Lucas: ON
Nina: Não... É que me veio uma ideia na cabeça! Vamos viajar esse final de semana? - vi a Nina me questionar isso com uma naturalidade sempre tão sua e quase me recriminei por ter ficado tenso diante aquela questão.
Lucas: Esse final de semana? - questionei, mas mal sabia o que tinha falado. Confesso que o nervosismo estava agindo por mim.
Nina: Sim... Tu não disse que está de férias do show? Achei que o final de semana fosse ficar melhor... - ela respondeu com o cenho franzido, parecendo um pouco confusa - É que tu também falou que estava precisando fazer isso, aí eu achei que podia ser legal pra tu espairecer um pouco... - a essa altura, provavelmente percebendo o meu nervosismo, ela já começava a divagar em suas explicações.
Lucas: Eu entendi - falei, tentando parecer mais firme - É claro que eu entendi. E claro que eu aceito a sua ideia... Vai ser, realmente, muito boa! Acho que uma viagem agora me caíria muito bem.
Nina: Pode ser, então? Tu não tá aceitando só pra me agradar? - acabei soltando um leve risinho, percebendo que sem querer, eu havia a deixado insegura.
Lucas: Claro que não! Cê me deu a melhor ideia que eu poderia receber pra esse final de semana. A gente pode, inclusive, começar a conversar sobre isso. Vou entrar só pra tomar um banho, comer alguma coisinha e depois te ligo para nós começarmos a decidir, o que cê acha? - falei já verdadeiramente me empolgando com aquela ideia.
Nina: Eu acho ótimo, porque tô te chamando pra viajar, mas não faço ideia pra onde - ela deixou escapar um sorrisinho pelo canto dos lábios - E aí a gente vai ter que resolver tudo, né?
Lucas: É... Mas a gente consegue. Vamos fazer isso, então?
Nina: Sim senhor! Também vou chegar em casa, tomar banho e a gente se liga pra começarmos a decidir.
Lucas: Tá ótimo! - sorri para ela, expressando a felicidade que eu conseguia sentir por aquele convite - Obrigado.
Ela fechou os olhos, balançando a cabeça negativamente como quem dissesse não tem de quê e me sorriu mais uma vez, antes que eu a mandasse um beijo e saísse da posição desconfortável que eu estava para fechar a porta. Ela buzinou assim que saiu com o carro e eu me virei para abrir a porta de casa com um teimoso sorriso entre os lábios. O meu nervoso inicial havia sido apenas uma surpresa por aquela atitude da Nina, mas que observando de agora, eu já havia começado a adorar - aquilo era um indício que ela estava se sentindo muito mais solta comigo e eu não poderia gostar menos. Queria que ela não me enxergasse mais com medo do que poderia acontecer entre nós e ainda que aquele convite não tenha significado nada para ela, pra mim já podia significar a mudança de visão que ela tinha de mim. Independente do quão difícil realmente fosse controlar a atração que inevitavelmente ela me causava, eu sempre quis estar por perto dela, de qualquer maneira que fosse. E essa viagem seria mais uma das oportunidades imperdíveis que eu teria de aproveitar a companhia dela e me encantar um pouco mais.
Lucas: OFF
Nina: ON
[...]
A semana passou corrida depois que o Lucas aceitou o meu convite de irmos viajar. Passamos aqueles dias organizando bastante coisas quanto o destino e tudo o que envolve um passeio em cima da hora que, enfim, mal vimos o tempo passar. Depois de um cartaz de opções que se encaixasse nos dias que o Lucas podia estar lá e que não fosse atrasar muito a minha viagem á Califórnia - que ainda aconteceria para que eu, pelo menos, matasse um pouco da saudade de lá -, acabamos ficando com Fernando de Noronha como destino. Paulinho sempre me falou muito sobre lá e quando surgiu esse nome entre a minha conversa com o Lucas, ele lembrou o quão fã o Bruno também era desse lugar, o que só serviu para aumentar nossas expectativas - além de podermos contar com uma ajudinha extra para conseguimos um hotel e alguma coisa sim para esse final de semana que já estava tão próximo. Amávamos o contato com a natureza, queríamos muito encontrar uma paz que sempre era capaz de se multiplicar surrealmente quando estávamos juntos e depois desses auxílios extras, tudo ficou muito bem resolvido, existindo somente a ânsia por minha parte e do Lucas, que passamos até sexta feira - quando de fato iríamos - trocando fotos que víamos de lá, com toda aquela exuberância de beleza, pelas redes sociais.
Enfim, 29 de janeiro, ou somente nossa sexta feira ansiada! Permitir acordar sem ouvir o barulho do alarme, por minha própria conta, e me frustrei quando depois de rolar um pouco, me espreguiçando pela cama, percebi ainda ser 08:40. Optei, então, por desfrutar mais da minha própria preguiça e aproveitei o aparelho em mãos, enfim, para poder olhar as coisas que tinham por lá. Viajei primeiro á rolar o feed do instagram, enquanto via as notificações de mensagem no whatsapp ainda atualizar e só quando terminei por lá, alcançando a última postagem que vi ontem á noite, abri minhas conversas, percebendo ter inúmeras da Babi, o que me alarmou.
