Tempo e suas conturbações. Tempo e suas resoluções. Tempo e sua passagem incontrolável. Eu não preciso dizer mais nada além disso...
Essas semanas que se foram no calendário marcaram dias comuns e dias importantes. Posso começar pela melhor notícia, é sempre bom: Jayme pediu a Babi em casamento. Foi durante o Revéillon e eu posso contar que foi a coisa mais linda do mundo! A carinha dela de surpresa, sem esperar - aliás, assim como ninguém - que ele ia fazer isso em frente toda a nossa família foi sensacional. Fui a primeira convidada á ser madrinha e então, estava aberta a temporada de correria para 2016, afim de resolver as coisas - até porque, embora eles não quisessem fazer nada muito grandioso, começaram a ansiar para que a cerimônia ocorresse em breve. Com isso, percebe-se que a minha briga com a Babi, desde aquele dia, não durou muito tempo. Ficamos quase uma semana sem se falar - para desespero da minha mãe, que nunca tinha visto isso acontecer entre a gente e apelou até pro meu pai no meio disso tudo - mas depois ela veio até o Rio, me trazendo a grata surpresa e a gente pôde se entender melhor. Eu também sabia que, no fundo, tudo o que ela queria era me vê feliz e eu não podia deixar de receber esses desejos de uma das pessoas que eu mais amava no mundo. No entanto, ainda sim estabelecemos entre nós que o assunto da minha vida amorosa, á exceção da passagem do Rafael, não seria mais pauta entre nós. Parecia que não tinha razão e quando tinha, isso me estressava de uma maneira, que era melhor deixar para lá.
Falei também sobre as festas de finais de ano e bom, preciso contar a maravilha que conseguiu se tornar esse meus últimos dias de 2015: Antes das comemorações, fui realmente ao Havaí junto com a Ananda e o Paulinho - que decidiu na última hora nos acompanhar - para prestigiarmos a etapa de Pipeline do WCT. Mas que saudade estava eu daquele lugar! A paz e as vibrações que tudo aquilo me trouxe, além de todo carinho que recebi das pessoas - sejam fãs ou amigos do Rafael - foi incrível. Além do que, o Adriano de Souza - ou simplesmente, o Mineirinho - foi o campeão mundial e venceu a etapa de Pipe Masters. Ele sempre foi um grande amigo do Rafael e toda essa relação consolidada fez com quê viesse dele também um apoio muito grande desde a perda que sofremos. Sem contar o fato que ele disse, desde então, que conquistaria o título em homenagem ao Rafa. Com isso se tornando realidade, naquela praia, eu e a Rosângela fomos ás lágrimas de tanta emoção. Foi uma cena tão linda que se torna inexplicável! Era incrível perceber o quanto o Rafael nunca se deixava ausente para aqueles que amava, sempre estava por perto guiando os nossos caminhos. Ou seja, voltei para casa renovada!
Pra completar tudo isso ainda, havia conseguido convencer a Rosângela e o Alberto de passarem as últimas festas conosco, em Santa Catarina, então, depois da etapa lá no Havaí já embarcamos diretamente pra cá, pro Brasil, juntos. Eles foram para o próprio apartamento que ainda tinham aqui em Balneário, mas durante o Natal e o Reveillón passaram lá em casa, junto com a minha família, o que trouxe mais felicidade e amenizou a tristeza que rondava por serem as primeiras celebrações de fim de ano sem o Rafael. Fazia falta, com toda obviedade do mundo, mas também trazia a vibração tranquila, como se tivesse alegre, de onde quer que esteja, por nos vê todos juntos e cheios de sorriso. O astral se manteve do jeito que ele gostava e ainda passamos a virada na praia, algo que trouxe ainda mais sentido do que queríamos para o novo ano que se iniciava: Paz.
[...]
Hoje é dia 23 de janeiro, minha data. A maravilha de fazer aniversário no primeiro mês do ano me preenchia, por mais algumas outras razões que aconteceriam hoje, mas também me recorria a memória de ser a primeira vez que estava sem o Rafael aqui. Rotineiro da minha cabeça já acontecer esse tipo de coisa nos principais dias que costumávamos estar juntos, não tinha como fugir daquilo nem mesmo num dia tão alegre quanto esse... o dia de celebrar a minha vida! Eu ainda estava viva. Bem ali, com a porta aberta para os vinte e cinco anos. Levantei da cama com uma disposição desconhecida, até então: Fui até a janela do meu quarto, a abrindo e permitindo que o Sol adentrasse não só ao cômodo, como ao meu dia, como á minha vida e seu novo ciclo que despertava. Sorri ao vê o lindo dia que se abria lá fora e com o peito cheio de gratidão, fui até o banheiro fazer minhas higienes pessoais. Lá, aproveitei para colocar um short de malha e um top, deixando a roupa de dormir ali por cima, para ir até o melhor cantinho da minha casa que tinha programado nesse ano: O meu de meditação.
Sou adepta á yoga desde os meus dezessete anos e mesmo a praticando em estúdio, quando comecei a entender o que isso poderia trazer á minha vida e ao meu modo de pensar, eu aprendi a construir um bem simpleszinho para que eu mesma pudesse fazer. Nos tempos da Califórnia, isso foi sensacional e me ajudou bastante, no entanto, me distanciei depois da morte do Rafael, recorrendo só a meditação na praia mesmo nos tempos que as coisas estavam um pouco mais difíceis. Pois então, decidi retomar isso com a chegada desse novo ano, aproveitando um cômodo da minha casa que não tinha muita utilidade, e fiz algo bem simbólico, só para que as energias boas se concentrassem ali e eu pudesse realizar á prática de atividade física que mais me trazia conforto. Liguei o rádio para que houvesse o fundo instrumental das músicas que cabiam ao momento e ali comecei a me alongar, seguido dos tempos corretos das asanas. Fiz um pouco mais de meia hora, conseguindo sair dali completamente grata e alegre, tendo a certeza em meu coração que havia dado o pontapé inicial do meu dia da melhor maneira possível. Inclusive, desde que voltei á praticar yoga regularmente, as vibrações de paz ao meu arredor parecem estar cada vez mais presentes e isso me fazia amar ainda mais tudo que isso conseguia envolver. Enfim!
Na volta ao meu quarto, passei pela cozinha por conta do barulhinho que eu ouvia de lá e vi minha mãe arrumando a mesa, o que me fez parar no batente da passagem, para observá-la até o momento que ela sentiu o meu olhar e se virou para mim.
Daniela: Que susto, guria! - ela disse levando a mão ao peito, me fazendo gargalhar - Sabes bem o único motivo que não vai me fazer brigar contigo hoje.Nina: Desculpa, meu amor - falei ainda rindo e ela veio em minha direção, já com os braços abertos para me abraçar.
Daniela: Parabéns, minha vida! Que Deus ilumine os seus caminhos e te traga toda a felicidade e saúde que tu mereces. Ninguém sabe ou imagina o quanto eu peço por isso - disse se afastando de mim, mas ainda nos mantendo conectadas por ambas as mãos entrelaçadas - És um presente pra mim, desde que te descobri, mas hoje é a minha maior inspiração. Eu te admiro muito, sabes disso, não é?
Nina: E eu te amo muito! - trouxe-a para dentro de um abraço, novamente, recebendo aquele gesto que tanto me trazia gosto de estar em casa - Muito obrigada... por tudo!
Daniela: Eu também te amo demais, filha. Tudo que faço é o que o meu coração de mãe manda, então, quem tem que ter gratidão sempre á vida sou eu - sorrimos uma para a outra, assim que nos afastamos mais uma vez.
Nina: Isso aí é o nosso café, é? - falei trocando o assunto ao reparar como estava a mesa que ela ainda estava colocando.
