terça-feira, 16 de agosto de 2016

Chapter 05.

Quinta feira amanheceu e eu acordei com o meu alarme, praticamente, disparando ás 07:45, como tinha programado. Como não poderia me atrasar de jeito nenhum, não adiei hora para levantar da cama e fui até o banheiro, onde fiz todas as minhas higienes pessoais. Saí de lá passando pelo meu quarto só para pegar o celular e fui até a cozinha, onde logo comecei a preparar a refeição que eu mais adorava: o café da manhã. Peguei a ricota na geladeira, o iogurte desnatado, coloquei o pão integral sobre a bancada e fiz dele uma torrada, rapidinho, para poder comer com a ricota. Já deixei pronto o iogurte+granola também, para não ter que parar de comer e preparar mais alguma coisa, e fiz minha refeição de olho no celular. Respondi algumas mensagens, aproveitei para mandar uma ao seu Oswaldo pra saber se ele me levaria até a agência - como sempre - e quando abri o instagram, após passar por algumas fotos no feed, vi uma maravilhosa que minha mãe tinha postado á cerca de quarenta minutos atrás.
@danibarsanti Vejo essa foto e só sei sorrir com a alegria das minhas meninas, embora o peito esteja apertado de saudade em assistir cenas como essa. Amor maior que eu! @babibarsanti @ninabarsanti
surfamily Meninas lindas e amáveis!!!!
rosangeladaher Saudade dessa bagunça, amo vcs
marcelasouza filhas lindas que você tem! Parabéns!
babibarsanti Te amo!
leticiafonte_ Que delícia de foto. 
ninabarsanti Tô morrendo de saudade... Amo muito as duas!
Fiquei rindo sozinha daquela foto, que foi tirada logo assim que eu cheguei aqui no Rio e me dei conta do quanto eu, realmente, estava morrendo de saudade delas. Saí do instagram só para dar uma olhadinha também na minha caixa de e-mail, aproveitando toda a minha lerdeza para comer, e depois de ler as coisas mais recentes, fui colocar a louça na pia pra poder ir me arrumar. Passei para lá escolhendo uma boa playlist para que não fizesse isso em total silêncio e depois de colocá-la para tocar, apoiei meu celular na pia do banheiro e me despi para que tomasse banho. Ali não demorei muito, em compensação, hoje foi um daqueles dias que penei até decidir o que vestir. Por fim, optei por uma saia lápis nude + blusinha regata off white, de malha fina, amarrada na linha do cós + sapatilha prata de bico fino. Coloquei mais alguns acessórios e enquanto me perfumava, fui dá conta no celular se o seu Oswaldo tinha me respondido. Graças a Deus, ele poderia vir, então, também depois de vê a hora, comecei a acelerar um pouco aquele processo de arrumação. Fiz uma maquiagem bem simples, penteei meu cabelo, escolhi minha bolsa, acrescentando os objetos que levaria e depois de passar na cozinha para beber um pouco d'água, assim que achei minha chave pela sala, fui saindo de casa pra poder esperar o taxista na entrada do condomínio, como sempre. Aquela hora da manhã ali parecia um pouco mais movimentado, me fazendo "conhecer" pessoas que residiam aqui sem nem saber, cumprimentando todas que passaram com jeito mais formal, até chegar ao pessoal que trabalhava na entrada, com quem eu já estava um pouco mais habituada. Esperei pelo seu Oswaldo que chegou sempre naquela simpatia de sempre e a rádio embalada em qualquer música brega, mas que conseguia me fazer rir já a aquela hora da manhã. Fomos conversando sobre algumas coisinhas corriqueiras até chegarmos na agência que ele já decorara o caminho. Paguei minha corrida, agradecida, e entrei no meu local de trabalho, onde já conseguia vê alguma das meninas que foram chamadas para estar lá também. Olhei pra hora e vi que estava até adiantada, então, me sentei ali, no espaço que tinha e fiquei mexendo um pouco no celular, até que a Ananda chegasse e roubasse minha atenção ao se juntar a mim.
Ananda: Ai, tô de péssimo humor e com a leve impressão que tô aqui a toa, porque com essa cara, não vai dá pra fazer ensaio nenhum - falou quase se jogando na cadeira ao meu lado, com um estresse nítido, depois que  gente se cumprimentou.
Nina: Eita! Calma aí... Que que aconteceu?
Ananda: Filipe, né? Não teria outra pessoa que pudesse me tirar do sério.
Nina: Brigaram, é?
Ananda: Por facetime e a noite, pra acabar com meu sono.
Nina: Ai, vocês dois... Olha lá! Ele fez alguma merda?
Ananda: Ciúme besta! Completamente besta. Posso contar?
Nina: Claro que pode, né? - falei me virando ainda melhor para ela que não esperou nada para contar o que tinha acontecido entre os dois. A história era bem tema de um relacionamento de adolescente e pelo o que eu conhecia do Filipe, ele não me soava o tipo de pessoa que implicava apenas por aquilo, mas ouvi atentamente para depois dá o meu parecer e tentar ajudá-la, pelo menos, com aquele estresse - Sabe o que eu, realmente, acho? Ele tá tenso com a proximidade de Pipe e qualquer coisa parece enorme. Filipinho não fica bolado assim a toa...
Ananda: Eu sei e também estranhei. Para falar a verdade, eu tô relevando muita coisa... Mas foi muito idiota, sabe? Tem horas que não dá.
Nina: Eu entendo o que tás falando! Não dá para ser compreensiva o tempo todo.
Ananda: Não mesmo - ela disse cruzando os braços.
Nina: Mas você também tem que relaxar, porque ele nervoso de lá e tu daqui vai ficar bem complicado. Deixa esse estresse passar e depois pega para conversar direito! Ele estressado não é bom para nada e pra ti também não.
Ananda: Eu sei... Também não quero prejudicá-lo.
Nina: E não vai! Precisa de muito mais coisa para mexer com a concentração de algo que ele mais quer na vida. Mas é bom também não estar com problemas, né?
Ananda: É... Mesmo sendo idiotice dele, se ele não me chamar, eu vou mandar uma mensagem para ele mais tarde.
Nina: Faz isso sim! Embora sabes, né? Eu tenho quase certeza que ele vai mandar antes.
Ananda: Tomara! Não tô querendo quebrar meu orgulho - ri e ela acabou por não conseguir manter a seriedade.
Nina: Mas Nanda, falando em mais tarde, vais lá pra casa, né? Vou precisar só um pouco de ajuda, sabe?
Ananda: Só um pouco - falou se divertindo as minhas custas - Mas eu vou, pô, com certeza. Vai ser já bom desde antes de chegar no show!
Nina: Isso mesmo, mantenha essa animação para eu não perder a minha.
Ananda: Ah, Nina, nem vem - falou me fazendo rir, mas nem conseguimos dar prosseguimento a esse assunto, porque logo apareceu ali o Sérgio, avisando da chegada da equipe que selecionaria as meninas para a campanha. Viria um dia intenso pela frente. E como foi!
[...]
Já eram 22:00 e estávamos nós no meu quarto, tentando ficar prontas - e eu tentando me sentir bem da forma com que estava para sair, depois de muuuiiita ajuda da Ananda. Ela, por sinal, estava mais animada do que nunca: Colocou ainda uma playlsit, desde cedo, só do Jorge e Mateus para que pudéssemos entrar no clima e me fazia rir com toda aquela empolgação.Ananda: E nessa vida agora somos dois, três, quatro... Quantos você quiser! A partir de hoje, eu sou o homem de uma só mulherrrrrrrrr - ela cantarolou rodando lá pelo quarto, me fazendo gargalhar, enquanto terminava de pentear meu cabelo - Para de rir, ou! - disse sem segurar o próprio riso - Não tá pronta não?
