Lucas: ON
Fui o caminho inteiro dentro do táxi combinando com o Felipe - um tatuador que eu já tinha visto feito fazer cada trabalho demais e havia combinado de que, assim que voltasse á Santa Catarina, teria Balneário e seu estúdio como meu destino - um bom horário para eu aparecer por lá hoje, mas no final das contas, aquilo estava sendo quase uma válvula de escape. Confesso que estava um pouco - se não muito! - ansioso para chegar até á casa da Nina, embora isso ainda fosse nada demais. Não era pra se ter circunstâncias que me fizessem dar aquele frio na barriga, até porque eu também já havia conhecido sua irmã e seu cunhado, mas eu não sei como explicar... Mais uma vez, quanto á ela, eu era bombardeado por algumas sensações que mesmo já com os meus vinte e quatro anos, ainda não tinha experimentado antes. Não sei se eu consegui me distrair muito bem ou se realmente estávamos tão próximos assim, o fato é que chegamos bem rápido no que parecia ser o prédio da família da Nina. Ela se despediu do cara lá - que parecia conhecê-la, acho que por geralmente fazer corridas ao pai dela e... bom, posso assumir que se tem um cara que eu já não tô muito afim de conhecer da família dela, é ele - e depois de tudo resolvido ali por baixo, saímos e fomos em direção ao elevador, passando pela portaria onde só tinha um moço que devia trabalhar ali e a cumprimentou também de forma muito simpática. Nina era tão querida que ficava evidente o quanto ela emanava isso, o quanto ela conquistava qualquer pessoa que fosse, independente do grau de intimidade. Sempre tinha um sorriso direcionado á ela e isso, com certeza, era fruto do que ela proporcionava aos outros, com uma educação ímpar, mas acima de tudo, uma energia incontestavelmente boa.
Nina: Sua última chance de recusar esse convite da minha mãe, viu? Eu posso dizer que tavas com dor de barriga ou sei lá, problemas musculares... - falou me fazendo rir, assim que saímos do elevador.
Lucas: Agora acho que vai ser a minha vez de dizer pro cê parar de ser boba, viu? Bora logo, dona Nina - disse apoiando as mãos em seus ombros, um pouco atrás dela, que acabou por nos guiar até a porta da casa da mãe, onde no exato momento que ela tocou por lá, eu me afastei um pouco e fiquei mais para o seu lado.
Nina: Oi, mãe! Tô de volta! - ela manteve a pose divertida, talvez querendo esconder um pouco do seu nervoso também, assim que a mãe abriu a porta, toda sorridente para nós.
Daniela: Oi, meu amor... Tanto tempo sem nos ver, não é? Acho que tava com saudade! - entrou no clima da brincadeira, a abraçando, mas não demorando para trazer sua atenção á mim - Olá, querido, seja bem vindo!
Nina: Mãe... Já sabes, né? Mas vai... Esse é o Lucas, Lucas, essa é a minha mãe, Daniela.
Lucas: Prazer - sorri para ela que não se conteve as linhas daquela formalidade e me abraçou.
Daniela: Prazer é meu! Fiquei muito contente que tu veio, viu? Podem entrar, vem cá, sinta-se a vontade - disse nos dando passagem e eu assenti, passando para dentro do apartamento com a Nina. A sala tinha todo aquele clima aconchegante que eu já sentia na Nina e foi inevitável não sentir na mãe dela também - que era incrivelmente jovem e a cópia verdadeira da Babi. Talvez não fosse tão mentira assim quando dizem que nossos lares costumam dizer muito sobre a gente!
Nina: Cadê a Babi, mãe? Jayme tá por aí também não?
Daniela: Tão os dois, dormiram aqui... Mas foram lá embaixo comprar o jornal, porque eu esqueci quando sai para ir a padaria...
Nina: ... E Jayme não sabe viver sem ler jornal - elas acabaram rindo - Senta aí, Lucas! Fica bem a vontade que eu vou só no meu quarto, pelo menos, trocar essa roupa, tá?
Lucas: Vai lá, cê tá falando disso desde a hora que acordou - ri e ela acabou me acompanhando, enquanto a mãe dela sentava no outro sofá.
Daniela: Sabes que eu sei ser uma boa companhia, né? Vai tranquila, filha - falou fazendo a Nina rir, mas ela não hesitou em apenas mandar um beijo para nós e seguir pelo corredor da casa, provavelmente, onde estava a porta do seu quarto. Me ajeitei no sofá ali, mas antes que eu pudesse me sentir desconfortável com o silêncio ou a situação, a voz da Daniela apareceu ali - Lucas... Eu ia deixar pra falar isso pra ti na hora do almoço, mas tens jeito de ser tão tímido como a minha filha, então... Eu tô fazendo isso aqui como gratidão á tudo que tu tens feito por ela. De coração! Nem consegues imaginar como uma pessoa consegue se tornar querida para uma mãe apenas por fazer bem ao seu filho.
Lucas: Acho que cê já conseguiu me deixar tímido aqui - falei rindo e causando isso nela, enquanto passava a mão entre os meus cabelos - Mas eu que agradeço... Cê que nem imagina o tanto de bem que a Nina faz pra mim também. Vim aqui, porque acredito e tô afirmando que cês são tão gente boa quanto ela, e realmente te agradeço por querer me agradar dessa maneira.
Daniela: Esse é o ciclo da gratidão... Uma troca sem fim!
Lucas: Sei bem, estou ouvindo e aprendendo bastante isso por aí - falei rindo e ela entendeu o que quis dizer, me acompanhando.
Daniela: De qualquer modo, eu repito e insisto o meu muito obrigada. A Nina é um ser de luz que até eu como mãe admiro, mas a construção do que ela é também vem muito das pessoas que estão ao lado dela. Tu já és uma dessas pessoas! Energia boa, com certeza, atrai boas energias e eu não tenho dúvidas que és uma dessas.
Lucas: Além de tímido, eu sou um pouco chorão também, então... -disse rindo - Obrigado memo! Eu também não vou ter palavras pra agradecer.
Daniela: És um bom guri, Lucas! Tô feliz mesmo de tê-lo conhecido...
Lucas: .. Eu também! Tô vendo que já valeu a pena! - sorri para ela e percebi que incrível a maneira de passar paz que ela tinha por presença, por palavra, exatamente como a Nina. Realmente, isso devia ser um dom genético, porque olha! - Mas posso falar uma coisa pro cê?
Daniela: Claro!
Lucas: Tá faltando cê ir num show meu também, hein? - ela gargalhou, completamente descontraída e provavelmente sem esperar que eu fosse dá um ar de mais graça naquele papo.
Daniela: Eu vou, eu prometo! Foi que nesse Carnaval, eu já tinha esgotado meu período de animação... Mas a próxima vez que tu voltar, estarei lá. Hoje no café da manhã foram só elogios a ti, viu?
Lucas: Ah, que isso! Cê tá falando sério?
Daniela: Tô! Ganhou, minimamente, mais dois fãs aqui em casa e eu vim por tabela.
Lucas: Que coisa linda! Mas memo assim, quero cê lá pra vê se num tão falando demais, tá?
Daniela: Tenho certeza que não, mas eu vou! Fica aqui a minha promessa - rimos juntos e um barulho trouxe nossa atenção para a porta, vendo Jayme e Babi entrarem por lá e não demorarem muito para se dar conta que eu já estava ali.
Babi: Opa! Oi, Lucas, tudo bom? - falou vindo em minha direção, que logo levantei para cumprimentá-la.
Lucas: Tudo certinho e com cê?
Babi: Tô bem também!
Jayme: Gostei de vê, hein! Cumpriu e veio mesmo - falou se aproximando também e a gente se cumprimentou com um toque de mão.
Babi: Cadê minha irmã? Não acredito que ela te deixou na mão de dona Daniela.
Jayme: Vem falar da minha sogra não! - falou se sentando ao lado dela e trazendo gargalhadas á todos nós.
Daniela: Esse meu genro é uma coisa linda mesmo - disse dando um beijo estalado no rosto dele e a cara que a Babi fez tornou impossível não continuar rindo.
Babi: Eles dois são assim mesmo, Lucas, infelizmente, tu vais ter que se acostumar.
Daniela: Tem nada de infelizmente, ela que é ciumenta mesmo - falou rindo, deixando um clima de total brincadeira ali - Mas, respondendo sobre sua irmã, ela foi trocar de roupa lá no quarto dela...