Daniela: É... Mas eu ainda não terminei, espera a fome, por favor - falou me fazendo rir.
Nina: Tudo bem, também ainda vou jogar uma água no corpo rápido, tá? - a vi assentir positivamente com a cabeça - Aliás, cadê a Babi e Jayme?
Daniela: Foi fazer essa mesma coisa, tomar banho. Ela ouviu a música lá do cantinho, achamos mesmo que tu tavas praticando yoga. E disse que depois ia acordar o Jayme... esse tava dormindo ainda.
Nina: Ah sim! Deixa eu ir então, que tô com fome também! - dei mais um beijo no rosto da minha mãe e voltei ao meu quarto, não resistindo em dá uma olhada no meu celular antes de ir tomar banho.
Já tinham algumas mensagens no meu instagram, embora ainda bem cedo, e algumas dos meus amigos aqui do Brasil mesmo. Respondi todas elas e vi que tinha acabado de receber uma do Paulinho, então tratei logo de abrir para não deixar nada pendente.
"Califa's girl!! Desejo muito pôr do Sol ao longo da sua vida, muita onda para se admirar, muita yoga pra você continuar essa pessoa extremamente calma e menos orgânico pra você não virar uma árvore kkkkkkkkk. Tô brincando, sabe que eu amo perturbar seu juízo, né?
Desejo as melhores coisas pra você! Uma amiga mto mais que especial, que não esconde alegrias e tristeza, que tem o coração do tamanho do mundo e que ensina á viver melhor a todo mundo que tem o privilégio de viver ao seu lado. Rafael foi um sortudo em Terra por ter tido você e nos passou essa sorte te deixando de presente para todos nós.
Aproveita sua vida! Ela é linda! Deus te cuide!"
Sempre fui um poço de sensibilidade e no dia do meu aniversário isso aflorava infinitamente mais, o que me trazia emoção ao ler cada recadinho que fosse. Sorri do começo ao fim com aquela mensagem e quis responder logo, sem deixar para depois, porque estava linda demais.
"Ôh, Paulinho, muito obrigada. Mesmo você disputando sempre com o Matheus para saber quem foi a pessoa que mais perturbou o meu juízo nesse último ano (hahaha) saiba que também entrou para a minha vida num posto que nem eu mesma esperava. Você se tornou um amigo, um parceiro e uma pessoa que eu sei que posso contar até quando eu existir. Obrigada por tudo que já fez por mim antes e principalmente, por tudo que tá fazendo desde que voltamos a morar pertinho rs você é o cara! Beijão"
Bloqueei o telefone, o jogando ali por cima da cama e depois que peguei um vestidinho bem folgado, típico de ficar em casa, fui até o banheiro jogar uma água no corpo. Incrivelmente, dessa vez eu fiz isso bem rapidinho, e depois de vestida peguei apenas o meu celular para poder voltar á cozinha. Assim que cheguei lá, a voz eufórica da Babi ao me vê denunciou logo que eles já estavam todos ali me esperando pra tomar café.
Babi: Bom dia pra mana mais gata do mundo! - veio á me abraçar e me parando logo na entrada pra cozinha, me fazendo logo rir - Parabéns, Nina! Papai do Céu te cubra de muitas bençãos e te deixe ser a pessoa mais feliz do mundo, porque tu mereces! Te amo tá, caçula?
Nina: Obrigada, Babi, bom dia - sorri para ela, assim que nos desgrudamos - Também te amo, viu?
Jayme: Eu amo mais as duas, então deixa eu falar - disse arrastando a cadeira pra se levantar, nos fazendo rir - Feliz aniversário, Nina!
Nina: Obrigada, cunha!
Jayme: Desejo que sejas muito feliz, que tenha muita saúde e que sua estrela não pare de brilhar nunca - falou me abraçando extremamente apertado, tornando aquilo já um presente.
Nina: Amém, obrigada! - sorri pra ele, que me retribuiu o gesto - Agora vamos tomar café? Quero vê o que dona Dani preparou aí, hein! - falei me sentando na cadeira vaga, da mesma maneira que a Babi e o Jayme, os únicos que estavam de pé, até então.
Daniela: Muita coisa boa! Pra todos nós - falou empolgada daquilo que tinha servido á mesa. Mas também, pudera, aquilo estava lindo! Tinha de tudo um pouco: Suco, café, tapioca de queijo branco com peito de peru, pão francês, ricotas e minhas frutas maravilhosas que ela tinha feito um mix em um pequeno pote.
Jayme: Pô, eu acho que nem sei por onde começar...
Nina: Tô olhando e pensando a mesma coisa - rimos
Babi: Parem de ser enrolões, vai, comecem pelo café - falou colocando um pouco do mesmo em sua xícara.
Jayme: Ô, quem pode achar que manda aqui hoje é a Nina.
Babi: Vão começar os dois, né? - falou revirando os olhos, nos fazendo gargalhar.
Daniela: Vão começar as minhas três crianças, né?
Nina: Tô abrindo a porta dos vinte e cinco, viu?
Jayme: Vai ser sempre a caçulinha...
Nina: Jayme é o cunhado mais morde e assopra que poderias ter me arrumado, sabia Babi? - ouvi-o rindo e aquilo expressou o resumo da leveza que foi minha primeira refeição diária.
Ainda quando me mudei para a Califórnia, fui acostumada a passar o dia do meu aniversário junto á minha família e eles fizeram isso no ano passado, por exemplo, quando viajaram para lá afim de celebrar essa data juntinho comigo também, como sempre foi a vida toda. Tinham pequenos detalhes que eu sentiria falta se não existisse e por toda a complexidade que uma comemoração carregava na primeira vez que aparecia sem o Rafael, os motivos se multiplicaram para que qualquer esforço fosse feito pra viver esse dia junto á mim. Assim sendo, minha mãe junto á minha irmã e ao meu cunhado vieram para o Rio na quinta feira já na expectativa de amanhecer o meu aniversário comigo. Embora viajássemos hoje, rumo ao Sul em função de também ser casamento do próprio Mineirinho com a Patrícia, eles sabiam o quão importante seria para mim acordar com essa alegria que eles não deixavam faltar. Eles fariam o impossível para que se tornasse feliz o meu dia, inventariam todas as maneiras para que eu pudesse sorrir e não me recordar sobre entristecer. Era a minha vida ali á ser comemorada e me cercar das pessoas que eu amava, me fazia entender, mais uma vez, que não importa de onde, todos estavam ali bem juntinho á mim. Tomei um senhor café, eu posso admitir, mas pelo menos hoje não me deixei passar vontade: Experimentei de tudo um pouco, ainda mais distraída ali nas nossas conversas sempre tão loucas.
Jayme: Ó o seu celular aqui tocando, Nina... - disse mais perto da mesa, onde estava o aparelho.
Nina: Ai meu Deus, já vou atender - falei largando as louças, ajudando á colocá-las sobre a pia.
Jayme: É o Fábio! - ele continuou, á olhar o visor enquanto eu me aproximava para pegá-lo.
Babi: Meu pai?
Jayme: Acho que a Dani é a única que pode afirmar se isso é verdade - peguei meu celular gargalhando, assim como estavam todos ali na cozinha e fui saindo sem entender direito a resposta da minha mãe, pra poder atender com mais tranquilidade.
Nina: Alô?
Fábio: Bom dia, minha princesa aniversariante - ouvi á aquilo formando um sorriso entre os lábios, ao tempo que me sentava no sofá, dobrando as pernas - Parabéns, Nina!
Nina: Bom dia, pai, obrigada!
