terça-feira, 23 de agosto de 2016

Chapter 11.

Dezenove e trinta daquele domingo e eu já estava dentro da minha casa. Fazia um pouco mais de uma hora que eu havia desembarcado de volta no Rio de Janeiro - em função que amanhã era segunda feira e eu teria que ir para a agência trabalhar - e me encontrava deitada no sofá, com as pernas, literalmente, para o alto. Aproveitava a total falta do que fazer para escolher quais fotos estavam boas dentre as milhares que tinham na minha galeria do casamento ontem. Posso confessar que a maioria estavam legais, porém, num ápice de amor próprio, decidi postar uma minha, visto que tinha adorado o meu vestido e queria expô-lo um pouquinho mais.
@ninabarsanti #CasamentoMReMRSdeSouza
nicoletavares Quanta perfeição, hein? Tá linda!
centraltoledo Maravilhosa com um vestido maravilhoso, sem mais.
amandalavras Arrasou! Um dos melhores looks do casamento!
surfamily Minha linda!! Gata demais!
withlucco QUE VESTIDO LINDOOOOOO!!!
vivianseixas Garota, você arrasou demais!
tainamattos Casamento do Mineirinho merecia ir as alturas assim... gata!
ilylucco Que corpo hein, meu amor (!!!!!)
ninabarsanti Saudade, Mariiii!! Faltou vc aqui! @surfamily
Fiquei lendo boa parte daqueles comentários, mas eu sentia a minha perna formigar e aquilo não era somente pelo excesso de exercício na yoga com a minha mãe hoje; chamava-se tédio. Então, optei por me levantar do sofá e saí ali da sala indo para o meu quarto arranjar alguma coisa para fazer, nem que isso tivesse que ser arrumar o meu armário. Coloquei meu celular para tocar o novo álbum do Justin Bieber - que embora nunca tivesse sido tão fã dele assim, estava apaixonada nessas músicas recentes - e fiquei vendo as coisas pelo cômodo. Mexi onde estavam os meus livros, porque ler poderia realmente ser uma boa saída para essa minha falta do que fazer, mas algo brotou em minha mente muito maior que isso quando encontrei uma das minha leituras preferidas: O poder do agora. Já tinha relido aquele guia por, pelo menos, cinco vezes e não me cansava de aprender sempre um pouquinho mais com as palavras que tinham ali. No entanto, o que me ocorreu não tinha nada de relacionado á mim; aqueles ensinamentos que eram trazidos por cada página do livro hoje pareciam ser destinado á outro alguém. Sem dúvidas, pensei no Lucas! Acho que por todo o momento que ele estava passando, seria fundamental ele entender um pouquinho mais sobre a sua mente e o seu eu interior, então, aquela leitura seria muito adequada, caso ele quisesse. Com o livro na mão, assim, voltei á minha cama para pegar o meu celular e enviar uma mensagem para ele... se ele estivesse em casa, iria levar aquilo pra ele! Abri nossa conversa e o vi online, o que me fez não pensar muito na mensagem, somente na pressa para que ele visse e me respondesse logo de uma vez.
"Oi, Lucas, tudo bem?
Tás em casa?
Oi lindona!
Tô bem e vc?
E tô sim... pq?
Posso passar aí?
É rapidinho!
Encontrei um negócio aqui e lembrei
de ti!
Ser lembrado por vc 
é sempre uma honra kkkkk
claro que pode, po!
Bobo! Haha
Não vou te incomodar, né?
Acho melhor nem responder
essa pergunta, né, Nina?"
Mandei vários emojis para ele, rindo, e acabei fechando a conversa, encorajada á ir lá. Estava sem fazer nada, queria achar ainda muito mais meios para ajudá-lo e a companhia do Lucas nunca me caiu mal, então... Não tinha porque ficar em casa. Deixei o aparelho e o livro sobre a minha cama, indo até o banheiro tomar um novo banho para me arrumar um pouco e ir até a casa do Lucas. Fiz isso relativamente rápido e depois de já estar vestida - com um short jeans e um body de leve estampa - fui pegar o livro pra levar pra ele. Voltei á sala com isso em mãos, o celular no bolso e embora não estivesse muito afim de pegar no volante, esse seria o meio mais fácil de ir até a casa do Lucas, principalmente quando tive o pensamento na volta. Então, procurei minhas chaves e saí de casa deixando somente a luz da sala de estar acesa, entrando em meu carro logo em seguida e trilhando o caminho até a casa dele. Liguei o rádio só para evitar o silêncio, mas como no Rio o Céu ainda escurecia - em função do horário de verão - eu acabei dando mais atenção aquilo do que á música. Além do que também, o caminho era curto demais para isso. Estacionei em frente á casa do Lucas e saí do carro ajeitando levemente o meu cabelo, indo diretamente á sua porta, tocar lá. Fui atendida bem mais rápido do que eu pensei, pelo próprio - que estava com um short preto de malha e uma camiseta regata bem larga, com o cabelo levemente despenteado.
Lucas: Cê veio voando? - ele disse todo descontraído, me fazendo rir
Nina: E olha que eu ainda fui tomar banho pra poder colocar uma roupa mais apresentável e...
Lucas: Nina! - ele me interrompeu, sem negar sua vontade de rir pelo meu divagar - Eu tô te zoando! Cê demorou a beça, isso sim!
Nina: Ah guri, larga de ser bobo - falei jogando a cabeça levemente pra trás, mas sem alcançar a seriedade pretendida - Tenho certeza que não demorei tanto assim, tás aí muito ansioso pra me vê
Lucas: Ih, cê vai querer tirar onda com a minha cara também, é?
Nina: Ah tá bom, só tu podes fazer isso - ficamos tentando nos encarar, mas não levou nada mais que segundos para cairmos na gargalhada juntos, quase que como dois adolescentes.
