@ninabarsanti Working [...]
fcmedina_ Nina style! Haha linda.
amandamautner Amei a foto! Você está incrível.
liviamoraes Gataaaaaa
robertacalheiros Você tá morando no Rio? Eu queria muito te conhecer.
ferreiraline Amei seu chapéu, Nina. De onde é?
anandamrp Vamo trabaiáaa!! rs
Li alguns comentários até me dá conta que o horário que o taxista falou que viria já estava chegando, então, comecei a pegar minhas coisas pra fechar a casa. Quando terminei, caminhei até a entrada do condomínio, onde encontrei algumas pessoas que cumprimentei de forma mais formal e assim que cheguei lá, não passou cinco minutos de pé e o seu Oswaldo chegou. Nos demos bom dia, informei para onde queria ir e no caminho até fomos conversando, visto que tínhamos começado a pegar um certo grau de intimidade. Ele levou a minha irmã e minha mãe pra cima e pra baixo, enquanto elas estavam aqui arrumando as coisas antes da minha chegada e durante esse final de semana, nos ajudou bastante na locomoção - até porque eu só comprei meu carro no sábado a noite. Enfim, agradeci e paguei a corrida assim que chegamos lá e fui adentrando ao estabelecimento um pouco contida de vergonha, como sempre. Cumprimentei a moça que estava lá na recepção e ela me disse que eu poderia entrar, que as modelos estavam lá dentro em função de um teste que teria, com mais algumas pessoas da Rede Globo. Não entendi nada muito bem e optei por mandar uma mensagem pra Ananda, ficando ali mesmo e aproveitando para tomar um copo d'água, enquanto esperava ela aparecer pra me salvar.
Ananda: Nina? - ela disse assim que me viu de costas e quando me virei, lá estava ela muito similar ao que era nas fotos: Com um sorriso largo, um rosto de menina, mas um corpo que denunciava o mulherão que conseguia ser.
Nina: Eu mesma - falei sorrindo e a gente logo se encontrou pra trocar um abraço - Prazer!
Ananda: É meu, né? Finalmente! - disse, enquanto nos afastávamos - Pediram pra você vir hoje também, né?
Nina: Aham! O Sérgio disse que começaríamos a vê alguns castings e tudo mais.
Ananda: Então estamos no mesmo barco, o de espera. Hoje isso aqui tá uma confusão! Se soubesse, tinha até chegado mais tarde.
Nina: A moça ali me falou! Não entendi nada... Tem equipe de televisão aqui? - falei franzindo o cenho e ela riu
Ananda: Pois é! Eles estão escolhendo duas modelos pra fazer umas cenas em Malhação. Isso não te interessa, né?
Nina: Acho que não faz o meu tipo - falei rindo e ela me acompanhou
Ananda: Então podemos ficar de fora dessa bagunça! Quando acabar, o Sérgio vem aqui e chama a gente, com certeza - ela pausou, ajeitando o cabelo - Mas então, Nina, me conta de você! Não estava aguentando mais a gente conversando só pelo whatsapp - falou me fazendo rir
Nina: Ah, é verdade! Vamos aproveitar que deram essa brecha de colocar nossas vidas em dia pessoalmente.
Fiquei ali alguns minutos trocando figurinhas com a Ananda e ela conseguia ser ainda mais gente boa pessoalmente, toda engraçada e muito o tipo do Filipe. Confesso que fiquei ainda mais feliz em ter um papo leve assim com ela e perceber o quanto ela estava apaixonada - ele merecia demais isso. Mas nossa conversa se estendeu bem menos do que esperávamos, pois logo apareceu um dos tantos funcionários que tem ali naquela agência e chamou nós duas até um escritório lá, onde quando chegamos, ainda tinha mais uma menina.
Thiago: Bom dia, meninas! Acho que vocês não se conhecem - falou olhando pra morena que lá estava sentada e em seguida levando o seu olhar pra mim - Lenita, essa é a Marina, Marina essa é a Lenita.
Nina: Prazer! - fui até ela a cumprimentando com dois beijinhos no rosto.
Lenita: Prazer, querida! Você é linda!
Nina: Ah, obrigada! Você também! - e realmente era. Uma morena com um cabelo black, extremamente bem cuidado, levemente grande e com um sorriso contagiante, que fazia ser aquela típica mulher que conseguia parar aonde chegava - E gente, pode me chamar de Nina... Já tô mais acostumada com isso.
Thiago: Tudo bem então, Nina. Vamos lá ao que interessa... Sérgio me passou a lista de quem tem casting para as três amanhã - falou se sentando na cadeira e pegando alguns papéis sobre a mesa - Ananda, você ficou com a parte mais fácil - falou em tom divertido - Pode vir pra cá que suas fotos são de estúdio. Vê se não se atrasa, tenta chegar aqui por volta das 08:00, porque é o trabalho mais urgente que temos pra entregar. Lenita e Nina, vocês tem externa... Você vai pro Arpoador, tem a campanha de trash the dress pra fazer e eles querem alguém do seu biotipo - falou olhando pra Lenita - E quanto a você, vamos pra praia! - disse levando seus olhos até a mim - Temos um ensaio de biquíni pra fazer e eles foram as primeiras pessoas a ficarem encantados com a sua ficha, Nina! Fazemos lá em Grumari, tudo bem? - assenti com a cabeça - O horário das duas são de 09:00 já nos locais das fotos. Eu vou ficar aqui, porque vou fazer as fotos da Ananda... Quem vai fotografar vocês é o Lúcio e o Jeff. São ótimos profissionais também, podem ficar bem tranquilas que o resultado de todas vai ser ótimo.
Ficamos ali conversando, trocando algumas ideias e ajeitando os últimos detalhes com relação a isso e eu confesso que já estava com um friozinho na barriga. Seria o meu primeiro trabalho no Rio de Janeiro, meu primeiro trabalho dessa nova vida e queria alcançar toda essa expectativa que nem eu mesma estava esperando que colocassem em mim. Resultou quase em uma mini reunião aquilo lá, onde fomos sair por volta de meia hora depois e o agito na agência estava ainda mais intenso.