Não sei o quão estranho isso pode parecer, mas aquele nervoso inicial já tinha sumido e em poucos minutos era como se... eu me sentisse em casa.
Lucas: OFF
Nina: ON
Voltei para sala com aquele leve pavor do que poderia estar acontecendo, mas para a minha felicidade, dessa vez, estavam todos animadíssimos em um papo ao qual eu ainda não conseguia pescar qual era. Mas parecia ser bom, até pela expressão que Lucas estava e pela forma com que adentrava, não ficando de fora do assunto e se sentindo muito bem á vontade. Babi e Jayme também já tinham chegado, o que proporcionava uma intensidade maior de vozes e opiniões, mas que logo cessaram quando eu me aproximei de onde eles estavam - no sofá da sala - para voltarem a atenção á mim.
Jayme: Pronto, chegou a que mais vai gostar do assunto...
Nina: E do que vocês tão falando?
Daniela: Yoga...
Babi: ... Vais dizer que não é um bom assunto? - ela complementou a resposta da minha mãe.
Nina: Ótimo assunto e ótima prática - falei me sentando lá ao lado do Lucas, no sofá - E contigo tá tudo bem, né? - disse diretamente á ele.
Lucas: Tá! Inclusive, fui eu que perguntei sobre isso, depois de vê aquela foto ali do cês - falou fazendo referência á foto que estava na estante da nossa casa e minha mãe adorava exibir, de nós três praticando yoga na vez que fomos fazer trilha no Pico da Pedra, aqui em Balneário mesmo.
Jayme: E aí sua mãe e sua irmã estão aqui empolgadíssima falando de tudo sobre!
Nina: Já deu para perceber que aqui de casa, Jayme é o mais adepto á prática, né?
Babi: Vamos até comprar um porta retrato para colocar uma foto só dele, porque é tanta perfeição realizando as poses que precisa desse destaque
Jayme: Qual é, minha sogra, tu não vais me defender?
Daniela: Tá ficando difícil, né meu filho? - rimos
Babi: Ah mãe, mostra lá nosso cantinho pro Lucas... Acho que ele tá gostando desse papo!
Lucas: Pô, tô memo! Eu acho muito maneiro, já te falei isso, né? - falou virado pra mim, que assenti com a cabeça - É lindão demais!
Daniela: Ih, então vamos lá, Lucas! Nem a casa eu também mostrei pra ti, ancoramos nesse sofá... Pelo menos um pouquinho do nosso espaço tu vais conhecer agora - falou se levantando e incentivando que, pelo menos, eu e ele fizéssemos o mesmo - Mas tu me faz um favor, Babi? Coloca lá o tabuleiro que já está pronto lá no forno, senão esse almoço não sai hoje.
Vi a minha irmã concordar, mas deixamos que ela resolvesse isso, enquanto fomos pelo corredor até onde era o cantinho que costumávamos praticar yoga ali na casa. Minha mãe tinha um cuidado imenso com aquilo e um prazer maior ainda em mostrá-lo, em transmitir essa paixão para os outros. Com toda certeza, ela foi a pessoa mais que mais se apaixonou e se encontrou dentro da prática e por isso, nunca deixou que se apagasse essa paz e liberdade de espírito que o yoga nos traz.
Daniela: Bem vindo, Lucas - disse enquanto já entrávamos lá e eu via o Lucas por observar cada parte daquilo. Embora não tivesse tanta coisa, eu entendia o rápido encantamento.
Lucas: Caramba! Isso é meio esquisito de falar, mas que paz louca - falou nos fazendo rir
Daniela: Podes acreditar que isso é normal...
Lucas: Mas aqui é muito lindo, cara, muito bem organizado - disse observando cada detalhe á sua volta.
Daniela: Digamos que essa é a parte que eu mais gosto de cuidar da casa - ri
Nina: Acho que tu nunca viu o que eu fiz lá em casa né, Lucas?
Lucas: No Rio? Não! - ele respondeu até um pouco surpreso.
Nina: Ai, coitado de ti! Quando chegar lá, vou te mostrar, mas tu vai ter até uma decepção depois de vê esse cantinho da minha mãe.
Daniela: Nossa, Nina, sem exagero - falou rindo e causando isso em nós.
Lucas: Ah, mas eu quero vê também! Acho que eu nem sabia disso...
Nina: É que tem coisa que eu esqueço de falar mesmo!
Daniela: Lucas... Tu já fez yoga, alguma vez? Nina já me disse que tu adora exercício, esse estilo de vida bem saudável e também dá pra perceber, né? - disse o fazendo rir.
Lucas: É, eu curto bastante! Mas sô do crossfit, desse lado aí. Não sei muito bem sobre yoga! Mas admiro bastante.. tem que ter muita força também, né?
Nina: Ôh!
Lucas: Lá no box os caras são malucos, tentam ficar logo de ponta cabeça, mas sei lá, viu? Tenho coragem ainda não
Daniela: É a posição que mais se fala, né? E a que mais gente sabe fazer também, ás vezes nem é praticante de yoga...
Nina: Ah, isso é verdade! Mas é boa, cara, tenta fazer só.
Lucas: Faz aí pra eu vê! Vamo me ensinar...
Daniela: Ó que boa ideia, Lucas!
Nina: Tão falando sério? - disse franzindo o cenho, achando que eles estavam apenas brincando.
Lucas: Cê que deu a ideia de eu tentar fazer, agora vai ter que me ensinar, uai.
Daniela: Vai, Nina, faz aí pra ele vê e o ajuda! Não é tão difícil quanto parece e nem tão fácil quanto ela vai fazer parecer ser, tá? - falou pro Lucas e eles riram - Mas é só você tomar pra ti o controle da sua mente e deixar chegar no limite.
Nina: Ai meu Deus, então espera, vou fazer - falei me aproximando de uma das esteiras lá e me livrando do chinelo.
Eu via no olhar do Lucas a animação de me ver praticando, minimamente que fosse, um pouco de yoga e não demorei muito a pegar equilíbrio, conseguindo manter a posição invertida de cabeça pra baixo.
Lucas: Espera aí que eu vou tirar uma foto disso, fica, Nina, fica - falou todo empolgado e eu, mesmo sem conseguir ver muito bem o que ele fazia e ouvindo um risinho da minha mãe, me mantive ali até ele assegurar que já tinha tirado - Que isso, tem pose até pra sair - falou tentando zombar da maneira com que eu me desfazia daquela pose.
Nina: Se eu sair de qualquer jeito e ferrar minha coluna, babou, guri!
Daniela: Isso é mais um dos cuidados que tem que ter... Aliás, tudo tem que ser bem atento, né?
Lucas: Muito maneiro, cara! Vô voltar aqui pra fazer um dia com cês, viu?
Daniela: E tá muito mais que convidado pra isso! Vai sair daqui um yogi.
Lucas: Óh, gostei disso, hein Dani! - disse já tão se sentindo em casa, tão leve, que até o ouvi chamar minha mãe pelo apelido, que foi outra que até gostou disso. E eu? Só podia dizer que amei - E agora que eu vô acaba com aqueles caras tudo lá no box... Qual nome dessa posição aí que a Nina fez?
Daniela: Sirsasana - respondeu divertida, ainda sob efeito do modo cômico que ele perguntou.
Lucas: Cê é demais! Ou, cê num pensa em dá aula disso não? Sabe tudo, pô
Daniela: Ah, que me dera! Mas eu falo pras meninas, minha vida hoje ainda tá muito corrida por conta do trabalho... Deixa eu me aposentar que eu vou fazer uns cursos mesmo. Com isso aqui eu não vou parar nunca!
Lucas: E tá certa, né? Faz bem pro corpo, pra alma e pra mente.
Nina: Olha esse guri, já está até no pique - falei apoiando minhas mãos no braço dele, levemente, que sorriu - Ei, eu quero ver a foto, sabia?
Lucas: Ah, te mostar... Ó só! - disse virando a tela do seu celular, depois de desbloqueá-la, já exibindo a foto que ali estava em aberto.
Nina: Tás um ótimo fotografo, hein? Me manda ai, vou até postar.
Lucas: Vai exibir a descoberta desse meu talento, né?
Nina: Se eu te marcar, ninguém nem vai prestar atenção na foto, só que eu te marquei mesmo - rimos
Daniela: Lucas, falando nisso tem fã sua até me seguindo! - ela disse empolgada, mas sem negar a surpresa no tom de voz.
