(...)
Consegui desembarcar em Santa Catarina por volta das 16:00, encontrando um saguão de aeroporto bem movimentado - cena típica de uma sexta feira. Peguei as minhas malas e fui seguindo até a área onde ficavam estacionados costumeiramente os carros, enquanto mexia no celular para tirá-lo do modo avião e vê se conseguia contatar uma das pessoas que ficaram de me buscar - como a gente tinha combinado - no grupo do whatsapp que tinha eu, minha mãe, minha irmã e meu cunhado. Não demorou nem o tempo de eu fazer isso e consegui achar a minha irmã, encostada do lado de fora do carro, logo acenando pensando que ainda não tinha a visto.
Nina: Agora sim eu cheguei em casa! - falei rindo assim que a alcancei e ela veio logo me abraçando.Babi: Sim! Agora sim, dona Nina! - falou simulando cócegas em minha cintura e eu me afastei, rindo e me encolhendo.
Nina: Pensei que vocês iam jogar o Jayme pra vir pra essa tarefa - ela riu
Babi: Não te disse que eu não ia trabalhar hoje? Ele até tá em casa também, mas preferi vir eu - ela pausou, pegando a chave do carro que estava pendurada em seu próprio polegar - Coloca a bolsa aqui atrás.
Nina: Dá pra deixar no banco, bota aqui - falei fazendo menção a abrir a porta traseira, somente, e foi isso que fizemos - Minha mãe tá trabalhando?
Babi: Uhum... Mandou mensagem ainda dizendo que não sabe se vai conseguir sair mais cedo.
Nina: Tadinha, deve tá entulhada de coisas lá - falei fechando a porta do carro e a vendo dá a volta no veículo para chegar ao lado do banco do motorista.
Babi: Certeza! Bora?
Nina: Aham - assenti com a cabeça e a gente entrou no carro juntas, a esperando ainda ligar o rádio antes de fazer qualquer coisa - Vai, vamos aproveitar o bom sinal do meu celular e tirar uma foto.
Babi: Vamos, pera aí - falou ajeitando o cabelo - E trates de postar no instagram, viu? Seu celular já tá se sentindo em casa mesmo.
Nina: Pode deixar, vem logo - falei rindo, com a câmera já aberta e a gente tirou uma três, escolhendo juntas e rapidamente qual eu iria enviar pra minha conta.
Colocamos o cinto e ela deu partida, enquanto eu fiquei focada no celular um pouco de tempo para editar levemente e postar no instagram.
@ninabarsanti Half of me. @babibarsanti
talitarodrigues Quem é essa menina sorrindo aí hein? Hahaha muito mais linda, Nina.
karinaferreira Essa genética é maravilhosa né gente, Senhor
mundodomedina Acho vcs iguaizinhas, sério! Lindas.
bellegomes_ Milaaaaaaagre vc sorrindo em fotos! rs
carolportela Lindas em duas versões.
surfilipe Eu amo te ver sorrindo... Felicidade linda.
lucaslucco Gemulas sim kkkkkkkk
encantolucco @lucaslucco por aqui?
Li pouco dos comentários, logo travando a tela após responder as mensagens que tinham nas minhas notificações e fiz o caminho aeroporto - casa ora conversando com a Babi, ora observando aquele lugar. Desde que eu voltei a morar no Brasil, ainda não tinha vindo á Balneário e eu sentia muita falta da paz que estar ali me trazia. A minha vida inteira poderia se resumir aqui com uma facilidade desconhecida. Adorava a Califórnia e estava adorando o Rio de Janeiro, mas nada me dava tanto conforto para me sentir em casa como estar aqui. Chegamos no prédio que a minha família morava pouquinho tempo depois, onde a Babi estacionou o carro em sua própria vaga e a gente subiu pelo elevador, encontrando ainda alguns vizinhos lá dentro.
Babi: Bem vinda de volta á casa, baby! - falou já abrindo a porta do nosso apartamento, me dando passagem a entrar e ver aquela sala de estar extremamente linda, porque eu era fã da decoração feita ali, e iluminada pela luz que vinha da varanda.
Nina: Ai essa casa me faz muita falta, pelo amor de Deus! - falei já indo deixar minhas coisas no sofá e me jogando por ali mesmo.