Nina: Eu não consigo achar que isso tá bom - falei me analisando no espelho, já completamente pronta, assim como ela.
Ananda: Qual é, Nina? Você tá linda! - ela disse parando atrás de mim, enquanto eu a via pelo reflexo do espelho - Sem contar que pretinho básico nunca é um erro! 
Nina: Ai Senhor, não sei... - falei em tom completamente indecisa, passando a mão pelo pano do meu vestido.
Ananda: Sabe sim! Sabe que tem muito Jorge e Mateus na noite pela frente... Para com isso que tá maravilhosa, de verdade.
Nina: Melhor eu não ficar pensando, senão, não saio de casa - falei rindo e ela me acompanhou - Bate foto minha?
Ananda: Sim senhora! Cadê seu celular?
Nina: Deve tá no meio dessa bagunça da cama - falei rindo, indo procurar e achando sem grandes problemas ali por cima. Entreguei nas mãos da Ananda meu aparelho e ela bateu algumas fotos minhas, como tinha pedido. Depois fiz o mesmo para ela e ainda aproveitamos o som que estava no meu quarto, já no clima, e ela fez alguns snaps. 
Ananda: Agora vamos, né?
Nina: Bora que ó, Paulinho já tá aqui mandando mensagem - falei olhando o meu celular, vendo notificação dele.
Ananda: Aquele lá não tá vivendo sem a gente - rimos - Mas bora!
Saímos desligando todas as coisas pela casa, a Ananda pegou a chave do seu carro que tinha deixado pendurada no chaveiro da minha casa e nós fomos saindo. Ela foi colocando o automóvel para a rua do condomínio, enquanto eu fechava tudo e logo em seguida, entrei no carro, onde demos partida. Fomos conversando sobre algumas coisas sobre o show e aproveitei também para editar algumas das fotos que ela tinha tirado minha lá em casa, postando até uma montagem com duas delas.
@ninabarsanti Flor, ouô, ouô, ouô... 
nicolelobato Você é uma mulher maravilhosa! Bom te vê feliz.
alanapacelli Não tenha medo de aproveitar a vida! Boa noite pra você, Nina.
anabocaiuva MARAVILHOSA DA VIDA
gabioliveiraa A mais musa!!
alohamedina Tão linda.. Tô passando mal!
euteamolucco Af, eu tô apaixonada por você... Como faz, hein? Kkk
surfilipe Como que cê é modelo com um corpo desse, molier? As magrelas choram
amandagonzales Geeeeeeente do céu! Você não cansa?
sofiatoledoo Tá tirando onda hein coisinha? Saudadeee!!
Quase não li os comentários, por estar imersa numa conversa ali com ela, e para variar pegar um congestionamento bem chatinho até o Barra Music. Outra dificuldade foi daquelas para estacionar, mas também, quando conseguimos chegar lá, tudo ficou bem fácil: Subimos até a área reservada, a qual o Paulinho tinha nos instruído e dado o acesso, e não demoramos muito para achá-lo, cercado por mais alguns amigos. O som estava com músicas eletrônicas e os rostos ao arredor, ao que podemos observar, não pareciam esconder a ansiedade que o show começasse logo. Estava beeem cheio!
Ananda: Chegamos, mlk! - disse chamando a atenção do Paulinho, já o cumprimentando e eu vim a fazer isso logo atrás.
Paulinho: Até que enfim! Ficaram presa nas ruas, né?
Nina: Fala não! Tá tudo parado...
Ananda: E pra estacionar, foi aquele outro parto também.
Paulinho: Rio de Janeiro com evento é impossível - falou voltando os olhos a galera que estava ali com ele, quase formando uma rodinha - Ó, só pra quem não conhece, hein... Essa é a Nina e essa a Ananda - falou apontando, respectivamente, para nós que fomos cumprimentar as pessoas que estavam ali, que a maioria eu, pelo menos, via pela primeira vez: Dudu Azevedo acompanhado da namorada, Fernanda; uma outra moça chamada Thaís e enfim, o Pedro Scooby, que era quem eu já conhecia.
Pedro: Coé, Nina! A Califórnia tá caindo em peso pro Rio, hein! - disse rindo, enquanto me abraçava.
Nina: Pois é, né? - falei o acompanhando e acabei por ficar ali perto dele mesmo - Tá sozinho por aí, é?
Pedro: Hoje a família deu vale nightfalou gargalhando e fazendo isso comigo também.
Paulinho: Tem que ver os bebezinhos do pai de família aí, Nina... Tão tudo gigante já, caindo pro mar - disse interferindo na nossa conversa, por estar perto, conseguindo ouvir e participar.
Nina: Eu imagino como eles devem tá fofos, Scooby!
Pedro: Pô, cê vem pro Rio e só vê Paulinho... Vamo marcar pra tu ir lá em casa! Brother, eles tão demais mesmo.
Nina: Três surfistas a mais pra conta pelo menos - rimos
Pedro: Mas aí, sabe o que eu tô querendo saber - disse tentando chamar a atenção do pessoal também - Quem é que vai pegar essa final no Havaí, hein? 
Dudu: Tu vai, Scooby?
Pedro: Pô, mano, eu não sei ainda. Foda é a Lu, as crianças tão pequenas... Não sei o que vou fazer esse ano
Paulinho: Acho que não vou não, vou cair pra assistir lá em Noronha... É pra lá que tu vai né, Dudu?
Dudu: Vou assistir de lá, pelo menos a final mesmo, porque já vou ficar lá pro Natal.
Paulinho: A única que tá com certeza aqui que vai, pelo visto, é Ananda.
Ananda: Ah é! Eu vou, as passagens tão até compradas - disse ela toda animada.
Pedro: A carinha com a possibilidade de ser a primeira dama do surf - falou nos fazendo rir.
Dudu: Tô com minha torcida comprometida! Achei que ia ficar na mó vibe pelo Mineiro, mas agora tô dividido entre ele e o Filipinho.
Nina: Nossa, eu tô nessa também - falei rindo - Acho que não vou conseguir definir um para torcer.
Pedro: Você não vai não, Nina?
Nina: Eles tão fazendo força pra eu ir, agora a Ananda também, mas eu não sei ainda. É complicado, né?
Pedro: Ah, cara, relaxa - falou passando o braço pelos meus ombros - Se eu fosse você, eu ia. Rafa adorava essa etapa! E se os meninos levarem, vai ser lindão.
Nina: Mineirinho, principalmente, quer muito que eu vá por causa dessa possibilidade. Já até conversou comigo sobre isso.
Paulinho: Resolve até lá... Mas eu já te falei também, acho que vai valer a pena.
Nina: É.. Vamos vê! Vou pensar mais um pouco sobre isso.
Ficamos conversando ali sobre outras coisas também, as meninas começaram a entrar no assunto e elas também eram bem gente boa. A Ananda decidiu que iria pegar alguma coisa pra beber, na tentativa de achar algo sem álcool porque ela ainda iria fotografar amanhã, e eu aproveitei isso pra acompanhá-la: tanto no drink, quanto até lá. Tava bem cheinho ali também, mas conseguimos achar algo que nos satisfizesse e enquanto esperávamos, senti meu celular vibrar, o que me fez pegá-lo dentro da carteira. Me surpreendi quando olhei nas notificações que era uma mensagem do Lucas. Embora eu tivesse conversado com ele mais cedo, quando o mandei alguma das fotos que tinha recebido do ensaio que ele foi comigo e o mesmo também tinha me dito que talvez viesse ao show hoje, não estava contando com aquilo.
"Ô Nina.. Veio msm?
Ahammmmmm