"Nina! 01:35 Porra, acho que fiz uma merda... e tão sem querer que tu nem imaginas 01:35
Tava conversando com meu pai e ele disse que tava pensando em ir ao Rio, esses dias, pra te vê! 01:36
Falei que seria uma boa, né? Tás de férias! Mas contei que tavas indo pra Noronha esse fds, era o único que tu não estaria aí. 01:36
Papeando sobre isso, quando eu disse que ias com o Lucas (que ele, até então, não sabia que era o Lucco!), ele falou que queria falar contigo antes de tu ir. 01:37
Não entendi nada, mas ele tava nervoso... sabes de alguma coisa? 01:38
De qualquer jeito, liga pra ele quando acordar e sonda essa situação. 01:38
Qualquer coisa me fala aqui! 01:38 "
"Mais estranho, impossível" foi exatamente o meu primeiro pensamento depois de ler - e reler! - aquela série de mensagens da madrugada. Meu pai sempre teve algumas brincadeiras quanto á ciúmes, mas por nunca ter sido tão imerso nessas coisas da minha vida e por eu ter passado tanto tempo namorando o Rafa, não conseguia imaginar que motivo seria suficiente para despertar esse medo na Babi. Ela não era nem um pouco boba e se fez por me avisar, com certeza tinha alguma coisa aí! Imaginava que meu pai já devia estar no trabalho, o que dificultaria uma conversa com ele agora, mas ainda sim decidi mandar uma mensagem logo em seguida.
"Oi, pai, bom dia! Babi me disse que querias falar comigo... tá tudo bem? Me chama assim que puder!"
E para a minha surpresa, só foi o tempo de eu levantar da cama e ir ao banheiro fazer minhas higienes pessoais, para conseguir receber e ler a resposta.
"Bom dia, Nina! Preciso, na verdade, falar contigo! Estou no trabalho sim e agora as coisas estão um pouco enroladas por aqui, mas na hora do almoço ou se tiver um tempinho antes, te ligo para conversarmos, tudo bem? Beijo grande"
Fui tomar café alarmada com aquela resposta. Enquanto preparava uma vitamina e arrumava o meu pão integral com cottage, minha cabeça trabalhava sem pensar em alguma possibilidade que fazia o meu pai tanto querer falar comigo. E claro, o mais óbvio era exatamente o que estava acontecendo: Eu não conseguia achar um porquê. Tentei abstrair assim que expus minha refeição sobre a mesa e lá com ao tempo que mexia na galeria do meu celular, aproveitando que tinha passado por uma foto linda do meu primeiro ensaio aqui no Rio de Janeiro, decidi postar tal no instagram. Minha vontade sempre foi colocar todas essas fotos, era incrivelmente apaixonada por elas!
@ninabarsanti Troque cada pensamento crítico por um pensamento de gratidão... faz a diferença! Bom dia á todos! #myfavoritejob
leticiacosta Cigarro?
biancaoliveira Meu Deus, que musa!!
ninabarsanti Só pro ensaio @leticiacosta bj!!
centraltoledo Que corpo, hein, miga? Muito poder!
vickramos Você tá muito diferente, socorro, que transformação
cariocadolucco É o seu ensaio mais lindo meixxxxxmo!
carinipereira Um corpo é um corpo!
luizagoncalves_ Que foto linda, tô em choque!
Li os comentários que tinham por ali só até a hora de terminar meu café, ainda respondendo uma mensagem do Paulinho que tinha aparecido nas notificações, antes de me levantar para poder colocar as coisas sujas sobre a pia. Embora o mais certo fosse lavar aquilo agora, optei por adiar e fazer alguma coisa que tirasse essa ansiedade de mim; nada mais poderia ser do que yoga.
[...]
Já se passavam de uma hora da tarde e eu estava naquela moleza típica da maioria da população no pós almoço, completamente jogada no sofá e com o controle em mãos tentando procurar alguma coisa que me prendesse naquele Netflix. No entanto, isso foi interrompido quando senti vibrar sobre a minha barriga o meu celular, me fazendo pegá-lo com certa pressa e quebrando a armadura que eu havia formado quando pensei ser meu pai, ao ler no visor que, na verdade, era somente o Lucas.
Nina: Oi, Lucas! - atendi diretamente, deixando um tom mais leve do que estaria se fosse meu pai.Lucas: E aí, lindona! Cê tá bem? Ansiosa? Tranquila? Preparada? - soltou aquele monte de perguntas corridas, soltando um ar depois, me fazendo cair em gargalhada, claro.
Nina: Acho que tô bem - falei rindo - Quanto á ti... Tá mais pilhado, hein?
Lucas: Tô ansiosão - ele falou com aquela voz totalmente jovial, rindo
Nina: Tô vendo que vai chegar domingo e acho que a gente vai querer é ficar!
Lucas: É o que eu tô querendo memo... um lugar que não me dê vontade de ir embora
Nina: Que venha Noronha, então - falei com um sorriso entre os lábios - Vais sair que horas daí do Projac, Lucas?
Lucas: Na verdade, já tô saindo! As cenas de manhã foram gravadinhas, vou só almoçar aqui com a Pâmela, o Francisco e o Nego e já vou pra casa!
Nina: Ah sim... Então tá certo!
Lucas: Suas coisas estão prontas, né?
Nina: Aham! Falta só eu mesmo.
Lucas: Então tá certo memo, porque eu tô do mesmo jeito! Chego em casa, tomo um banho, me arrumo rapidinho e a gente vai
Nina: Tranquilo! Vou ligar pro seu Oswaldo levar a gente, né?
Lucas: Pode ligar, marca com ele um horário certinho. E ah, claro, aproveita e mata a saudade do seu amigo
Nina: Meu primeiro amigo no Rio de Janeiro, tá? Pode parando de querer ser zoeiro - ele gargalhou lá do outro lado e foi impossível me manter séria daqui.
Lucas: Liga pra ele memo! Vamo ver minha impressão desse maluco!
Nina: Vai ser a melhor possível, ele é um senhor fofíssimo.
Lucas: Cê e suas fofuras de sempre! Agora... Vô almoçar tá, Nina? Vai resolvendo aí então isso que falta e quando eu chegar em casa, te mando mensagem.
Nina: Beleza! Bom almoço... fica com Deus!
Lucas: Cê também, até daqui a pouco.
Nina: Até - me despedi dele, enquanto ouvia alguns barulhos já durante a chamada e percebi assim que desliguei que tinha outra ligação por ali, no meio dela.