Fábio: Desejo que tu tenhas muita saúde, muita paz... Mantenha essa tranquilidade e te lembre que o pai vai tá sempre contigo. Eu me orgulho muito de ti, de coração! Acho que nem eu saberia lidar com tanta coisa que tu passas dessa maneira tão evoluída.
Nina: Sabes bem porque eu sou assim! Vem da minha criação e isso passa por ti... Obrigada de novo!
Fábio: Eu que tenho que agradecer. Deus foi muito generoso me dando tu e tua irmã como filhas! Que Ele sustente essa generosidade na sua vida também, te guiando e te abençoando sempre.
Nina: Amém! Eu amo você!
Fábio: Eu também... Muito mesmo! - ele pausou - Como tá esse começo do seu dia, hein?
Nina: Já comi a beça...
Fábio: ... Tu comendo a beça, Nina? Isso não existe - me interrompeu, rindo e causando isso em mim.
Nina: Tô falando sério! Sabes que quando minha mãe decide caprichar em qualquer refeição, ela arrebenta. Hoje não foi nem um pouco diferente disso, então, foi irresistível. Mas... Por enquanto tamo aí só nisso. E ah, fiz yoga também já, graças a Deus.
Fábio: Aí sim! É bom começar o dia com essa paz que tu tanto exala...
Nina: Bom demais! Mas e contigo, tá tudo bem?
Fábio: Tá sim! Levantei quase agora também, aí tô te ligando logo, porque queria falar contigo nesse comecinho de dia.
Nina: Fez muito bem, obrigada por ter ligado, sério.
Fábio: Já disse que a pessoa que agradece hoje sou eu! Ah, tu vens para o Sul hoje mesmo?
Nina: Sim, meu vôo é a tardinha. Queria muito te vê hoje, mas vai ficar difícil por conta do casamento... Mas a gente pode marcar alguma coisa para amanhã, né?
Fábio: Essa foi mais uma das razões que eu perguntei. Tu e tua irmã poderiam vir almoçar comigo, né? Aqui em casa mesmo, eu peço alguma coisa boa para nós. O que achas?
Nina: Sensacional! Bom para comemorar o final de semana inteiro, né?
Fábio: Assim que eu gosto de te vê falar! Tá de pé, então?
Nina: Com certeza! Vou falar até pra Babi já, tudo bem?
Fábio: Claro! Amanhã estarei esperando vocês e com seu abraço de aniversariante aqui - ri
Nina: Tô esperando! Obrigada, viu, pai?
Fábio: Não tem de quê! Mas é só isso, minha filha... Qualquer coisa a gente se fala por mensagem, viu?
Nina: Pode deixar! Fica com Deus!
Fábio: Tu também... Beijo grande! Mande um para a sua irmã também.
Nina: Não vou esquecer, beijo - me despedi dele, assim, e aproveitei o celular em mãos, além da minha família estar lá na cozinha ainda, para dá mais uma checada no meu celular que já tinham novas notificações. Antes de abri o instagram, respondi a mensagem da minha prima, de duas amigas minhas lá de Balneário e abri a da Mari, ansiosa para lê-la até.
"Parabéns, Nina! Que venham muitas felicidades e que você tenha muita saúde para desfrutar da sua vida. Aprendemos todos os dias contigo e queremos sua companhia por longos anos. Nunca se esqueça de nós, viu? Você mora no coração dos Toledo! #loveuCalifasGirl"
Sorri tendo o peito invadido pela saudade dela, da família, da Califórnia, enfim, e tratei logo de respondê-la, sem consegui esconder meus dentes ainda.
"Mari, obrigada pela lembrança! Não me esqueço de vocês um minuto sequer... Tô com o coração apertadinho de saudade. Agradeço muito á todos, viu? Em breve nos veremos, já já tô aí! Amo vcs!"
Saí do whatsapp indo até o instagram, onde tinham algumas poucas pessoas comentando já na minha foto, ciente sobre o meu aniversário e eu quis postar algo. Não poderia ser diferente que a ideia imediata tenha sido por uma foto com o Rafael e não neguei isso ao meu coração, indo procurar alguma dentre a galeria. Passeei por várias, mas optei postar a minha preferida: Já estávamos na Califórnia e nela parecia estar estampada toda nossa alegria que compactuávamos. Meus olhos se umedeceram só de vê-lo... Estava em meus braços e eu nos dele. Hoje, eu só queria que Deus me concedesse um presente, um pedido - tê-lo comigo de volta, nem que fosse por essas vinte e quatro horas, e nada mais. Minha cabeça viajava em nostalgia do quão especial e feliz ele costumou fazer dessa data nos últimos anos. Nosso amor tinha um pouco de tudo, mas eu garantia com propriedade que conheci algo bem perto á perfeição, visto o que Rafael tornava nossas datas comemorativas. Toda aquela inspiração e aquele peito dilacerado só em sentí-lo um pouco mais perto através de fotos, usei para escrever: Minha primeira postagem aos vinte e cinco anos seria dele.
@ninabarsanti Hoje, com certeza, seria um dia diferente de todos da nossa rotina. Eu não acordaria contigo já me avisando que estava na hora do surf; a cama estaria com nosso café da manhã e eu despertaria com centenas de beijos. Quando fôssemos a praia, você não sairia na minha frente, cambaleando ao segurar tanta prancha; andaria de mãos dadas comigo e repetiria, como foi todos esses anos, que só pegaria ondas lindas para lembrar da minha beleza até lá dentro do mar. Ao sair, não se importaria em me sujar com a areia ou com a água de sal; hoje era o dia que você queria me beijar e me abraçar mais do que tudo. Ao chegar em casa, nem precisaríamos entrar naquela discussão sobre o almoço de todo dia; você já estava com reserva no meu restaurante favorito e eu sempre pasmava o quanto você deixava avisado até sobre o meu prato - que era o mesmo em todos os anos. A tarde correria com a gente deitado na varanda, no sofá, sentados na bancada ao dividir ansiedades, sonhos e planos. A noite sempre tinha um bolinho, geralmente com alguma fruta, e era o único dia do ano que você não reclamava em comer qualquer coisa desse tipo. No final do dia, não teríamos que nos apertar na cama, porque a casa e o nosso quarto estava uma loucura em função da chegada das pranchas novas + todas as outras; naquele espaço só haveria o nosso amor.
Acordei com um ano a mais e te amando mais também, @rafaeldaher.
helenaribeiro Ahhhhh seus lindos! É amor eterno!
luizabraga Parabéns, Nina, muita luz no seu caminho!
patriciaeicke Cheers! Muita força e sabedoria!! Aproveita seu dia.
ohana_pupo Que você esteja rodeada das good vibes sempre. Parabéns!!
simonemedina Parabéns iluminada! Sei que ele tem muito orgulho de você!
daianamotta Feliz dia, Nina! Que você continue sendo luz.
bialinhares Você é ser humano iluminado e evoluído, merece o bem demaisss!! Happy b-day!
reedasques Chorei... É lindo ver um amor tão puro!
adrianodesouza Viver intensamente é a melhor forma de homenagear quem amamos. Hoje ele está comigo e com você nesse dia alegre!
surfilipe Que este novo ciclo venha recheado de felicidade. Te admiro mto!
Narrei nosso dia como se aquele arrepio na pele e as lágrimas pelo olhar me fizessem reviver cada momento. Era assim todos os anos, mas ainda sim, se fazia único, como cada momento que partilhamos. Embora o peito apertado e o choro fosse inegável, me permiti ler aquelas mensagens tentando retomar a paz. Bons ares traziam de volta a conexão inigualável que eu tinha ao Rafael, ainda, e hoje eu não queria perdê-la. Hoje não! Nossas energias boas se uniam e eu precisava estar tranquila para me sentir mais próxima dele, para entender que ainda que daqui pra frente as coisas começassem a ser diferente, ele nunca deixaria de passar o meu dia comigo.