Lucas: Ah, elas são assim mesmo! Reviram tudo! E ó, quanto mais próximos a gente ficar, mais elas vão seguir, não tem jeito - disse rindo - Mas falando nisso, quero seguir cês também! Babi.. Jayme..
Daniela: O meu instagram é danibarsanti, só tenho isso mesmo. Agora da Babi e do Jayme, vamos lá pra sala que eu vou vê o que eles arrumaram do nosso almoço e vocês se entendem disso.
Lucas: Isso aí, bora... e ó, vô te seguir agora, hein!
Saímos ambos com os celulares nas mãos e eu nem ouvi direito o que minha mãe falou com a minha irmã lá na sala, visto toda atenção que eu tava dando aquela foto que o Lucas tinha me mandado. Realmente, tinha ficado boa! Então, me sentei apenas no sofá e aproveitei para enviar a imagem pro instagram, aproveitando para pôr na legenda uma frase que eu amava do meu livro preferido, claro.
Jayme: Pronto, chegou a que mais vai gostar do assunto...
Nina: E do que vocês tão falando?
Daniela: Yoga...
Babi: ... Vais dizer que não é um bom assunto? - ela complementou a resposta da minha mãe.
Nina: Ótimo assunto e ótima prática - falei me sentando lá ao lado do Lucas, no sofá - E contigo tá tudo bem, né? - disse diretamente á ele.
Lucas: Tá! Inclusive, fui eu que perguntei sobre isso, depois de vê aquela foto ali do cês - falou fazendo referência á foto que estava na estante da nossa casa e minha mãe adorava exibir, de nós três praticando yoga na vez que fomos fazer trilha no Pico da Pedra, aqui em Balneário mesmo.
Jayme: E aí sua mãe e sua irmã estão aqui empolgadíssima falando de tudo sobre!
Nina: Já deu para perceber que aqui de casa, Jayme é o mais adepto á prática, né?
Babi: Vamos até comprar um porta retrato para colocar uma foto só dele, porque é tanta perfeição realizando as poses que precisa desse destaque
Jayme: Qual é, minha sogra, tu não vais me defender?
Daniela: Tá ficando difícil, né meu filho? - rimos
Babi: Ah mãe, mostra lá nosso cantinho pro Lucas... Acho que ele tá gostando desse papo!
Lucas: Pô, tô memo! Eu acho muito maneiro, já te falei isso, né? - falou virado pra mim, que assenti com a cabeça - É lindão demais!
Daniela: Ih, então vamos lá, Lucas! Nem a casa eu também mostrei pra ti, ancoramos nesse sofá... Pelo menos um pouquinho do nosso espaço tu vais conhecer agora - falou se levantando e incentivando que, pelo menos, eu e ele fizéssemos o mesmo - Mas tu me faz um favor, Babi? Coloca lá o tabuleiro que já está pronto lá no forno, senão esse almoço não sai hoje.
Vi a minha irmã concordar, mas deixamos que ela resolvesse isso, enquanto fomos pelo corredor até onde era o cantinho que costumávamos praticar yoga ali na casa. Minha mãe tinha um cuidado imenso com aquilo e um prazer maior ainda em mostrá-lo, em transmitir essa paixão para os outros. Com toda certeza, ela foi a pessoa mais que mais se apaixonou e se encontrou dentro da prática e por isso, nunca deixou que se apagasse essa paz e liberdade de espírito que o yoga nos traz.
Daniela: Bem vindo, Lucas - disse enquanto já entrávamos lá e eu via o Lucas por observar cada parte daquilo. Embora não tivesse tanta coisa, eu entendia o rápido encantamento.
Lucas: Caramba! Isso é meio esquisito de falar, mas que paz louca - falou nos fazendo rir
Daniela: Podes acreditar que isso é normal...
Lucas: Mas aqui é muito lindo, cara, muito bem organizado - disse observando cada detalhe á sua volta.
Daniela: Digamos que essa é a parte que eu mais gosto de cuidar da casa - ri
Nina: Acho que tu nunca viu o que eu fiz lá em casa né, Lucas?
Lucas: No Rio? Não! - ele respondeu até um pouco surpreso.
Nina: Ai, coitado de ti! Quando chegar lá, vou te mostrar, mas tu vai ter até uma decepção depois de vê esse cantinho da minha mãe.
Daniela: Nossa, Nina, sem exagero - falou rindo e causando isso em nós.
Lucas: Ah, mas eu quero vê também! Acho que eu nem sabia disso...
Nina: É que tem coisa que eu esqueço de falar mesmo!
Daniela: Lucas... Tu já fez yoga, alguma vez? Nina já me disse que tu adora exercício, esse estilo de vida bem saudável e também dá pra perceber, né? - disse o fazendo rir.
Lucas: É, eu curto bastante! Mas sô do crossfit, desse lado aí. Não sei muito bem sobre yoga! Mas admiro bastante.. tem que ter muita força também, né?
Nina: Ôh!
Lucas: Lá no box os caras são malucos, tentam ficar logo de ponta cabeça, mas sei lá, viu? Tenho coragem ainda não
Daniela: É a posição que mais se fala, né? E a que mais gente sabe fazer também, ás vezes nem é praticante de yoga...
Nina: Ah, isso é verdade! Mas é boa, cara, tenta fazer só.
Lucas: Faz aí pra eu vê! Vamo me ensinar...
Daniela: Ó que boa ideia, Lucas!
Nina: Tão falando sério? - disse franzindo o cenho, achando que eles estavam apenas brincando.
Lucas: Cê que deu a ideia de eu tentar fazer, agora vai ter que me ensinar, uai.
Daniela: Vai, Nina, faz aí pra ele vê e o ajuda! Não é tão difícil quanto parece e nem tão fácil quanto ela vai fazer parecer ser, tá? - falou pro Lucas e eles riram - Mas é só você tomar pra ti o controle da sua mente e deixar chegar no limite.
Nina: Ai meu Deus, então espera, vou fazer - falei me aproximando de uma das esteiras lá e me livrando do chinelo.
Eu via no olhar do Lucas a animação de me ver praticando, minimamente que fosse, um pouco de yoga e não demorei muito a pegar equilíbrio, conseguindo manter a posição invertida de cabeça pra baixo.
Lucas: Espera aí que eu vou tirar uma foto disso, fica, Nina, fica - falou todo empolgado e eu, mesmo sem conseguir ver muito bem o que ele fazia e ouvindo um risinho da minha mãe, me mantive ali até ele assegurar que já tinha tirado - Que isso, tem pose até pra sair - falou tentando zombar da maneira com que eu me desfazia daquela pose.
Nina: Se eu sair de qualquer jeito e ferrar minha coluna, babou, guri!
Daniela: Isso é mais um dos cuidados que tem que ter... Aliás, tudo tem que ser bem atento, né?
Lucas: Muito maneiro, cara! Vô voltar aqui pra fazer um dia com cês, viu?
Daniela: E tá muito mais que convidado pra isso! Vai sair daqui um yogi.
Lucas: Óh, gostei disso, hein Dani! - disse já tão se sentindo em casa, tão leve, que até o ouvi chamar minha mãe pelo apelido, que foi outra que até gostou disso. E eu? Só podia dizer que amei - E agora que eu vô acaba com aqueles caras tudo lá no box... Qual nome dessa posição aí que a Nina fez?
Daniela: Sirsasana - respondeu divertida, ainda sob efeito do modo cômico que ele perguntou.
Lucas: Cê é demais! Ou, cê num pensa em dá aula disso não? Sabe tudo, pô
Daniela: Ah, que me dera! Mas eu falo pras meninas, minha vida hoje ainda tá muito corrida por conta do trabalho... Deixa eu me aposentar que eu vou fazer uns cursos mesmo. Com isso aqui eu não vou parar nunca!
Lucas: E tá certa, né? Faz bem pro corpo, pra alma e pra mente.
Nina: Olha esse guri, já está até no pique - falei apoiando minhas mãos no braço dele, levemente, que sorriu - Ei, eu quero ver a foto, sabia?
Lucas: Ah, te mostar... Ó só! - disse virando a tela do seu celular, depois de desbloqueá-la, já exibindo a foto que ali estava em aberto.
Nina: Tás um ótimo fotografo, hein? Me manda ai, vou até postar.