Babi: Tu também faz muita aqui e sabes disso - falou enquanto fechava a porta - Mas pode indo lá pro quarto vê, porque eu e minha mãe limpamos aquilo todinho ontem, visto que a senhorita é muito legal e só avisa que vem um dia antes! Não tem como arranjar alguém pra fazer isso! - gargalhei, a assistindo deixar as próprias chaves sobre o rack.
Nina: Que lindas e reclamonas! - falei pegando impulso para me levantar do sofá - Mas eu vou lá mesmo!
Peguei minhas coisas e deixei a Babi ali pela sala, que já tinha se entretido no celular, indo até o meu quarto. Algumas coisas mudaram, porque aquele cômodo também se tornou um pouco de quarto dos hóspedes, mas estar ali junto á minha saudade, para sempre me fazia entender o quanto aquilo era meu. Deixei minha bolsa sobre a cama e me sentei ali, aproveitando também para mandar uma mensagem pra minha mãe, avisando que eu já estava em casa. Fiquei olhando um pouco o meu instagram, as novidades todas pelas redes sociais e acabou que quem se distraiu ali fui eu, só dando atenção a uma outra coisa quando a Babi apareceu ali, encostada no batente da porta, e me chamando.
Babi: Nina? Tás com fome não?
Nina: Ah, tô sim... Que que tem aí, hein?
Babi: Nada, porque eu tô com zero vontade de fazer - rimos - Vamo sair pra lanchar?
Nina: Adorei! Vamos... Conceito?
Babi: Fui lá terça feira fazer compra com a minha mãe - ela disse rindo, atestando que aquele era o lugar preferido de toda a minha família - Mas pode ser! Tô cheia de fome também. Vais trocar de roupa?
Nina: Uhum, só colocar algo mais folgado. Me espera?
Babi: Claro, né? Vou também dá uma penteada nesse meu cabelo que tá foda - ri
Nina: Beleza então, é rapidinho - ela assentiu, saindo lá do quarto e me deixando a vontade para trocar de roupa.
Mexi na minha bolsa sem muita pressa, para não desarrumar tudo de uma vez só, e peguei um vestido de alça, preto e justo, bem simples como uma camiseta, o vestindo após me despir e acrescentando uma jaqueta jeans um pouco abaixo da cintura para ficar melhor. Como já estava com alguns acessórios, mantive, só acrescentando um óculos de Sol e calcei umas havaianas para ficar ainda mais confortável. Arrumei meu cabelo em frente ao espelho, peguei meu celular e minha carteira juntos e fui saindo até o quarto da Babi, onde ela ainda estava sentada em frente a sua penteadeira, mas já parecia pronta.
Nina: Então, vamos, mana?
Babi: Bora - falou me olhando pelo espelho e pegando seu celular que parecia estar ali por cima.
Nina: Hein, podíamos ligar pro Jayme, né? Ele não deve tá fazendo nada mesmo - ela riu
Babi: Aham, liga aí pra chamar porque a ti ele não vai negar.
Nina: Foi arranjar um namorado que me ama, vou fazer o quê? - rimos e eu fui desbloquear a tela do meu celular, procurando o número dele entre os recentes e logo colocando pra chamar - Vamos vê se ele vai atender...
Babi: Vai... Só se ele tiver dormindo que não - falou já de pé, pegando um chinelo pra calçar.
Nina: Alô? - disse pouco tempo depois, ao ouví-lo atender a chamada.
Jayme: E aí, Nina! Que que manda?
Nina: Tô em casa já e querendo chamar meu cunhado preferido para lanchar comigo e com a sua própria namorada.. Bora?
Jayme: A parte do cunhado preferido eu tô esperando que seja só porquê eu sou o único, viu? - gargalhei e ele acabou por me acompanhar - Mas veio rápido, hein? Vocês vão aonde?
Nina: No Conceito Orgânico, tem sempre seu açaí lá. Vamos, né?
Jayme: Vamos! Mas eu ainda tô deitado, podem indo na minha frente que eu encontro vocês lá.
Nina: Preguiçoso, hein? - o ouvi rir - Mas tá certo, cunha, até daqui a pouco então.
Jayme: Até! - desligamos a chamada logo aí e a Babi, pronta, parecia só esperar por aquilo.
Babi: Que que ele disse? Trocou a gente por sono? - ri
Nina: Que nada! Mas tava deitado... Falou pra irmos na frente que encontra com a gente lá.