Tás aqui? No show?
Tô, cara
Consegui chegar kkkk
Tá onde?
Vô passar p te vê

Hahaha

Tava complicado pra vir, né?

Tô no bar...
Me espera aí"
Bloqueei a tela e logo em seguida, nossos drinks foram entregues lá, que demos ao cara nosso agradecimento.
Nina: Ei, Nanda, espera aí rapidinho... - falei chamando a atenção dela, antes que saíssemos - Lucas tá aí
Ananda: Lucas... O Lucco? - balancei a cabeça positivamente - Espero, pô! Tá cheio de gente aí, né?
Nina: Pois é! Jorge e Mateus tá bombando mesmo.
Ananda: Ô! - ela riu e a gente ficou conversando um pouquinho, sobre o pessoal que passava pela gente e tal, até que eu vi o Lucas se aproximando e não sozinho.
Lucas: Vi de longe as mais gatas desse show - falou rindo quando chegou bem perto de nós.
Ananda: Eu espero que isso não seja uma ironia, viu? - falou o acompanhando na risada, enquanto o cumprimentava.
Lucas: Cê acha que eu ia fazer isso, é? - riu e depois veio falar comigo, passando a mão na minha cintura e me dando beijos no rosto - Cumpriu memo que veio, hein!
Nina: Ela não me deixaria furar nem pela melhor série do Netflix - rimos, acompanhado da Ananda.
Nego: Aí parceiro, já amei as amigas só pelo lugar que elas esperaram você... Essas daí sabemmmm - falou nos fazendo gargalhar
Lucas: Esse mlk é figura! Deixa eu apresentar, olha - falou de um modo que desse para vermos as pessoas que estavam com ele - Esse é o Nego, essa a Crislaine, a que aguenta esse cara - falou rindo, enquanto eles vinham nos cumprimentar - E pra completar, os galãs de Malhação... Breno Leone e Nícolas Prattes.
Breno: Com essa cara linda aí falando um papo desse... Modesto, modesto, pô - disse zombando, nos fazendo rir e vindo nos cumprimentar, junto com o Nícolas também.
Lucas: E essas daí são a Nina e a Ananda - falou apontando para cada uma de nós - Hein, cês demoraram a chegar aqui também?
Nina: Fala não! Demoramos muito, tá o caos.
Ananda: Eu imagino vocês a essa hora.. Conseguiram estacionar?
Lucas: Num custo, né? Mas achamos! - ele pausou - Cês tão sozinhas aí? Não, né?
Nina: Não, tamo não. Veio só a gente, mas encontramos o Paulinho e mais uns amigos.
Lucas: Ah sim! Vim só vê cês memo... Vamo dá uma volta por aí, se achar, né? - falou olhando pros meninos e pra namorada do Nego.
Nícolas: Bora, daqui a pouco a gente esbarra de novo
Lucas: Com certeza! Beleza? 
Nina: Aham... Acho que tu só quis tirar a prova que eu vinha mesmo.
Lucas: Também - disse rindo - Mas aqui acho que não dá pra gente se perder de vista não
Nina: Dá nada! Ainda mais quando começar o show, a galera fica mais parada pra prestar atenção.
Lucas: É, a gente se encontra antes de ir embora ainda
Nina: Tá certo! - falei sorrindo para ele, que retribuiu
Nego: Ó, mas vou falar pra vocês hein... Próximo show aqui é do Nego do Borel, vulgo eu memo, e quero vê também vocês na plateia hein
Ananda: Opa! Só avisar quando! - retribuiu simpática da mesma maneira louca que ele tinha.
Nícolas: Vem todo mundo no ritmo de amoooooooor, fica sozinho dá caô - cantarolou rindo e nos fez gargalhar
Nego: Aí sim, mlkinho - eles deram um toque de mão lá.
Crislaine: Então bora circular, gente - eles assentiram, ainda acenaram para a gente e nos deixou ali ainda rindo.
Nina: Bora achar o pessoal de novo, né?
Ananda: Bora! - falou desencostando lá do bar e a gente foi andando por ali - Sou muito feliz com meu namorado, mas olha... Esse Breno tá de parabéns, viu? - falou me fazendo gargalhar
Nina: Tu é uma comédia!
Ananda: Vai dizer que não é? Eu já descobri, gato só cola com gato... Aí a gente fica sem saber nem pra onde olhar 
Nina: Deixa Filipe te escutar - falei rindo
Ananda: Escuta nada, porque agora que a gente se acertou, pelo amor de Deus - rimos e não demorou muito para acharmos onde estava o pessoal, nos aproximando novamente e vendo que as meninas não estavam ali perto deles.
Nina: Voltamos, hein! Cadê as meninas?
Dudu: Foram no banheiro... Vocês e essas manias de irem tudo juntas, parecem colada - disse rindo
Pedro: Mistérios femininos que nem a ciência explica, meu brother 
Paulinho: E vocês? Acabaram com o bar, né? - falou se virando pra nós.
Nina: Encontramos o Lucas mais um pessoal aí, foi o que fez a gente demorar.
Paulinho: Que Lucas?
Nina: O Lucco, pô!
Paulinho: Ih, ele tá aí?
Nina: Aham... Ele e um pessoal que faz Malhação.
Paulinho: Vacilação esse cara não passar por aqui, hein?
Nina: Ele disse que depois acha a gente - falei ajeitando o meu cabelo e logo as meninas voltaram lá do banheiro também, se colocando em mais um papo entre nós que foi ligeiramente cortado com a preparação do palco, indicando que o show iria começar.