Daniela: Nina, tu já... - ela pausou logo que entrou na sala falando, tendo a minha atenção e percebendo, de cara, minha expressão inegável de choro - Não, filha! Tás chorando? - se aproximou do sofá, se sentando em minha frente, com forma completamente preocupada.
Nina: Tá tudo bem... - falei colocando o aparelho em meu lado e limpando meu rosto com as mãos, enfim.
Daniela: Eu não quero te vê assim, muito menos no dia do seu aniversário. Hoje é dia de felicidade, meu amor!
Nina: Eu sei que sim. Só lembrei do Rafa, escrevi e vi algumas sobre ele, mas passou. Eu sei que me sinto muito mais perto dele quando estou tranquila do que quando me deixo atordoar com a saudade.
Daniela: Porque você entende que de qualquer lugar do mundo, assim como eu, ele só quer te ver feliz.
Nina: Pronto, passou! - falei respirando fundo, tentando deixar de lado toda aquela emoção que me rondava.
Daniela: É isso mesmo! A única coisa que não pode passar é a felicidade... Cantando eu mando a tristeza embora... - cantarolou, ainda que desafinada, com um sorriso entre os lábios tão lindo que pareceu não ter defeitos.
Nina: És maravilhosa mesmo! - disse a puxando para um abraço, acabando por ve-la rir e me fazendo sorrir, mais uma vez, da maneira que ela planejava. Como eu era sortuda por tê-la como minha mãe!
[...]
Fazia uns trinta minutos que havíamos chegado em casa, depois de almoçarmos nós quatro juntos no Universo Orgânico, aqui perto no Leblon. Fomos lá para conhecer como era e as comidas, podendo dizer que saímos todos apaixonados - até mesmo o Jayme que é a pessoa menos adepta ao nosso modo rotineiro de alimentação. Estávamos todos ainda despojados pela sala - visto que tínhamos feito um mutirão coletivo em arrumar ás malas ontem a noite, o que resultava em despreocupação total quanto á isso nessa tarde - e eu deitada em um sofá, minha mãe em outro, Babi e o Jayme no chão, depois de afastar a mesinha de centro, e a televisão ligada no jogo que passava de clubes espanhóis que eles juravam estar assistindo. Peguei meu celular e aproveitei para dá mais uma olhada nas minhas coisas, tentando acompanhar todas as mensagens, vindas de qualquer lugar, me felicitando pelo meu aniversário. Respondi, primeiro no whatsapp, as que eu ainda não tinha visto lá, inclusive a da Rosângela, que tinha me mandado praticamente agora.
"Você viu minha mensagem? Mais tarde tento fazer facetime com você, o Beto tá louco pra falar contigo. Parabéns mais uma vez e obrigada por ser a princesa que meu filho deixou para nós. Te amamos muito e para sempre queremos o seu bem!"Ela já havia postado para mim no instagram e me felicitado mais cedo também, no entanto, não me deixava sem um gesto de carinho por um minuto sequer no meu dia. Me sentia muito feliz com aquela ligação que eu tinha e meu coração era conhecedor que o amor que compartilhávamos era de família mesmo... Como sempre repetíamos, o Rafael fez sua missão me deixando essas pessoas maravilhosas que eram a Rô e o Alberto.
"Vi sim, Rô! Agradeço tanto, mas tanto... Faltam palavras! Me liguem, quero vê vocês! Falta esse presente rs eu amo vocês pra sempre!"
Depois que respondi, recebi uma notificação de uma marcação no instagram e vi ser da Sofia, uma publicação linda que ela tinha me feito. Comentei e curti, lembrando que também tinha que fazer isso com a que a Ananda tinha postado e depois, aproveitei para ficar passeando pelo meu feed até me alertar á uma publicação em especial: Do Lucas. O coração acelerou de uma forma rara.
Desde aquele enfático dia que briguei com a Babi, eu tentei me afastar dele de todas as formas... Não sei muito bem qual sentido isso fez, mas as vezes que ele veio a se aproximar, eu inventava qualquer tipo de desculpa. Cheguei até mesmo á não respondê-lo em mensagens, algumas vezes, e a vantagem desse condomínio ser grande, fez com que não nos esbarrássemos aqui - além do quê, acho que tanto fiz que ele não quis mais manter o contato. A razão para tudo isso era difícil de assimilar até para a minha cabeça. Não costumava responder muito a esses comandos tão racionais, mas a minha mente quase implorava para que eu me afastasse dele. Era como se a sua chegada ocupasse um lugar que eu considerava insubstituível e não queria que ninguém visse de outra forma. Não tinha comentado esse meu súbito afastamento dele com ninguém, mas o Paulinho, por exemplo, quando nos vimos na semana passada foi uma das pessoas que me perguntou se eu não estava o vendo mais. Joguei na conta de que a agenda do Lucas estava atribulada e olha que peça me preguei: Mentindo para mim mesma! Eu não fazia ideia de como andava a vida dele e me sentia até um pouco culpada ao lembrar do quão incrível ele foi comigo aqui, no começo da minha estadia, para eu tá agindo dessa maneira. No entanto, não tinha outro jeito... Eu já tinha tomado aquelas atitudes num tempo que não pensei muito bem e agora arcava com as consequências.
Enfim, interrompi meus próprios pensamentos - esses que já me traíram muito, quando decidi parar pra ouvílos - e fui ler aquele texto que vinha logo abaixo da foto, concentrando ali a minha atenção.
@lucaslucco Eu poderia fazer uma nota de esclarecimento como todo artista faz quando não comparece a um show. Quero falar sobre o que a maioria não vê e deixar um pouco de lado o "artista" Lucas Lucco e falar como Lucas. Ontem aconteceu a gravação do DVD da FS produções, em Curitiba, com a participação de vários grandes artistas com quem eu tenho a honra de trabalhar. Eu saí de casa ontem chorando muito sem motivo específico, deixei meus pais preocupados e não quis dizer nada. Fui em direção ao aeroporto e no caminho começou a chover forte. Não existia condições pra voar. Mas o pior, não é isso. O pior, tá dentro de mim. Uso remédios pra conseguir voar, uso remédios pra dormir, pra acordar, pra me manter calmo, pra conseguir ficar dentro de um hotel... Eu saí de Patrocínio interior de Minas Gerais e eu ainda não aceitei que eu não sou mais aquele menino do interior. São mais de 3 anos sem praticamente ter um momento pra mim e pra minha família. Hoje eu moro numa cidade grande, não vejo meus familiares há um ano, minha avós, meus avôs... E vcs sabem, nenhum deles é eterno. E isso martela na minha cabeça o tempo todo. Me sinto distante de Deus mesmo falando com ele diariamente como sempre fiz. Desenvolvi síndromes, saudade acumulada, medo acumulado, trabalho acumulado... E meu coração e minha cabeça só ficam em paz quando eu estou cantando no palco, gravando as cenas da novela ou em casa com minha família. Eu amo o que faço mas essas coisas que surgiram em mim estão me deixando muito triste. Peço desculpas a todos, de coração, lamento muito, aos profissionais envolvidos, aos fãs e ao público de Curitiba. Com certeza foi um dvd lindo! Estou lutando pra reverter esse quadro o mais rápido possível, tenho fé! Um beijo. Fiquem com Deus.