Lucas: Vô te falar uma coisa... Perdoo seu atraso se a senhorita entrar!
Nina: Vou fazer isso, porque hoje eu decidi vim aqui também porque estava muito no tédio.
Lucas: Cê só vai ficar por que tá no tédio? Nina, eu juro que cê já foi mais agradável - falou incorporando um ator em minha frente, simulando ofensa.
Nina: Para que eu fico com a minha consciência pesada quando brincam assim comigo... - ele enfim soltou uma gargalhada, voltando a posição mais leve
Lucas: Vem, vamos entrar! E cê aproveita e me mostra o que trouxe aí para mim - falou fazendo referência ao livro que estava nas minhas mãos, me dando passagem para dentro de sua casa.
Me surpreendi quando vi na sala, ao ouvir o Lucas fechar a porta e se posicionar em meu lado, um homem que eu não conhecia sentado com seu pai no sofá - o que me fez presumir que poderia ser seu irmão. Eu não esperava aquilo e o meu coração denunciava aquela surpresa pela frequência quase desesperadora em que batia.
Nina: Tu não me disse que estava com visita - falei segurando o braço dele, me aproximando e em tom baixo, de modo que só ele conseguisse me ouvir.
Lucas: É só a minha família, fica tranquila - ele disse pondo a mão sobre a minha que estava em seu braço e eu me afastei quando ouvi sua voz se direcionando á seu pai e ao outro homem - Pronto, gente, a Nina chegou! - ele disse como se todos eles já estivessem esperando e ambos viraram um pouco do corpo, para conseguir me ver, totalmente simpáticos.
Nina: Boa noite! - foram as únicas palavras que eu consegui sibilar, sem disfarçar minha timidez.
Paulim: Boa noite, Nina, como cê tá?
Nina: Tudo bem e contigo?
Paulim: Bem também, graças a Deus!
Lucas: Então, Nina, acho que a pessoa que cê num conhece que tá aqui é o meu irmão, então vô te apresentar, esse é o Zo...
Leandro: ... Eu sou o Leandro - ele interrompeu rapidamente o irmão, causando gargalhadas no pai dele que assistia aquela cena 
Nina: Oi, Leandro, prazer! - sorri para ele, que me retribuiu aquele gesto.
Lucas: É que eu não chamo ele de Leandro, esqueço que ele tem um nome
Leandro: Valeu, mlk, é foda ter cê de irmão memo! Melhor do mundo! - falou com uma dose de ironia, nos fazendo rir, obviamente, e ele não encarou isso como sério também.
Nina: Irmãos, né? Vamos relevar - ri
Leandro: Cê tem um? Então tá entendendo, fiquei tranquilo! E ah, prazer, Nina!
Lucas: Ôh mãe!!! - ele gritou, praticamente, para chamar a mãe que provavelmente estava em outro comodo, me assustando.
Nina: Ai, guri! - falei levando a mão ao peito, deixando o Paulim e o Leandro rindo em nossa frente.
Lucas: Desculpa, desculpa - ele riu, passando a mão sobre a minha cabeça, como quem acarinhasse
Paulim: Ih, olha só de quem cê chamou atenção... - falou fazendo referência a duas cadelas que vinham feito loucas, correndo para o Lucas, elas que logo trataram de se enroscar nas pernas dele.
Nina: Meu Deus, que lindas! - falei inclinando um pouco do meu corpo, as observando.
Lucas: Minhas filhinhas... Falei delas pro cê, né?
Nina: Aham! Lindas demais, Lucas, pode babar mesmo - disse alcançando o pelo da mais pretinha, fazendo carinho nela, que logo se bandeou para o meu lado.
Karina: Fala, Lucas... - ele disse em tom continuativo, mas logo arrumando o cabelo, quando viu que eu estava lá - Oi, Nina! Cê já tá aí...
Nina: Oi, Karina, boa noite! - sorri e ela veio até mim, me surpreendendo com um abraço que eu retribui na mesma simpatia, é claro.
Karina: Olha, eu vou te confessar uma coisa... Lucas me avisou que cê viria para cá faz uns vinte minutos, então, eu não consegui preparar nada melhor pro jantar, mas...
Nina: Jantar? - eu acabei a interrompendo - Desculpa, mas não, não precisa disso, que isso!
Lucas: Cê que para com isso, vai jantar sim, ou! Aproveitar que tá aí memo - disse passando o braço sobre os meus ombros e se aproximando de mim.
Leandro: Falando em rango, vamos pra mesa, né? Tá passando da hora já, pô
Paulim: É, Nina, cê num vai ter pra onde fugir... Melhor encarar essa comida da minha esposa mesmo!
Karina: Encarar, Paulo Roberto?
Lucas: Chamou o nome todo, fodeu hein, Paulim! - eles gargalharam todos, num clima muito divertido e eu confesso que embalei naquelas risadas, porque realmente tinha sido cômico - Vem, vamo comer e deixa o livro aí que daqui a pouco cê me fala como é, tá bom?
Nina: Ai, Lucas, olha as coisas que tu me apronta!
Lucas: Sem reclamar! Cê fez aniversário e nem me avisou, eu ainda não engoli isso - ele disse de modo que só eu pudesse ouvir e eu acabei cedendo, deixando o livro sobre uma pequena mesinha ao lado do sofá e seguindo com eles até a mesa de jantar.