Ananda: Pelo visto, os testes acabaram agora - disse assim que nos despedimos da Lenita, observando a movimentação que estava por lá.
Nina: Quanta gente junta, meu Deus - falei rindo e ela me acompanhou - Ei, Ananda, pera aí - falei a segurando pela mão, pra que parasse, quando olhei bem no meio daquelas pessoas e reconheci um rosto - Aquela pessoa ali, ó! - disse apontando discretamente - Quem é?
Ananda: Parece o Lucas Lucco - falou mexendo a cabeça pra tentar enxergar também, porque ele estava meio de lado e a fácil identificação não dava pra ser feita - Deve ser ele mesmo, o negócio do teste era pra uma cena com ele.
Nina: Ah, sério? Entendi então! Já estava achando meio viagem eu tá vendo ele aqui - ela riu e a gente continuou andando, acabando por passar mais perto de onde ele estava e para minha surpresa, acho que ele me reconheceu, visto que virou se sorrindo pra mim e fez com a mão como se fosse um espera, ainda em meio a um papo com um outro cara lá.
Ananda: Que isso? Ele te conhece? Você conhece ele? - ela abarrotou de perguntas ao perceber também o que tinha acontecido.
Nina: Eu o conheci esses dias, mas não esperava que ele fosse lembrar de mim - falei rindo e ajeitando meu cabelo, logo em seguida vendo ele se aproximar de nós com um sorriso bem simpático entre os lábios.
Lucas: Oi, Nina! - falou passando uma das mãos em minha cintura e trocando beijinhos no rosto comigo.
Nina: Oi, Lucas, tudo bom?
Lucas: Tudo sim e com cê? Que surpresa te encontrar aqui!
Nina: Tô bem também - sorri - Eu que digo isso, viu? Aqui é a agência que eu tô trabalhando agora.
Lucas: Ah que isso, tá falando sério? Que legal, sô!
Nina: Pois é... Aqui, Lucas, deixa eu te apresentar mais uma das modeletes daqui - ele riu - Essa é a Ananda.
Ananda: Oi, Lucas, prazer!
Lucas: Oi, oi, prazer! - falou a cumprimentando também - Eu tô ficando até perdido com esse tanto de mulher - disse nos fazendo rir
Nina: Conseguiu o que tu veio fazer aqui? Foi coisa de teste, né?
Lucas: Foi! Estávamos precisando de algumas meninas pra contracenar com o Uods e como o personagem é meu, vim escolher também - falou rindo e causando isso em nós.
Nina: Eu cheguei aqui tava mó confusão, agora tá bem mais explicado o porquê... Devia tá gente arrancando os cabelos pra passar nisso aí - ele riu
Ananda: Conseguiram escolher?
Lucas: Aham, Uods se deu muito bem... Adorei essa agência - gargalhamos com a falsa ingenuidade que tentou expôr ao falar isso.
Nina: Só o seu personagem, né? Tá bom! - falei ainda rindo - Acho que vou até acompanhar isso aí para vê quando passar.
Lucas: Ah, tem que acompanhar mesmo. Conhecer meu personagem, cês vão gostar.
Ananda: Eu também vou começar a vê - falou animada - Mas olhem, o papo tá ótimo, só que eu vou ter que ir. Marquei salão e agora mais do que nunca vou ter que ir, né? Já tô até atrasada - disse encarando o relógio em seu pulso - Você tá de carro? Quer carona? - falou virada pra mim.
Nina: Vai lá, Nanda, tô de táxi mas fica tranquila que nesse caminho eu já me acho. Deixa eu só te falar uma coisa... Vou precisar de ti pra amanhã! Eu nem sei onde fica esse negócio de Grumari. O papel que ele me deu tem o endereço, mas como eu vou chegar lá?
Ananda: Se ele não tivesse marcado ensaio pra mim de manhã também, eu ia contigo pra te ajudar! Mas de qualquer jeito, vou vê se faço uma rota direitinha e te mando pelo whatsapp, pode ser? Mais tarde a gente se fala certo, eu tento te ajudar.
Nina: Tá ótimo, já vai quebrar uma árvore pra mim. Obrigada! - falei indo se despedir dela.
Ananda: Tchau, Lucas! Vou começar a vê seu Uods, viu? - disse rindo, se despedindo dele também.
Lucas: Quero só vê, hein? Vai lá, com Deus - ele acenou enquanto ela saía e tiramos a atenção dela, ao vermos que estávamos só nós dois ali naquele papo - Você também pode ir embora agora, Nina?
Nina: Bom, eu acho que é isso que eu vou fazer - ri com o nariz - Já sei das coisas que tenho pra amanhã, não tenho mais nada pra fazer aqui.
Lucas: Então vamos! Vi você falando com ela que você tava de táxi, eu te deixo em casa.
Nina: Que isso, Lucas, precisa não. Rapidinho eu falo com o moço aqui, ele já é até meu amigo - o vi rir
Lucas: Mas esperar pra quê? Não é incomodo nenhum pra mim e nem vai me atrapalhar em nada... Só você me dizer onde é.
Nina: Ai, meu Deus... Então tá bom! Obrigada!
Lucas: Não é nada mesmo! Deixa eu só falar aqui com o Léo, espera um minutinho - ele disse pousando uma das mãos em meu ombro.
Nina: Tá bom! - assenti com a cabeça e fiquei ali parada, aproveitando para guardar os papéis que tinha recebido pro meu trabalho de amanhã, enquanto ele foi falar com um homem lá que ele estava conversando antes de me vê ali. Me distrai um pouco prestando atenção naquele movimento pelo espaço e cheguei a me assustar um pouquinho quando ele voltou a se aproximar, mas nada que fosse tão perceptível. Ele me chamou pra que fôssemos até o carro e eu fui o seguindo, vendo que tinha estacionado num espaço da própria agência. Ele destravou as portas e nós entramos lá, onde eu me sentei no banco do carona e tratei logo de colocar o cinto, sem demorar muito a vê-lo dar partida.