Babi: Sabia! Todo dia de folga, ele traça essa rotina... Sono - rimos - Nina, vamos andando pra lá?
Nina: Aham, dá tranquilo e é bom que a gente estica as pernas - falei, enquanto saíamos do quarto.
Babi: É verdade... Então bora! - assenti e a gente não pegou mais nada, além da chave dela de casa, para sairmos em seguida.
Descemos conversando e o porteiro, ao me ver, ainda me parou, fofo como sempre, para saber como eu estava e dizer que estava muito sumidinha. Retribui todo aquele carinho e depois seguimos até o Conceito Orgânico, que era disparadamente o lugar preferido meu, da minha mãe e da minha irmã por aquela região. Era tão pertinho que a gente fez o caminho trilhando o calçadão da praia, conversando um pouco e assistindo a galera que passava correndo ou caminhando que não demorou nada para chegarmos até o estabelecimento. Como hoje não era dia de ter a feirinha dos alimentos montada ali fora, estavam já mesas para que os clientes ficassem e optamos por nos sentar por aquele lugar mesmo, se aproveitando do ventinho gostoso que corria. Por já irmos tanto ali, conhecíamos as pessoas que atendiam, essas que vieram logo nos cumprimentar e a gente fez os nossos pedidos rápido também, visto o conhecimento do cardápio. Optei por um Smoothie de Frutas Vermelhas, que era divinamente sensacional, e a Babi pediu uma tapioca de banana com canela que também era ótima. Ficamos conversando sobre alguns assuntos aleatórios e para a falar a verdade isso era uma coisa que nunca faltava entre nós, até o momento em que nossos pedidos chegaram exatamente na mesma hora que o Jayme. Ele aproveitou para pedir o que queria também, nos cumprimentou e sentou ali com a gente, colocando o celular e as chaves sobre a mesa.
Jayme: E então, cunha, que que tu mandas de bom?
Nina: Eu? Nada, né? Coisa rara sou eu ter novidade.
Babi: Nina é sempre essa animação em pessoa - falou rindo e causando isso em nós também.
Jayme: Como se a gente já não conhecesse essa peça, né? - falou, pausando rapidamente - Mas hein, falando em animação, hoje fui abrir meu email e caralho... tem uma porrada lá já de festa de Réveillon.
Babi: Eu tô ficando meio louca com esse tempo... tá passando rápido demais! Também vi alguns essa semana
Nina: Tão badalado esse casal
Babi: Engraçadinha - ela disse me fazendo rir - Sabes bem como fica isso aqui em época de final de ano!
Nina: Mas é verdade... Nem sei o quê parece pra poder comparar.
Jayme: Fica tri - rimos - Já sabe o que tu vai fazer esse fim de ano, Nina?
Nina: Na verdade não, né? Esse ano tá meio confuso.
Babi: Tu vai acabar decidindo isso só quando voltar do Havaí...
Jayme: Ih, vais mesmo?
Nina: Eu tava com muita dúvida quanto a isso também, mas acho que eu me decidi... Tava olhando até coisas sobre isso ontem.
Babi: É como eu sempre falo, não tem é graça tu não ir.
Nina: Aham... Conversei com o Filipe também e ele me disse que até a Rosângela e o Alberto vão tentar ir também.
Jayme: Vai mesmo, Nina! Ainda tem muito brasileiro para essa final, muito parceiro do Rafa e com certeza vai ter homenagem por lá.
Nina: Vai, eu recebi até um email sobre isso também. Acho que foi o quê mais pesou, pra falar a verdade, viu?
Babi: Perde não! Nunca vai deixar de ser uma etapa especial pro Rafa...
Nina: Eu sei...
Jayme: Mas então, o que tens pra decidir depois disso? A etapa acaba quando? É batendo na porta do Natal, né?
Nina: É, acho que é dia 20 - falei me ajeitando na cadeira - Cara, na verdade, eu queria mesmo era passar tanto Natal, quanto Réveillon aqui com vocês. Eu amei passar o Natal lá na Califa ano passado, é lindo demais, mas, né? - respirei fundo - Eu preciso mesmo é conversar com a Rô também, pra saber se eles vem pra cá, o que eles vão fazer.
Babi: Ah é, porque deixá-los sozinhos lá também vai ser complicado, né?
Jayme: Mas eles não vieram pra cá ano passado?