Realmente, as coisas soavam como quem não havia se preocupado em arrumar algo bonito para apresentar á uma visita, mas eu não me incomodava com aquilo - até porque, uma casa como a do Lucas passava longe de ficar feia ou desleixada em algum momento. Talvez, uma das coisas que eu mais tenha admirado no Lucas, a primeiro instante, tenha sido sua simplicidade e sua transparência tão ingênua que eu hoje, sentada nessa mesa, conseguia vê a mesma aura em seus pais e seu irmão. Sem contar, a quantidade de gargalhadas que eu dividi com eles. Enquanto estávamos na mesa, embora os assuntos fossem variados e até passassem por coisas relativamente sérias, nada ali conseguia ficar num clima ameno. A felicidade era estampada em cada gesto leve e descontraído deles. E eu, amante e crente em energias como sou, não poderia me sentir melhor. Depois do jantar, ainda quando ajudava, pelo menos, a Karina e o Paulim á levar as coisas até a pia, tivemos uma nova crise de gargalhadas incentivada por Lucas e Leandro dançando em frente á televisão uma música da Anitta que tocava. Por isso, gravei até um vídeo no snap de ambos e tudo, porque era algo que merecia ser compartilhado! Impagável, eu poderia definir a noite, sem dúvidas.
Nina: Lucas... - disse me aproveitando da liberdade de poder falar um pouco mais baixo, por estarmos dividindo o mesmo sofá - Acho que eu já vou embora... Amanhã preciso tá na agência e vou fotografar, então...
Lucas: Poxa, sério? Que pena! - ele me encarou, enfim - Mas não vou reclamar, acho que eu exigi muito do cê nesse jantar, né?
Nina: Pior que não! Me surpreendeu, quase me matou do coração de vergonha da sua família, mas foi tão bom que eu não vou reclamar... Como sempre, tu me deu mais um presente.
Lucas: Opa! Então aumentei a moral, né? - falou com um sorriso de moleque nos lábios e eu não contive o meu.
Nina: Talvez! A certeza disso só vem quando tu me disser que adorou o livro e que deixou sua mente aprender bastante com ele.
Lucas: Ah, com certeza! Vô ler sim, pelo o que cê me disse, parece ser incrível.
Nina: E é! Vai te ajudar demais á ter controle sobre si mesmo.
Lucas: Cê sabendo do que eu tô precisando, como sempre, né?
Nina: Acho que também tô ficando boa nisso - falei rindo, o vendo fazer o mesmo, mas logo se levantando do sofá, me impulsionando á tomar atitude semelhante.
Karina: Vão onde? - disse sendo a primeira pessoa a perceber que havíamos nos levantado, praticamente, juntos, e assim trazendo a atenção do Paulim e do Leandro á nós.
Nina: Eu já vou...
Paulim: Ah poxa! Por que, hein?
Nina: Realmente, tá no meu horário! Amanhã eu tenho que trabalhar e acho que não vão gostar muito se eu aparecer com olheiras.
Paulim: Se é por conta do trabalho, a gente perdoa você!
Nina: Ai, muito obrigada pela gentileza - falei rindo e vendo ele se levantar para se despedir, assim como a Karina - Brincadeiras a parte, muito obrigada mesmo pelo jantar e desculpa a intromissão aí.
Karina: Que isso, Nina, não teve nada disso. Foi uma noite muito gostosa!
Nina: Ah, foi mesmo! Mais uma coisa que tenho a agradecê-los - sorri para eles, me virando para me despedir do Leandro.
Leandro: Olha, imagine que cê me conheceu e eu tava bêbado, só pra não crer que eu sou um cara tão maluco assim, não ficar com uma primeira impressão ruim - gargalhei
Nina: Que nada! Tu é demais, guri! Fica tranquilo!
Leandro: Bah! Se a guria do Sul disse, tá dito - falou rindo e causando isso em mim, tentando zombar do meu sotaque, algo que ele já estava fazendo desde o começo da nossa conversa lá na hora de jantar, quando contei um pouquinho de onde eu era e tudo mais - Tô brincando, Nina! E ó, a casa não é minha não, mas como tô vivendo aqui, pode voltar sempre!
Nina: Obrigada, voltarei sim - sorri para ele também, que me retribuiu.
Lucas: Vamo, vou levar cê na porta! - falou me fazendo acenar para eles, deixando mais um boa noite e segui em silêncio com o Lucas até a porta, que abriu a mesma para que eu pudesse sair.
Nina: Fazia tempo que eu não ria tanto assim, sabia? Minhas bochechas estão até doendo - disse massageando o meu rosto e vendo o Lucas se encostar no batente da porta principal, rindo.
Lucas: Eu fico muito feliz em ver cê assim... Eu me diverti demais também e foi mais especial ainda, porque cê tava aqui!
Nina: Que lindo! - dei um sorriso um tanto sem graça, porém, realmente feliz com aquilo que ele havia dito - Mas eu também gostei de vê como ficas alegre junto á tua família. Achei que já tinha conhecido tua energia, mas hoje eu vi como és na essência...
Lucas: Espero que isso tenha servido para gostar mais de mim, tá?
Nina: Agora eu gosto mais de ti e da tua família junto, pode ser? - falei rindo
Lucas: Aí sim, tá fechado, então! 
Nina: Que bom! Olha... Tô indo, tá?
Lucas: Tudo bem, vai lá! Brigadão por ter vindo e pelo livro... Vou ler rapidinho pra te devolver...
Nina: ... Bah, Lucas! Não precisa ter pressa! - disse, acabando por interrompê-lo.
Lucas: Adoro quando cê solta ainda mais seu sotaque - ele riu, jogando um pouco da cabeça para trás - Mas tá certo! E ah, quando chegar em casa, tu me manda mensagem?
Nina: Mando! Moramos tão longe que vou avisar sim!
Lucas: Ihhhhhh, Nina, tem alguém me zoando aqui, é?
Nina: Jamais - falei rindo - É brincadeira, juro que mando sim!
Lucas: Agora sim! - rimos juntos e eu impulsionei meu corpo para frente, afim de abraçá-lo. Enrolei meus braços em volta de seu pescoço e ele pôs os seus arredor da minha cintura, chegando a me tirar levemente do chão por tamanha intensidade, como sempre era - Obrigado - disse tão próximo ao meu ouvido que aquilo causou um arrepio em minha pele. Pela primeira vez, senti quase que como uma corrente elétrica passando pelo meu corpo e não sei se ele conseguiu perceber, mas nos afastamos.