Lucas: Só me falar onde a senhorita mora agora... Prometo que vou ser um motorista gente boa que nem o seu amigo - gargalhei
Nina: Tudo bem então, vou confiar, viu? - disse entrando no clima de brincadeira e logo em seguida dando o nome do condomínio.
Lucas: Quê? Cê tá de brincadeira?
Nina: Por quê? - o encarei até um pouco assustada com a sua reação.
Lucas: Eu tô morando lá, Nina.
Nina: Mentira? - acabei rindo pela surpresa enorme de saber disso.
Lucas: Aham! Minha casa aqui no Rio é lá.
Nina: Não dá nem pra acreditar! Mas que bom, agora já conheço algum dos meus vizinhos!
Lucas: Nem eu tô acreditando - ele disse rindo - Ah é verdade! Aquele trem já é grande, eu que não paro em casa então, não conheço ninguém.
Nina: Gente, que coisa maluca... Mas tá bom, bom aí também que eu não vou te dá trabalho.
Lucas: Já não ia, Nina, pode parar com isso - ele falou parando no sinal e me encarando - Cê começou a trabalhar quando aí?
Nina: Eu vim pra cá a trabalho, por causa desse convite mesmo, por isso eu me mudei pro Rio. Mas na prática mesmo, eu só começo a trabalhar amanhã.
Lucas: Ah, o que cê tava falando com a Ananda é o seu primeiro trabalho aqui? - encurvou um pouco do corpo pra vê o sinal, que tinha aberto e voltou a atenção a pista.
Nina: Aham! Vai ser numa praia aí, Grumari.
Lucas: Cê num sabe onde é não?
Nina: Não! Ananda vai ter que dá o jeito dela de me ensinar a ir - ele riu - Na verdade também se ela não conseguir, eu ligo pro seu Oswaldo e ele me leva lá.
Lucas: Seu Oswaldo é o seu amigo taxista? - falou zombando e eu assenti - Aposenta ele, esse negócio aí é de manhã? Se for eu te levo lá, adoro aquele cantinho.
Nina: Lucas! Para! - disse até um pouco sem graça - Eu tô me sentindo mal contigo parecendo meu motorista.
Lucas: Parecendo não, sendo - ele disse rindo.
Nina: Não, cara, pelo amor de Deus.
Lucas: Tô brincando, Nina, eu amanhã só vou gravar a noite, então vou ficar o dia inteiro sem fazer muita coisa. Cê tá morando lá no condomínio também, qual é o incômodo disso?
Nina: Todos! A gente mal se conheceu e tu já tá fazendo vários favores pra mim, daqui a pouco vai pensar que eu sou uma folgada.
Lucas: Nada a vê! Cê num tá me pedindo nada, eu que tô oferecendo. E já tá decidido, nem tenta mudar minha ideia.. Vou ser uma boa companhia e nem vou atrapalhar.
Nina: Ai meu Deus, Lucas, juro, eu tô me sentindo até mal.
Lucas: Eu que vou me sentir mal daqui a pouco pensando que cê num me quer perto de jeito nenhum. Que horas vai ser lá?
Nina: Para de besteira, você tá entendendo que não é isso. Mas olha só, tudo bem, tu vai comigo, me leva, até porque eu realmente tô sem ideia de onde é e porque não vai te dá tanto trabalho assim de ir me buscar em algum lugar. Só que esse papo de boa companhia, você sabe que quem não vai ser sou eu, né? Porque eu vou ficar fotografando o tempo inteiro - pausei - E ah, eu tenho que estar lá 09:00, dá pra sair por volta das 08:30, né? - o vi concordando com a cabeça.
Lucas: Ah, que isso, tem problema não! Fico lá olhando e se bobear, aproveito que lá é meio deserto e faço até uma corrida na praia, olha que praticidade.
Nina: Se é assim, então tá bom, fico um pouco mais tranquila - falei, relaxando os ombros - Tu é sempre gente boa assim, eu tô com sorte ou também tá com pena de vê o quanto eu ainda tô perdida nesse Rio de Janeiro? - ele gargalhou
Lucas: Um pouco dos três - falou ainda rindo - Mas eu também sei como é ter que tá nessa fase de adaptação em novos lugares, é bom a gente ter bastante pessoas pra contar.
Nina: Ai, é verdade! A minha irmã e a minha mãe estavam aí até ontem, então tipo, eu ainda estava mais tranquila, só que agora, né? Parece que começou de verdade a minha vida aqui, sabe? Eu sei que posso contar com o Paulinho e a Ananda, por exemplo, que são as pessoas que eu mais vou tá próxima aqui, mas ele também não podem parar a vida deles ao meu dispôr, né?
Lucas: É verdade! No final, a gente tem que aprender sozinhos mesmo a se virar. Mas que uma ajudinha é sempre bem vinda, é né?
Nina: Ah, isso claro! Eu sei que eles tão sempre aí pro que eu precisar, graças a Deus.
Lucas: Agora cê tem eu, ó só que belezura - ri
Nina: É verdade! E você também. Bom, tô bem perdida mesmo, mas juro que quando eu começar a me organizar, eu vou pagar essa dívida que já comecei tendo contigo.
Lucas: Tem dívida nada, ou - falou me fazendo rir.
Nina: Vou perguntar de ti também, tá? Você veio pra cá por causa de Malhação?
Lucas: Aham! Eu tenho que gravar, pelo menos segunda, terça e quarta, então ficaria difícil se eu continuasse morando em Uberlândia. Já tenho a agenda dos shows também, aí não tinha como conciliar, eu tinha que me mudar.
Nina: Entendi! Mas tu tá aqui sozinho também, né?
Lucas: Tô! Meus pais vem pra cá sempre, meu irmão com menos frequência mas também vem, só que morando mesmo, tô só eu - ele pausou, se ajeitando na direção - Lá em Uberlândia eu também morava sozinho, mas era do lado da casa dos meus pais, então nem se compara ao que eu tô vivendo aqui no Rio, né?