Nina: Pois é! Vieram no Réveillon, comigo e com o Rafa. Se eu consegui convencê-los de voltar pra cá, aí fico mais tranquila também.
Babi: Minha mãe vai amar deles passarem festas de final de ano lá em casa, chama mesmo, Nina.
Estendemos esse assunto sobre final de ano por muito mais do que esperávamos, até, pelo menos, eu e a Babi terminarmos por completo os nossos lanches.
Jayme: Vou aproveitar daqui a pouco esses óculos da Nina pra vê se o açaí tá fazendo um estrago muito grande nos meus dentes - gargalhei
Babi: É uma ótima pra tirar uma foto também.
Nina: Tão todos engraçados, né?
Jayme: Bom humor é tudo numa vida, não é isso que tu diz?
Nina: Muito bem, eu caindo na minha própria filosofia de vida - rimos
Jayme: Mas aí, meu amor, eu gostei dessa ideia da foto, viu? - falou virando pra Babi - Vamos fazer um testinho aqui.
Nina: Ah não, tás falando sério? - falei o vendo pegar o celular.
Babi: Quando eu disse, tava mesmo. Já vi muita foto maneira assim, só não sei se o Jayme vai conseguir tirar tão bem, né?
Jayme: A gente compra a ideia, dá amor e recebe ingratidão... Vida que segue - simulou um drama que nos fez cair em gargalhada - Vai, chega um pouquinho mais pra frente, Nina - disse já com o celular apontado pra mim.
Babi: Pera aí que eu vou sair também - falou arrastando um pouco mais da cadeira pro lado do Jayme, agarrando em seu braço.
Nina: Vocês tão vendo que a minha cara vai ficar aí logo de estampa dessa foto, né?
Babi: Quanto a isso, nossa genética não te deixa preocupar né, mana?
Nina: Ai meu Deus... Bora gente, logo com isso, tamo pagando é mico aqui - eles riram, mas não demorou muito para que o Jayme batesse algumas fotos naquela circunstância.
Babi: Caralho! Ficou muito boa - falou passando o dedo na tela do celular do Jayme.
Jayme: Falei que ia funcionar como um espelho certinho...
Nina: Eita! Deixa eu vê - o Jayme logo virou a tela para mim do celular, me mostrando como tinha ficado - Nossa... Realmente, ficou muito maneira! Mesmo a minha cara estando bem aí, né? - eles riram - Me manda aí, Jayme, vô postar.
Jayme: Opa! Manda aí pra ti mesmo, deixa eu terminar isso aqui antes que vire água também - falou fazendo referência ao próprio açaí.
Aproveitei, então, que estava com o celular dele em mão e enviei a foto pra mim mesma pelo whatsapp, devolvendo o aparelho a ele e os avisando, mais uma vez, que iria postar e que eles deveriam comentar. Não precisei editar nada, porque o resultado da foto tinha ficado infinitamente melhor do que o quê eu esperava e enviei logo para o instagram acompanhando de uma legenda que era de uma música que eu amava.
@ninabarsanti Me espelho em vocês, corro junto com vocês, vivo junto com vocês, faço tudo por vocês! @babibarsanti @jaymesilveira
danibarsanti Muito amor pelos meus filhotes!!
wearelucco Você é linda demais... Meu Deus!
patriciasantos Uma pele é uma pele, né?
babibarsanti Amores da minha vida! Faltou só vc! @danibarsanti
mikaelaazevedo Tás no Sul, é?
nathaliastuart_ Foto linda! Amor purinho.
luanaguedes Linda, linda! Admiro tanto!
vilhenap Foto iradaaa!! Saudade!
jaymesilveira Amo vcs.
Atualizei a página, esperando que eles comentassem mesmo - o que de fato aconteceu - e não li mais muito dos comentários, logo bloqueando minha tela e percebendo que o Jayme também tinha acabado de comer.
Babi: Minha mãe toda fofa comentando, né?
Nina: Eu vi também... Maravilhosa!
Jayme: A Dani é a melhor que vocês tem...
Nina: A gente sabe e nesse caso não é só porque ela é a única - rimos- Acabou aí? - falei diretamente a ele, que assentiu com a cabeça.
Jayme: Bora pagar, né?
Nina: Aham... A gente pode ir lá pagar no caixa direto, pra não precisar esperar nada.