Não li nenhum comentário e nem podia, para ser sincera: Meu coração se apertava numa intensidade desconhecida. Minha mente trabalhava sem parar em inúmeras possibilidades sobre tudo aquilo que estava acontecendo, mas ainda sim não conseguia enxergar a pessoa que eu conheci do Lucas dentro desse quadro que ele expôs. Ele estava numa situação delicada e aquilo era óbvio! Meu alerta estava mais do que ligado: Depois do tanto de coisas que ele fez por mim e por todas as vezes que tentou cuidar das minhas cicatrizes, eu deveria fazer algo. Era a hora que não tinha como pensar em orgulho e muito menos em medo das severas consequências que meus atos anteriores trouxeram á nossa relação. Eu queria estar por perto dele para abraçá-lo e dizer que a vida não funcionava assim. Eu não queria mais ligar para o que pensariam do nosso relacionamento e nem sequer poderia falar em "substituições" agora. Eu entendia muito bem disso! Precisava fazer o quer que fosse. E ia... na cara e na coragem.
Daniela: O quê foi, Nina? - ela, esperta como ninguém, percebeu minha rapidez ao levantar do sofá, colocando o meu celular no bolso do shorts que eu estava ainda desde a hora que saí para almoçar com eles.
Nina: Vou deixar vocês descansando aí e vou resolver uma coisa rapidinho, tudo bem? - falei ajeitando a minha roupa.
Daniela: Aconteceu alguma coisa? - á essa altura da conversa, minha irmã e o Jayme já prestavam atenção naquilo também.
Nina: Não, não é nada demais... Podem ficar tranquilos aí que eu não demoro mesmo.
Babi: Não é sério e tu precisas ir de carro? - se pronunciou, ao me observar pegar a chave do carro sobre o rack.
Daniela: Tás estranha, Nina, eu te conheço - minha mãe, mais uma vez, insistiu.
Nina: Gente, é que eu também não sei direito! Eu vou ficar aqui pelo condomínio, quando eu voltar eu falo melhor, pode ser? Tô indo!
Daniela: Vai com Deus e não demora! Sabe que a gente tem que embarcar daqui a pouco né? Além do que, não gosto quando tu sai me deixando preocupada
Nina: Já disse que pode ficar tranquila.. Tô até pegando no volante, isso é mais do que um sinal que não é nada demais - falei indo beijar o seu rosto e depois que fiz isso, saí de casa da maneira que estava, muito provavelmente deixando que eles ficassem discutindo sobre o que eu tinha ido fazer, lá na minha sala.
Mas para falar a verdade, nem eu sabia. Não estava muito consciente e reconhecia que aquela minha atitude era de supetão. Mas também conhecia minha alma o suficiente para saber que não conseguiria ficar em paz agindo com ingratidão com a pessoa que mais me bastou nesse Rio de Janeiro, para ser bem sincera. Ele precisava de alguém, com certeza, e esse deveria ser eu, como ele foi em diversas vezes que eu nem podia imaginar ou acreditar. Ajeitei meu cabelo pelo retrovisor do meu carro e fui até a casa do Lucas, sem muita dificuldade para chegar lá - até por ser dentro do mesmo condomínio. Quando estacionei em frente a casa dele, saí com pressa e toquei lá sem repensar para que não corresse o risco de desistir. Estava tomando a atitude correta, mas sabia que se permitisse espaço ao meu lado racional, ele me faria, no mínimo, deixar isso para mais tarde. E eu, no fundo, não queria isso. Para a verdade ser dita, o que eu mais desejava era encontrá-lo bem, como eu deixei-o em minha cabeça. Não demorou muito para que eu fosse atendida, me permitindo ver assim que a porta abriu, uma moça loira que chegou até me surpreender pelo o que ela poderia ser dele. Mas ainda sim, a mesma me sorriu simpática, parecendo solícita.
Karina: Boa tarde! Eu posso.. ajudá-la? - disse arqueando uma das sobrancelhas, com certa dúvida sobre o que falar.
Nina: Boa tarde, pode sim. Aqui é a casa do Lucas, né?
Karina: É sim.
Nina: Então... Ele tá aí?
Karina: Olha, eu não vou mentir pro cê, ele tá sim, mas eu não sei... - ela foi interrompida por mais uma pessoa que apareceu ali, dessa vez um homem, praticamente ao seu lado.
Paulim: Tudo bem por aqui?
Karina: Tá sim, é só que ela tá aqui procurando o Lucas, mas cê sabe, né? - confesso que aquela frase foi a gota d'água para o desespero da minha frequência cardíaca. Me sentia angustiada por dentro e queria entender, de uma vez por todas, o que estava acontecendo.
Paulim: Qual o seu nome? Desculpa, mas é que eu não me lembro muito bem do cê.
Nina: Na verdade, eu acho que vocês nem me conhecem... Eu e o Lucas ficamos próximos bem no finzinho do ano passado, quando eu me mudei pra cá, só que a gente também tá um tempo sem se vê. E ah, eu me chamo Nina!
Paulim: Nina... Pode entrar! - ele disse com um sorriso de canto, como quem já me conhecesse e na verdade, eu só conseguia supôr que ele era pai do Lucas pelas circunstâncias e a similaridade absurda, porque fora isso, eu nunca o tinha visto.
Nina: Obrigada! Eu, realmente, não quero atrapalhar.
Paulim: Não vai, cê pode ficar tranquila - falou me dando passagem e a mulher olhava um pouco desconfiada aquela cena, provavelmente por ser a mãe e ter sempre aquele instinto materno que é capaz de rodear qualquer um desses seres - O Lucas, ele teve alguns probleminhas ontem, mas hoje amanheceu bem melhor...
Nina: ... Eu sei! - acabei por interrompê-lo e depois que a moça fechou a porta, veio a prestar atenção em nossa conversa - Foi, exatamente, por isso que eu vim aqui. Queria, na verdade, saber se ele está precisando de algo. O Lucas me ajudou muito com algumas coisas e embora eu tenha me afastado um pouco, acho que devo muito do meu ombro amigo á ele.
Paulim: Fico feliz em ouvir uma coisa dessa, sabia? É bom vê que meu filho tá rodeado de gente do bem. O Lucas tá lá em cima e cê pode subir, é logo a primeira porta que cê vai vê no corredor.
Karina: Cê acha isso certo? - ela, enfim, deu voz e tom a sua preocupação que eu já desconfiava existir.
Paulim: Eu sei o que tô fazendo, cê pode ir por mim - falou confiante, o que foi suficiente para me fazer estranhar, mais uma vez. Era como se ele soubesse algo sobre mim que nem eu mesma sabia (?)
Nina: Podes me acompanhar até lá em cima, pelo menos? Acho melhor também - falei me virando á mulher, tentando passar um pouco de confiança e até porque eu, realmente, me sentiria melhor com aquilo.
Karina: Claro! - ela me ofereceu uma resposta rápida.
Nina: Obrigada! A ti também - disse virando ao homem, que esboçou um sorriso nos lábios.
Paulim: Acho que nem me apresentei.. Sou o pai do Lucas, me chamo Paulo, viu?
Nina: Ah sim! Prazer - estendi minha mão á ele, que me cumprimentou e a mulher logo me solicitou para que subíssemos até o segundo andar.
Karina: Bom, acho que eu também preciso me apresentar, né? - falou enquanto ainda dividíamos a escada - Sou a Karina, mãe do Lucas.
Nina: Eu imaginei, embora me soasses tão nova que me deu um tanto de dúvida - ela soltou um risinho, parecendo mais relaxada, enfim. Chegamos ao segundo andar em silêncio e a vi parar logo ali, numa primeira porta, como o Paulo tinha falado lá embaixo.
Karina: É aqui... Só bater que ele vai deixar entrar, com certeza.
Nina: Tudo bem, obrigada - sorri para ela, que assentiu com a cabeça e logo que se virou a descer (percebi seus passos mais lentos, inclusive, mas não me concentrei nisso visto uma série nervosa que passou pelo meu corpo ao pensar no que estava por vir).