Nina: Eu imagino! Lá era um morando sozinho disfarçado - rimos - Mas eu também tô sentindo um pouco dessa diferença, sabia? Tipo, eu tava há seis meses morando sozinha lá na Califórnia, mas ainda sim a minha casa dividia espaço com as dos meus sogros e do outro lado morava uma família de amigos, então assim, não me sentia tão desamparada.
Lucas: Hm, sim - ele disse e eu podia jurar que senti ele um pouco desconfortável, mas prosseguiu logo com a fala - Cê nasceu onde aqui no Brasil?
Nina: No Sul, em Santa Catarina.
Lucas: Olha, gaúcha... Já perdeu quase todo o sotaque, viu? Eu não ia imaginar - falou rindo.
Nina: Eu nunca tive o sotaque muito forte, dá pra acreditar? Fico muito passada, porque a minha irmã puxa assim umas palavras que eu morro de inveja - ele riu - Mas eu perdi mais ainda saindo do Brasil mesmo. Agora só falo uns tu de vez em quando e sai uns bah também.
Lucas: Mas agora cê falando bah pareceu gaúcha, apaga o que eu falei - rimos
Nina: Enquanto tu é um mineirinho todinho, né? Eu tenho muito apego em sotaque.
Lucas: Sô, né? Não dá nem pra negar muito - ri - Mas eu gosto, eu gosto.
Nina: Eu também! E o Brasil é tão rico nisso... É encantador.
E entre um papo e outro, eu e o Lucas nem conseguimos perceber quanto tempo demoramos para chegar no condomínio. Conseguíamos conversar muito bem sobre algumas coisas particulares ou assuntos em comum e isso chegou a me surpreender, visto como tava se desenvolvendo natural tudo aquilo. Ele era um cara muito gente boa, divertido e sabia fazer as pessoas acreditarem que o conhecia há anos, por tamanha transparência. Só nos demos conta de onde estávamos quando entramos no condomínio e eu fui explicá-lo onde ficava a minha casa pra ele, que chegou bem rapidinho em frente a ela pra me deixar.
Lucas: Prontinho - falou brincando com os dedos no volante, enquanto me encarava tirar o cinto
Nina: Nem sei como te agradecer, né?
Lucas: Deixa pra depois, porque amanhã tem mais - falou rindo e acabou causando isso em mim também
Nina: Ah, é verdade! Brigadão mesmo! - disse me aproximando para se despedir dele e a gente trocou dois beijinhos - Ai esse estilo carioca - gargalhamos juntos.
Lucas: Beijo, Nina, fica com Deus.
Nina: Você também! Até amanhã! - sorri para ele e fui saindo do carro, ainda o ouvindo buzinar quando deu partida e eu fui abrir a porta da minha casa.
[...]
Terça feira amanheceu e eu já estava com tudo pronto para ir pra praia fazer meu trabalho de hoje. Só agora eu tinha me dado conta que tinha combinado algo com o Lucas, mas sequer tinha pegado o número de celular dele, então, não conseguia fazer muita ideia se ele, realmente, poderia viria ou até mesmo se lembraria. Peguei todas as minhas coisas e decidi ficar um pouquinho na porta da minha casa, depois de trancá-la, combinando comigo mesma que se ele não aparecesse até umas 08:45, eu iria ligar pro seu Oswaldo e tentar vê se ele me salvava dessa. Mas não precisei: O tempo que fiquei parada ali, rodei pelas minhas redes sociais e me distrai tanto que cheguei a assustar quando ouvi uma buzina do carro parado bem em minha frente. Sorri, até um pouco aliviada porque se tivesse que ser de outra forma eu com certeza me atrasaria, e fui até o carro, onde logo ouvi as portas destravarem e ele abriu a do lado do carona, por dentro, para mim.
Nina: Bom dia! - falei entrando no carro e depois de fechar a porta, me virando para cumprimentá-lo.
Lucas: Bom dia! Simbora?
Nina: Aham! - falei já me ajeitando com o cinto e vendo logo ele dar partida com o carro - Tu não disse que ia aproveitar pra correr? Acho que de jeans você não vai conseguir fazer isso muito bem - ouvi ele dando uma risadinha ao vê que tinha percebido como ele estava, além daquela bermuda, com uma regata mais puxada para o cinza e os óculos de Sol. Sem contar o fato mais inegável: Surrealmente cheiroso.
Lucas: Cê tá pensando que esse mineirinho é bobo, é? - disse me fazendo rir - Tô com outra bermuda por baixo, se cê demorar memo lá, eu faço meu aeróbico.
Nina: Olha, muito bom - rimos
Lucas: Nina, deixa eu te fazer uma pergunta.. Cê tem alguma referência de onde é, mais ou menos?
Nina: Ah, olha só - falei abrindo minha bolsa para pegar os papeis que o Thiago tinha me dado - Tem algumas coisas aqui, vou ler pra ti - disse, de fato, fazendo isso em seguida.
Lucas: Tá beleza então! Qualquer coisa também acho que deve dá pra gente vê, lá é desertão memo.
Nina: Não sei se dou graças a Deus por fazer as fotos num lugar assim ou se fico com medo - ele riu
Lucas: Não, pode dá graças a Deus que é bonito pra caramba
Mais uma vez, fomos conversando o caminho inteiro. Eu juro que conseguia ter essa sensação de conhecer o Lucas há mil anos. A gente tinha também algumas similaridades que chegava a ser bobo o quanto nos assustávamos com isso. Pegamos um pouquinho do congestionamento que já sabíamos que seria inevitável, principalmente aquela hora da manhã, mas ainda não foi o suficiente para eu me atrasar. Embora Grumari fosse um lugar mais deserto, não era nem um pouco distante de onde morávamos, então isso facilitou bastante. O Lucas estacionou ali, naquilo que mais parecia uma orla e nós saímos do carro vendo a estande que ali estava montada, com uma equipe já presente, e câmeras sendo ajustadas. Nos aproximamos juntos, depois que o Lucas travou o carro, e um homem que eu já tinha conhecido lá na agência, foi quem veio me cumprimentar.