Lucas: Vai exibir a descoberta desse meu talento, né?
Nina: Se eu te marcar, ninguém nem vai prestar atenção na foto, só que eu te marquei mesmo - rimos
Daniela: Lucas, falando nisso tem fã sua até me seguindo! - ela disse empolgada, mas sem negar a surpresa no tom de voz.
Lucas: Ah, elas são assim mesmo! Reviram tudo! E ó, quanto mais próximos a gente ficar, mais elas vão seguir, não tem jeito - disse rindo - Mas falando nisso, quero seguir cês também! Babi.. Jayme..
Daniela: O meu instagram é danibarsanti, só tenho isso mesmo. Agora da Babi e do Jayme, vamos lá pra sala que eu vou vê o que eles arrumaram do nosso almoço e vocês se entendem disso.
Lucas: Isso aí, bora... e ó, vô te seguir agora, hein!
Saímos ambos com os celulares nas mãos e eu nem ouvi direito o que minha mãe falou com a minha irmã lá na sala, visto toda atenção que eu tava dando aquela foto que o Lucas tinha me mandado. Realmente, tinha ficado boa! Então, me sentei apenas no sofá e aproveitei para enviar a imagem pro instagram, aproveitando para pôr na legenda uma frase que eu amava do meu livro preferido, claro.
@ninabarsanti Nada é mais precioso do que estar no momento presente: completamente vivo, completamente consciente.
Mal li os comentários, pois logo o Jayme chamou a minha atenção e a gente começou um papo bom entre nós quatro, enquanto minha mãe tinha ido na cozinha. Quando ela apareceu na sala de estar, já foi pra nos avisar que o almoço estava pronto e todo nós - inclusive o Lucas que, embora ela tenha quase implorado para dizer que ele não precisava - ajudou a pôr a mesa, tornando assim o clima ainda melhor para a hora da nossa refeição.
nathaliadantas Linda, vibrações pra ti! Que seu processo seja muito iluminado e você compartilhe sempre com a gente.
ilylucco Olha essa pose! Fácil de imitar, pô hahaha
pamelacardoso Tá com maior corpão hein? Gata demaissss
jadeoliveira Linda de dentro pra fora.
tuannemendes_ "O poder do agora"... Amo esse livro!
rayferreira Precisa de muita prática pra fazer isso, né? E muita força. Parabéns!
centraltoledo Sempre quis fazer isso :/
jujubadolucco Que corpo perfeito, ahhh arrasou!
Jayme: Lucas, como foi a Dani que fez, se tiver ruim, tu podes falar a verdade, viu? Agora quando for a Nina ou a Babi eu vou te dá um toque antes, porque elas se dão melhor quando a gente mente - falou quando todos nós já tínhamos nos acomodado
Babi: Tá vendo como o problema pra minha iluminação tem nome e sobrenome de Jayme Silveira? - falou nos fazendo gargalhar, obviamente.
Nina: Eu tô achando bonito tu falando mal até de mim, viu?
Babi: A casa só não cai pra minha mãe, incrível.
Jayme: .. Por isso que eu vou repetir o mantra pra vocês, amores da minha vida... Dani é a melhor Barsanti que nós temos.
Nina: Só prestei atenção no amores da minha vida
Babi: Ou seja, na falsidade.
Daniela: Meu Deus do Céu, vocês tão demais hoje - disse ainda recuperando o ar de suas risadas que estavam sendo acompanhada pelo Lucas, que estava morrendo de rir assistindo aquilo com a minha mãe.
Lucas: Cês são tudo figura memo! - disse rindo, pegando os talheres.
Daniela: Eu nem posso jurar pra ti que não é sempre assim, Lucas! Quando tá todo mundo junto, não tem outro jeito.
Babi: Eu tô sempre nessa casa, ou seja, a culpa é dos migrantes, tipo Jayme e Nina.
Nina: Culpa exclusivamente do Jayme.
Jayme: Qual é, cunha? - disse levantando as mãos, simulando realmente desentendimento.
Nina: Hoje eu tô com crédito pra falar de ti, né?
Jayme: Te inclui no seleto grupo de amores da minha vida, já me redimi - acabou me fazendo rir, porque era impossível ficar séria com a minha família. Literalmente, impossível!
Nina: Ai gente, vai, vamos almoçar...
Lucas: Isso mesmo, tô querendo provar a comida da Dani.
Daniela: Prova! Fiz de frango, porque a Nina disse que era pra evitar carne vermelha...
Nina: ... O que foi ótimo, né, mãe? Podemos jogar abertamente que carne vermelha não é forte de nenhum de nós aqui na cozinha.
Jayme: Ou, nem vem que eu puxei meu pai naquela carne de Sol, viu? Desmoraliza mais não - rimos
Lucas: Acho que vou abrir uma exceção pro cê, hein, Jayme? Carne de Sol pode ser que entre no meu cardápio.
Jayme: Tá falando sério? Que isso, mandou! Próxima vez que a gente se vê, vamos preparar uma.
Babi: Como eu não tô aqui só pra falar mal do meu noivo, realmente, carne de Sol ele sabe fazer.
Nina: Ihhhh, Lucas, prova isso aí mesmo pra gente almoçar puxando o assunto do casamento, falando nisso!
Lucas: Opa, também tô querendo saber, Nina me contou do cês, viu? Calma aí que eu vô provar - falou rindo, completamente descontraído e a gente acabou começando a comer todo mundo junto, naquela hora, mas a espera do parecer do Lucas - Que isso, Dani! Tá demais! Bom demais!
Daniela: Ai que bom, meu querido! Sabes que o almoço foi especial pra ti!
Lucas: Que isso! Brigado memo.
Nina: Eu sei que vais ficar tímido - falei rindo, olhando a cara do Lucas que eu e todo meu jeito conhecíamos já bem - Vai, vou te salvar... Vamos falar de casamento - disse olhando pra Babi e pro Jayme.
Babi: Vamos lá essa semana que vem, depois do Carnaval. Se ainda tiver aquela data do último final de semana de março, que eu te falei, lembra? - assenti com a cabeça - Então, se tiver, a gente casa nesse.
Nina: Sério? Ai que coisa linda de se ouvir! Vamos voar muito com as coisas, né?
Daniela: O que eu disse, mas vai dar tudo certo! Sempre dá.
Babi: Eu quero vê...
Jayme: ... Quer mesmo, porque vai! Nem tenta dá pra trás agora!
Babi: Não vou, a gente decidiu e se tiver, vai ser esse dia.
Nina: Nossa, fiquei ainda mais empolgada!
Babi: Vamos precisar que tu venhas pra cá ajudar, tá? Pelo menos, com o meu vestido e algumas coisas da decoração - falou olhando diretamente para mim.
Nina: Mas é claro, né, mana? Finais de semana, todos os que derem, eu estarei aqui. Até porque eu também tenho que ver meu vestido e vai ter que ser aqui!
Daniela: É verdade! Se tiver algo de cor também, tem que decidir logo para falar com as madrinhas e tudo mais.
Babi: A gente resolvendo isso da data, ligamos o turbo e vamos correr muito atrás. Até porque temos só dois meses, praticamente, né?
Jayme: A gente consegue, vai ficar tudo do jeito que a gente quer - ele pausou, dando intervalo entre uma garfada e outra - E ah, Lucas, o convite ainda tá informal, mas como já tás aqui, tá estendido á ti, viu?
Babi: É verdade! Com certeza! Já vai pensando em dá um jeitinho na sua agenda para nós, hein?
Lucas: Pô, brigado! Vô dá um jeito de aparecer sim... Nina também não vai me deixar esquecer, né? - balancei a cabeça negativamente, com um leve sorriso entre os lábios.
Era engraçado, porque o Lucas já parecia parte da minha família e eu, realmente, não conseguia sentir diferente. A ideia de ter um novo alguém que antes era um tabu, hoje diante á minha família pareceu que venci a barreira mais certa da minha vida.
Lucas: Fico até sexta de manhã, mas amanhã eu tenho uma gravação... Um trabalho pra fazer. De qualquer jeito, tento passar aqui para me despedir do cês, pelo menos.
Jayme: Bom, como eu não devo tá aqui, a despedida dessa vez vai ser mais séria - riu, indo cumprimentá-lo - Foi um prazer viu, parceiro!
Lucas: Todo meu, irmão! Aparece lá no Rio!
Jayme: Pode deixar! Tu também volta mais vezes, vou tá lá na plateia, hein?