Ficamos ali, dessa vez procurando uma posição que fosse boa para vê o show - ainda que de onde estávamos, qualquer lugar dava para assistir muito bem - e de fato, não demorou mais que dez minutos para que a dupla entrasse no palco. Eu conhecia poucos sons deles, mas só aquele pré com a Ananda lá em casa me fez reconhecer inúmeras que eles cantaram, além de me apaixonar por algumas outras letras. Ao olhar aquela plateia e o andamento do show, não me senti apenas frente a dois cantores sertanejos; eu estava perante uma dupla que arrastava multidões dos mais variados tipos. Tinha gente de todo o jeito se derretendo pelas melodias e aquilo era lindo! São poucos os artistas que conseguem essa comoção e essa miscigenação com pouco preconceito. Pelo andar do show também eu descobri que a menina que estava com o Paulinho não era apenas uma amiga, eles curtiram a beça aquele clima romântico que tinha se instalado bem juntinhos e me surpreendeu a minha lerdeza por não ter percebido nada antes - como se isso não fosse corriqueiro. Quando as músicas começaram a se tornar mais animadinhas, aí que a graça apareceu mesmo: Ananda e o Pedro deram pra dançar por ali, arrancando de nós as maiores risadas possíveis. Dois loucos, de verdade! Peguei até o celular da Ananda, por ora, para gravar alguns snaps daquilo, porque era realmente cômico. Fiquei sem reencontrar o Lucas até bem próximo ao final do show, quando quem o enxergou, na verdade, foi o Paulinho, logo o chamando para cumprimentá-lo e ele acabou deixando os amigos um pouco mais na nossa frente e se juntando a nós - ainda que não fosse para ficar. Cumprimentou todo mundo que não tinha falado ainda, deu uma brincada com a Ananda e veio parar justamente ao meu lado, com o mesmo rosto empolgado de sempre.
Lucas: Cê tá curtindo?
Nina: Demais... Nunca pensei que fosse tão legal, sério. 
Lucas: Eles são monstruosamente bons - falou ainda olhando lá pro palco - Ih, acho que essa é a última música já.
Nina: Será? Passou rapidinho, pô
Lucas: Pois é, né? - pausou, me olhando - Mas aí, agora que cê curtiu os sertanejos aí, tá faltando um show pro cê ir, viu?
Nina: É verdade, tem o Nego que ele disse lá - falei forçando mesmo, como desentendida.
Lucas: Nem vem com essa história - disse dando um leve tapinha na minha cabeça, me fazendo gargalhar e o vendo rir também - Quero vê cê num show meu, isso sim
Nina: Eu vou! Mas antes eu tenho que fazer igual esse, colocar a Ananda lá em casa, que ela me dá um playlist de seis mil horas do cara pra eu aprender algumas coisas pro show - ele gargalhou
Lucas: Padrão internacional é foda, né? - disse ainda rindo e causando isso em mim.
Nina: Até parece! Eu descobri que sabia um monte, viu? E ainda gostei de mais um monte! Daqui a pouco só vai ter sertanejo na minha vida, quer pagar pra vê só?
Lucas: Quero memo, aí sim vai ficar legal! Mas ó, se cê é tão informada assim, quero só vê se cê conhece alguma minha
Nina: Eu até te conhecia, guri! Não vem querer me tirar a moral não! E ah.. Eu sei e uma ainda inteira.
Lucas: Nossa, que esperta - ele disse zombando e dessa vez quem deu um tapinha no ombro dele fui eu 
Nina: Ó sei todinha aquela do mozão, ahá! - ele riu
Lucas: Aquela do mozão falou me imitando
Nina: Para de ficar me zoando, guri!
Lucas: Guri - ele disse fazendo a mesma coisa
Nina: Ai, tchau, Lucas - falei como se fosse virar e ele, mesmo que sem controlar o riso ainda, segurou o meu braço, como quem quisesse me manter ali - Ah, agora não quer que eu vá embora, né?
Lucas: Tô brincando! Mas é bom te ver mais irritadinha, cê é sempre tão calma, tão fofa... É divertido
Nina: Ainda não para de rir da minha cara, que idiota
Lucas: Ó, sem me ofender e me magoar - disse de um modo tão cômico que eu não consegui ficar sem rir - Mas eu confio que cê saiba mais alguma música minha, tá?
Nina: É bom mesmo, porque tu nem me deixou terminar quais eram... Eu conheço aquela que tu tá de gordinho no clipe, conheço uma que cê canta com seu pai também.
Lucas: Olha, muito bem informada essa menina, um orgulho do mineiro aqui
Nina: Lucas... - o encarei, tentando simular seriedade e ele riu
Lucas: Cê é uma figura memo, Nina - falou passando o braço sobre os meus ombros e me aproximando dele - Vô ali no bar, tô seco, vai ficar aí?
Nina: Vou contigo, mas antes vou no banheiro rapidinho... Pede alguma coisa pra mim?
Lucas: Uhum!
Nina: Sem álcool, tá?
Lucas: Sim senhora - ele falou enquanto a gente se afastou, me deixando com um sorrisinho sem mostrar os dentes, no canto da boca. Saímos ali de perto do pessoal e fomos até um certo ponto juntos, até que ele seguiu para onde era o bar e eu, pro banheiro. Estava um pouco apertada pra fazer xixi, então fui fazê-lo e saí me dando uma ajeitada lá em frente ao espelho, tanto no cabelo quanto no vestido. Quando voltei para o bar, o Lucas chegava a estar sentado numa das banquetas que tinha lá, agora bem mais vazio em função que o show não tinha acabado ainda, como premeditávamos.
Nina: Acho que tu errou, hein! - disse chamando sua atenção e me sentando ao lado dele - Aquela não era a última música