Dessa vez sim era o meu pai! Finalizei a minha conversa com o Lucas e fui direto no meu histórico de ligações para retornar a chamada do meu pai. Ele devia estar livre e minha curiosidade não deixaria adiar aquele papo. Me sentei no sofá, para lidar um pouco melhor com a tensão que percorria meu corpo e ele não demorou nada para me atender.
Fábio: Alô? Nina?
Nina: Oi pai! Como tás? - falei tentando parecer tranquila, mas uma voz quase travada, com certeza, me denunciou.
Fábio: Tô bem e tu?
Nina: Também...
Fábio: Se tu não conseguir me ouvir direito, fala tá, Nina? Acho que meu sinal tá meio ruim por aqui e tava caindo toda hora que eu tentava te ligar, acho que pode cortar qualquer hora.
Nina: Ah sim, eu falo! Mas eu também tava no telefone... Com o Lucas... - falei temendo o que viria a seguir, mas se tudo seguisse de acordo com a mensagem da Babi, ele com certeza aproveitaria um gancho dali.
Fábio: Lucas... Foi bom tu falar dele! - e sim, ele aproveitou! - Babi me falou que vais viajar hoje pra Noronha, é?
Nina: Aham - soltei apressada
Fábio: E ele vai?
Nina: Vai, pai!
Fábio: Nina... Quando foi que tu conheceu ele assim? Eu nem me lembro direito de ouvir tu falando alguma coisa, sempre que falas do Rio diz sobre o Paulinho, sobre a Ananda... até sobre o Filipe!
Nina: Eu e você não conversamos tanto sobre a minha vida assim, né? Trocamos mais mensagem de bom dia, boa noite e para checar se as coisas estão bem. Não é que eu não disse, porque queria esconder, foi só falta de oportunidade, talvez.
Fábio: Pode até ser, mas se vocês vão viajar juntos, são bastante amigos!
Nina: Realmente, ficamos bastante amigos. Ele mora aqui no meu condomínio e também foi uma pessoa que me ajudou muito durante o tempo que estive aqui - pausei e o ouvi respirar fundo lá do outro lado, o que me incentivou a perguntar o que seria o estopim daquela conversa, com toda certeza - Pai, o que tás querendo me falar ou chegar com isso?
Fábio: Nina, esse guri não é do jeito que tás pensando! - ele soltou com um tom de voz um pouco estranho e aquilo fez meu coração disparar muito mais do que já estava - Sabes o Germano, não é?
Nina: Sei, ué, o padrinho da Babi - falei concluindo o que parecia óbvio. O Germano trabalhou bons anos com o meu pai, o que fez torná-los grandes amigos á ponto dele entregar a Babi para ele batizar. Antes de nos tornamos adolescente, ele se mudou para Curitiba com a esposa e a filha, por questão de oportunidades de trabalho e se afastou um pouco de nós, mas pelo menos com o meu pai e a Babi, ele nunca perdeu cem porcento do contato.
Fábio: Exatamente! A filha dele, a Lorena, sai com o Lucas há anos! - aquilo caiu como uma bomba no meu colo. Já tinha lido inúmeras vezes, entre as redes sociais do Lucas, desesperados pedidos quanto ao relacionamento dele com uma tal de Lorena e mal podia acreditar que essa pessoa era alguém que, embora nunca tenha sido nem mesmo minha amiga, foi alguém com quem dividi brincadeiras de infância e eu podia considerar algum mínimo laço que fosse - Ele enrola a guria da maneira mais feia que existe, nunca teve coragem de assumir nenhum relacionamento que fosse, mesmo depois de todo esse tempo! A família dele sabe, a família dela sabe, até a mídia já deve saber deles dois, mas ainda sim ele prefere tomar todas as atitudes de moleque possíveis para não assumí-la. Não tem uma vez que eu não encontre o Germano que ele não me conte o quanto a Lorena sofre com isso e o que a vida dela se tornou por conta disso. Sabes, ou deveria reparar, que nem rede social ela tem...
Nina: Pera aí, pai, tu também não conhece ele pra falar assim. O que sabes é sobre a história que o Germano te conta e o ponto de vista dele!
Fábio: Tás querendo defendê-lo? Germano é meu amigo e inventaria essa história para quê? Nina, não foi uma vez que ele me contou isso não! Esse guri sempre foi mal visto por mim e só nunca tínhamos entrado nesse assunto também, porque nunca pensei que seria o caso. Mas assim como o Germano, eu quero o bem das minhas filhas acima de tudo e tô no meu dever de pai de te avisar.
Nina: Tudo bem, podes me alertar, mas eu não tenho o que reclamar do Lucas como amigo! Ele foi incrível comigo desde o primeiro dia que estive aqui no Rio...
Fábio: Sabes que esse é o jogo clichê de qualquer guri galinha, não é? E o final sai do jeito que tô te falando - ele me interrompeu com um som de insinuação na voz que me desagradou.
Nina: Diz logo de uma vez o que tás querendo insinuar! - falei soando mais ríspida do que eu esperava.
Fábio: Não és tão inocente á esse ponto! Hoje tu tás solteira e eu não vejo problema nenhum se acontecer de você se dar uma chance novamente... Só que, pelo amor de Deus, não caia no jogo de qualquer um.
Nina: Eu não vou cair no jogo de ninguém, pai! E acho que essa discussão não vale quando parece que estamos falando de duas pessoas que parecem completamente diferentes.
Fábio: Pelo o que eu tô vendo, preferes acreditar na versão que ele apresentou pra ti, mas tudo bem, eu não vou falar nada.. Tu vais, se diverte, mas me deixa com a consciência tranquila de que, independente do que aconteça, tu tens avisado o lado que faltou ele te mostrar.