Lucas: Maior privilégio pra mim, pô! - eles se despediram com mais um toque de mão e vi minha irmã levantar para se despedir dele, no mesmo momento que eu.
[...]
Lucas: Pessoal... Infelizmente, preciso ir. Combinei com um amigão meu de fazer tattoo três e meia e olha só, já até são - disse rindo de si mesmo, encarando o relógio no seu pulso e com ar de quem realmente tinha perdido a hora.
Daniela: Ah, poxa! Eu nem acredito nisso... Vais ter que voltar aqui, então, para nos ver mais. Foi muito pouco! Ficas até quando por aqui?
Lucas: Fico até sexta de manhã, mas amanhã eu tenho uma gravação... Um trabalho pra fazer. De qualquer jeito, tento passar aqui para me despedir do cês, pelo menos.
Jayme: Bom, como eu não devo tá aqui, a despedida dessa vez vai ser mais séria - riu, indo cumprimentá-lo - Foi um prazer viu, parceiro!
Lucas: Todo meu, irmão! Aparece lá no Rio!
Jayme: Pode deixar! Tu também volta mais vezes, vou tá lá na plateia, hein?
Lucas: Maior privilégio pra mim, pô! - eles se despediram com mais um toque de mão e vi minha irmã levantar para se despedir dele, no mesmo momento que eu.
Babi: Ah sista, tu deve ir lá embaixo com ele, então deixa eu fazer primeiro - falou rindo, já o abraçando.
Nina: Eu vou levá-lo lá, ele também tá sem carro, pode ficar tranquila - ri
Babi: Então tá bom! E quanto a ti, Lucas, aparece mesmo! A gente vai se vê antes do casamento, se Deus quiser, mas não é pra esquecer de nós não, tá?
Lucas: Depois de uma recepção dessa? Jamais! - riu, beijando a bochecha dela e se desprendendo para ir falar com a minha mãe, enquanto eu procurava a chave do carro da minha mãe, o encontrando lá por cima do rack - Dani, sem palavras pro cê! Muito obrigado pelo almoço, pela moral, pelas palavras, pelo dia... nossa, por tudo! Cê é demais memo! Essas meninas e aquele mlk lá tem muita sorte de viver contigo.
Daniela: Eu também sou chorona, não dá para ficar me dando muitas palavras bonitas - disse rindo - Eu que agradeço! Já falei pra ti o quão grata eu sou por tudo que tu fez pela minha filha e hoje estou ainda mais pela alegria que trouxe á minha casa. Como eles disseram, apareça, viu?
Lucas: Acho que agora cês vão ter é trabalho se quiserem se desgrudar de mim - falou rindo e causando isso em nós, quando eles se afastaram.
Nina: Mãe... Posso ir com seu carro? - falei rodando o chaveiro em meu dedo, a mostrando posse sobre a chave.
Daniela: Claro! Não vou sair mais hoje, pode ficar a vontade.
Nina: Tá certo! Brigada, tá? E vamos, Lucas?
Lucas: Bora, bora, que daqui a pouco o cara tá me ligando
Ele se despediu, mais uma vez porém bem breve, de todos ali de casa e depois que troquei meu chinelo por uma rasteirinha - visto que já tinha colocado antes um short jeans, dando uma melhorada na roupa que eu estava -, nós fomos saindo lá de casa para pegarmos o elevador até a garagem.
Lucas: Sua família é simplesmente sensacional, sério - falou entrando no elevador junto comigo com um sorriso inocultável no rosto - Tá muito bem explicando de onde cê veio!
Nina: Ah, obrigada! Eles são sim... Um tanto doidos ás vezes, outras vezes a tranquilidade em pessoa, mas são incríveis. E pode ter certeza que eles também acharam isso e muito mais de ti, viu?
Lucas: Eu acho que senti isso, fiquei feliz! Na verdade, eu já tava me sentindo em casa - falou rindo
Nina: Eu tava meio tensa com isso, sabia?
Lucas: Deu pra perceber - rimos
Nina: Mas era exatamente por isso. Eu sabia que ninguém aqui te trataria mal, porque minha irmã e o Jayme te adoraram desde ontem e minha mãe tem uma gratidão por ti do tamanho do mundo, só que eu queria mais que isso, sabe? Queria que tu, realmente, se sentisse em casa.
Lucas: Deu certo, porque eu me senti demais! Obrigado também por isso!
Nina: Não tem que me agradecer não... Foi bom pra todo mundo - tomei a iniciativa de me aproximar dele e ainda o roubei um selinho antes da porta do elevador abrir e quando me afastei, o vi parado com a cara de surpreso mais bobo que pode existir - Ei, tu vai ficar aí? - disse me virando levemente e o vendo ainda lá, enquanto eu já estava na garagem.
Lucas: Não mesmo! É só que... eu gosto quando cê me surpreende.
Nina: Com as coisas dando certo assim e comigo feliz desse jeito, é bom tu se preparar, então - disse com um ar diferente do meu costumeiro, extremamente mais confiante e ele veio logo do meu lado, continuando a me observar.
Lucas: Gosto dessa pessoa camaleoa que cê sabe ser, é mais encantador ainda.
Nina: Por isso que a gente tá se dando bem, porque tu é muito assim... Ó, é esse carro aqui - falei chamando sua atenção quando chegamos ao lado do carro da minha mãe para que ele não prosseguisse aquela caminhada, entendesse que deveríamos parar ali - Ah, tens o endereço aí de onde é o estúdio?
Lucas: Aham, ele me mandou... Vô colocar no gps aqui que eu também não vô saber direito onde é - assenti já do lado do motorista, o vendo me responder lá do outro lado e logo nós entramos no carro, não demorando também nada para que eu desse partida.
Fomos o caminho alternando nossa atenção entre as instruções do gps e o Lucas me contando parte - até porque, com todas aquelas seria impossível em único dia dele me dizer todas - da história de suas tatuagens e do hábito que ele tinha de fazer cada uma, com um tatuador diferente. Não deixava de ser um vício aquilo, mas se via o gosto que ele tinha e o quanto cada uma significava para ele, mesmo que fosse o motivo mais tolo do mundo.
Nina: Bom... Acho que chegamos, né? - falei encurvando um pouco do meu corpo sobre o volante, tentando ver se tinha estacionado direito.
Lucas: Aham, é aqui memo, tá certinho! - disse bloqueando o celular e depois de dá uma rápida olhada lá para fora, voltou sua atenção á mim.
Nina: Hmm.. que foi?
Lucas: Cê tem certeza que memo depois de tudo que eu te falei, com todo meu coração aberto, sabe, cê num quer ficar aqui pra fazer uma? - falou até mesmo com a voz carregada no drama, obviamente me fazendo rir - Sério, pelo menos, cê podia ficar pra me vê fazendo! Costuma ser engraçado pra quem assiste.
Nina: Seus argumentos de convencimento são ótimos - falei rindo e ele me acompanhou - Mas eu posso ficar.. pra olhar! Pode ser assim?
Lucas: Se isso fizer a gente ficar um pouquinho mais, pra mim tá ótimo.
Nina: Que coisa linda - sorri sem perceber com a maneira leve com que ele disse aquilo e ele, que nunca marcava bobeira, aproveitou aquela deixa para nos aproximar um pouco mais, levando as mãos até minha nuca.
Sua boca alcançou a minha, mordendo levemente meu lábio inferior e quando nos colou por vez, sua língua logo pediu passagem. Eu não me importava em ser racional perto do Lucas... Na verdade, eu acho que nem precisava. Ele me proporcionava tantas coisas ao mesmo tempo que mal dava tempo para pensar em algo. Deixei que minhas mãos também explorassem sua nuca e paramos no tempo que nosso ar suplicou, fazendo com que nos afastássemos bem devagar, deixando claro o quanto não gostávamos e nem conseguíamos mais nos manter assim.
Lucas: Acho que eu tenho que ir lá, né? - disse ainda com os lábios contra o meu, me fazendo segurar a risada - Opa! Quer dizer, nós! - falou assim que se afastou abruptamente, como quem tivesse tido uma lembrança.
Nina: Vai, vamos... Até porque já tás bem atrasadinho, né?
Lucas: Vamos fingir que nem reparamos nisso, bora logo! - falou rindo e eu destravei as portas do carro, me livrando do cinto e esperando que ele pegasse um boné para que pudéssemos ir.