Lucas: É verdade! Mas essa agora é... Eles sempre terminam com Seu Astral - ele pausou, me entregando um dos copos - Aqui ó!
Nina: Todo cheio de conhecimento - falei rindo - Obrigada! E ah, obrigada também por não me fazer sentir ser a única pessoa que bebe água com gás numa balada - rimos
Lucas: Deixa acabar o show... A galera corre pra cá pra evitar a ressaca amanhã.
Nina: Ah, isso é mesmo! Mó loucura - ri - Espero que dona Ananda não seja uma dessas pessoas, porque tô querendo muito que essa moça não tenha bebido.
Lucas: Pela animação dela com o Scooby... - disse rindo e fazendo isso comigo também
Nina: Pior é que ela é louca mesmo, faz as coisas assim sóbrias. Espero que o dia que eu a veja bêbada, esteja com o Filipe, porque não quero e não sei aturar sozinha - ele riu
Lucas: Pior que eu também não sei cuidar de bêbado não.. Filipe é o namorado dela?
Nina: Aham! - assenti com a cabeça, dando uma golada em minha bebida.
Lucas: Mas qualquer coisa também, se ela tiver bebido, cê leva, pô... Cê dirige?
Nina: Mais ou menos - ele me olhou com uma das sobrancelhas levantadas - Eu sei que não é normal uma pessoa dirigir mais ou menos, mas é que assim.. Eu sei dirigir. Só que depois do... do acidente do Rafa, eu passei a ter muito mais receio do volante, a cabeça fica meio louca com isso. E ainda mais aqui, que eu ainda tô conhecendo...
Lucas: Nossa, cara - ele disse colocando uma das mãos na minha perna - Desculpa, eu tinha esquecido disso.. Caramba! Desculpa memo - era fácil vê nos olhos dele aquela ingenuidade dele em falar sobre isso e em se desculpar.
Nina: Não, calma, relaxa.. Tá tudo bem! - pus uma das minhas mãos sobre a mão dele que estava em mim, soando sincera- De verdade. Eu, inclusive, tenho que pegar o meu carro pra fazer isso, porque ele tá lá em casa parado, né? Não tem jeito.
Lucas: Vou me redimir - falou afastando sua mão e colocando seu copo, já vazio, sobre a bancada do bar - Amanhã cê tá de bobeira?
Nina: Tô... Vou nem pra agência.. Mas, por quê?
Lucas: Vô te ajudar nisso aí! Além de ser um ótimo motorista - disse com um ar todo convencido, me fazendo soltar um suspiro quase que irônico e ele percebeu - Qual foi, Nina? Cê anda comigo, cê sabe
Nina: Tá, Lucas, prossegue - ele riu e eu acabei acompanhando
Lucas: Então, aí a gente pega seu carro e dá umas voltas lá no condomínio memo. Pelo menos cê não vai tá sozinha e vai pegando segurança no volante de novo.
Nina: Tu não vai trabalhar amanhã não?
Lucas: No Projac não! Vou viajar pra fazer show, mas aí é só a tarde, a gente faz isso de manhã. Que que cê acha?
Nina: Pra ser sincera? Eu acho uma ótima, mesmo me sentindo cada dia mais folgada contigo.
Lucas: Ah Nina, não vem com essa - ele disse inclinando um pouco da cabeça para trás - Eu quem estou oferecendo, cê num tá me pedindo nada... Num fez isso até agora.
Paulinho: Gente - ele falou já se aproximando de nós, de braços dados com a Thaís, nos fazendo só assim dar conta que o bar já estava bem mais cheio que antes e que o show tinha acabado mesmo, dessa vez.
Lucas: Êh, meu parceiro, já vai?
Paulinho: Tá na hora memo... A gente se reencontra por aí, hein?
Lucas: Tô esperando cê lá no cross, Bruno te marcou, né? - disse causando risos em nós.
Paulinho: Pois é! Vou marcar sério memo e levar essa franga aí - falou fazendo referência a mim
Nina: Franga nada, ó o respeito - falei rindo, junto a eles - E até eu já fui, tá vendo?
Paulinho: Pois é, nessa eu tô devendo - ele riu, já se despedindo do Lucas e depois se virou para mim, enquanto a Thaís fazia isso - A Ananda pediu pra te chamar também... Depois te ligo, viu?
Nina: Vou lá já... Me liga sim! - sorri para ele, o abraçando - Vai com Deus, tá bom?
Paulinho: Fica com Ele também - falou dando um beijo em minha testa.
Thaís: Tchau, Nina! Prazer, viu? - falou me abraçando e eu correspondi o gesto.
Nina: Tchau, linda. Foi meu! Beijão - falei simpática, os observando logo sair de perto de nós, após acenarem por uma última vez - Acho que eu vou lá procurar a Ananda também... - disse me virando para o Lucas - A gente é daqueles estranhos que perde a hora na balada falando de assunto, relativamente, sério - rimos
Lucas: Isso porque a gente tem é alma de velho, cê sabe, né?
Nina: Quase nada - falei rindo, me levantando já lá - Vais pra onde? Fazer o quê?
Lucas: Vou catar aqueles mlks também, vê qual é que eu já tô indo embora também...
Nina: Tudo bem então... Vou pra lá, viu? - falei o vendo levantar.
Lucas: Vai sim! Amanhã eu te perturbo mais um pouco.
Nina: Até parece que perturba, né? - sorri para ele e fui abraçá-lo - Vai com Deus, tá? Cuidado aí.
Lucas: Pode deixar, cê também - trocamos beijinhos no rosto, ainda deixei um sorriso para ele mais uma vez e comecei a andar ali pelo ambiente para vê se conseguia achar, com êxito, a Ananda - que também ainda estava com o Pedro, o Dudu e a namorada dele.