Nina: Aqui é troca de gratidão sempre! - sorri pra ele - Fica com Deus!
Lucas: Cê também! - o deixei sorrindo ali na entrada da porta, enquanto voltava ao meu carro e ainda acenei para ele, antes de entrar. Dei partida no automóvel completamente leve. Sem qualquer planejamento, meu final de domingo tinha sido excepcional! Um dos dias mais felizes aqui no Rio de Janeiro, sem sombra de dúvidas.
Pela proximidade óbvia, cheguei em casa muito rápido e estacionei meu carro, querendo entrar em casa para deitar na cama o meu corpo bem leve, do jeitinho que estava. Então, fechei a minha porta, joguei as chaves no rack, deixei meus sapatos ali pela sala de estar mesmo, desliguei a única luz ligada e fui pro meu quarto sendo guiada pelo celular. Aproveitei o aparelho em mãos e assim que cheguei mandei uma mensagem para o Lucas, como ele tinha pedido e eu havia prometido cumprir.
"Cheguei em casa, viu? 
Agradece sua família também pela noite... Vcs me proporcionaram um dos melhores dias aqui no Rio. Deus abençoe e multiplique pessoas de coração tão bom!
Inclusive entendi de onde vem o seu, essa sua essência surreal.
Boa noite!"
Pus ainda alguns emojis de beijinhos, no final da última mensagem e joguei o celular ali por cima da cama para poder trocar de roupa, onde coloquei o meu pijama. Escovei os dentes no banheiro, limpando minha pele em seguida e logo voltei ao quarto, mais diretamente á minha cama, assim que liguei o ar condicionado. Peguei o celular para ficar rodando pelo feed do instagram á ponto de dar tempo do Lucas me responder e eu abri logo para ler aquilo! 
"Que linda me avisando kkkkkkkk :P
Eles não param de falar de vc kkkkkkk
A gente que agradece! Eu, principalmente.
Boa noite, Nina ❤️"
Li com um sorriso incontestável no rosto e optei por colocar, enfim, meu celular ao lado da minha cama, puxando o livro que eu estava imersa dessa vez. Em função do sono que não demorou para me aparecer, eu confesso que não passei de um capítulo, mas isso funcionou ainda mais para que a serenidade dominasse minha alma e eu já pudesse ir dormir agradecendo por ter começado a semana de uma maneira tão extraordinária.
Segunda feira amanheceu e eu acabei acordando bem cedinho, com uma disposição lá no talo. Não demorei nada para me levantar, checando o meu celular somente antes de ir até o banheiro, quando concluí que ainda eram 07:00. Assim que fiz todas as minhas higienes pessoais, eu voltei ao quarto onde separei uma roupinha para fazer ioga - porque hoje daria tempo de praticar antes de sair - e também o look que eu iria trabalhar, deixando sobre a cama já arrumadinho para que não me atrasasse. Vesti a legging e um top, prendi o meu cabelo e segui para o meu cantinho onde me dediquei por quase quarenta minutos. Não importa quantas vezes eu explique, somente quem é praticante consegue entender como isso pode se tornar um guia por toda vida, no campo físico e espiritual. Enfim, preferi ir até a minha cozinha - visto a fome que eu estava - e lá preparei meu café, optando por comer um pedaço de melão que já estava na geladeira, enquanto colocava o suco verde para fazer no liquidificador. Fiquei pensando, ao som daquele barulho bem chatinho, o quanto meu dia já começou bem, mas não posso negar que senti uma falta enorme da minha mãe, simplesmente, por ontem ter feito yoga com ela e hoje já não ter mais a sua companhia. Esperei meu suco ficar pronto e assim que o pus no copo, enquanto o tomava, peguei meu celular e aproveite para escolher alguma das fotos maravilhosas que a Babi tinha tirado ontem nossa para postar. Não consegui ficar só com uma, o que me fez planejar uma montagem e enviar para o instagram logo em seguida.
@ninabarsanti Prática de hoje só me dando mais saudade ainda de ontem, contigo... te amo! @danibarsanti
surfilipe Tão maravilhosas!! Que foto cheia de paz.
lusoouza Quando a gente vê alguém linda assim, sabe que vem da criação... mto amor!
nathsilveira Seu corpo tá maravilhoso, socorro
danibarsanti Um dia e a saudade já é maior que tudo... coração de mãe sofre!! Te amo.
worldlucco_ Quero foto assim, alguém me dá uma mami dessa haha
giotorres Fotos lindas! Tô de cara com seu corpo rs
ohanapupo Quanta paz... bom dia, Nina!
Li um tanto dos comentário - inclusive o da minha mãe -, ao mesmo tempo que terminava meu detox, até também me dar conta que já eram 08:08. Coloquei tudo lá na pia, de qualquer maneira, e fui correndo para o banheiro, tomar o meu banho e conseguir me arrumar pra ir trabalhar. Não demorei embaixo do chuveiro, em função da hora, e pus em meu corpo, após as roupas íntimas, uma blusa chiffon preta e uma maxi saia com estampa tribal, terminando o look com uma rasteirinha bem simples. Coloquei alguns acessórios, perfume, ajeitei meu cabelo, escovei os dentes e pus a bolsa nos ombros, já me preparando para sair. Nem olhei mais nada no celular e ainda consegui sair de casa ás 08:40. Cheguei na agência depois de enfrentar um pouquinho de trânsito e como já era de meu conhecimento, não ia encontrar a Ananda aquela hora lá - ela só chegaria mais tarde e eu precisava ir antes pelo horário que tinha para fotografar uma linha de roupas profissionais e formais. Então, fui diretamente procurar o Sérgio, que me levou até o estúdio onde faria isso e dei graças á Deus quando vi que o fotografo era o Jeff, um cara que eu já estava acostumada á trabalhar e sabia que era bem mais tranquilo. Fiquei ainda uma hora entre cabelo e maquiagem até, de fato, começar o meu trabalho - que se estendeu bastante, principalmente pela troca que existia dos penteados e principalmente, das roupas [...] Já se passavam de duas horas da tarde, quando finalizamos tudo e eu consegui estar vestida de Nina novamente. Não conseguia me vê muito dentro daquelas fotos - como já era de costume o meu acreditar em me transformar frente ás câmeras - mas o pouco que vi, as fotos originais tinham ficado muito boas! Saí do estúdio extremamente satisfeita e estava agora com a Ananda em um restaurante aqui bem em frente á agência, onde estávamos esperando nossos pedidos de almoço, afim de matar aquela fome que já alarmava demais.