Nina: Que seja, pai! Mas, realmente, não tem nada entre nós, além de cumplicidade.
Fábio: Tu quem sabes! Só cuidado sempre... És linda e muito ingênua...
Nina: ... E adulta também! - o interrompi - Melhor deixarmos esse assunto para lá! Já perdemos muito tempo da nossa vida discutindo e eu não quero retornar essa fase.
Fábio: Fique tranquila, não iremos - senti sua respiração pesada ir embora lá do outro lado, quase que como um suspiro frustrado - Vou fazer algumas coisas aqui antes de voltar ao trabalho, então, é isso.
Nina: Tudo bem! Bom trabalho pra ti.
Fábio: Obrigado! Boa viagem pra ti também. Beijo!
Nina: Beijo, fica com Deus - desligamos muito diferentes do que costumávamos ser e muito mais a cara do que éramos, durante toda a minha adolescência.
No entanto, não foram as lembranças de um relacionamento paterno conturbado que se passou na minha cabeça assim que deixei o celular ali do meu lado e tratei de me jogar de volta ao estofado do sofá; só conseguia pensar naquilo que meu pai havia me contado. Eu, realmente, conhecia a família do Germano e sabia da amizade de longa data com o meu pai que não o faria mentir sobre qualquer coisa que fosse - até porque também, pelo instagram, principalmente durante o dia que eu e o Lucas jantamos no japonês, eu pude entender que tinha uma mulher que conturbava a vida dele realmente -, mas não conseguia encaixar os pontos dessa história. Meu pai estava completamente desconfiado dessa minha aproximação, para ele repentina, com o Lucas e eu atordoada com todas aquelas informações. Era difícil assimilar o Lucas fazendo alguma coisa de ruim para alguém e principalmente inverter situações que na minha cabeça estavam estabelecidas como se tivesse uma mulher que tumultuava a vida dele, não vice versa. Sabia que traria mais confusões á minha cabeça, mas a internet era uma máquina que não parava, então, trouxe meu celular de volta á minha mão e abri num mundo conhecido como Google. No busca, digitei Lucas Lucco e Lorena e assim que pus na aba de notícias, vi coisas muito mais similares do que as que meu pai me falou do que sobre o Lucas que embora já me tivesse aberto seu coração, nunca havia tocado no nome de outra mulher que não fosse sua mãe ou alguma parceira profissional.
"Tá rolando! Lucas Lucco e Lorena Carvalho vivem romance há um ano!"
"Lucas Lucco mantém romance em segredo, diz jornal"
"Lucas sobre loira apontada como romance: 'Lance não é sério'"
"Lucas Lucco, de Malhação, está namorando Lorena Carvalho, afirma jornal"
" 'Assumir namoro é complicado' diz Lucas Lucco sobre Lorena Carvalho"
"Lucas Lucco não assume namoro, mas é fotografado agarradinho com Lorena Carvalho"
E dentre todas as milhares de manchetes que eu vi, em todas as fotos, aparecia ela. De fato, a Lorena que eu conhecia - e reconhecia por encontrá-la vez ou outra numa festa de trabalho do meu pai, aniversário dele, da Babi ou do próprio Germano que eu não costumava faltar - estampava todas elas, ao lado dele. Uma das fotos, inclusive, parecia ser até muito recente. Bloqueei a tela depois de fechar todas as abas e tratei de colocar meu celular sobre a mesinha de centro, afim de evitar mais confusão, só que acho que aquela hora era tarde demais; minha cabeça já estava a mil. Não conhecia o lado adulto da Lorena para julgar - até porque, nessas vezes que nos víamos nunca passamos do cumprimento formal -, mas tinha certeza que aquela transparência que eu e o Lucas trocávamos me dava base o suficiente para pensar que algum ponto dessa história não correspondia aos fatos.
[...]
Chegamos por volta das 18:00 em Fernando de Noronha e fomos diretamente nos hospedar na Pousada Zé Maria, que era onde tanto o Paulinho quanto o Bruno ficavam quando vinham para cá e trataram logo de conseguir duas hospedagens para mim e pro Lucas por aqui. Fomos recebidos muitíssimo bem e com um Céu ainda completamente claro, iluminado pelo horário de verão, o que nos fez fascinar ainda mais por aquele início de final de semana que estava bem perto de ser inesquecível. Pus minhas malas no meu quarto, que era bem ao lado do Lucas, e fiquei observando cada detalhe daquele lugar - algo que já estava fazendo, para falar a verdade, desde a hora que eu cheguei -, mas realmente era quase inacreditável o quão aconchegante a pousada conseguia ser. Os detalhes praianos e amadeirados traziam a sensação exata de lar que ornava perfeitamente com a beleza natural que Fernando de Noronha já tinha. Só durante a escada ouvimos muito sobre os passeios que deveríamos fazer nesses poucos dias por aqui e meus pensamentos sobre tudo isso foram interrompidos quando ouvi alguém batendo lá na porta do quarto. Me afastei da janela a qual estava e fui lá com pressa saber quem era, não me surpreendendo ao já ver o Lucas parado por lá.
Lucas: Nina, o Neura disse que vai ao mercadinho aqui embaixo e vou aproveitar para já dá uma olhadinha nessa praia... Cê tá afim de ir junto não? - falou sobre outro amigo de nossos amigos que vivia por ali também e costumavam o chamar de Neuronha (ou Neura, como apelido) por atender ao nome da marca da sua loja que fazia o maior sucesso por aqui e pelas redes sociais de diversos famosos.Nina: Ah, acho que hoje não vou não - disse encostando minha cabeça no batente da porta - Vou tomar um banho que tô querendo e dá uma descansada.
Lucas: Tenho quase certeza que ele não vai demorar em nada, mas se cê prefere assim, tudo bem...