Ananda: Até que enfim a senhorita da água mineral apareceu - falou me fazendo rir.
Nina: Não me zoa, tá? Aproveitei o show inteirinho!
Ananda: Teu mal foi ter achado alguém com a mesma alma de Netflix que você... Era o Lucas que tava contigo, né?
Nina: Aham - balancei a cabeça positivamente - Mas está aí falando, só que eu também tô esperando que a senhorita não tenha bebido muito, viu?
Ananda: Fica tranquila que eu, realmente, não bebi praticamente nada. Podemos até ir pra casa, inclusive!
Nina: Opa, então bora, né? - ela assentiu com a cabeça e nós começamos a nos despedir do pessoal que ainda estava ali, não demorando muito para sairmos do estabelecimento e voltarmos para casa.
A Ananda ficaria por lá mesmo, como tínhamos combinado mais cedo, e graças a Deus fomos livradas do congestionamento a aquela hora, o que nos fez chegar bem mais rápido em casa. Adentramos por ali e logo fomos até o meu quarto, onde ela iria dormir comigo. O máximo que fizemos foi bater um papo resumo sobre a noite enquanto cada uma tomava o seu banho, limpava a maquiagem e colocava a roupa de dormir. Em pouco tempo já estávamos na cama, até porque ela ainda iria trabalhar amanhã. Demos boa noite uma para a outra e eu fui dormir sentindo meu pé pulsar, muito provavelmente pelo salto. Que conclusão: Eu estava velha mesmo. Ou, me deixando ficar assim.
Sexta feira amanheceu e eu acordei um tanto quanto no susto, com o alarme da Ananda - que ela já tinha me avisado que colocaria - tocando. Como ela ia ter uma sessão de fotos hoje pro Canal OFF, não poderia perder a hora de maneira nenhuma e eu não interferi nisso. A vi se levantar do outro lado da cama, me levando a concluir que já deviam ser por volta das 08:00 e eu fiquei enrolando um pouco com a minha preguiça, enquanto ela seguiu até o banheiro. Pela demora e por ter quase certeza que eu ouvi o barulho do chuveiro, deduzi que ela estava tomando logo o banho dela para se adiantar, então, resolvi levantar-me também para ajudá-la. Não iria conseguir dormir mais mesmo! Saí do meu quarto, passando no banheiro principal da casa apenas para fazer minhas higienes pessoais, e depois segui para a cozinha, onde coloquei logo o café para fazer. Deixei o pão, tirei alguns frios e o leite da geladeira, as poucas frutas que tinham lá - o que me levou a lembrar que eu teria de ir ao mercado -  e pus na mesinha que lá tinha também, duas xícaras e dois pratinhos. Ao tempo que levava para o café ficar pronto, eu me encostei lá na bancada, com os cotovelos apoiados nela, para ficar mexendo um pouco no meu celular, checando e atualizando por uma vez minhas redes sociais. Quando percebi que o café estava pronto, deixei o aparelho ali por cima para poder tirá-lo do fogo e a voz da Ananda quebrou o silêncio do cômodo.
Ananda: Bom dia, Nina! - disse me fazendo virar para ela, com a cafeteira em mão para colocar lá na mesa.
Nina: Bom dia, Nanda! Tô merecendo parabéns ou não tô?
Ananda: Nota dez, meu amor - falou gargalhando e se sentando lá na mesa quando me viu indo pra lá - Inclusive, tô vindo morar aqui tá? Vou ficar magra pra sempre, tô amando uma mesa com pão integral, com fruta, só coisinha linda... Na Califórnia a gente aprende assim? A fazer mesa de filme? - disse me fazendo rir e me vendo sentar lá também.
Nina: Vou te enganar não, lá a gente aprende a ser gordo, isso sim - ri - Tem que tirar força não sei de onde para não fazer um almoço na hora do café da manhã - rimos
Ananda: Nãooo!! Não vem com esse papo de ovo, bacon... Ai, não, deixa eu olhar pra isso aqui e me inspirar a ficar com pensamento de magra que nem você
Nina: Figura louca mesmo - rimos, enquanto eu começava a colocar o meu café e ela tomou iniciativa de faze o mesmo.
O bom da Ananda estar lá foi que a minha refeição acabou se tornando bem mais animada do que o costume, com muito papo e quase nenhum silêncio. E como ela já estava pronta, podemos render um pouco mais do assunto sem medo de que se atrasasse. Ela acabou lavando a louça que sujamos, mesmo eu quase implorando para que deixasse aquilo lá, e logo depois teve que ir, em função do horário também. Nos despedimos rapidinho, a levando até a porta e ainda a vi sair com o seu carro pelo condomínio a fora, só assim fechando a casa novamente. Aproveitei que tinha levantado cedo e me joguei ali no sofá para tentar espantar um pouco da preguiça, rodando a programação da televisão, para variar, sem encontrar muita coisa de bom. Peguei meu celular também, mandando uma mensagem pra minha irmã - visto que entre nós duas, nunca faltava assunto - e a gente ainda ficou conversando pelo whatsapp sobre coisas aleatórias, até que vi que tinha recebido uma mensagem de uma outra conversa: Não tão mais surpreendentemente, o Lucas.
"Já acordada é, moça?
Sim senhor rs
Então, bom dia kkkkk
Hahahaha