Ananda: ... Foda sou eu que tô querendo tanto esse prato de bife á parmegiana e batata frita, mas vou ter que me contentar com essa salada e peixe grelhado - gargalhei, como já estava fazendo desde a hora que ela entregou o cardápio ao garçom e começou a se lamentar.
Nina: Suas fotos vão ser de biquíni, amiga?
Ananda: De lingerie... Pior, né? 
Nina: Pô! Acho que é melhor suspender até o peixe grelhado.
Ananda: Ai, para, não fala isso! - ri
Nina: Mas que estranho eles marcarem logo foto assim pra tarde, né? Depois do almoço dá inchaço, eles sabem muito bem disso...
Ananda: Pois é! Eu também não entendi nada quando o Sérgio falou! Mas, né? Manda quem pode e o obedece quem tem juízo, preferi ficar quieta.
Nina: Ah, claro! Só que é estranho, ah, é!
Ananda: Só tô com pena dos editores... O que vai ter que ajeitar, por Deus!
Nina: Sem exagero, Nan! - pausei - Ai, acreditas que eu peguei o apelido da sua mãe agora?
Ananda: Tô percebendo - ela riu com o nariz - Mas pode usar.. As pessoas sempre acham dificílimo achar um apelido para o meu nome
Nina: É... Digamos que é um pouco - falei divertida, mas com minha atenção sendo voltada ao meu celular que vibrava sobre a mesa - Calma aí, tá? - disse trazendo o aparelho até a orelha, falando para a Ananda que percebeu a ligação - Alô?
Lucas: Oi, Nina! - sua voz do outro lado confirmou o que li no visor - Tudo bem com cê?
Nina: Tudo sim e contigo?
Lucas: Tô bem também, graças a Deus... Então, eu queria fazer uma pergunta pro cê! Na verdade, eu não sei bem se cê vai saber, mas né? Toda good vibes aí, pode adiantar - gargalhei do modo que ele disse e ouvi sua risada lá do outro lado também.
Nina: Fala, vamos vê se minha good vibes vai poder te responder!
Lucas: Então... Cê sabe algum lugar maneiro para andar de bike? Mas tipo, queria algo mais tipo trilha, sabe?
Nina: Entendo! Mas eu não sei, cara! Ainda não tô conhecendo o Rio á esse ponto também... Só que tô com a Ananda. Quer que eu pergunte á ela?
Lucas: Ah, faz esse favor? Se ela conhecer, cê me manda o nome por mensagem, pode ser?
Nina: Uhum, vou falar aqui com ela e te aviso.
Lucas: Tudo bem, Nina, brigadão!
Nina: Nada, né? Beijo.
Lucas: Beijo, fica com Deus - desliguei o celular, me assegurando da hora e coloquei o aparelho sobre a mesa, enxergando uma Ananda curiosa em minha frente.
Ananda: Onde serei colocada dessa vez, hein?
Nina: Não venha com esse papo que eu não te coloquei em nenhuma furada...
Ananda: ... Ainda! - a encarei, tentando parecer séria, enquanto ela liberou uma risada espontânea - Tô brincando, Nina! Mas e aí... o que você ia falar comigo?
Nina: Lucas que me ligou querendo saber sobre algum lugar maneiro aqui no Rio para andar de bike. Eu sei lá daquela Lagoa que tem, não é? - a vi concordando com a cabeça - Mas acho que ele quer algo mais tipo trilha, sabe? Ou que tenha mais contato com a natureza, menos aqueles carros passando e tal. 
Ananda: Eu entendi como é que é! Realmente, a Lagoa é linda, mas passa um pouco longe de tranquilidade por conta da rodovia ali. Deixa eu pensar em algum lugar... - ela disse, realmente, dando esse tempo á própria mente - Cara, tem um lá na Gávea, na pedra, mas eu não sei se dá pra fazer de bike. E tem um parque na Tijuca também, que é tranquilo de chegar e tem até cachoeira. 
Nina: Bingo! Acho que é algo bem assim que ele tá querendo! Uma vez ele já me disse que gostava muito de cachoeira e tal.. provavelmente, isso é bem a cara dele.
Ananda: Ah, então, fala desse! Eu não sei o nome, realmente, mas é um parque na Tijuca. Só procurar no Google que ele deve achar todas as informações.
Nina: Vou falar com ele, pera aí - falei puxando meu próprio celular e depois de desbloquear, abrindo numa conversa com o Lucas.
"Descobri um bom lugar pra tu ir.
Na verdade, eu não sei o nome rs
Mas a Ananda disse que é na Tijuca.
Um parque na Tijuca que tem até cachoeira.
Procura no Google para vê direitinho...
Eu achei bem a sua cara rs
Vou procurar, pera aí...
Caramba, Nina, que maneiro!
Vc chegou a vê?
Tem cachoeira mesmo
Passeio de bike
Natureza
Mttttttt foda!!
Opa! Então tá tudo certo
Ananda quem disse rs
Agradece ela aí
Tava precisando de um lugar desse
Vcs tão trabalhando?