Nina: Aham... - concordei quase nasalado, apenas para reafirmar a minha opinião.
Lucas: Quando eu voltar, dou uma passada aqui pra gente descer pra jantar... eles disseram que vão colocar depois das sete.
Nina: É, eu ouvi! - depois daquela conversa com meu pai e todas as matérias que li, embora meu coração se recusasse á ver o Lucas de outra maneira, percebi ser impossível manter a forma com que o tratava antes disso.
Lucas: Tá bom, então - acho que mesmo depois de ter vindo muito mais em silêncio que o corriqueiro no trajeto do nosso condomínio até o aeroporto e ter tomado remédio propositalmente para vir dormindo no vôo, essa foi a primeira vez que Lucas se tocou que tinha alguma coisa estranha acontecendo. E isso ficou muito claro com sua expressão, de cenho franzido, como quem não estava comprando nem um pouco daquela conversa - Tô indo!
Nina: Vai lá - sorri para ele que me devolveu algo bem similar á um sorriso de canto e deu as costas com certa pressa, para descer e encontrar o Neura lá embaixo, muito provavelmente. Fechei a porta com o arrependimento que sempre me brotava quando era fria com pessoas que eu gostava, mas a dificuldade de assimilar os acontecimentos não me permitia agir de maneira diferente. Era algo quase que mais forte do que eu!
Tentei espairecer fazendo o que eu o disse, me encaminhando para o banheiro que tinha ali no quarto e tomei um banho bem mais demorado que o costume, tentando acertar as coisas em minha mente. Saí enrolada na toalha e demorei um tempinho na minha mala até encontrar um shorts de malha estampado e uma blusa branca de manga curta. Amarrei meu cabelo num rabo de cavalo, estendi a toalha lá mesmo sobre o vidro do box e voltei ao quarto a fim de olhar as coisas que tinham pela televisão, descobrindo também que a cama era muito mais confortável do que parecia. Ao perceber que não encontraria nada que me agradasse aquela hora, deixei na Globo em uma novela do horário que passava e peguei meu celular não só pra avisar á minha mãe que eu tinha chegado, como pra passar um tanto do tempo. Me surpreendi quando já no instagram vi uma postagem do Lucas lá - até porque, ele ficou sem celular antes mesmo da gente embarcar pra cá, quando o aparelho travou todo e parou de funcionar do nada! - com uma foto maravilhosa da praia aqui de Noronha já.
@lucaslucco Parece que o meu celular já sabia que ele não faria tanta falta assim no meu último final de semana de férias. Parou de funcionar justamente hoje e com essa vista, deixo claro as razões do meu sumiço nas redes sociais por esses próximos dias: Aproveitar a paz longe da tecnologia, Fernando de Noronha e sem comunicação, respectivamente.
Amo vcs pra sempre! Sempre juntos.
comamorlucco Ahhhhhhhh n :(
helenanogueira Tá tudo bem com você mesmo?
celladantas Me preocupo muito contigo, mas fico feliz em saber que tás bem. Aproveita!
diogotorres Fernando de Noronha é top demaaaais!!
poderosolucco Vô morrer de saudade! Volta p gente logo?
daniteixeira Tá postando da onde então, moço?
ladoaladolucco Amo você! Pra sempre! Quero o seu bem acima de tudo.
anjolucaslucco Curte bastante, fica com Deus e volta logo pra nós. Te amo!
momodoluscas Conserta isso, cara, eu fico preocupada, sabia?
vitorpinheiro Que imagem hein, brother!
arianasdolucco Que você consiga se divertir muito... minha torcida pela sua felicidade sempre! SJ.
Não li nada dos comentários, deixando minha cabeça supôr também que ele podia ter pegado o celular emprestado do Neura, e foquei nessa legenda, que cheguei a reler, por tamanho cuidado que ele tinha com as palavras, com os fãs dele. Isso pesava ainda mais na maneira que eu estava agindo, porque eu só conseguia atestar o quão impossível seria o Lucas formar a imagem do cara que meu pai tinha cabeça ou que a mídia sensacionalista tentava expôr. E como na rotina daquele dia, peguei minha mente fabulando por essa história, mais uma vez. Era como se tratasse de duas pessoas diferentes e eu não sabia como agir, passava a duvidar até mesmo se deveria estar aqui. Perdi um tempo incalculável entre pensamentos e redes sociais até me dar conta que já tinha alguém batendo pela quinta vez na minha porta, dessa vez dando voz ao chamar meu nome. Levantei ciente de quem era aquela voz... Mais uma vez, ele.
Lucas: Voltei - ele disse com um sorriso fraco entre os lábios, parecendo um pouco inseguro - se eu ainda o conseguia ler pelo olhar -, mas me surpreendendo por estar com uma bandeja na mão que acomodava dois pratos, tampado por um pano branco, e dois talheres no meio deles.
Nina: O que é isso? - falei encarando aquela bandeja, sem conseguir ver qual era o seu real conteúdo.
Lucas: Jantar! Eles serviram lá embaixo e eu só passei no meu quarto rapidinho para tomar um banho, e decidi trazer isso pra cá. Cê num tava cansada? Então...
Nina: Nossa... Obrigada!
Lucas: Nada, né? É um risoto de arroz vermelho e gorgonzola, acho que cê gosta, né?
Nina: Gosto, gosto... - falei ainda um pouco surpresa com aquela atitude e ainda perturbada com a dualidade que minha mente agora montava sobre o Lucas.
Lucas: Ei! Cê num vai me deixar entrar não?
Nina: Ah, é! Claro, claro! - respondi ainda atordoada, passando a mão em meu cabelo amarrado, mas dando passagem para que ele entrasse com aquela bandeja e acomodasse tudo na pequena mesinha que tinha lá, enquanto eu fechava a porta.