Jeff: Bom dia, Nina! - ele me deu um abraço e eu o retribui.
Nina: Bom dia! - sorri de forma simpática e vi ele esticando a mão para o Lucas, que veio cumprimentá-lo.
Jeff: Bom dia, querido! Meu nome é Jeff, prazer - isso foi fundamental para que eu me lembrasse o nome dele, porque eu realmente tinha esquecido.
Lucas: Bom dia! Prazer, Lucas - acabamos rindo da cara óbvia que o Jeff fez com aquela apresentação.
Jeff: Vou fotografar você hoje, meu amor! - ele disse tirando os meus cabelos dos ombros, o jogando para trás - E você veio ficar nas minhas lentes também? - falou em tom de brincadeira para o Lucas.
Lucas: Não, não, vim mesmo só pra acompanhar.
Jeff: Fica a vontade aí, viu? Vamos ter que roubá-la pra começar esse trabalho. Seja bem vindo também!
Lucas: Que isso, brigadão - ele sorriu pro Jeff que já veio logo me arrastando até o estande, onde estavam algumas pessoas da equipe.
Cumprimentei todos com um bom dia e logo as meninas que iriam fazer meu cabelo e minha maquiagem começaram a atuar juntas sobre mim. O Lucas, que tinha sido convidado para sentar ali conosco, acabou avisando que iria correr enquanto eu tava me preparando, porque queria vê o ensaio, e assim, por um bom tempo ele desapareceu das nossas vistas por aproveitar aquela areia e aquele Sol que começava a esquentar junto com o dia. Fiquei conversando a todo tempo com o pessoal lá, enquanto me arrumava, e eles eram muito simpáticos. Conseguia me sentir extremamente leve e o Jeff foi me mostrando também todas as composições que precisaria usar hoje. Escolheram que eu fizesse as primeiras fotos logo de biquíni e então eu fui me trocar, num espacinho que tinha ali, saindo á encontrar o Lucas sentado em uma das cadeiras que ficariam vagas, tomando uma água.
Nina: Que isso, tá vivo ainda? - falei rindo, ajeitando a toalha que estava enrolando no meu corpo, e chamando a atenção dele pra mim.
Lucas: Tô! - ele falou me encarando, piscando os olhos com um pouco mais de frequência e eu me via ficar sem jeito - Vai começar agora, né?
Nina: Sim senhor! Eu disse que tu tomaria um chá de cadeira, se precisar ir...
Lucas: Relaxa, Nina! - ele me interrompeu - Estarei aqui olhando tudo, como primeiro crítico das fotos - acabei rindo daquele tom bobo que ele usou.
Nina: Então tá bom! - ouvi o Jeff, que já estava na areia um pouquinho só distante de nós me chamar - E vamos lá que o dever está me chamando, literalmente.
O Lucas riu e eu o deixei ali, indo até onde começaria as minhas fotos: Na areia. Me livrei da toalha, entregando a um dos assistentes que estavam lá e pude me colocar em meu trabalho, tentando abstrair todas as coisas e focando somente nas fotos. Podia me considerar com uma capacidade de concentração incrível e de fato, me tornava quem eu quisesse em frente as câmeras. Achava isso o maior barato da minha profissão e por isso sou uma apaixonada intensa por ela! Passei horas fazendo aquelas fotos, visto que ainda troquei de biquíni uma vez, acrescentei uma jaqueta e compus com um cigarro, fazendo um estilo bem diferente do meu e de trabalhos anteriores inclusive. Fotografamos mais na entrada da praia também, beirando a rua, e o último look ficou por conta de um short + cropped que dava vontade até de levar pra casa, de tão bem que vestiu. Só quando terminamos e eu fui colocar minha roupa para ir embora, depois de me despedir e agradecer imensamente todo aquele trabalho que eu conseguia ter uma prévia por uma espiadinha ou outra na câmera, que me dei conta que já eram quase 13:00! Fui até o Lucas, que se manteve ali durante todo o ensaio e acompanhando todo empolgado, para chamá-lo e ele parecia bem pensativo, dessa vez de pé.
Nina: Oi, tô pronta - falei chamando a sua atenção.
Lucas: Oi, oi - ele parecia ter se despertado dos seus próprios pensamentos - Uau, Nina! Sem palavras pro cê, mocinha! - ele passou o braço em meus ombros, acabando por me trazer pra mais perto do seu corpo - Cê se transforma em outra pessoa, tá louco - ri
Nina: Acho que isso é uma coisa que tenho que concordar.
Lucas: Tem memo! Dá nem pra acreditar - eu fui me afastando - Quero vê como vai ficar essas fotos aí depois de editadas, hein, cê vai me mandar, né?
Nina: Vou! Hoje tu foi quase da equipe, merece vê - ele riu
Lucas: Falando em equipe, vou me despedir do pessoal que a gente já pode ir, né?
Nina: Pode, pode sim! Eu já falei com eles, vai fazendo isso que eu vou só fazer mais uma coisinha, tá?
Lucas: Tá bom! - ele concordou parecendo curioso para saber o que ia fazer, mas não estendeu outra pergunta, foi indo até onde estava o Jeff e o pessoal já se desarrumando para poderem ir embora.