Não!
Quer dizer, eu tava e ela vai rs
Kkkkkkkk
Entendi
Então, se vc não for fazer mais nada,
quer ir lá comigo não?
Andar de bike?
Vais hoje?
Aham, agora a tarde, po
Só gravo amanhã, vou curtir o dia
de folga rs
E fiquei animadão também com o lugar
Entendi...
Ah cara, eu não vou fazer nada
Acho que vou...
Vamo simmmmmm
Pufavôoooo
Hahahaha
Não precisa desse exagero.
Tô almoçando com a Ananda aqui
e quando tiver chegando no condomínio
te aviso, pode ser?
Aham!
Se vc furar comigo, é igual
quebrar espelho, tá?
Tem 7 anos de azar
Hahahaha figuraaa!!
Não vou, juro!"

[...]
Depois de decidir que eu iria com o Lucas, avisei-o assim que cheguei no condomínio e eu só consegui colocar uma legging ao invés do saião e pôr um tênis que tanto seria necessário. Ele, realmente, estava numa animação fora de série e a gente foi o caminho inteiro, dentro do meu carro, debatendo nossas expectativas sobre o que encontraríamos lá. Por ser ainda um dia de semana, assim que chegamos no Parque da Tijuca, logo conseguimos descolar as bicicletas, que eram alugadas por um valor, e podíamos percorrer em volta de todos os 5km - recheados de subidas, descidas e o visual cachoeira/florestal - da forma que bem entendêssemos.
Lucas: Cara! Eu fazia muito isso em Uberlândia, tava sentindo é falta - ouvi sua voz, visto que ele estava um pouco mais na minha frente, enquanto eu tentava bater alguma foto minha com aquele bastão que ele havia deixado para eu segurar e me equilibrar sobre a bike também - Cê tá tirando foto? - ele virou um pouco do rosto, com uma das sobrancelhas arqueadas e um meio sorriso preso entre os lábios.
Nina: Sim! Tirei umas lindas, tu tem que vê... Mas também tá tudo aqui no meu celular, tá? Tô ocupando espaço nas suas coisas não..
Lucas: Eu não tô reclamando por isso - disse parado, apoiando um dos pés no chão e eu o alcancei, parando em seu lado - Tô achando um absurdo a senhorita está tirando foto sem mim.
Nina: Que bobo - falei rindo, sem esperar por aquilo - Então vamos tirar nós dois, vai, aproveitar que ainda estamos inteiros e bonitos 
Lucas: Bonitos a gente consegue segurar até o final, garanto - rimos e eu estiquei meu braço para poder bater uma foto nossa. Tiramos algumas por aquele ângulo até que o entreguei e ele tirou pelo lado dele também, quando mudamos um pouco as caras que fizemos e até ensaiamos algumas caretas, terminando por rir de nós mesmos - Agora vamos andar, né?
Nina: Vamos! Juro que tu me animou para isso...
Lucas: ... Eu nada! É o visual que inspira.
Nina: Isso também, mas o primeiro passo veio de ti, não vem querer ser modesto - ele acabou rindo - Vai me dá o bastão de novo, não? Se não tu vai acabar segurando muita coisa... já basta sua mochila.
Lucas: Te dou, pô, cê vai tranquila?
Nina: Não tenho labirintite, juro que ainda tô sabendo me equilibrar - ri e ele acabou me acompanhando, ao tempo que me devolvia para segurar aquele objeto.
Lucas: Bora então, lindona! - começamos a pedalar novamente, seguindo aquela trilha e assim iniciamos, de verdade, nosso passeio.
Conseguíamos, quase sempre, irmos pedalando juntos e nos divertindo quando decidíamos conversar alguma coisa. Só que para falar a verdade, esses foram momentos raros, porque o silêncio era quase necessário naquele lugar. Tudo hipnotizava a ponto de nos fazer perder a voz e contemplar aquela natureza tão viva, tão perto de nós, tão perfeita. Os cantos de alguns animais eram soados até onde estávamos e passamos por duas quedas d'águas que não eram grandes o esperado para nos fazer parar, mas tinham seu encanto particular. A nossa parada se deu já no final do percurso de nosso passeio, atendia pelo nome de Cachoeira das Almas. Sua história era contada assim por ter sido um local de refúgio dos escravos para cultuar livremente suas crenças e então se descobria ali uma beleza em todos os sentidos.
Lucas: Que maneira a história, né? - soltou assim que, já de pé e termos deixado as bicicletas paradas em um outro canto, lemos a plaquinha explicativa que tinha ali.
Nina: Sim! História é um máximo...
Lucas: No colégio, para mim, sempre foi um máximo de sono - ele disse de um jeito cômico, sem me deixar conter o riso - Mas eu acho muito legal aprender essas coisas assim, hoje eu gosto.
Nina: É demais! São coisas que a gente nem espera, sei lá.
Lucas: Aham, também penso assim! Mas acho que a minha mãe preferia que eu tivesse pensado há uns aninhos atrás - rimos
Nina: Coitada dela, Lucas! Devia cortar um dobrado imenso contigo...
Lucas: Um pouco, né? E ainda tinha o meu irmão...
Nina: Ai, gente! Coitada mesmo, então - ele riu - Falando nela, por que ela não veio? Ou outra pessoa da sua família? Eles não curtem?
Lucas: Mais ou menos! Meu pai e meu irmão são daqueles jeitos que cê viu, mais do copo que do corpo - gargalhei e ele não manteve a seriedade - Minha mãe é mais tranquila, me acompanha mais, só que quando é coisa de trilha assim, ela acaba preferindo ficar em casa... Curte mais o treino em si e tal.
Nina: Ah, entendi! Mas ela se cuida a beça, né? É tão linda, tem um corpo lindo...
Lucas: Se cuida sim! Eu cheguei a falar isso pro cê, sou muito assim por conta dela.