Lucas: Será que a gente consegue comer aqui? - ele disse fazendo referência a mesma, ao destampar os pratos e deixando se espalhar um cheiro muito gostoso daquele jantar.
Nina: Vamos comer na cama mesmo, acho que a gente tá grandinho e consegue não sujar - falei, pela primeira vez no dia, em tom realmente descontraído e ele sentiu isso, me olhando com um riso entre os lábios.
Lucas: Se eu fosse cê, num confiaria tanto em mim - falou trazendo os pratos ao tempo que eu me sentava na cama
Nina: Olha lá, hein! - ri, verdadeiramente, e peguei meu prato em suas mãos para que ele pudesse se sentar mais confortável. Aproveitamos o pano que veio cobrindo a refeição para colocar embaixo da louça e pegamos os talheres também para começar a comer.
Ainda no início, Lucas contou impressionado com a beleza da praia aqui em frente de onde estávamos hospedados, deixando inegável sua euforia para o dia que amanheceria amanhã e todos os passeios programados, mas eu percebia que não conseguia corresponder o fluir daquela conversa e ele também, visto que não demorou muito a se calar e instalar o silêncio entre nós. Por mais louco que isso possa parecer, essa falta de assunto não pareceu boa daquelas que acontecia de vez em quando com a gente, quando parávamos para curtir um pouco da presença do outro; dessa vez era algo chato, incômodo, que fazia nos dar certeza que tinha alguma coisa fora do lugar ali.
Lucas: Se cê num for sincera comigo, vai acabar sendo tudo como da outra vez - ele disse se sentando na cama, depois que já tínhamos empilhado os pratos sobre a bandeja e deixado-os lá na mesinha que tinha no quarto.
Nina: O quê? - falei recostada e realmente, desentendida sobre qual conversa começaria ali.
Lucas: Cê sabe do que eu tô falando! Tem alguma coisa acontecendo aqui, cê tá muito estranha e de novo, eu não consigo imaginar o porquê.
Nina: Não pense que eu sou louca...
Lucas: ... Eu não penso isso! Mas já cheguei á cogitar algum transtorno de bipolaridade - eu poderia encarar isso como alguma gracinha rotineira que o Lucas sempre trazia aos nossos papos, mas dessa vez ele não esboçou sequer um sorriso, algo que me assustou - O que que tá acontecendo?
Nina: Lucas... Vamos lá! - eu falei me ajeitando ali na cama e o vi se aproximar mais de mim, quando dobrou as suas pernas - Tu sabes tudo sobre a minha vida! Verdadeiramente, eu te contei todas as coisas sobre mim e principalmente, como eu me constituí depois da perda do Rafa...
Lucas: ... Quer dizer que eu não contei sobre mim nada pro cê? - ele disse me interrompendo, parecendo coagido.
Nina: Não, espera, deixa eu terminar! Tu já abriu o seu coração quanto aos seus problemas e eu realmente, me senti importante naquele dia por perceber que também posso fazer algo por ti, que eu também posso te ajudar e isso é o que, de fato, constitui uma relação legal... quando ambos podem se permitir a crescer junto com o outro. Só que tu falas muito sobre si, sobre seus medos, sobre sua insegurança e pronto! No dia que eu conheci a sua família, eu descobri que a sua dimensão é ainda muito maior do que a que tu me mostravas e isso foi uma coisa muito positiva! Mas posso ir ao ponto?
Lucas: Deve - ele me encarava sério, quase que como se eu o tivesse acusando de algo e para falar a verdade, eu ainda nem tinha feito isso.
Nina: Eu quero e preciso saber quanto a sua vida amorosa... Tu tens alguém, não é?
Lucas: Ah! - ele suspirou de modo que eu não consegui decifrar, enquanto passava a mão no rosto - Cê leu alguma coisa por aí?
Nina: Me conta o que tu acha que tem que contar e eu vou te falar de onde eu tirei isso, pode ser?
Lucas: Pode - ele dizia em tom mais ameno, embora aquilo não diminuísse a tensão que já estava instalada entre nós - Eu tenho e não tenho uma pessoa, Nina. É uma situação muito complicada, delicada, sei lá qual é a melhor palavra pra encaixar nisso. A história toda é de uma mulher que entrou na minha vida pra ser um relacionamento sério, só que isso coincidiu com o começo do boom da minha carreira e foi impossível que a gente ficasse juntos. Ela era insuficientemente madura, o que fazia querer discutir com todos os insultos que minhas fãs mandavam para ela e isso se tornou um tormento! Não que eu achasse certo a maneira como ela era desrespeitada, mas se naquela época a situação tivesse sido resolvida do jeito mais coerente, com certeza não tinha se tornado a bola de neve que é hoje. Mas enfim, com todo esse tumulto, ela se afastou das redes sociais e a gente foi percebendo que se quiséssemos ficar juntos, ia ter que ser no segredo. E Nina... Isso é muito complicado! Eu sei que felicidade não é pra ser exposto, mas não é gostoso a gente não poder fazer as coisas quem a gente quer tá perto por conta disso, sabe? Então, não deu! Não deu mesmo! Mas eu e ela continuamos amigos. E ela, que até é do Sul também, nunca se afastou por completo. Todas as vezes que eu ia pra lá rolava alguma coisa, não tinha jeito, mas não é lance sério. Isso se esticou até o ano passado, vô ser sincero pro cê, mas eu tô chegando a conclusão que já tô velho demais pra tá com alguém que eu num posso e principalmente, pra viver esse tipo de situação. Ela não amadureceu o suficiente para lidar com o que eu eu me tornei! - ele falou com uma sinceridade tão grande que mais uma vez eu me via rendida, entendendo o quanto aquele menino conseguia falar com o coração e percebendo que nenhuma coisa que chegasse até os meus ouvidos conseguiria mudar definitivamente aquela imagem dele em mim - E lembra quando cê me perguntou, acho que ano passado ainda, da Luna e tal? Eu que tinha dado pra ela! Só que quando a gente teve uma conversa mais definitiva quanto á nós dois, ela decidiu que tudo que me ligava á ela devia ficar comigo! Isso não adiantou muita coisa, porque a gente ainda se fala no facetime quando ela tá com saudade da bichinha, mas tem coisas que não vão voltar e eu sei disso quando falo de mim e dela.