Bom dia!!
Nosso papo de ontem ainda está de pé?
Ou vc esqueceu?

Pensei que você quem ia

esquecer haha

Mas tá sim!

Vai vir pra cá?
Vôooo
Daq a pouco tô aí"

Mandei um emoji sorrindo para ele e tomei impulso para me levantar do sofá: precisava tirar aquela minha roupa de dormir, pelo menos, porque as expressões de sono seriam um pouco difícil. Passei pro meu quarto deixando a televisão ligada ali mesmo e quando cheguei ali, me troquei por algo bem simples: Um short jeans e uma camisa baby look, de tonalidade cinza e um bolsinho pequeno no lado esquerdo. Prendi meu cabelo também, ajeitei o que dava e aproveitei aquele tempo para procurar a chave do meu carro que, para ser sincera, nem isso eu sabia aonde estava. Só o Lucas para me inventar uma dessa! Embora eu tivesse, realmente, precisando de alguém que me ajudasse e me incentivasse nessa empreitada, quando parava pra pensar no quão íntimos eu e o Lucas parecíamos, concluía o quanto isso é louco. Ele preenchia o cargo do tipo de pessoas que estão em falta no mundo: Prestativo, engraçado e com um coração tão grande que caberiam facilmente o número da população mundial ali dentro. Talvez, nossas similaridades também tenham se atraído, de alguma maneira, para fazer essa convivência entre nós ser tão saudável e legal. Não tinha do que reclamar! Era engraçado que em nenhum momento eu sentia desconfiança com ele, era realmente como se eu já o conhecesse. Inexplicável, enfim! Consegui achar minha chave e na hora que pus minha bunda no sofá de novo, eu ouvi tocarem lá em casa e bom... Não poderia ser outra pessoa.
Nina: Bom dia! - disse abrindo a porta, tentando ser animada, e com um sorriso nos lábios, correspondendo a expectativa de que era ele mesmo.
Lucas: Bom dia - falou sorrindo para mim também, me vendo encostada na lateral da porta - E se não fosse eu, hein? Todas as pessoas que batessem aqui na sua casa iam ganhar esse sorriso aí, é? - disse me fazendo rir um pouco pelo graça, outro pouco por de fato, ter conseguido me deixar sem graça.
Nina: Bobo! - falei tirando a ponta do meu rabo de cavalo de cima dos meus ombros - Eu sabia que era você! E de qualquer jeito, eu sou uma pessoa simpática... Ou não sou?
Lucas: Quando quer, né? - simulei a maior cara de ofendida e ele logo riu - Tô brincando, Nina... pode ficar tranquila.
Nina: Ahhh bom - falei me desencostando lá da porta - Vamos entrar, né? Conversar na porta não é nada bonito pra dona da casa - ele riu, me vendo dar passagem.
Lucas: Tem alguém aí querendo me enrolar? - falou já entrando em minha casa e me vendo só encostar a porta
Nina: Nada disso, Lucas, juro que acordei até empolgada com essa ideia.
Lucas: Opa, então eu gostei! - falou já na minha sala, só se sentando no sofá quando me viu fazer o mesmo.
Nina: Tu já tomou café?
Lucas: Já sim... Brigado. Acordei cedão, minhas filhas não me deixaram descansar nem mais cinco minutos.
Nina: Filhas? - falei rindo - Tens cadelas?
Lucas: Aham... Duas, agora! Aí que o bicho tá, literalmente, pegando lá em casa - rimos
Nina: Ai, queria ter visto quando fui lá.
Lucas: É verdade, aquele dia cê nem viu, né? Mas é que a Luzzi tava lá em cima, aquela hora que eu fui me trocar, fiquei só vendo ela lá de preguiça. E a Luna ainda não estava lá em casa, foi pra lá ontem.
Nina: Essa é bebê?
Lucas: Que nada, é enorme! Mas é que ela era também de uma... amiga minha, aí tá meio confuso isso ainda. Só que agora vai ficar lá em casa!
Nina: Essa demora pra definir o que a outra dona dela é sua foi ótima - falei rindo, percebendo que ele realmente tinha se embolado.
Lucas: É que é meio complicado... 
Nina: Não, então não vamos pensar em complicação, né?
Lucas: Isso mesmo! Quero vê cê muito pilota hoje... Bora?
Nina: Opa, bora! - falei me levantando do sofá - Deixa eu só desligar as coisas aqui.
Peguei o controle lá para desligar a televisão ainda e só fui pegar a chave do carro que tinha posto sobre o rack para poder chamá-lo a se levantar. Saímos ali da minha casa juntos e fomos até o meu carro, que estava estacionado ali na frente mesmo. Lucas me disse logo que era para eu entrar do lado do motorista, visto que ele sabia que estava ali mais para me fazer retomar a segurança do que pra ensinar a dirigir. Era engraçado que a única vez que eu tinha entrado nesse carro tinha sido quando o comprei... Ele estava quase que um móvel ali em frente a minha casa, sem uso. E bom, além de ser fundamental na locomoção nesse Rio de Janeiro, não poderia desperdiçar meu dinheiro dessa maneira, né? Enfim! O que eu mais demorei mesmo foi pra tirar o carro, até por aquele receio inicial, mas depois, conforme fomos dando algumas voltinhas pelo condomínio - que era perfeito para fazermos isso, visto sua extensão - eu conseguia me sentir melhor do que imaginava. Embora também estivesse muito atenta, o Lucas tentava pautar assuntos ali dentro que faziam eu me sentir bem mais leves imersas a eles, além de me incentivar a todo momento, até quando eu falava ah já tá bom, né? e ele insistia para que déssemos mais uma volta. Uma paciência desconhecida, posso garantir.
Lucas: Quem era que tinha insegurança com alguma coisa aqui, hein? - disse assim que estacionei o carro onde estava, exatamente em frente a minha casa, todo animado.
Nina: Até que não foi tão ruim, né?
Lucas: Cê dirige direitinho, Nina... O psicológico que é foda. Se cê ficar mais tranquila com isso, só pegar o gps pra não se perder e bater o desespero e ir.
Nina: Vou ter que me acostumar a isso mesmo - falei me ajeitando no banco do carro,de modo que que eu ficasse mais de frente para ele.
Lucas: Vai sim, fica tranquila! E foi o que eu te disse... Coloca uma música no rádio, vai pensando em coisas menos puxada, que cê vai tirar de letra.
Nina: De onde você saiu hein, guri? - falei rindo e ele gargalhou ali em minha frente - Obrigada, cara. Foi importante pra mim...
Lucas: Já perdi as contas de quantos agradecimentos cê me deu desde que a gente se conhece - rimos - Eu não faço por obrigação, cê pode ficar tranquila quanto a isso também.
Nina: Eu sei... Mas, dessa vez, eu tava precisando de alguém que me desse esse empurrão quanto a isso. Tem coisas que eu larguei de mão e não sabia como voltar.
Lucas: Tem coisas, na verdade, Nina, que a gente nunca vai saber passar. Mas tentar não faz mal a ninguém... Pode parecer meio precoce dizer isso pro cê, mas eu tô aqui, de verdade. Eu não sei porquê, mas a gente tem uma boa ligação...
Nina: ... Isso é tão perceptível, né? O mundo precisa de pessoas como você, me sinto grata demais - senti em poucos segundos ele segurando a minha mão e a apertando, sem muita força. 
Lucas: Eu também! De verdade memo - sorri para ele e um silêncio ficou ali dentro. A gente não sabia o que dizer, mas uma energia extremamente boa nos envolvia e nos fazia perceber que o que existia ali era afinidade e a prova mais concreta que ela não tem mesmo nada a ver com tempo de conhecimento. É alma.
Nina: É... Vamos sair? - falei me soltando dele, ajeitando meu cabelo, um pouco sem jeito com o tempo de silêncio entre nós.
Lucas: Bora... é... bora que eu tenho que voltar pra casa também - falou um pouco desconcertado também e a gente foi saindo do carro, juntos. 
Nina: Hoje vais viajar, né? - falei dando a volta no carro e travando as portas, enquanto o via parado ali de onde eu me aproximava.
Lucas: Vô... Tenho que arrumar minhas coisas também, ainda não fiz nada.
Nina: Aí eu te atrasando! Então vai lá... Mas fique sabendo que o senhor está devendo um almoço comigo, tá?
Lucas: Isso é um convite, é?
Nina: Pode considerar! Depois de tanta coisa que tu fez, eu posso pelo menos tentar cozinhar alguma coisa pra agradecer, né?
Lucas: Opa! Eu vou confiar que cê manda bem na cozinha então, tá?
Nina: Pode confiar! E prometo não te fazer sair muito da dieta.
Lucas: Ih, então que tá tudo certo - rimos 
Nina: Quando tu tiver por aí de novo, me avisa e a gente marca, beleza?
Lucas: Tudo bem! Então eu vou indo lá pra casa, tá Nina?
Nina: Tá ótimo! Mais uma vez, obrigada - falei indo o abraçar, que dessa vez foi o gesto de uma maneira forte, intensa, onde mais uma vez me trouxe uma segurança desconhecida.
Nos despedimos com mais um aceno e eu fiquei vendo-o entrar em seu carro para poder voltar para casa, visto que mesmo sendo ali no condomínio, não era tão pertinho assim. Entrei em casa, novamente, leve. Os ventos pareciam soprar, pela primeira vez, ao meu favor. Alguém lá em cima estava reorganizando a minha vida e parecia fazer isso em todos os sentidos. Até nos inimagináveis.