Eu dei dois toquinhos leves na porta, ouvindo de imediato um entra vindo lá de dentro. Respirei o mais fundo que pude, deixando o ar pesado escapar do meu corpo de uma vez, e abri a porta do seu quarto. Vi-o deitado sobre a cama, completamente despojado em um short de malha e uma regata bem larga, num ambiente de temperatura bem fria pelo ar condicionado e a televisão ligada que me pareceu quase sem som quando vi sua reação ao me enxergar ali: Se sentou com pressa em sua própria cama, sobressaindo os músculos tensos de seus ombros e uma face que não negava sequer uma parcela de sua surpresa.
Lucas: Nina? - ele chegou a dizer aquelas palavras com certa dificuldade e eu adentrei um pouco mais de seu quarto, parando a pouca distância de sua cama - Espera aí, o que cê tá fazendo aqui? - continuou a sua fala, com o cenho franzido e ajeitando o seu próprio cabelo.
Nina: Eu vim ver como tás...
Lucas: ... Cê é assim? - ele disse me interrompendo, sem negar o quanto estava desconfortável com a minha presença ali - Aparece, some, aí aparece quando quer?
Nina: Não! - respondi rápido, me sentindo quase coagida com aquele modo que ele estava falando comigo - Eu vim aqui pra saber como tu tás, mas eu também não quero te estressar ainda mais. Se eu acabo te trazendo mais problemas, eu vou embora!
Lucas: Como cê sabe o que tá acontecendo comigo? - ele continuava a me cercar com as perguntas, como quem não ouvisse muito ás minhas respostas.
Nina: Eu vi no instagram, o que tu postou quase agora...
Lucas: Ah é, lá cê não tem como fugir de vê as minhas coisas - ele falou revirando os olhos e se levantando da cama.
Nina: Lucas... Não precisa se levantar, eu já disse que não quero te atrapalhar e muito menos trazer problemas. Acho que eu não fiz o certo de vim aqui - disse já me virando para voltar a porta, mas ele foi bem mais rápido em conseguir segurar um dos meus braços, me fazendo ficar e virar para olhá-lo.
Lucas: Eu não tô doente e eu posso me levantar! Mas agora eu quero que cê fique... Eu quero cê aqui pra me explicar o que que foi que aconteceu, o que foi que eu fiz, porque eu realmente não consigo entender.
Nina: Do quê tás falando? - falei me soltando dele - Não tem nada do que tu fez ou aconteceu...
Lucas: Não? Cê vai me dizer que é normal uma pessoa aparecer na sua vida, cê fazer tudo que pode por ela por gostar da companhia, tá criando um laço mó legal, aí ela simplesmente desaparece, não fala mais nada, finge que não vê as coisas...
Nina: Não foi assim!
Lucas: Claro que foi - ele me interrompeu mais uma vez, deixando claro a realidade dos meus atos - Cê vai falar que me respondeu o quê? A mensagem que eu ainda insisti em te mandar de Natal? Porque essa cê ainda fez o favor de mandar um feliz Natal todo seco, agora a do Ano Novo, cê simplesmente fingiu que não recebeu. Fingiu e não tem outra palavra!
Nina: Eu não gosto quando ninguém fala assim comigo e eu nunca me imaginei brigando contigo. Aliás, eu não vim aqui pra isso, muito pelo contrário!
Lucas: Eu não quero ser grosso com cê... - ele falou, respirando fundo em seguida - Eu realmente não queria que cê tivesse aqui, mas já que está, por favor, me conta o que é que aconteceu?
Nina: Lucas, - falei passando as mãos em meu rosto, sem disfarçar o nervoso - As coisas são complicadas demais para mim. Sabes o quanto eu gosto de ver a vida de uma maneira positiva, mas ainda sim, eu tenho uma lacuna que nunca mais vai ser preenchida e isso é a maior delicadeza que eu tenho pra tratar.
Lucas: Nina... Senta aqui - ele falou já fazendo esse gesto e batendo na cama, no lugar em frente a si próprio, para que eu fizesse o mesmo - Cê sabe muito bem o quanto eu tenho cuidado pela sua história com o Rafael, mas eu não consigo entender que ponto uma pessoa como você pode agir dessa maneira. Eu sei que eu tive um erro contigo e se for preciso, eu te peço mais um milhão de desculpas por aquele beijo que eu te dei...
Nina: Para, por favor - falei o interrompendo, sentindo a minha garganta queimar - Um beijo não acontece sozinho e aquilo, se fosse um problema, seria o menor deles. Mas tem coisas na minha vida que não vão se repetir e o amor é uma delas...
Lucas: Ouvir isso do cê, sim, me faz pensar que cê tá longe do estado normal. Nós sempre conversamos sobre amizade... Quantas vezes eu te repeti sobre eu ser seu amigo?
Nina: Eu sei e me lembro de todas elas. Aliás, eu confio nisso, eu confio em ti de uma maneira surpreendente... Desde a primeira vez. Quantas vezes eu também te repeti que a ligação que a gente tinha era surreal?
Lucas: Então... O que foi que aconteceu, pelo amor de Deus? - ele dizia, voltando a impaciência e expondo ali uma certa frustração com o meu súbito afastamento.
Nina: Eu não sei, Lucas! Eu não tenho uma resposta pra isso - falei sentindo os meus olhos marejarem - Eu não entendo porque a minha cabeça quis travar tanto o nosso relacionamento que sempre foi algo tão bonito. Não teve erros, como tu mesmo bate na tecla! Só que eu sempre tive medo que as coisas mudassem. Não é errado que role atração entre duas pessoas, o problema é que eu não sou mais uma pessoa certa pra isso - deixei algumas lágrimas escaparem, mas ele não me interrompeu nem com isso acontecendo - Eu tive um medo desconhecido e deixei que a minha mente agisse sobre isso, me permiti afastar de ti por simples medo de me sentir atraída, de trair e quebrar uma barreira que eu mesma coloquei em mim nesse último ano.
Lucas: Cê, então, tem medo do cê mesma! O que eu poderia fazer quanto á isso?
Nina: É isso, Lucas! E foi por isso que eu me afastei. Tu não poderia me ajudar em nada...
Lucas: ... Só te atrapalhar, não é mesmo? - ele me interrompeu, concluindo o que eu hesitava em falar. Era dolorido lidar com aquela sensibilidade que ele havia me dado, aquela confusão que ele havia me trazido, embora eu o reconhecesse como um grato presente no meio dessa minha caminhada.
Nina: Ai, Lucas, só me perdoa - falei passando a mãos sobre o rosto, tentando secar minhas lágrimas que haviam caído ali e completamente desesperada - Eu sei que tu não queria que eu tivesse aqui, mas eu tô... me deixa ficar? Eu não quero ser ajudada, eu quero te ajudar - disse, enfim, virando para ele - Eu só quero te ajudar, eu quero fazer por ti tudinho de incrível que tu fez por mim!
Disse aquilo que estava em meu coração, não esperando sequer sua resposta e agarrando os seus ombros apressadamente, iniciando um abraço.
Para a minha surpresa, ele não negou - muito pelo contrário. Lucas enrolou os seus braços na minha cintura e devolveu a intensidade que eu havia colocado naquele gesto, tirando o ar pesado de seus pulmões numa única respiração que eu senti sobre os meus ombros. Mais uma vez, eu não consegui segurar o choro e deixei que lágrimas caíssem dentro daquele abraço. Não era inédito o fato do Lucas me ver chorando, mas pela primeira vez isso não tinha nenhuma razão externa a nós - aquelas lágrimas representavam a dualidade do que se passava dentro de mim quando se tratava dele. O meu choro tanto poderia ser de felicidade, por perceber que ele continuava a me receber de braços abertos, e também de culpa, por ter ousado cogitar a ignorar um ser humano como o Lucas. Naquele momento, mais do que nunca, eu atestava que eu precisava dele. E isso não era mais uma opção em minha vida, a sua presença no meu cotidiano era verdadeiramente uma necessidade.