Nina: É, eu me lembro - pausei, ajeitando o meu cabelo - Vamos nos sentar um pouquinho, né? Descansar cinco minutinhos das pernas, pelo menos
Lucas: Bora - ele disse se divertindo com meu cansaço implícito - Da próxima vez que eu vier aqui, vou vim com roupa de banho ou pelo menos trazer toalha pra colocar no carro.. é até pecado uma belezura dessa e a gente não se molhar.
Nina: Eu pensei nisso também, desde a primeira queda d'água que a gente viu - falei me sentando em uma das pedras lá e vi o Lucas fazer o mesmo, ali ao meu lado - Saímos meio correndo de casa também, acho que ficamos levemente eufóricos.
Lucas: Ôh! Eu fiquei demais... tô há tempos querendo achar um lugar maneiro desse pra fazer trilha, pra visitar cachoeira. Fazia demais isso em Uberlândia, mas aqui eu não conseguia!
Nina: Já demos o primeiro passo que foi achar! Agora acho que fica mais fácil de procurar e desvendar outros lugares por aqui
Lucas: Com certeza, pô - ele disse encarando a cachoeira em sua frente e deixou um breve silêncio entre nós. Aproveitei para admirar aquilo e permitir esvaziar a mente, só sentindo o que de incrível o presente estava por me trazer e eu deveria aproveitá-lo preenchendo a minha alma de todo aquele transbordar de paz - Eu me sinto muito bem em lugar como esse, cara, é tipo uma sensação de pertencimento, sabe? - falou, enfim, interrompendo um pouco daquele silêncio.
Nina: Como sei! É muito bom isso...
Lucas: Pra mim então, né? É uma válvula de escape surreal.
Nina: Eu imagino! Tu precisa fazer mais isso, principalmente quando precisar entender um pouco mais de si.
Lucas: Eu sei disso. Foda mesmo é a falta de tempo, acho que isso é o mais sufocante pra mim também.
Nina: Tu não pega férias não?
Lucas: Mais ou menos! O meu último show ia ser aquele que eu dei crise, aí tô esses dias sem cantar e volto agora só pro Carnaval. Mas tem o Projac, né?
Nina: É verdade, não fica 100% de descanso... Mas já é uma avanço, pelo menos tu consegue dormir melhor e pode tirar um tempinho pra fazer isso. Tu não grava todo dia, né?
Lucas: Não... por exemplo hoje, tô em casa.
Nina: Então! Tem que aproveitar essas pequenas brechas.
Lucas: É, eu sei! Tava pensando em alguma viagem, alguma coisa assim também. Isso me traz essa mesma sensação, ir para outro lugar, sabe? Conhecer novas coisas e tal...
Nina: Entendo! Viajar para mim é quase rotineiro, por meio que pertencer agora á três lugares, né? Mas entrar num avião com destino que não seja obrigatório, apenas pelo lado de diversão é uma coisa que traz uma sensação diferente.
Lucas: Pois é! Eu também viajo o tempo inteiro por conta do show, mas quando decido fazer isso sendo só o Lucas e não o Lucas Lucco, tem pesos diferentes.
Nina: Claro que tem! É muito complicado essa divisão também do lado profissional e pessoal
Lucas: Aham... Cê tá sabendo como isso me faz ficar um pouco louco - ele acabou dizendo em tom divertido, mas eu sabia que isso não era algo confortável para ele falar.
Nina: Estamos num lugar tão bom, né? É melhor jogar isso fora e energizar o que de melhor tem nesse lugar, não? Porque aí saímos sendo nós mesmos e bem levinhos. - resolvi trocar o assunto e o vi me encarar, com um sorriso ficar preso entre os lábios.
Lucas: Sempre incrível... Cê é foda, Nina.
Nina: Sou nada - falei dando um leve tapinha por cima de seus ombros, rindo.
Ficamos ainda trocando algumas conversas ali, sentados, sob o visual da natureza até pensarmos que ainda teríamos de pedalar a volta para devolver as bicicletas e pegar o carro, então, não estendemos muito mais daquele momento - embora ele estivesse incrivelmente especial. Nossa volta foi um pouco mais animada, creio que pelo tanto de serenidade que puxamos daquele lugar, e chegamos bem rapidinho até o inicio de nosso percurso. Devolvemos as bicicletas, agradecendo a atenção das pessoas que trabalhavam ali, e voltamos ao carro para guardar nossas coisinhas e fazermos a volta pra casa. Enquanto via o Lucas ajeitando as coisas dentro do carro, aproveitei que o meu celular tinha voltado a ter sinal regular e decidi postar uma das fotos de hoje. Tinha gostado tanto de várias que era difícil escolher num curto tempo, mas optei pela primeira ser sem o Lucas, porque me lembrava bem de uma prévia que vi dos fãs dele e para falar a verdade, queria me manter sendo uma das poucas pessoas que enxergava nas redes sociais uma fuga de paz. Coloquei uma das primeiras que tinha tirado, ainda no começo do nosso passeio, com uma frase que tinha salvo um dia desses, quando li e me identifiquei ao extremo.
@ninabarsanti "Ela nasceu para voar para a floresta da liberdade, para os abraços oceánicos, por isso não a ofereça coisas grandiosas... Ela só quer detalhes"
rebecafontes Essa legenda tão a sua cara! Você é incrível, menina, que luz!
flaviopaes Onde é isso? É aqui no Rio? Foto fodaaa!!
lovinglucco Que linda!
brunaferreira Quero uma foto com essa vibes @mariaguiar 
danielledesouza Tão maravilhosa... Né?
centraltoledo Você me inspira! Sempre.
alexiapaixao Você usa a câmera do cel pra tirar essas fotos tão lindas?
Não consegui ler muito bem quanto aos comentários e logo o Lucas batendo a porta traseira, depois de arrumar todas as coisas ali, chamou a minha atenção.