Como o estúdio era dentro de uma galeria, era melhor que o Lucas fosse um pouco mais discreto até pelo movimento intenso de pessoas por ali. Enfim, não demorou nada para que chegássemos até o estúdio e um cara - que tinha um rosto tão simpático que nem parecia tatuador, que me perdoem pelos pensamentos estereotipados - vir abrir para nós e saudar o Lucas amigavelmente.
Como o estúdio era dentro de uma galeria, era melhor que o Lucas fosse um pouco mais discreto até pelo movimento intenso de pessoas por ali. Enfim, não demorou nada para que chegássemos até o estúdio e um cara - que tinha um rosto tão simpático que nem parecia tatuador, que me perdoem pelos pensamentos estereotipados - vir abrir para nós e saudar o Lucas amigavelmente.
Felipe: Meu parceiro, que honra tê-lo aqui! - disseram trocando um aperto de mão e um meio abraço.
Lucas: Honra toda minha! Pronto pra rabiscar, é?
Felipe: Sempre, sempre! Entrem aí! - disse nos dando passagem - E boa tarde, guria! Prazer - veio até a mim logo que fechou a porta do estúdio, me esticando a mão para cumprimentar.
Nina: Boa tarde! Prazer, Nina.
Felipe: Sou o Felipe. Mas e aí... o que vão fazer?
Lucas: Eu ainda não sei! Ela veio memo me fazer companhia. Contei todas as histórias possíveis, mas não consegui convencê-la.
Felipe: Que isso? Como assim?
Lucas: Nina é muito delicadinha e ainda é modelo, aí já viu que não vai ser fácil de convencer, né?
Felipe: És daqui do Sul? - falou diretamente comigo, fazendo com que eles parassem de conversar em terceira pessoa.
Nina: Aham, aqui de Balneário mesmo.
Felipe: É, mlk, catarinenses são um problema á parte quanto a teimosia - falou gerando riso em nós - Mas vô dá o catálogo pro guri aí se inspirar e podes ver junto, se quiser, aproveita que aqui o que a gente não nega é rabiscar - falou pegando uma pasta e logo entregando ao Lucas, que sentou num sofázinho ali e me arrastou com ele para acompanhar todas aquelas tatuagens que se exibiam na sua frente, pelas fotos que tinham.
Nina: Calma, espera - falei parando a mão sobre um desenho que tinha lá que mexeu comigo só de olhar - Isso é uma...
Felipe: ... Onda, sim - falou completando os meus pensamentos - É uma tattoo minimalista. Acho que pelo teu trampo e se tu for delicada, fica boa... É discreta pra caramba, viu? - falou me respondendo, mas logo indo em direção á uma mesinha que tinha lá, como se fosse separar algo.
Lucas: Linda, não? - falou se mantendo parado naquela imagem, trazendo seus olhos para o meu rosto.
Nina: Sim... Incrível!
Lucas: Se cê quiser experimentar a arte, seria uma boa pro cê! Lembra do que eu te disse no caminho? Tatuagem tem que ter um sentido, por mais idiota que ele seja... E bom, mais significado que isso aqui vai ter, acho que não existe, né?
Nina: Tás pensando em... eu fazer uma tatuagem pro Rafael?
Lucas: De certa maneira, vai ser. Cê nunca pensou nisso?
Nina: Eu já até cheguei a dizer que se eu fizesse uma tatuagem, seria para ele, mas acho que não me imaginava nessa situação. E nem pensava que essa sugestão viesse de ti - acabei, praticamente, sibilando essa última frase.
Lucas: Ei, que isso? Quem cê acha que eu sou? Eu sei o quanto o Rafael é importante pro cê e eu não tô aqui querendo mudar isso.
Nina: Eu não disse isso...
Lucas: ... Então por que a surpresa da ideia que eu te dei?
Nina: Nada, desculpa. Entende que pra mim tudo é novo!
Lucas: Não precisa se desculpar, eu sei. Mas cê não precisa ter medo de falar dele comigo, por exemplo, porque a gente se conheceu assim e eu nunca me incomodei com isso. Muito pelo contrário! Pode continuar fazendo todas as suas coisas quanto á ele, o que a gente tem é uma outra página da sua vida.
Nina: Eu sei - falei comprimindo meus lábios, entendendo que aquela conversa ali nem deveria estar existindo. Mais uma vez, estava atropelando minha história e aquela insegurança que tinha sumido, parecia que estava apenas adormecida - Acho que... Eu vou fazer, né?
Lucas: Se cê tiver com vontade. É linda, a sua cara...
Nina: Então... Posso fazer primeiro que você?
Lucas: Claro! Eu ainda nem pensei em nada - riu
Nina: Ó, mudamos tudo - falei chamando a atenção do Felipe, que já tinha organizado as coisas para tatuar - Eu vou fazer e ainda vou ser a primeira.
Felipe: Opa, muito bom! Sabia que não ias sair daqui sem nada - disse rindo e causando isso em mim - Vai fazer o quê? Aquela onda mesmo?
Nina: Aham! Só que vou fazer no pulso, eu prefiro, tá? No tornozelo acho que não vai ficar tão bom, embora aqui na foto esteja linda.
Felipe: Se eu pudesse te dá um conselho, diria pra fazer no pulso mesmo... Vai doer um pouco menos e como é a primeira vez que tu faz.
Nina: Ah, então tá ótimo! Decidido.
Felipe: Demais! Essa tattoo é apaixonante, muita gente gosta...
Nina: E pra mim ainda tem um puta significado! - olhei para o Lucas sorrindo, tentando transparecer segurança de que sabia muito bem administrar as coisas na minha vida, e ele me sorriu de volta como um porto de tanta paz.
Felipe: Então bora, antes que a coragem vá - rimos e eu acabei me levantando lá, sentindo os olhares do Lucas sobre mim, parando só lá numa espécie de maca que tinha, para que eu me acomodasse e ele começasse o seu trabalho.
Posso resumir esse momento em duas coisas: Lucas rindo horrores da minha cara - depois de decidir o que ia fazer e em qual espaço ia colocar mais uma tatuagem - e uma dor muito louca. É sério! Felipe era muito cuidadoso e sempre que eu pedia, parava um pouco, da maneira que dava, mas meu Deus... que coisa!
Felipe: Pronto, Nina, eu juro que acabou... E espero que tu não esteja querendo virar essa mão aí na minha cara - falou rindo e causando isso no Lucas também.
Nina: Acho que eu não tenho nem força pra isso - disse, soltando um risinho e me ajeitando lá, olhando enfim para o meu pulso.
Felipe: Mas olha, ficou da hora! Combinou demais contigo, de verdade.
Lucas: Deixa eu vê.. Nina - disse pegando o meu pulso - Mas esse trem ficou lindo memo, hein?
Nina: Digamos que a dor valeu a pena - falei saindo lá de onde estava para poder deixar o espaço para o Lucas - Obrigada, Felipe! Tá, realmente, linda. Melhor ainda do que eu esperava! - ele sorriu pra mim, agradável.
Felipe: Agora bora, mlk, é a sua vez! Deita aí e vamo começar esses rabiscos - falou rindo, mas com certeza bem mais tranquilo, porque pro Lucas aquilo nem tinha mais tanta tensão assim.
Me sentei no sofá que eu estava antes e não conseguia parar de encarar aquele resultado. Realmente, estava extremamente delicado, bem feito e acima de tudo, tinha uma mensagem. Lucas estava brilhantemente certo quando me disse sobre o significado! Todas as vezes que eu olhasse para o meu pulso, eu sentiria o Rafael um pouco mais perto de mim através da pele também. E independente das cosias que aconteceriam aqui, esse prazer de querê-lo comigo não ia mudar. Conseguia quase me emocionar por tantas lembranças e por atestar que, realmente, se tivesse algum símbolo para representar a minha história com o Rafael, seria o mar... as ondas... Infinito. Me desvencilhei da minha mente para evitar o choro, mas não consegui parar de babar na minha tatuagem. Peguei meu celular para fotografar aquele resultado e depois de enviar uma foto para minha mãe, avisando que tinha tido coragem de fazer, mandei para a Rosângela também com mais uma mensagem embaixo.
"Acabei de fazer... Linda, não?
O símbolo do incondicional,
para mim, para ele e para nossa história.
O mar sempre vai nos reconectar e agora
carrego o Rafa na minha pele também!"