Recadinho: Oi, meninas! Esse capítulo, se quem já leu e se lembra, vai perceber que foi um dos que eu mais mudei, realmente. Tirei uma parte dele e joguei lá pro outro capítulo, além de acrescentar algumas coisas nos diálogos. Ás vezes, eu sou um pouquinho perfeccionista e esse é o ponto crucial da história (as duas partes do capítulo 10), então é necessário que fique tudo bem entendidinho e nada confuso. Digam-me o que acharam e muiito obrigada pelos comentários anteriores! Sempre comigo, né? Cês são demais! Bjoo e bom domingo (com ouro inédito nessas Olimpíadas pra vcs!! Hahaha)
Nina: Boa tarde, pode sim. Aqui é a casa do Lucas, né?
Karina: É sim.
Nina: Então... Ele tá aí?
Karina: Olha, eu não vou mentir pro cê, ele tá sim, mas eu não sei... - ela foi interrompida por mais uma pessoa que apareceu ali, dessa vez um homem, praticamente ao seu lado.
Paulim: Tudo bem por aqui?
Karina: Tá sim, é só que ela tá aqui procurando o Lucas, mas cê sabe, né? - confesso que aquela frase foi a gota d'água para o desespero da minha frequência cardíaca. Me sentia angustiada por dentro e queria entender, de uma vez por todas, o que estava acontecendo.
Paulim: Qual o seu nome? Desculpa, mas é que eu não me lembro muito bem do cê.
Nina: Na verdade, eu acho que vocês nem me conhecem... Eu e o Lucas ficamos próximos bem no finzinho do ano passado, quando eu me mudei pra cá, só que a gente também tá um tempo sem se vê. E ah, eu me chamo Nina!
Paulim: Nina... Pode entrar! - ele disse com um sorriso de canto, como quem já me conhecesse e na verdade, eu só conseguia supôr que ele era pai do Lucas pelas circunstâncias e a similaridade absurda, porque fora isso, eu nunca o tinha visto.
Nina: Obrigada! Eu, realmente, não quero atrapalhar.
Paulim: Não vai, cê pode ficar tranquila - falou me dando passagem e a mulher olhava um pouco desconfiada aquela cena, provavelmente por ser a mãe e ter sempre aquele instinto materno que é capaz de rodear qualquer um desses seres - O Lucas, ele teve alguns probleminhas ontem, mas hoje amanheceu bem melhor...
Nina: ... Eu sei! - acabei por interrompê-lo e depois que a moça fechou a porta, veio a prestar atenção em nossa conversa - Foi, exatamente, por isso que eu vim aqui. Queria, na verdade, saber se ele está precisando de algo. O Lucas me ajudou muito com algumas coisas e embora eu tenha me afastado um pouco, acho que devo muito do meu ombro amigo á ele.
Paulim: Fico feliz em ouvir uma coisa dessa, sabia? É bom vê que meu filho tá rodeado de gente do bem. O Lucas tá lá em cima e cê pode subir, é logo a primeira porta que cê vai vê no corredor.
Karina: Cê acha isso certo? - ela, enfim, deu voz e tom a sua preocupação que eu já desconfiava existir.
Paulim: Eu sei o que tô fazendo, cê pode ir por mim - falou confiante, o que foi suficiente para me fazer estranhar, mais uma vez. Era como se ele soubesse algo sobre mim que nem eu mesma sabia (?)
Nina: Podes me acompanhar até lá em cima, pelo menos? Acho melhor também - falei me virando á mulher, tentando passar um pouco de confiança e até porque eu, realmente, me sentiria melhor com aquilo.
Karina: Claro! - ela me ofereceu uma resposta rápida.
Nina: Obrigada! A ti também - disse virando ao homem, que esboçou um sorriso nos lábios.
Paulim: Acho que nem me apresentei.. Sou o pai do Lucas, me chamo Paulo, viu?
Nina: Ah sim! Prazer - estendi minha mão á ele, que me cumprimentou e a mulher logo me solicitou para que subíssemos até o segundo andar.
Karina: Bom, acho que eu também preciso me apresentar, né? - falou enquanto ainda dividíamos a escada - Sou a Karina, mãe do Lucas.
Nina: Eu imaginei, embora me soasses tão nova que me deu um tanto de dúvida - ela soltou um risinho, parecendo mais relaxada, enfim. Chegamos ao segundo andar em silêncio e a vi parar logo ali, numa primeira porta, como o Paulo tinha falado lá embaixo.
Karina: É aqui... Só bater que ele vai deixar entrar, com certeza.
Nina: Tudo bem, obrigada - sorri para ela, que assentiu com a cabeça e logo que se virou a descer (percebi seus passos mais lentos, inclusive, mas não me concentrei nisso visto uma série nervosa que passou pelo meu corpo ao pensar no que estava por vir).
Eu dei dois toquinhos leves na porta, ouvindo de imediato um entra vindo lá de dentro. Respirei o mais fundo que pude, deixando o ar pesado escapar do meu corpo de uma vez, e abri a porta do seu quarto. Vi-o deitado sobre a cama, completamente despojado em um short de malha e uma regata bem larga, num ambiente de temperatura bem fria pelo ar condicionado e a televisão ligada que me pareceu quase sem som quando vi sua reação ao me enxergar ali: Se sentou com pressa em sua própria cama, sobressaindo os músculos tensos de seus ombros e uma face que não negava sequer uma parcela de sua surpresa.
Lucas: Nina? - ele chegou a dizer aquelas palavras com certa dificuldade e eu adentrei um pouco mais de seu quarto, parando a pouca distância de sua cama - Espera aí, o que cê tá fazendo aqui? - continuou a sua fala, com o cenho franzido e ajeitando o seu próprio cabelo.
Nina: Eu vim ver como tás...
Lucas: ... Cê é assim? - ele disse me interrompendo, sem negar o quanto estava desconfortável com a minha presença ali - Aparece, some, aí aparece quando quer?
Nina: Não! - respondi rápido, me sentindo quase coagida com aquele modo que ele estava falando comigo - Eu vim aqui pra saber como tu tás, mas eu também não quero te estressar ainda mais. Se eu acabo te trazendo mais problemas, eu vou embora!
Lucas: Como cê sabe o que tá acontecendo comigo? - ele continuava a me cercar com as perguntas, como quem não ouvisse muito ás minhas respostas.
Nina: Eu vi no instagram, o que tu postou quase agora...
Lucas: Ah é, lá cê não tem como fugir de vê as minhas coisas - ele falou revirando os olhos e se levantando da cama.
Nina: Lucas... Não precisa se levantar, eu já disse que não quero te atrapalhar e muito menos trazer problemas. Acho que eu não fiz o certo de vim aqui - disse já me virando para voltar a porta, mas ele foi bem mais rápido em conseguir segurar um dos meus braços, me fazendo ficar e virar para olhá-lo.
Lucas: Eu não tô doente e eu posso me levantar! Mas agora eu quero que cê fique... Eu quero cê aqui pra me explicar o que que foi que aconteceu, o que foi que eu fiz, porque eu realmente não consigo entender.
Nina: Do quê tás falando? - falei me soltando dele - Não tem nada do que tu fez ou aconteceu...