Eu segui para a beira do mar e só parei quando senti as ondas alcançarem os meus pés. Estar na praia sempre era motivo de oração para mim, aquele era o meu lugar de me sentir mais próxima do Rafa. E pensando nele, o meu primeiro trabalho no Rio de Janeiro não caiu aqui a toa. O lugar era lindo, com ondas altas e virava e mexia tinha movimento de surfistas por ali, algo que me fez lembrar dele o tempo inteiro. Eu não acreditava em coincidências, entendia que aquilo era como se fosse uma bênção, como se fosse para me mostrar que ele estava cuidando da minha nova vida em solo carioca. Fechei os meus olhos e fiz a minha oração a Deus, pedindo proteção e luz, além do cuidado do Rafael. Eu queria sentí-lo perto a todo momento, do melhor jeito que conseguíamos, e parece que mesmo lá do Céu, ele também queria isso, de alguma maneira. Me provava por todos os meios que eu não estava desamparada, eu nunca estaria sozinha. E eu precisava agradecer, como sempre fiz. Não fiquei muito tempo ali, por lembrar que o Lucas me esperava, mas estava sentindo o meu coração até mais leve, embora a saudade o apertasse um pouco mais quando lembrava dele com tanta intensidade. Passei pelo pessoal dando mais um tchau e segui até onde estava estacionado o carro do Lucas. Ele estava encostado nele, com os braços cruzados e pelo óculos estar entre os cabelos, conseguia vê o seu raio de visão me acompanhando até chegar nele. Sibilei um vamos e ele assentiu com a cabeça, logo destravando o carro e a gente entrando nele. O Lucas não deu partida e só depois que coloquei o cinto, percebi que ele estava com as mãos apoiada no volante, um tanto quanto pensativo. Não entendi aquilo; não sabia se tinha acontecido alguma coisa ou se até mesmo poderia ser curiosidade. Fiquei um tempinho em silêncio até perceber que ele não tomava atitude nenhuma, apenas parecia imerso nas ideias de sua própria cabeça que eu não conseguia decifrar.
Nina: Aconteceu alguma coisa? Eu fiz alguma coisa? - falei em tom, realmente, preocupado.
Lucas: Não... Eu que não sei mesmo o que fazer - ele disse com os antebraços apoiados sobre o volante e virando, enfim, o rosto levemente pra mim - Eu sei da sua história, mas agora eu vi como cê age com que vive e pensando bem sobre isso, eu não sei o que posso fazer.
Nina: Lucas, desculpa, mas... Eu não tô entendendo o que tu quer dizer. Você sabe do Rafael? Que ele faleceu?
Lucas: Sim... Quer dizer, na verdade eu não sabia - ele se soltou lá do volante e virou um pouco mais pra mim, me incentivando a fazer o mesmo, tirando o cinto, e nos deixando quase que de frente um pro outro, na medida que o carro permitia - Eu não sei de surf, não conheço nada memo. Mas no dia que eu te segui lá no instagram, eu vi algumas coisas e decidi pesquisar... Descobri o que cê passou pelas notícias que tinham aos montes no Google. Aquele dia eu fiquei pensando muito na sua situação, Nina! A gente tinha acabado de se conhecer, eu sei, mas eu queria poder fazer alguma coisa por você, sabe? Eu senti um aperto no peito diferente, porque cê é tão gente boa, tão tranquila... Não merecia passar por isso. Sei lá - ele disse passando a mão entre os cabelos - Eu sou completamente fraco quando o assunto é morte, eu acho que nunca vou saber lidar com ela.
Nina: Nossa - falei soltando um suspiro longo, surpresa por aquilo e até um pouco emocionada - Eu não esperava que fosse por isso, então, eu acho que também não vou saber o que falar direito. Mas eu te agradeço... Pelo visto, tu andou fazendo, ou pelo menos querendo fazer, mais coisas por mim do que só me trazer até aqui ou me levar em casa. E eu vou te falar uma coisa - disse abaixando meu olhar e encarando minhas mãos, onde estava entrelaçando meus dedos sobre a perna - Ninguém sabe lidar com a morte. Quem fala que sabe, é porque nunca passou pela fase de perder alguém. É uma coisa irreparável! E se tu tivesse conhecido o Rafa, um dia sequer, perceberia que quem não merecia ter ido era ele.
Lucas: Não, Nina, não abaixa esse olhar que eu não vou aguentar - senti sua mão tocar o meu queixo, como quem quisesse levantar o meu rosto e assim eu fiz - Eu não quero falar nada pra te entristecer, é que eu fiquei muito mexido com toda essa história, de verdade.
Nina: Falar do Rafael não me entristece... Me dá saudade... - falei sentindo meus olhos marejarem e então, respirei fundo para espantar aquilo - Mas quando o tempo passa, a gente vai aprendendo algumas coisas sobre ela. Eu sei que ele tá comigo em todo lugar e a praia é um lugar que me conecta muito com ele, por isso eu quis ficar uns minutinhos que fossem sozinha e fazer minha oração.
Lucas: Cê tá certa! Ele com certeza cuida do cê - disse se ajeitando no banco, olhando pra frente - A vida é uma doideira, a gente nem faz muita ideia do que Deus escreve.
Nina: Pois é! Se alguém me falasse que ele morreria antes disso acontecer, eu acharia que não iria conseguir viver depois disso, sem exagero. Mas só quando a gente passa pela situação e vai percorrendo ela, a gente sabe de fato como vai ser. Poderia ser ao contrário, mas a minha fé atual é infinitamente maior. Parece que esse é o único meio que vai me ligar ao Rafael e eu não posso me desfazer dela um segundo sequer.
Lucas: Que coisa linda! Cê é muito guerreira, de verdade... Não dá pra acreditar que por trás de uma mulher que mais parece uma boneca tem uma história dessa.
Nina: Eu tô tentando ser uma. Vir pro Rio de Janeiro foi o primeiro passo que eu dei pra tentar seguir... É complicado, mas isso é pra gente vê que as coisas que tem pra acontecer não poupa as pessoas, simplesmente, porque elas tem um rostinho bonito.
Lucas: Quando li coisas sobre o acontecido, eu achei que eu pudesse fazer alguma coisa por cê, caso te visse novamente. Mas pelo visto, sou eu quem vai aprender muito.. Cê é uma fábrica de ensinamentos ambulante, Nina! - acabei rindo e ele, ao perceber o sorriso entre os meus lábios, fez o mesmo.
Nina: Não é assim, eu juro. Mas a gente aprende muito com tudo ao nosso redor, sério.
Lucas: Tô vendo! - ele disse virando a chave pra dá partida no carro - Mas eu acho que depois de um ensaio desse, a gente não precisa se entristecer, né?