Nina: Nossa... Tu e a Lorena ainda é mais complicado do que eu cheguei a pensar - eu falei coçando a minha cabeça.
Lucas: É... Cê leu memo alguma coisa! - ele falou me fazendo dar conta que eu tinha dito o nome dela, ao tempo que ele ainda nem tinha mencionado ainda.
Nina: Também! Mas só procurei, porque eu soube que tu tinha uma história antes... pelo meu pai!
Lucas: Ãhn? - ele me encarou com o cenho completamente franzido, claramente desentendido daquilo que havia dito - Seu pai? Eu nem conheço ele, Nina!
Nina: É, eu também acho que não! Mas ele te conhece... E eu também conheço a Lorena.
Lucas: O quê? Agora cê tá fazendo menos sentido ainda - ele dizia sem disfarçar o nervoso, ansioso também para que eu esclarecesse aquilo de uma vez.
Nina: Não é conhecer, amiga intima... ai, espera, vou te explicar! A Lorena é filha de um amigão do meu pai, que a propósito é padrinho da minha irmã. Só que a gente tinha mais coisa assim quando era criança, porque eles moravam lá em Balneário. Antes mesmo da gente ficar adolescente, eles tiveram que se mudar pra Curitiba e aí o contato ficou menor! O Germano ainda fala mais com a Babi e com meu pai obviamente, mas eu só o vejo nas festas de aniversário ou alguma coisa desse tipo, assim como vejo a esposa dele e a Lorena. Não temos intimidade, mas sei quem é!
Lucas: Meu Deus! Que mundo pequeno! - a expressão ainda se mantinha sem acreditar, enquanto de sua voz saía um tom de surpresa evidente.
Nina: Pois é! E quando meu pai soube que eu viria viajar contigo, aí que percebeu que a gente era amigo e resolveu me contar que tu tinha um rolo enorme com ela.
Lucas: Provavelmente, cê num escutou boas coisas ao meu respeito...
Nina: Não mesmo! Mas isso não vem ao caso, tu me contou a história muito bem para que eu entendesse.
Lucas: Fico feliz por isso! Eu não sou nenhum moleque, as coisas que acabam se complicando muito mais do que deveria.
Nina: A gente quem complica demais...
Lucas: ... Na época, eu ainda não estava aprendendo isso com cê - ele falou relaxando os ombros e eu acabei soltando um risinho, agora também bem mais tranquila com todas as coisas esclarecidas.
Nina: Posso fazer uma última pergunta antes?
Lucas: Deve! A gente não pode colocar mal entendidos entre nós, né?
Nina: Aham! Mas acho que isso é mais curiosidade mesmo! Tu... É, tu não sente falta dela?
Lucas: Ás vezes, eu acho que sinto, mas não sei se é dela especificamente. A Lorena sempre foi uma certeza, sabe? Era como se eu nunca estivesse sozinho. Mas se eu parar pra pensar com mais racional e menos hormônio, acho que o que eu sinto é falta de ter alguém... Alguém que tenha a mesma vibe que eu, que o meu momento, não que vá me trazer mais problemas ou tumultuar mais as coisas em mim.
Nina: Entendi... - falei, o encarando dessa vez sem nenhuma razão específica, mas era como se os meus olhos não conseguissem se desgrudar dos dele. E ele também não queria isso.
Nossos raios de visão denunciavam algo muito mais intenso do que aquela distância que estava entre nós e com poucos segundos, um tanto quanto imperceptíveis, nos demos contas que nem mesmo essa distância estava tão longa assim. A gente estava se aproximando sem se tocar no que aquilo poderia resultar. Ou cientes, mas sem forças para mudar o que já deveria estar traçado, em algum desses lugares por aí. Pela primeira vez, minha razão não me importunou a recuar - mas parece que dessa vez, a dele sim.
Lucas: Me peça pra não fazer isso, por favor - ele disse num sussurro que acabou soando mais enlouquecedor do que deveria.
Nina: Eu deveria, mas não consigo - falei sentindo nossas respirações se misturarem e já fechando os meus olhos para aguardar o inevitável.
Ali era como se nenhum de nós fôssemos tomar alguma atitude, mas as coisas aconteciam de forma natural, sem pesar ou pressionar qualquer um dos lados. Nossos lábios se uniram em tempo síncrono. Deixei que minhas mãos envolvessem sua nuca e senti as suas segurarem minha cintura sem ocultar o desejo que existia naquele gesto. Nossos corpos se aproximavam da melhor maneira que dava e queríamos nos colar o quanto antes, para que sentíssemos a mútua passagem de corrente elétrica em nossa pele. Era algo incontrolável, muito maior do que qualquer mente poderia agir. Não era premeditado, acontecia porque tinha uma razão por trás disso que, embora ainda fosse desconhecida, nos gerava gratidão por podermos aproveitar algo tão louco quanto esse. As mãos de Lucas se aproveitaram para descolar da minha cintura e foram circulando por toda a extensão da minha costa, conseguindo me arrepiar quando a ponta de seus dedos quase massageava os pequenos ossos das minha coluna. Não deixei que minhas mãos ficassem paradas também e permiti que elas explorassem seus ombros e seu peitoral, exatamente como ele fazia com as minhas curvas, afim de me mostrar bem mais a vontade também. Não queria abrir espaços para que as coisas ficassem como da primeira vez que isso aconteceu. Era uma situação completamente diferente e nós deveríamos encarar isso, de uma vez por todas. O beijo foi tendo fim pela alta frequência cardíaca a e falta de ar que se instalou em nós, mas não foi algo abrupto... fomos parando lentamente e ainda senti Lucas puxar meu lábio inferior, o permitindo ouvir um suspiro involuntário sair da minha boca.