Foram apenas segundos para que o status da Rô se alterasse para online e um pouco mais para que os ícones ficassem azuis. Sabia que logo em seguida viria uma mensagem linda e não foi diferente: constatei isso poucos minutos depois com a sua resposta.
"Meu amor... Eu tô tão emocionada que não sei o que dizer...
Beto abriu um sorriso do tamanho do mundo...
Você é muito especial!!!
Nosso anjo merece!!!
Obrigada!!
Te amamos! Vc é o nosso presente, sempre será.
Tô com muita saudade!
E quero vê essa belezura pessoalmente... tá linda demais.
Doce como vc! Amável como meu filho! Eterno como vcs dois!"
Enviei milhares de emoji de coração para ela e decidi postar também no instagram aquela foto. A tatuagem parecia ficar cada momento mais linda, conforme eu ia me acostumando com ela.
@ninabarsanti Para sempre. @rafaeldaher
Recadinho: Oi, meninas! Como vocês estão? Mais um capítulo que até eu adorei reler e o sentimento especial acontece por conta dessa atitude do Lucas. Pode ser até ingenuidade da minha parte, mas eu juro por Deus, que eu o imagino sendo, muitas vezes, desse jeito incrível que ele é com a Nina. Espero que vocês se deliciem com a leitura desse capítulo mesmo! Até porque, para as que tem boa memória, teremos uma agitaçãozinha no próximo rs beijo, fiquem com Deus!
rosangeladaher Somos abençoados por Deus e gratos ao Rafa por ter nos dado vc. Te amamos!
ohana_pupo Lendas nunca morrem... E amores também não! Linda demais.
viviancardoso Delicada, simples, mas a prova de um amor que transcende. Amei!
juliapereira Vocês são uma representação do tamanho do "para sempre".
carolmattos Que linda! Eu juro que me arrepiei só de ver...
adrianodesouza Demais, Nina! Nosso anjo merece.
ingridporto "O mar sempre é maior quando tem um (A) na frente"
surfilipe Você é digna de admiração por toda essa força e amor tão puro!! #DaherParaSempre
nunesraissa No coração, na história, na vida.. E agora na pele. Linda!
whylucco Eu tô, assim, apaixonada.
Li os comentários e já estava ameaçando me emocionar novamente com tanta demonstração de carinho que recebia, mas logo o Lucas chamou minha atenção para que o gravasse pro snap e eu achei melhor me desconectar um pouco daquilo. Estava preenchida de paz e isso sempre era a sensação mais gostosa do mundo para mim! Enfim, fiquei gravando (e rindo!) o Lucas lá um pouco, depois ficando por ali por perto, prestando atenção no resultado que se montava. Felipe trabalhava maravilhosamente bem! Pela do Lucas ser maior e um pouco mais detalhista, demorou um pouco mais que a minha, mas nada que fosse o suficiente para nos entediar. O resultado ficou tão incrível quanto o meu desenho e um pouco antes de irmos embora, eu dei graças a Deus que não tinha o costume de sair de casa sem meu cartão. Pagamos nossas contas, o Felipe ainda bateu uma foto de ambos os resultados e depois de agradecermos muito todo o profissionalismo, voltamos ao carro com certa pressa, por encontrarmos uma galeria mais cheia do que quando chegamos.
Lucas: E aí? Como a mocinha se sente entrando pro grupo dos gibis? - falou me fazendo rir quando já estávamos dentro do carro, enquanto já estávamos ajeitando nossos cintos.
Nina: Quanto exagero! Mas até que mais feliz do que eu pensei que estaria.
Lucas: Num disse? Isso é terapia também, que nem yoga - rimos
Nina: Mas provavelmente, se eu continuar fazendo na mesma frequência que eu faço yoga, ou eu tento a vida pra Europa ou vou virar uma desempregada ferrada no Rio de Janeiro.
Lucas: Cê se mudar de novo? Vai nada, nem vô deixar.
Nina: Ah, agora é assim? - falei o encarando pela primeira vez desde que saí com o carro, com um sorriso no canto da boca.
Lucas: Claro que é, tem que me pedir permissão agora, tá ferrada.
Nina: Tinha que ter me avisado isso antes, sabia? E tinha que perguntar á minha mãe também se eu, realmente, sempre fui uma guria obediente.
Lucas: Como assim? Cê não era obediente? Para, cê não tem cara disso
Nina: Ás vezes, eu tenho a leve impressão que cê me acha meio lesada - ele gargalhou e sério, não tinha como não acompanhar aquilo - Mas digamos que obedecer é um forte que me falta, ás vezes.
Lucas: Agora sem brincadeira... Tem muito de liberdade no cê, é meio do mundo. Memo sendo apegada pra caramba na sua família, eu vejo isso. É que é meio eu, sabe?
Nina: Sei! Nesse aspecto a gente bem se parece, eu acho.
Lucas: Tirando o fato do cê ser uma pessoa bem mais da paz, acho que a gente se parece bastante. Não é muito normal tudo que aconteceu entre a gente!
Nina: É... Mas sabes qual é o motivo disso tudo, né?
Lucas: Já disse que aprendi tudo, sou um ótimo aluno... Energia - rimos
Nina: Trocando levemente de assunto, coloca uma música aí, por favor! Acho que já nem sei mais andar no carro com esse silêncio.
Lucas: Vô trazer meu irmão pra andar colado com a gente, porque o dj da família é ele, viu? Sô eu não!
Nina: Engraçadinho - falei sem conter o riso e o assistindo, de fato, ligar o rádio lá.
Enquanto começava a procura por alguma estação que tocasse uma música boa - até porque o cabo de plugar o celular não ficava no carro da minha mãe -, nós acabamos indo pelo caminho até o seu hotel, basicamente, conversando sobre o Leandro, aproveitando a menção que Lucas havia feito sobre ele um pouco antes. Por poucas palavras, ficava claro que parecia ser uma pessoa tão gente boa quanto ele. (Infelizmente) não demoramos nada para chegar ao destino do Lucas e estacionei ali, parando o carro e o encarando, pensando no que dizer. Na verdade, eu já queria beijar o Lucas e como tiramos o dia para falar de vício, isso já poderia entrar na lista como um dos meus primeiros. O silêncio me fazia sentir a presença dele e trazia uma atmosfera de atração ainda maior, principalmente quando ele notou que eu fazia olhá-lo e deixou nossos olhares se encontrarem, depois de se livrar do cinto e pegar seu celular que estava no portas luvas. Pela primeira vez na minha vida, quis que ele não cedesse á mimar as minhas vontades: Se Lucas me beijasse naquele exato momento, o meu controle não existiria mais e seria um tanto quanto complicado perdê-lo justamente dentro do carro da minha mãe. Mas, obviamente, como quem quisesse desafiar todos os meus pensamentos, Lucas fez o contrário. Sorriu ao entender que eu estava completamente admirando sua imagem e chegou até a mim com as suas mãos passando por minha nuca. Era engraçado o quanto, cada vez mais, eu sentia que acontecia muito além de atração entre nós. Era como se tivesse alguma coisa a mais em jogo. Respondia com vontade á investida de Lucas e me aproveitava de cada momento daquele beijo, assim como deixava minha mão conhecer bastante desde o pescoço até os ombros de Lucas, onde o apertava levemente e tentava trazê-lo um pouco mais perto - apesar do carro ser um lugar tão desconfortável para isso. Seus dedos se enrolaram no meu cabelo e quando a falta de ar surgiu, ele foi tentando se afastar devagar, mas eu não deixei. Isso mesmo, eu não deixei! Com toda certeza, surpreendi-o mais uma vez, no entanto ele também não me negou. Voltou ao nosso beijo e aproveitou ainda mais a nossa presença um contra o outro. Tudo soava natural, certo demais para não me deixar pensar. Eu não precisava ir contra á algo que meu corpo e meus pensamentos já tinham categorizado como uma das coisas mais corretas que já aconteceram na minha vida, principalmente nesse último ano.
Lucas: Tá ficando cada minuto mais difícil não te arrancar daqui e só te soltar lá dentro do meu quarto - disse tão próximo de mim que nossas respirações ainda se misturavam, o que tornava tudo ainda mais... provocante.
Nina: Eu sei o quanto tá difícil se controlar... - disse colando nossos lábios com agilidade - E olha que eu não sou das pessoas que perde o controle com toda facilidade - falei o roubando mais um selinho e enfim, me afastando um pouco mais, o vendo fazer o mesmo - Mas o senhor tem que subir, porque tem que tá descansado! Amanhã vais... trabalhar, né?