Nina: Não mesmo! Até porque eu tô querendo muito chegar em casa e fazer alguma coisa pra eu comer, tô morrendo de fome.
Lucas: Opa, eu também! Bora! - ele disse já com o carro na estrada e o clima que tinha se instalado há alguns minutos atrás, foi se perdendo em meios as risadas e conversas animadas sobre as coisas que tinham acontecido no meu ensaio que tivemos durante todo o caminho. Pouco tempo depois, me dei conta que ele estava parando o carro em frente a um restaurante, Pomar Orgânico, e eu o olhei, com a testa completamente franzida - Cê num disse que tá com fome? Melhor adiantar isso, dá pra ficar assim não - falou todo leve, com um arzinho de sorriso no rosto.
Nina: Tu é muito doido, cara - acabei rindo - Mas como eu tô realmente morrendo de fome, não vou nem reclamar... Vai cair como uma luva e eu nem vou precisar entrar na cozinha.
Lucas: Tá vendo como vai ser bom? Bora! - disse desligando o carro e eu peguei minha bolsa, me livrando do cinto no mesmo momento que ele, em seguida a sair do carro. Entramos lá no estabelecimento, que típico da hora, estava um pouquinho cheio, mas logo conseguimos um lugar para nos acomodar. Fomos recebidos pela chef, que já dava um show de simpatia, e depois de folhearmos os cardápios, fizemos nossos pedidos, sem a entrada, porque a fome já estava bem grande mesmo.
Nina: Juro que sem querer, tu me trouxe no melhor lugar, tô apaixonada pelas opções daqui... Acho que vou até fazer umas comprinhas lá pra casa antes da gente ir embora.
Lucas: Que bom que cê gostou, aqui é um máximo! Pelo visto, cê gosta de cuidar da alimentação, né?
Nina: Gosto e muito! Não é nem por conta da minha profissão que exija que eu esteja sempre magrinha, é porque isso virou um prazer pra mim. Eu sou apaixonada por coisas mais orgânicas, procurar novas receitas de baixo teor de gordura, não industrializados... Essa é mais a minha praia.
Lucas: Muito maneiro, eu acho que o mundo deveria cuidar mais da alimentação desse jeito. Eu tenho o meu estilo, sabe? Algo que cabe a mim e minha dieta é muito mais voltada aos treinos, a minha rotina. Mas eu admiro quem se cuida não por conta de dietas e por um período de tempo, só que sim pra ser saudável a vida inteira.
Nina: Eu também! Isso eu trago de casa, a minha mãe é muito assim, gosta muito do natural e passou isso pra mim e pra minha irmã. Não vou te dizer que eu não coma uma besteira aqui ou outra ali, como, mas o mais importante é que em função da minha rotina alimentar, isso não faz eu me sentir culpada, não me atrapalha em nada. Eu gosto dessa leveza!
Lucas: É bom, é muito bom mesmo. Coisa que parece já fazer parte, né? - eu assenti com a cabeça - Como eu falei, o meu estilo de vida acaba sendo uma dieta eterna, é muito mais restrito, mas hoje não é algo também que me incomode, é algo que eu aprendi a gostar. E é fundamental quando vem de casa, eu passei isso com a minha mãe também. Hoje acabo sendo mais regrado que ela - ri
Nina: Mas a sua profissão exige isso, né? Não por questão de estar em forma, só que tá disposto e com a saúde impecável.
Lucas: Pois é! Se eu fico doente, ferrou - rimos - Não posso dá esse mole.
Nina: Pode crer, atrapalha tudo, né? - ele concordou com a cabeça
Lucas: E exercício, treino e tal? Cê curte?
Nina: Não - acho que fiz uma cara bem cômica ao dizer isso, porque ele logo caiu em risos - Não, vou me explicar, não é que eu não curta... É que tipo, eu não posso ficar muito grande, né? E em contrapartida, a minha preguiça é bem grande também. Então assim, ás vezes eu faço uma esteira, ás vezes dou uma caminhada, mas tipo, uma vez por semana? Só pra não ficar muito mal mesmo
Lucas: Cê é figura - ele riu - Entendi, entendi... Não vou levar a mal - rimos. Ficamos conversando um pouco a respeito desses estilos de vida até o momento que nossa comida veio ser servida.
Nina: Meu Deus, que pratinho lindo - falei observando assim que as coisas tinham sido montadas - Puro amor!
Lucas: Olha, tô cada vez mais levando a sério que eu não poderia ter te trazido em lugar melhor - ele disse rindo
Nina: Não mesmo! - falei pegando meu celular dentro da bolsa - Vou tirar uma foto pra mandar pra minha mãe, ela vai morrer de inveja... Vai querer voltar pro Rio agora - ouvi ele rindo e fiz exatamente o que falei, abrindo uma conversa com a minha mãe. A foto com aquela disposição ficou tão linda que decidi mandar pro instagram também. Valia a pena!
@ninabarsanti Matando a saudade de feijoada do melhor jeito possível.
primattos Guria, curtiu aí? Vou pro Rio mês que vem e tá na minha lista a visita.
louisemc90 Imagino o quanto uma feijoada não faz falta fora do Brasil haha
bittencourtpati Que prato lindo! Deve estar ótimo.
fabisouza Pomar Orgânico é tudo de bom!!!
karolsilveira Tô fora do Brasil e morrendo de água na boca kkk
annaportilla O corpo e a mente agradecem esse tipo de alimentação.
Nem olhei muito dos comentários, bloqueei logo a tela deixando o telefone ali por cima e comecei a minha refeição junto com mais um papo animado com o Lucas, dessa vez a respeito da Giovanna Antonelli - que ele me contou que era uma das sócias ali, e desembocamos no papo de crossfit e a cfp9, que ele a conhecia por ela frequentar lá também. Foi um almoço inesperado, mas que me rendeu boas coisas, boas energias, algo que eu realmente estava precisando. Assim que terminamos, ele ainda me esperou que fizesse umas comprinhas na parte que tinha lá destinada á pães, pastas e coisas do tipo e no final, eu ainda tive que convencê-lo de que quem iria pagar minha conta era eu, porque né? Ele já estava fazendo muito por mim, não teria o menor cabimento. Saímos de lá, voltando ao carro, com um ar bem melhor por já estarmos de barriga cheia e a volta pra casa foi bem tranquila, visto que nem trânsito pegamos. Ele já até sabia onde era a minha casa, por ter me deixado lá ontem, e depois que entramos no condomínio, ele logo parou lá em frente.