Lucas: Bora? Por aqui tá tudo certo.
Nina: Então.. Vamos!
Lucas: Cê vai dirigindo na volta também?
Nina: Acho que sim, né? Tô tranquila! A gente chegou bem, a volta é mais fácil.
Lucas: Assim que eu gosto de vê... Cê bem tranquilona, gostei!
Nina: Tive um bom professor -falei com um sorriso entre os lábios, dando a volta no carro até o lado do motorista, mas não pude deixar de ouvir a risada do Lucas.
Lucas: Depois não vai valer me chamar de convencido, viu?
Nina: Eu acho que tu não faz esse tipo - disse o olhando por cima do carro, ele que já estava em seu lado do carona.
Lucas: É bom que cê acredite nisso
Nina: Não, não me decepciona - rimos juntos e quando eu abri a porta, o vi fazer o mesmo, entrando no carro junto comigo e nos ajeitando lá dentro, ao colocar o cinto - Sabes quem é o responsável pela trilha sonora do meu carro, né?
Lucas: Deixa comigo! - falou chamando a responsabilidade para si em tom divertido e quando me dei conta, tinha colocado para tocar uma playlist de Magic! 
Nina: Tá ficando good vibes mesmo o senhor, hein?
Lucas: Influências de Nina Barsanti - gargalhei e aquele clima descontraído conseguiu se estender por um bom tempo no nosso percurso, até mesmo frente ao transitôzinho comum de fim de tarde no Rio de Janeiro, que tivemos que enfrentar.
Os tempos de silêncio - ou de curtição da música, como preferir - foi fundamental também para que os meus pensamentos começassem a eclodir em minha cabeça. Estava completamente serena, pela segunda vez consecutiva na semana, porém ali tinha espaço para rascunhar por todas as conversas que tivemos nesse passeio. Principalmente, quando o Lucas falou á mim sobre sua necessidade do diferente, do fugir um pouco da sua própria realidade para encontrar a paz. Encontrei um paralelo nisso em minha viagem á Califórnia, que eu até então tinha planejado fazer essa semana. Fiquei devaneando em pensamentos e ideias sobre isso até o momento que o Lucas chamou minha atenção para mais um assunto, que infelizmente não se estendeu muito, por já estarmos tão próximos do condomínio e eu prestes á deixá-lo em casa.
Nina: Pronto, moço!
Lucas: Muito obrigada, senhorita! Está de parabéns - seguiu o meu tom formal, depois nos permitindo cair em gargalhadas - Ai, Nina, se amanhã eu não fosse pro Projac, eu juro que iria te arrastar para mais alguma coisa...
Nina: O dia foi realmente sensacional! Valeu muito a pena - disse o vendo pegar suas coisas que estavam no banco de trás do carro - Olha, não esquece de me mandar nossas fotos que foram para o seu celular, tá?
Lucas: Ah, pode deixar! Se cê tiver alguma aí também, me manda.
Nina: Eu vou olhar quando chegar em casa...
Lucas: Tranquilo. Então é isso! Beijão, Nina, brigado, viu?
Nina: Eu que agradeço, guri! - sorri para ele e a gente se abraçou um pouco diferente das outras vezes, num gesto um tanto quanto rápido, mas que não deixou de ter seu significado. Ele deixou um beijo no meu rosto e eu tratei de destravar as portas, observando-o sair, mas com uma voz em minha mente me dizendo que se eu não seguisse minha intuição, provavelmente, me arrependeria em mais uma atitude com o Lucas.
Nina: Lucas? - falei chamando sua atenção quase que num susto e embora ele não tenha parado, realmente saído do carro, se virou e apoiou um dos braços na porta, abaixando levemente o seu corpo para conseguir me enxergar.
Lucas: Oi! Cê esqueceu alguma coisa comigo?
Nina: Não... É que me veio uma ideia na cabeça! Vamos viajar esse final de semana? - perguntei, enfim, livre de qualquer vergonha.

Recadinho: Oi, meninas! Queria avisar á vocês que a minha vida boa acabou :( mas, como ainda tô repostando os capítulos antigos, vamos conversar sobre o meu horário só depois, ok? Não deixem de comentar, por favor! E chega de bater na trave ou enrolações: próximo capítulo vai ter, finalmente, beijo Lunina. Fiquem com Deus!

9 comentários:

  1. Aaaah... a enrergia dia dois juntos eh sensacional,até eu conseguir sentir, to super ansiosa pro próximo capítulo, mais n se preocupe Gabi, todas nós temos vidas privadas tbm, e vms te apoiar em tudo, amei saber que no próximo capítulo vai ter beijo LUNINA, to tipo muitoooo ansiosa ♡♡♡

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  2. Ahh vai ter beijo, meu coração dá uma acelerada descontroladamente

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  3. Fica tranquila quanto a seus horários, pois imagino que todos irão compreender (: ahh, que venha o tão esperado beijo, Lunina sendo um casal de verdade e muitas emoções! Ansiedade a mil.. até logo, beijinhos

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  4. Noronha vem aí!!!! Melhor fase do melhor casal. Beijão!!!!!!

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  5. OPA! OPA! OPA! Eu gostei mais do recadinho do que do capítulo e confesso que estou mais ansiosa pelo Capítulo 19 do que pelo Capítulo 12, viu? Depois Gabi, não esquecer do tutorial OK? Hoje não deu pra chamá-la de novo porque além de encher teu saco, nós duas voltamos à ativa, então vamos deixar isso pro final de semana, viu? Beijos linda!

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  6. Uhuuul!!Ansiosaa pelo beijoo.Lunina é muito amor,mal posso esperar em vê -Los ainda mais juntinhos.bjs

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  7. Cada capítulo dessa fanfic é um tiro no meu coração

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  8. Viiiiaaadaa,você lacrou com esse capítulo

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