Jayme: Então bora! - falou arrastando a cadeira e a gente foi se levantando todos juntos.
Babi: Tu veio de carro, amor?
Jayme: Aham.
Nina: Por isso que tá gordinho, né?
Jayme: Chegar em casa e vou te mostrar o alto nível do abdômen.
Babi: Pera aí, eu deveria sentir ciúmes de vocês? - disse nos fazendo gargalhar.
Nina: Talvez, sabe o quanto meu cunhado me ama.
Jayme: Assumo a queda total pelas mulheres da família Barsanti, incluindo Daniela nessa.
Babi: Tô perdida mesmo! E meu namorado ainda está de bendito ao fruto nessa família.
Nina: Pois é, mana, agora aguenta! - rimos todos juntos, naquele nosso clima descontraído, e chegamos até o caixa, onde fomos mais uma vez muito bem tratados, pagando tudo o que tínhamos consumidos e saindo dali extremamente satisfeitos.
Fomos até o carro do Jayme com aquele mesmo nível de descontração que existia entre nós três e o caminho até lá em casa não foi muito diferente. Se eu tivesse que estar alegre, poderia muito bem procurar a Babi e o Jayme - eram as duas pessoas melhores responsáveis por nunca deixar meu astral cair. Além do quê, também, nós três sempre funcionamos muito bem, quase que como irmãos, e esse tipo de relacionamento fazia uma grande diferença para a minha vida. Chegamos lá no apartamento e a minha mãe ainda não tinha chegado, como o premeditado, e fomos entrando logo enquanto a Babi quem ficava para fechar a porta.
Nina: Ai casal, juro que vou ser uma boa pessoa e irei tomar um banho pra deixá-los a vontade.
Jayme: Vai sim, só te amo limpinha.
Nina: Para de ser chato - falei me esticando para pegar uma almofada no sofá e tacando nele, que já estava jogado no outro, causando gargalhadas na Babi.
Babi: Vocês dois são as minhas crianças, né?
Jayme: Na falta da Dani, é tu quem assumes a casa, meu amor - ri
Nina: Na verdade, tu deveria assumir também, viu? A única criança que deveria ter era eu mesma.
Jayme: Ai que linda a bebêzinha - falou em tom de zoeira, rindo.
Nina: Vou te tacar outra almofada não, Jayme, deixa eu ir tomar meu banho que tô passando longe da vida boa que vocês tem
Saí dali rindo, os ouvindo fazer o mesmo, e fui de fato até o meu quarto apenas para pegar uma roupinha mais de ficar em casa. Com aquilo e a minha toalha separados, saí para o banheiro, onde tomei o meu banho numa calmaria só - me livrando um pouco daquele cansaço mental que qualquer viagem envolvia - e saí quando me senti bem mais relaxada. Voltei ao meu quarto já vestida, pegando o meu celular para checar as redes sociais + responder algumas notificações e quando passei pela sala, minha irmã e meu cunhado estavam tão entretidos um com o outro que acho que nem notaram que eu havia chegado ali. Decidi ir, então, até a varanda do apartamento e posso confessar que dali era o lugar que eu mais sentia falta de toda essa casa! Me sentei numa das cadeiras reclináveis de madeira que ficava por ali e foquei os meus olhos naquela vista maravilhosa - e privilegiada - que tínhamos da praia. Não estava nem um pouco cheia, comparada ao que ficar em tempos mais quentes e sextas feiras, mas ainda sim eu via tudo aquilo lindo. Contemplar a natureza sempre foi um grande prazer para mim e durante esse ano eu descobri ainda mais o poder de aproximação que ela tem entre os dois mundos que crermos existir. Entre o Céu e a Terra existe um infinito mar que é capaz de nos unir de todas as maneiras, sejam visíveis ou invisíveis... o que basta é acreditar. A tarde caía e mais uma vez me vinha a cabeça o Rafael. Estávamos, enfim, em casa! Nosso estado, nossa praia, o nosso lugar. Onde crescemos, nos conhecemos, nos apaixonamos. Vivemos nossos sonhos, enfim! Alguns tornaram realidade, outros se foram junto á ele, mas ainda sim deixou a felicidade e a lembrança de saber que existiu algo bom. E por isso, então, a cada cena bonita, a cada coisa gostosa que eu vivia ou via, eu me remetia a ele. Aproveitei o celular em mãos, depois de muito viajar naquela observação, e optei por bater uma foto daquele cenário. Estava maravilhoso demais, merecia ser compartilhado! Bati rapidamente, mais uma vez sem precisar de edição, e logo que pensei em uma legenda, enviei para o instagram.