Lucas: Isso deveria tá acontecendo? - falou parecendo estar com um sorriso entre os lábios, enquanto me via esconder o rosto na curva de seu pescoço. Minha respiração descompassada o arrepiou e eu senti isso a ponto de soltar um risinho quase que silencioso.
Nina: Nem sei mais o que deveria ou não - falei me afastando, porém ainda sem coragem de encará-lo.
Lucas: Ei! Sem arrependimentos? - ele disse ao segurar o meu queixo com a ponta dos dedos, virando levemente meu rosto para si, obrigando-me a encará-lo.
Nina: Da última vez quem se arrependeu não fui eu...
Lucas: Tudo bem, essa parte eu assumo! - falou tirando sua mão de minha pele, levantando os braços como quem simulasse rendição e com um sorriso tão lindo no rosto que me fez rir também - Mas quem foi que teve medo, hein?
Nina: Isso é pra saber que mais joga na cara de quem? - ri e o vi me acompanhar - Acho melhor fazermos uma promessa, então, para que tudo aqui flua da maneira que deve...
Lucas: Hmmm, muito boa opção! O que cê propõe?
Nina: Sem medos.... - mostrei meu dedinho mindinho levantado para ele
Lucas: ... E sem arrependimentos - ele entendeu aquele gesto, cruzando o seu dedo no meu, num gesto quase infantil.
Nina: Então nosso trato está feito - falei descolando nossas mãos e conseguindo-o encarar, como numa mágica, um tanto mais leve.
Lucas: Olha que ainda dá tempo pro cê desistir... - disse com um sorriso claramente malicioso entre os lábios
Nina: Sabes bem que não dá - e dessa vez, o surpreendi me impulsionando a beijá-lo.
Foi o último daquela noite antes de nos despedirmos e ele ir ao seu quarto, ciente de que se ficássemos mais cinco minutos no mesmo lugar, a ideia de calma não existiria entre nós. Mas, pela primeira vez, depois de um longo tempo, eu me sentia conscientemente feliz de estar enxergando a possibilidade de lar em alguém. E bom, se eu estava me sentindo assim, é porque tinha alguém em algum lugar desse mundão aí que estava preparando algo muito bom pra mim.
Recadinho: Oi, meninas! Finalmente? Finalmente! Hahaha. Agora eu posso ser sincera que, embora eu sempre tenha deixado claro que eu queria que a Nina e o Lucas estabelecesse um bom relacionamento antes de entrar na fase de paixão/amor e eu não queria que ficasse incoerente com a história do Rafa (até porque, ela sempre foi muito apaixonada por ele, não seria normal que logo que o Lucas aparecesse, eles começassem um namoro, né?), eu estava ansiosa por essa parte. Afinal, também, Lunina quem é o casal principal da história! E agora sim vamos desenrolar o nosso casal, toda essa história com o pai da Nina e tudo o que mais tiver que vir. Chega por hoje, que tô meio tagarela hahaha beijoo!
Coisa boa chegar em casa depois de resolver milhões de coisas na rua rua ter este capítulo INCRÍVEL esperando para ser lido! Amei de mais e mal posso esperar as cenas dos próximos capítulos! Também queria dizer que foi muito bonita a transição que a Nina teve da relação com o Rafael, superação e a relação com o Lucas. Cada vez mais apaixonada pelo nosso casal <3 estou no aguardo do próximo capítulo.. Beijos e até
ResponderExcluirAGORA SIM! AGORA EU ENTENDI TUDO! A nossa conversa maluca no WhatsApp era pra eu saber como ia ficar a relação do pai da Nina a respeito do Lucas. Mas a resposta está todinha aqui no capítulo e te agradeço Gabi pela sua enorme paciência... POSTA MAIS! Fica com Deus, bj!
ResponderExcluirOPAA, EU NÃO TÔ LOKA, EU LEMBRO QUE VAI ROLAR ALGO MAIS EM NORONHA
ResponderExcluirAaaai que emocao, tava super ansiosa por essa viagem, esse beijos, eu amo esse blog cada vez mais, você está cada dia de parabéns Gabs, do super ansiosa pelo próximo capítulo ♡♡♡
ResponderExcluirAaaai que emocao, tava super ansiosa por essa viagem, esse beijos, eu amo esse blog cada vez mais, você está cada dia de parabéns Gabs, do super ansiosa pelo próximo capítulo ♡♡♡
ResponderExcluirEstava super ansiosa por esse capítulo, e mais ainda por saber que meu casal tá dando bem
ResponderExcluirPosta maaaais Gabi, não vejo a hora de começar os capítulos inéditos
ResponderExcluirQue capítulo foi esse meu Deus do céu? Eu estou morta e enterrada depois de ler esse capítulo. O meu amor por esse casal só cresce a cada dia que passa
ResponderExcluirManu
Aii ja falei o quanto eu amo esse casal. Da um aperto no coração so de pensar que pode surgir algo para atrapalhar eles. Melhor capítulo ever.
ResponderExcluirKelly
HAAAAAA POSTA LOGOOOOO JESUS
ResponderExcluirPelo amor de Deus
ResponderExcluirNão deixe que nada apareça para atrapalhar esse casal
Aiii mdssss agora sim meuuu casal 💗💗
ResponderExcluirAmo muito esse casal a cumplicidade deles é linda
Ansiosa pelo próximo capítulo
Continua logo
Postaaaaa logo
ResponderExcluirFaz isso com nós não, posta maaaais
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