Lucas: Aham, gravação do clipe de um amigo meu - assentiu, se ajeitando no banco para me olhar - Mas a gente vai se vê memo assim, tá?
Nina: Tá bom! Só tu me mandar mensagem quando puder e a gente vê alguma coisa pra fazer.
Lucas: Eu já até sei o que podemos - falou com um sorriso malicioso entre os lábios, o que deixou impossível segurar a seriedade - Mas sério, te mando mensagem de bom dia pra saber se cê tá viva sem mim e depois a gente vai se falando.
Nina: Mas hoje tás impossível, hein? - rimos - Beleza, então! Vai lá descansar e até amanhã.
Lucas: Até! - veio até mim me dando um selinho demorado - mas que não passou mesmo disso - e quando já estava abrindo sua porta, me lembrei de algo que deveria falar, então segurei o seu braço na tentativa de pará-lo.
Nina: Eu esqueci de te falar um negócio.
Lucas: Hm... pode falar.
Nina: Acho que no final dos nossos encontros isso tá ficando repetitivo, mas hoje tá saindo lá do meu coração memo... Obrigada! És a pessoa que mais parece uma caixinha de surpresa que eu conheço.
Lucas: Que linda! Mas eu sempre te digo que não tem porque me agradecer.
Nina: Tem sim! Tu é o ser humano mais sensível e mais compreensível que eu já conheci na minha vida. Eu fico sem palavras por todo respeito que tens por mim e isso só aumenta o espaço que tu já tem aqui.
Lucas: Isso que pra mim faz a diferença, ganhar o meu espaço. O que já estava aí antes de mim, eu não quero tirar - disse segurando as minhas mãos, fazendo clara menção de que entendeu sobre o que eu queria dizer - Pode ter certeza que a gente tá juntos pra qualquer coisa - falou levando minha mão até sua boca, a beijando e me deixou ali no carro sorrindo, praticamente suspirando no quanto ele conseguia ser incrível.
Ele acenou ainda antes de sair do carro e aquilo fez me achar tudo ainda melhor. Tem como existir alguma pessoa na minha situação que reclame do dia? Fui o caminho inteiro pensando nas coisas que tinham acontecido e quando cheguei em casa, subi pelo elevador olhando para aquela tatuagem. A minha vida parecia uma montanha russa quanto ao lado amoroso, mas quando tudo ia entrando nos eixos assim, era como se eu realmente soubesse que não nasci para ser só. E tinha alguém comigo que me ajudava brilhantemente colocando as pessoas certas no meu caminho. Beijei aquele desenho em meu pulso, que ainda formigava, e aproveitei o chaveiro da minha mãe para achar a que abria a porta lá de casa, encontrando rápido e já me vendo na sala de estar - que estava vazia, mas eu conseguia ouvir as vozes da minha mãe e da minha irmã vindo de algum cômodo. Supus ser da cozinha, indo diretamente para lá e vi que não estava enganada assim que cheguei.
Babi: Meu Deus! Me dá esse pulso agora porque eu só acredito vendo! - falou quase me dando um susto assim que me viu entrar ali na cozinha e vindo realmente em direção olhar pro meu braço, deixando minha mãe que estava ali guardando louça só rindo.
Nina: Fiz, viu?
Babi: Cara, mas ficou muito boa mesmo... - disse segurando o meu pulso e encarando o desenho - Olha só, mãe!
Daniela: ... Na foto já estava linda! - falou olhando assim que me aproximei dela também - Tá linda, muito a sua cara e do Rafa também.
Babi: É verdade! Tu arrasou na ideia e na escolha.
Nina: Ai, muito obrigada, muito obrigada - falei com um ar de soberba que trouxe risadas á nós - Mas o posto de incentivador dessa tatuagem chama-se Lucas.
Daniela: Tás falando sério, filha?
Nina: Juro! Podem se surpreender também, porque eu tô meio abobada até agora. Ele sempre foi incrível quando tratei da história do Rafa, mas ele tem uma sensibilidade louca... Ele respeita muito as coisas que aconteceram e não julga o que existe ainda aqui.
Babi: Nem poderia, né? Sua história com o Rafa foi interrompida e tu só vai dar certo com alguém que compreenda isso.
Daniela: Concordo com a sua irmã, mas diferente do que tu achas, eu não me surpreendo. Lucas é um guri que tem brilho nos olhos e eles se acentuam de uma maneira linda perto de ti. Coração de mãe não se engana, viu?
Nina: Ai mãe! - falei um pouco sem graça, mas contente com aquelas palavras. Realmente, Lucas era um grande parceiro em qualquer sentido que isso se aplicasse - Gente, vou tomar um banho que tô precisando... Daqui a pouco a gente conversa mais! E ah, Jayme tá aí ainda?
Babi: Não... Foi embora quase agora - riu, me vendo fugir do assunto e do cômodo e eu fui para o meu quarto ainda mais com aquelas palavras ecoando na minha cabeça.
Minha mãe e principalmente minha irmã sempre foram muito paixão, muito emocional, muito á favor do amor. E bom, eu também já fui assim um dia e via isso tomando proporção dentro de mim mais uma vez, porque estava adorando ser mimada com aquelas palavras que elas diziam. Cresciam meus pensamentos á respeito de uma história que começava com o Lucas, de certa forma, e acelerava meu coração em pensar nesse presente que estávamos vivendo. Tudo poderia soar incerto demais, mas a maneira com que éramos conectados poderia ser a coisa mais louca e inexplicável que eu já vivi. Sorri sozinha, lembrando do dia, mais uma vez, e peguei meu celular para olhá-lo. Estava repleto de notificações, mas o que me fez pensar ser só pela postagem da tatuagem, me assustou quando vi que de fato havia mais alguma coisa: Uma nova postagem que eu havia sido marcada.
@babadissimos @lucaslucco e @ninabarsanti hoje foram á um estúdio de tatuagem em Balneário Camboriú juntos. Não é de hoje que muitos fãs vem especulando essa aproximação entre eles e recentemente, Lucco se declarou apaixonado... Tá rolando ou não tá?
camicastilho Mas gente, ela foi no estúdio fazer uma tatuagem pro ex...
arianadolucco Se tá rolando eu não sei, mas que eles tão juntos o tempo todo, ah tão!
shinelucco Olha a distância que eles tão um do outro kkkk pede pra tirarem uma foto melhor!
leticiareis Acho até maldade insinuar alguma coisa, juro, só entrar no instagram dela pra vê.
xododolucco Eu já tô dizendo que tá rolando há tempossssss
biancapessoa Se vcs pararem pra reparar, ela já não posta sobre o Daher com tanta frequência... será?
thamytorres Eu torço MUITO por essa menina. Luz única! Tomara que esteja feliz.
luccosincero E o pessoal achando que ele tava apaixonado pela Lorena risos
yaralopes Ela é ex do Daher, né? Ah, gente, mas a vida tem que continuar! Deixa a menina.
nanabraganca Nossa, queria ser ela kkkkkkk
emiliasantos Ele é um fofo! E ela merece um novo amor assim.
Poderia até mesmo comentar aquela postagem de um instagram de fofoca, atestando uma amizade - que de fato existia e muito bem, aliás! - e todo aquele blá blá blá corriqueiro de quem acaba sendo intimado nas redes sociais, mas nem tudo aquilo nos comentários ou o meu susto em ter sido flagrada sem nem perceber ou sequer mais uma enchente de seguidores que eu estava ganhando conseguiam ganhar o meu foco. Minha cabeça rodava somente atrás de Lucco se declarou apaixonado. Quando? Onde? E por quem? A pergunta crucial que, com certeza, dominaria minha mente por bons dias se eu não tomasse a iniciativa de perguntá-lo.Recadinho: Oi, meninas! Como vocês estão? Mais um capítulo que até eu adorei reler e o sentimento especial acontece por conta dessa atitude do Lucas. Pode ser até ingenuidade da minha parte, mas eu juro por Deus, que eu o imagino sendo, muitas vezes, desse jeito incrível que ele é com a Nina. Espero que vocês se deliciem com a leitura desse capítulo mesmo! Até porque, para as que tem boa memória, teremos uma agitaçãozinha no próximo rs beijo, fiquem com Deus!