Introduction

Olá!
Meu nome é Marina Barsanti Médici, mas restrinjo-me a apresentar como Nina, que é como todo mundo me conhece. Tenho 24 anos e sou brasileira, nascida em Santa Catarina, mas atualmente, resido em San Clemente, na Califórnia. 
Para explicar isso, talvez, eu tenha que fazer um dos resumos mais loucos da minha vida, mas vamos lá: Não foi nem um pouco fácil deixar meus pais, Daniela e Fábio, mais a minha irmã, Bárbara (ou simplesmente, Babi) no Brasil. No entanto, foi o necessário em função de uma pessoa que compunha esse time das mais importantes da minha vida. Durante seis anos, namorei o Rafael, nascido aqui no Sul, mas desprendido como a brisa. Típico surfista, atleta profissional em ondas grandes e tubulares, rodava o mundo inteiro pelo mar, me deixando ora aqui morrendo de saudade, ora nas areias desse planeta a fora, lotada de orgulho. No ano passado, então, ele sabia que, em função da sua profissão, a melhor escolha a se tomar seria se mudar para os Estados Unidos. E os pais, apaixonados pela Califórnia por já termos visitados lá inúmeras vezes e costumávamos acompanhar a etapa do WCT que rolava lá, a escolheram como destino. Passei longos dias em conflito comigo mesmo: Aceitar o convite de ir junto com Rafael, deixando aqui minha família ou permanecer em minha cidade natal e conviver com a saudade ainda maior dele? A resposta demorou a vir! Mas não hesitei quando bati o martelo em me mudar para lá. Meus pais, principalmente minha mãe que é a pessoa que eu tenho o laço mais estreito, tentou ir um pouco contra essa minha decisão, mas depois de conversar bastante com a família do Rafael e entender bem da nossa situação, sabia que essa era a escolha que mais me faria feliz. 
Desde que pisamos em solo norte-americano, a vida ficou ainda mais fácil. É inegável o quanto o padrão de vida aqui é melhor e o quanto eu me sentia bem por, de certa maneira, ter dado um passo a mais na minha relação com o Rafa. Aqui morávamos juntos, ao lado dos pais dele, praticamente em um mesmo terreno. Nós dois alimentávamos um amor forte, que transbordava á todos em nossa volta. Vivemos quase um ano por aqui... Até que a vida fez algo que ninguém estava preparado: Foi num dia 02 de maio que eu senti a pior coisa que pode existir em Terra. Eu estava em casa, á espera dele que voltava do estado vizinho, onde havia tido um evento profissional, quando a recebi a notícia que o meu namorado havia sofrido um acidente automobilístico. Eu não conseguiria descrever o que eu passei, muito menos como foram as horas seguidas a isso. Corri com a roupa que estava no corpo até o hospital, onde encontrei os meus sogros, mas em pouco tempo entendi que aquele pesadelo estava longe do fim. Depois do pai entrar no quarto, o médico os chamou para conversar no reservado. Perdi o meu chão, exatamente ali: Rafael tinha acabado de falecer.
A partir daí, o que eu posso contar sobre a minha vida é que eu apenas sobrevivi. O amor que eu sinto por ele parece que não para de aumentar um segundo sequer, no entanto, o que mais doí é lembrar que a saudade aumenta na mesma proporção. Avassaladora. E então, cá estou eu: Sem muito para apresentar, visto que a maior parte de mim foi levada bruscamente embora e eu ainda não consigo imaginar em quanto tempo vou me recuperar - se é que exista algo que faça isso acontecer.