@ninabarsanti Vou á praia, a tarde cai, que maravilha! O vento traz o teu perfume de baunilha, é como se o mar quebrasse só pra mim... #ourrealhome @rafaeldahercarinaleitte Que Deus e ele estejam sempre com vc!
marinaferreira Minha linda.. que tu seja sempre iluminada.
patriciaeicke Benção, né?
gabrielfreitas Balneário, eita lugar lindo!
vivianconsuli Eu queria ter metade da tua força... Seja eternamente feliz!
rosangeladaher Saudade de casa! Te amamos.
barbarasimoes Você tem uma áurea linda!
centraltoledo @rafaeldaher, hoje, ajuda a proporcionar essa vista p ti! Paz.
Li todos aqueles comentários que, até então, ali estavam, respondi o que a Rô tinha mandado e logo minhas notificações vibraram com a chegada de uma nova mensagem. Olhei para ver o que era e nada mais do que uma mensagem do Lucas... Abri com pressa para ler.
"Tô invejanuuuuu
Q foto linda vc postou!!
Inveja não é de Deus hahah
Isso se chama Balneário
Vista fraca, né?
Ah é!! Vc foi p casa!
Mto linda...
Esse Sul é maravilhoso.
Pra você em todos os sentidos, né?
Hahaha
Mas é demais! Mto amor!
Tá toda engraçadinha aí kkkk
Hahahaha
Olha só
Pode avisar p sua mãe que qnd for semana
que vem eu tenho show em SC
Pede p colocar água no feijão aí
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Vou mostrar isso pra ela, tá? Hahaha
Tinha que ser esse fds, aproveitar que eu
tô aqui.
Kkkkkkkk
É vdd!!"
Respondi com alguns emojis dando língua e acabei abrindo a foto de perfil dele do whatsapp, a encarando sabe-se lá por qual razão. Se é que existia alguma, específica. Estava olhando... apenas por olhar. Mas pensando, como sempre. Tinham coisas que eu nunca saberia explicar porquê acontecem, porquê aparecem, mas quando elas nos fazem bem ou nos parecem tão verdadeiras, a existência do racional se invalida, quase não se torna necessário - visto a aparição e a intensidade do Lucas em minha vida, eu passava então a crer ainda mais nisso.Babi: Com quem tás falando aí, hein, mana? - falou cortando os meus pensamentos, me fazendo bloquear rapidamente a tela do meu celular.
Nina: Com o Lucas...
Babi: Ah! - ela me interrompeu ao soltar a interjeição um pouco mais alta - Falando em Lucas, vi que o Lucas Lucco comentou nossa foto também. Isso tá ficando ótimo, viu?
Nina: Olha seu namorado aí - falei forçando um risinho.
Babi: Tá assistindo programa de esporte, nem liga - falou rindo - Mas hein... que carinha é essa? - disse se ajeitando na outra cadeira reclinável, bem ali ao meu lado.
Nina: Nada, tô só pensando aqui...
Babi: É com ele mesmo que tás falando aí?
Nina: Uhum - concordei com a cabeça.
Babi: Vocês ficaram bem amigos lá no Rio, né? - ela perguntou, parecendo quem realmente queria conversar.
Nina: Sim... A gente se vê sempre, se fala sempre. Tem uma energia muito louca envolvida por trás disso que nos atrai.
Babi: Atrai? - ela me encarou com o cenho completamente franzido e aquilo me deixou desconfortável.
Nina: Não! - falei com total pressa, mas de forma bem enfática - Digo no sentido de nos fazer próximo, não do que tu tás pensando.
Babi: Eu nunca mais tinha ouvido essa palavra na sua boca... Me surpreendi - ela prosseguiu, a me encarar.
Nina: Já disse que tás voando com esse pensamento, expliquei o porquê.
Babi: Que seja - ela tirou o cabelo dos ombros, o jogando para as costas - Posso falar meu parecer sobre isso?
Nina: Depende...
Babi: Depende do quê? Não quer me ouvir mais?
Nina: Ai Babi, eu sempre te ouço. É só que tu tá levando pra um lado que não existe.