Lucas: Não? Cê vai me dizer que é normal uma pessoa aparecer na sua vida, cê fazer tudo que pode por ela por gostar da companhia, tá criando um laço mó legal, aí ela simplesmente desaparece, não fala mais nada, finge que não vê as coisas...
Nina: Não foi assim!
Lucas: Claro que foi - ele me interrompeu mais uma vez, deixando claro a realidade dos meus atos - Cê vai falar que me respondeu o quê? A mensagem que eu ainda insisti em te mandar de Natal? Porque essa cê ainda fez o favor de mandar um feliz Natal todo seco, agora a do Ano Novo, cê simplesmente fingiu que não recebeu. Fingiu e não tem outra palavra!
Nina: Eu não gosto quando ninguém fala assim comigo e eu nunca me imaginei brigando contigo. Aliás, eu não vim aqui pra isso, muito pelo contrário!
Lucas: Eu não quero ser grosso com cê... - ele falou, respirando fundo em seguida - Eu realmente não queria que cê tivesse aqui, mas já que está, por favor, me conta o que é que aconteceu?
Nina: Lucas, - falei passando as mãos em meu rosto, sem disfarçar o nervoso - As coisas são complicadas demais para mim. Sabes o quanto eu gosto de ver a vida de uma maneira positiva, mas ainda sim, eu tenho uma lacuna que nunca mais vai ser preenchida e isso é a maior delicadeza que eu tenho pra tratar.
Lucas: Nina... Senta aqui - ele falou já fazendo esse gesto e batendo na cama, no lugar em frente a si próprio, para que eu fizesse o mesmo - Cê sabe muito bem o quanto eu tenho cuidado pela sua história com o Rafael, mas eu não consigo entender que ponto uma pessoa como você pode agir dessa maneira. Eu sei que eu tive um erro contigo e se for preciso, eu te peço mais um milhão de desculpas por aquele beijo que eu te dei...
Nina: Para, por favor - falei o interrompendo, sentindo a minha garganta queimar - Um beijo não acontece sozinho e aquilo, se fosse um problema, seria o menor deles. Mas tem coisas na minha vida que não vão se repetir e o amor é uma delas...
Lucas: Ouvir isso do cê, sim, me faz pensar que cê tá longe do estado normal. Nós sempre conversamos sobre amizade... Quantas vezes eu te repeti sobre eu ser seu amigo?
Nina: Eu sei e me lembro de todas elas. Aliás, eu confio nisso, eu confio em ti de uma maneira surpreendente... Desde a primeira vez. Quantas vezes eu também te repeti que a ligação que a gente tinha era surreal?
Lucas: Então... O que foi que aconteceu, pelo amor de Deus? - ele dizia, voltando a impaciência e expondo ali uma certa frustração com o meu súbito afastamento.
Nina: Eu não sei, Lucas! Eu não tenho uma resposta pra isso - falei sentindo os meus olhos marejarem - Eu não entendo porque a minha cabeça quis travar tanto o nosso relacionamento que sempre foi algo tão bonito. Não teve erros, como tu mesmo bate na tecla! Só que eu sempre tive medo que as coisas mudassem. Não é errado que role atração entre duas pessoas, o problema é que eu não sou mais uma pessoa certa pra isso - deixei algumas lágrimas escaparem, mas ele não me interrompeu nem com isso acontecendo - Eu tive um medo desconhecido e deixei que a minha mente agisse sobre isso, me permiti afastar de ti por simples medo de me sentir atraída, de trair e quebrar uma barreira que eu mesma coloquei em mim nesse último ano.
Lucas: Cê, então, tem medo do cê mesma! O que eu poderia fazer quanto á isso?
Nina: É isso, Lucas! E foi por isso que eu me afastei. Tu não poderia me ajudar em nada...
Lucas: ... Só te atrapalhar, não é mesmo? - ele me interrompeu, concluindo o que eu hesitava em falar. Era dolorido lidar com aquela sensibilidade que ele havia me dado, aquela confusão que ele havia me trazido, embora eu o reconhecesse como um grato presente no meio dessa minha caminhada.
Nina: Ai, Lucas, só me perdoa - falei passando a mãos sobre o rosto, tentando secar minhas lágrimas que haviam caído ali e completamente desesperada - Eu sei que tu não queria que eu tivesse aqui, mas eu tô... me deixa ficar? Eu não quero ser ajudada, eu quero te ajudar - disse, enfim, virando para ele - Eu só quero te ajudar, eu quero fazer por ti tudinho de incrível que tu fez por mim!
Disse aquilo que estava em meu coração, não esperando sequer sua resposta e agarrando os seus ombros apressadamente, iniciando um abraço.
Para a minha surpresa, ele não negou - muito pelo contrário. Lucas enrolou os seus braços na minha cintura e devolveu a intensidade que eu havia colocado naquele gesto, tirando o ar pesado de seus pulmões numa única respiração que eu senti sobre os meus ombros. Mais uma vez, eu não consegui segurar o choro e deixei que lágrimas caíssem dentro daquele abraço. Não era inédito o fato do Lucas me ver chorando, mas pela primeira vez isso não tinha nenhuma razão externa a nós - aquelas lágrimas representavam a dualidade do que se passava dentro de mim quando se tratava dele. O meu choro tanto poderia ser de felicidade, por perceber que ele continuava a me receber de braços abertos, e também de culpa, por ter ousado cogitar a ignorar um ser humano como o Lucas. Naquele momento, mais do que nunca, eu atestava que eu precisava dele. E isso não era mais uma opção em minha vida, a sua presença no meu cotidiano era verdadeiramente uma necessidade.
Recadinho: Oi, meninas! Esse capítulo, se quem já leu e se lembra, vai perceber que foi um dos que eu mais mudei, realmente. Tirei uma parte dele e joguei lá pro outro capítulo, além de acrescentar algumas coisas nos diálogos. Ás vezes, eu sou um pouquinho perfeccionista e esse é o ponto crucial da história (as duas partes do capítulo 10), então é necessário que fique tudo bem entendidinho e nada confuso. Digam-me o que acharam e muiito obrigada pelos comentários anteriores! Sempre comigo, né? Cês são demais! Bjoo e bom domingo (com ouro inédito nessas Olimpíadas pra vcs!! Hahaha)
Que capítulo maravilhoso! Eu preciso urgentemente da segunda parte, para poder dar um parecer melhor! Eu amo demais esses dois e já nao aguento mais torcer para que as coisas se desenrolem de uma vez por todas! Continue logo, por favorr, hoje se puder hahahaha Beijão
ResponderExcluirParaaaa tudo ok, meu domingo esta um tédio, mais agora com esse capítulo ficou maravilhoso.... amo eles dois juntos, amo essa sintonia que eles tem, e amoo ainda mais de você postar um novo capítulo hojee, plis ♡♡♡
ResponderExcluirE pela segunda vez eu choro ao ler esse capítulo, aí esse dois mexe com meu emocional.
ResponderExcluirOii! Capítulo lindo p/ mexer c o emocional de todo mundo. Simplesmente, lindo!Aguardo o próximo com ansiedade a mil!bjbjbj
ResponderExcluirEsse casal é muito fofo
ResponderExcluirCont me fez chorar de novo
ResponderExcluirBeijaaaaaaa
ResponderExcluirMeu deus,eles precisam se beijar logo se não eu terei um enfarto
ResponderExcluirJesus,socorro
ResponderExcluirDesidratei de tanto chorar,da outra diz que li esse capítulo também chorei pra caramba. Gabi,qual foi o último capítulo que você tinha postado da primeira vez ?
Gaaaaaaabiiii
ResponderExcluirAparece logo
Posta mais um capítulo logo
Estou morrendo de curiosidade
Thata