Lucas: Pronto, viu? Te levei e te trouxe em segurança, além do que tô vivo também pro cê vê que não foi problema nenhum fazer isso - acabei rindo.
Nina: Ai que bom, seu engraçadinho! Só que ainda sim, mais do que nunca, eu nem sei como te agradecer.
Lucas: Larga disso, Nina! Somos praticamente vizinhos. Depois eu venho aqui, cê faz um escondidinho de batata doce e tá tudo pago - gargalhei e ele acabou me acompanhando - Tô brincando, tem nada não.
Nina: Ai você é demais! Brigadão mesmo... Qualquer coisa, tu me chama aí, viu?
Lucas: Digo o mesmo pro cê - ele sorriu - Ah, sabe o que eu reparei? Que a gente não tem o número um do outro.
Nina: Putz, eu pensei nisso hoje de manhã também... Pera aí, pode me falar antes de eu sair - falei pegando meu celular e desbloqueando, vendo ele fazer o mesmo. Trocamos nossos números ali rapidinho - Pronto! Agora sim tô indo... Mais uma vez, brigado, viu?
Lucas: Não tem de quê, Nina! - a gente se despediu ali rapidinho, eu agradeci mais uma vez e fui saindo do carro, me recordando que precisava falar algo para ele antes de fechar a porta.
Nina: Posso te falar uma coisa? - disse com o braço apoiado na porta do carro, levemente encurvada para poder vê-lo.
Lucas: Claro! - ele respondeu até com certa pressa.
Nina: O que tu sentiu por mim e me contou foi um dos sentimentos mais nobres que o ser humano pode ter, mas anda esquecendo como é bom dar isso ao próximo... Empatia é o nome. Tu é muito especial por ainda ter sensibilidade de oferecer isso até a pessoas que você mal conhece, Lucas!
Lucas: Ôh, Nina - ele falou se desmanchando em um sorriso tão genuíno que eu não consegui ficar mais séria - Não me faça querer sair daqui, te abraçar e chorar no seu ombro. Sou um cara sensível pra caramba! - por fim, gargalhei daquela fala dele.
Nina: É verdade! Eu precisava te dizer isso - sorri assim que recuperei o ar - Vai com Deus, tá?
Lucas: Brigadão... Cê fica com Ele!
E observando o sorriso em seu rosto, eu fechei o seu carro e logo me virei para a minha casa. Ele deu partida, enquanto eu fiquei a abrir a minha porta. Cheguei despachando a minha bolsa e as minhas coisas pela sala, e com a cabeça só a pensar como o Lucas era um cara incrível. Um coração bom, um astral no alto, uma transparência que sei lá... Eu passei muito a acreditar em certas coisas que Deus coloca no nosso caminho com certo propósito e foi inevitável pensar nessa aproximação tão instantânea com uma pessoa que eu mal conheço, mas que a ligação parece de séculos. Meus pensamentos se cortaram somente quando vi o meu celular vibrar, assim que o peguei e ao vê que era mensagens da minha mãe, depois de morrer de rir com ela me xingando ainda pela foto do almoço. Eu decidi ligar o Facetime com ela pra gente poder bater um papo, me aproveitando da informação que ela tinha me dado que havia acabado de chegar em casa. E assim se fez minha terça feira: Bate papo com a mamis + descanso de uma manhã frenética de cansaço que eu só fui entender o quanto tinha me cansado, quando eu bati na cama para colocar uma parte das minhas séries em dia.
Recadinho: Oi, meninas! Esse final de semana, por conta do dia dos pais e de uma família bem agitada, foi difícil postar os dois capítulos prometidos, mas amanhã tudo volta ao normal. Espero que tenham gostado de relembrar essa conversa entre Lucas e Nina - que sem sombra de dúvidas, pra mim é uma das mais especiais - e agradeço por estarem comentando tão animadas quanto da primeira vez. Vocês são demais!
Espero que tenham tido um dia maravilhoso com os papais (ou vovôs, padrastos, titios, padrinhos, mamães e qualquer outro ser especial que funcione como tal). Beijo á todos!!
Aiii que saudadeeeeeee eu tava. NÃO canso de dizer que amo esses dois
ResponderExcluirEsse capítulo sem duvidas é muito lindo, real !!!
ResponderExcluirEu tô aqui ainda e vai ser pra sempre! Eu amei relembrar essa conversa do Lucas com a Nina. Aguardo ansiosamente os próximos capítulos e os que vem depois do próximo. Fica com Deus minha linda!
ResponderExcluirMais um capítulo e eu ja me derreti toda, nossa, LUNINA eh um amorzinho, eu fico cheia de expectativa pra ler os próximos capítulos Gabs ♡♡♡
ResponderExcluirRelembrar, sem dúvidas, está sendo melhor do que ler pela primeira vez. Eu amei relembrar esse capítulo e espero que nem louca pelos próximos. Beijos e boa semana
ResponderExcluirEu me apaixonei novamente por Lunina! Que capítulo especial... To no aguardo do 4, heein! Aqui beeem ansiosa esperando. Bjbjbj
ResponderExcluirEsses dois são muito fofos,que vontade de abraçar eles eternamente
ResponderExcluirMeu amor, só um toque: quem nasce em Santa Catarina é CATARINENSE, não gaúcho! Gaúcho é quem nasce no Rio Grande do Sul. Ah, e outra coisa, CATARINENSE não fala bah de jeito nenhum! É quase uma ofensa confundir catarinense com gaúcho, dá até briga kkkkkkkkk beijão, Gaby (xará hahaha) ♥
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