Babi: Mas eu vou falar mesmo assim - ela falou, literalmente ignorando a minha resposta - É meio que uma coisa que eu tô pensando desde que minha mãe andou falando que vocês dois tavam amigões e eu também tava percebendo - nasalei um hm e ela prosseguiu - Eu acho que vocês tão bem juntos e ele parece ser um guri bem maneiro...
Nina: Eu já te conheço e sei aonde vais chegar com esse assunto - falei a interrompendo
Babi: E se for? Pra quê tanto receio em falar de um relacionamento novo? Ou melhor, porque isso tá longe de ser qualquer ideia de relacionamento... Tô falando é de uma pessoa nova.
Nina: Porquê não! - respondi enfática, incomodada com o assunto e inevitavelmente pensando no beijo que eu e o Lucas havíamos trocado.
Babi: E por quê não?
Nina: Tu vai entrar nessa? Babi, não é não.
Babi: Eu te conheço como ninguém - ela disse se levantando - Tu tem medo, está com medo, mas tem alguma coisa aí. E a vida segue, Nina! Ela sempre segue, mesmo que contra a nossa vontade.
Nina: Eu sei disso muito bem! Mas o meu parecer sobre essa parte da minha vida é só meu - soei mais ríspida que o comum, mas eu não queria falar sobre aquilo e odiava me sentir sob pressão, como a Babi estava fazendo.
Babi: Já entendi, Nina, não tem porque eu te dar opinião! Qualquer coisa que eu diga, provavelmente, se for contra a sua ideia fincada de que tu não vai se envolver com mais ninguém, tu não vai levar em conta.
Nina: Ei, o quê tá acontecendo contigo? - disse me levantando também, acabando por ficar nós duas de pé, uma de frente para a outra.
Babi: O que tá acontecendo é que eu sei o quanto tu quer trazer mudança para a sua vida, mas a única coisa que te deixa, de certa forma, pra trás, tu não quer alterar. Não é esquecer, Nina, é simplesmente seguir com tudo...
Nina: Olha o que tu tá falando! - falei, sentindo um estresse dominar a minha voz e me fazendo falar em um tom muito mais alto.
Jayme: O que tá acontecendo aqui? - disse parando na passagem da sala de estar para a varanda, completamente ignorado pelo alterar dos ânimos entre nós duas.
Babi: Tás gritando comigo? É isso mesmo? - ela falou retribuindo no mesmo tom. Babi sempre fora infinitamente mais estressada do que eu e se eu já me sentia irritada, ela estava mil vezes pior - Eu só tô tentando te ajudar, conversar contigo!
Nina: Não está não! Está querendo mudar minha visão sobre uma coisa que eu não quero. Eu não posso me interessar por ninguém...
Babi: Basta! - ela, grosseiramente, me interrompeu - O que tu precisa entender é que a tua vida tá aqui e as coisas mudaram. A coisa que eu mais queria no mundo era que tivesse tudo normal e o Rafa estivesse aqui com a gente, mas não é assim... Ele não tem mais como voltar! - ela disse me fazendo soltar aquele choro que estava entalado na minha garganta de uma só vez. Não esperava, de maneira alguma e muito menos daquela forma tão ríspida, ouvir a minha irmã esbravejando aquilo para mim. Corri daquela varanda, literalmente.
Adentrei ao quarto e me joguei na cama já com soluços. Não queria acreditar que ela tinha falado assim comigo. E não por um pensamento mimado meu... As palavras tinham todo poder de destruição e isso ficava muito expresso com tudo o que eu sentia agora, depois de ouvir o que ela disse. Eu tinha certeza que o Rafael nunca mais voltaria para mim, mas.. escutar isso com todas as letras, ainda carregado de raiva e de uma das pessoas que eu mais amo no mundo, me trazia uma sensação que parecia cortar por dentro.
Jayme: Nina? - ouvi a voz dele pelo quarto e ele correu com a minha porta, a encostando, enquanto eu passava as mãos no rosto apressada, o olhando em seguida.
Nina: Não quero falar nada, por favor - fui enfática, mais uma vez.
