui a postagem de hoje. O capítulo não ficou tão grande quanto o costume (até por conta de só ter uma foto também), mas acho que tivemos grandes emoções, né? Para começar, quero dizer que eu tive sim vontade de colocar a Nina pra estapear a Lorena (desculpa gente, eu sou humana), mas eu acho que não condiz muito com a pessoa que a Nina é e acho que nossa bichinha se saiu muito bem, né? Mas vacilou aqui no final, não? Parece que o veneno da nossa "amiga" fez efeito :( próximo capítulo vem sábado e vai ser um fundamental para que tanto Lucas quanto Nina, por si só e eu acho que com atitudes que vão surpreendê-los, decidam se esse relacionamento deles vai ficar sério mesmo, de uma vez por todas (ó eu dando spoiler! rs). Aguardem! Espero que gostem e comentem bastante. Beijo!
Aí Nina, se tu não estapiou, eu bati nela 300 vezes mentalmente.. Aí q dor no meu coração, meu casal não gosto deles desse jeito
ResponderExcluirNossa, doeu no meu coração esse final. Mas já quero o próximo.
ResponderExcluirNo final meu coração ficou apertadinho, sério, a Lorena eh um vaca, eu amei o que a Nina falou pra ele e achei desnecessário Lorena falar do Rafael, affz, mais to louquinha pelo proximo capitulo e to super ansiosa praue sábado venha logo ♡♡♡
ResponderExcluirPosso dá uns bons tapas na cara de cavalo dessa lorena por favorrrrrr??????! Vontade não me falta ti juro.Agora em relação ao meu casal Lunina já ta na hora desse relacionamento ficar serio ainda mais agora com essa cobra a solta né, já pode sumir com ela se quiser viu gabs,não vai fazer falta ti garanto guria.
ResponderExcluirNossa, quanto veneno... Me tirou do sério esse joguinho sujo da Lorena! Espero que no próximo capítulo tudo seja mais amorzinho entre nosso casal, é muito triste quando o capítulo termina 'estremeido' ): To esperando o próximo, heeein! Beijo e bom finde
ResponderExcluirQue ódio dessa Lorena.. vaca mal-amada! Não sei se é possível, mais cada vez to mais apaixonadaaaaa
ResponderExcluirNão tenho base quando esse casal termina o capítulo frios um com o outro. Sério, eles são muito amor pra não se despedirem direito! Realmente, a cobra peconhenta não vale nada. Torcendo para que bons ventos venham assoprar em Lunina.. Apesar de tudo, achei ótimo o capítulo. Beijão.Thami
ResponderExcluirEU TO JOGADA! Lorena é muito sem noção, mas esquece que a Nina é foda! FODA! Pronto não preciso falar mais nada. A não ser que quero muito eles juntos logo, é péssimo eles brigados assim.
ResponderExcluirIa ser mara ela dando uns tapas bem no meio dessa fuça da Lorena, mas também foi ótimo como a Nina saiu por cima. Só não gostei da briga com o Lucas =((( quero muito o próximo cap, hoje é sabado, viu?
ResponderExcluirLetícia
Haja coração cara.. cada capítulo é um tiro! Hoje tem mais, uhuuuuuuuuuuuuuul
ResponderExcluirHOJE É SÁBADO GABS
ResponderExcluirLorena é muito nojenta cara. Espero que isso não prejudique meu casal faz isso com meu coração mais nao kkkk
ResponderExcluirNão tenho nada a dizer, só que esse capítulo foi foda aaaaah foooooi. Nina simplesmente ARRASOU com a cara daquela bruaca HAHAHAHAHAHAHQHHA ADOROOOOOOOOO
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