Recadinho: Bom dia, meninas! Muito obrigada pelos últimos comentários e o agradecimento se estende hoje ao esforço que eu sei que muitas estão fazendo para divulgar a história novamente. Isso me alegra de uma maneira surreal! Não dá pra parar de repetir o quão incríveis vocês são! E seguimos no rumo da história... Hoje, vou ver se finalmente consigo postar dois capítulos no mesmo dia. Espero vocês nos comentários! Beijos.

8 comentários:

  1. Aaaaah.... Já começou a rolar o clima, ja amoo. Tava cheia de saudades de LUNINA, e eu estou muito feliz em te ver motivada desse jeito Gabs, se você postar outro capítulo vou ficar super feliz, mais se n der, N se preocupe, todos temos nossas vidas privadas ♡♡♡

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eu tô aqui ainda! Eu amo REAL a empatia desses dois e não vejo a hora dela começar a retribuir esses gesto com ele. Vai postar o capítulo seis hoje? Sim? Então tá, eu vou ficar atualizando aqui até aparecer. hahaha Beijos Gabs!

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  4. Aiin como eu amo esse casal mdss essa ligação deles é tão lindaa
    Ansiosa para o próximo capítulo
    Continua Gabi
    Beijos

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  5. Cada capítulo é + emocionante que o outro.É muito bom reler de novo.Posta hj,por favorrr . Bjs

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  6. Oi, de novo, Gabs! Então, depois que tu me falou que estava de volta, corri para cá para me interar da situação. Depois que eu entendi como tu ia proceder, corri pra casa pra reler toda história. Eu estou muito, mas muito feliz mesmo pela volta desse blog e, futuramente, lá no do Medina. E feliz tambem pela conversa de hoje de manhã. Na hora, estava com algumas amigas e fui falando para elas acompanharem aqui também! Já estou ã par com o blog e esperando pelo próximo capítulo. Obrigada por voltar. Ate logo! Beijos, beijos - Thami ❤

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  7. Tô tão feliz que a história tá de volta !!!!

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