Jayme: Me ouve? Tu não sabe o que eu tô fazendo - ele disse se aproximando da cama, sentando em sua beira, e prosseguindo com seu tom compreensivo - Vir atrás de ti vai me custar ouvir da sua irmã por anos por ter vindo aqui e não ter ficado lá com ela - ameacei a falar, mas novamente, ele seguiu com suas ideias mais rápido - Espera! Deixa eu terminar, pelo menos. Eu não me importo com o quê a Babi vai falar, porque com ela eu me resolvo depois... Mas pra ti eu tenho algo mais importante, no momento. Ela não quis dizer aquilo daquela forma, Nina.
Nina: Mas disse! - o interrompi de forma até grosseira.
Jayme: Ouve! Ouve! - ele esbravejou em minha frente - O que ela acabou de dizer foi da boca pra fora, eu tenho certeza que não era pra ter saído daquela maneira. Nina, todo mundo aqui sofre muito com a falta do Rafael. Não tem um dia sequer que eu não estou nessa casa e pego ou sua mãe ou sua irmã falando sobre ele, sobre alguma coisa que ele estava... Eu sinto muito a falta dele também. O cara era meu brother, parceiro demais, e tu sabe bem disso. Então, ninguém aqui quer te magoar dessa forma! Muito pelo contrário, guria! O que a Babi mais quer é te ver feliz. Ela quem foi infeliz da forma que se expressou e vocês se exaltaram num assunto que é delicado pra ti... tanto a morte do Rafael, quanto o pensar na chegada de uma nova pessoa na sua vida. Mas eu te afirmo de novo, se ela estava querendo que a sua vida tivesse novos rumos, é só pra te vê feliz.
Nina: Eu agradeço por tás aqui - falei já aquela altura com lágrimas por toda parte da minha pele facial - Mas eu, realmente, quero ficar sozinha. Só pensar...
Jayme: Tudo bem! Eu já terminei o que queria falar - ele se levantou, se aproximando de mim só para beijar a minha testa e eu o acompanhei sair do quarto, encostando a porta novamente e me deixando a maneira que eu pedi.
Recadinho: Olá, meninas! Desculpa a falta de postagem ontem ): fica aqui um capítulo onde a Babi dá um "chacoalhão" de realidade da Nina que, embora me corte um pouquinho do coração, é o mais necessário para o "acordar" dela. Já estamos na hora de permitir a chegada amorosa de Lunina, né? Muiiito obrigada pelos comentários! Já já chegamos aos capítulos inéditos, graças a Deus! Beijooo, bom sábado.
Recadinho: Olá, meninas! Desculpa a falta de postagem ontem ): fica aqui um capítulo onde a Babi dá um "chacoalhão" de realidade da Nina que, embora me corte um pouquinho do coração, é o mais necessário para o "acordar" dela. Já estamos na hora de permitir a chegada amorosa de Lunina, né? Muiiito obrigada pelos comentários! Já já chegamos aos capítulos inéditos, graças a Deus! Beijooo, bom sábado.
Será que vou consegui ser a primeira a comentar? Apesar de tudo o que a Babi falou, eu me vejo nela, não na forma em que ela despejou tudo, mas na forma de dizer a verdade. E me sinto mais leve até por esse momento ter passado, porque vai nos trazer a Nina apaixonada e um tanto quanto ciumenta - sem ela admitir. Que venha mais capítulos, que venha LUNINA pra gente! Fica com Deus Gabi e que tenha um bom final de semana. Beijos!
ResponderExcluirAssai sim sim, preciso do capítulo 10 tipo muitoooooo, a mim precisava dessa realidade na vida dela, o Rafa nunca vai morrer porque vai está sempre no coração dela, pelo amoor posta o capítulo 10 logooo ♡♡♡
ResponderExcluirAdorei as verdades que a Babi falou para Nina e mal posso esperar pelo o que vai acontecer nos próximos capítulos! Poste o capítulo 10 logo.. Beijinhos e ótimo finde pra você =)
ResponderExcluirAii mdsss o próximo capítulo já o 10 estou muito ansiosa
ResponderExcluirAin me corta o coração a Nina assim, mas concordo que ela tinha que receber esse choque de realidade
Já quero Luninaa
Continua logo Gabi
Bjs
Aí meu Deus,vem capítulo 10 logo
ResponderExcluirCont quero mais cap hj em
ResponderExcluirChorei horrores com esse capítulo,preciso do capítulo 10 o mais rápido possível
ResponderExcluirBia
Meu Deusss,continue logo,mal posso esperar pelos próximos capítulos.bj
ResponderExcluir