sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Chapter 13 - first part.

Sábado amanheceu e eu acordei sem precisar de qualquer coisa que fosse para isso; minha alma se sentia leve como uma pena onde a hora de levantar me caía sem qualquer preguiça. Despertei quase dando bom dia para a luz que adentrava o meu quarto e saí da cama até com certa pressa para olhar um pouco pela janela. Gratidão. Meus pensamentos sempre repetiam essa palavra, por mais clichê que isso soasse em minha vida. Mas tudo era tão incrível sempre... eu era pequena demais para caber tudo aquilo, então, deveria agradecer. Sentia-me preenchida e o mais surreal era pensar no porquê: "permitir-me". Atitude que a gente pensa ser fácil em conselhos dados ás amigas ou de ouvir falar em cenas de comédia romântica - onde tudo se ajeita -, mas na prática, isso é quase enlouquecedor. Porém, também, libertador. Quando há sua execução com maestria e pra quem merece, tudo toma seu rumo, tudo se ajeita no seu pequeno espaço. Faziam minutos que eu estava ali, acordada, de pé, mas me sentia viva. De uma maneira que só agora eu percebi que me fazia falta. Fiz uma oração bem rápida, sob o que conseguia enxergar e baseada no que minha imaginação propunha de como deveria estar o dia lá fora, e passei dali para o banheiro, afim de fazer minhas higienes pessoais. Não demorei muito nisso, voltando a cama - porém, dessa vez, me sentando - e pegando o meu celular, vendo as coisas que tinham por lá. Limpei as notificações, dei uma olhadinha no meu feed do instagram e ao constatar que já iam dar 08:00, decidi deixar o celular ali por cima e ir vestir uma roupa, querendo descer pra tomar café. Tava morrendo de fome! Tirei minha roupa de dormir, vestindo um jeans e uma t-shirt de estampa em quadrinhos, calcei meus chinelos e depois de prender o meu cabelo com o mesmo, num coque bem frouxo, desci preocupada somente em pegar a chave do meu quarto. Não tinha ainda grande movimento ali pelas escadas da pousada e isso se confirmou ainda mais quando cheguei na sala que já estava disponível a refeição: Só tinham duas mesas ocupadas; uma com uma família composta pelos pais e três crianças e a outra somente um casal. Fui até a bancada para pegar as coisas que queria comer, e depois de colocar uma xícara de café + pão integral com algumas fatias de queijo branco, eu fui até uma das tantas mesas vagas para começar a comer.
Neuronha: Bom dia! - senti sua mão pesar sobre os meus ombros pouco depois que tinha me sentado e já começado minha refeição.
Nina: Bom dia! - o cumprimentei no mesmo tom simpático - Já acordado, é, Neura?
Neuronha: O ritmo aqui começa cedo, mocinha! - falou rindo.
Nina: Tem nem como dormir com essa beleza toda, né?
Neuronha: Tem nada, a gente acorda pra contemplar mesmo. 
Nina: Tás é certo! Tô querendo isso também! - pausei, o observando ainda de pé - Já tomou café?
Neuronha: Comi sim, mas você quer saber? Acho que vou acabar matando mais um iogurtezinho! - falo rindo de si próprio.
Nina: Pega lá, aproveita e senta aqui pra me fazer companhia!
Neuronha: Opa! Então pera aí - disse, realmente, se apressando pra pegar um pouco do iogurte que tinha disposto lá e logo tratou de voltar para sentar-se comigo - E o Lucas, hein? É o dorminhoco de vocês dois? - ri
Nina: Pior que eu acho que ele costuma acordar cedo... Mas deve tá dormindo sim, não apareceu ainda.
Neuronha: Ihhhh, então tá! Mas pra esse cara a gente dá até uns cinco minutinhos de descanso a mais, porque ele num para!
Nina: Ah, é verdade! Tem muita disposição! Duvido pouco que ele vá acordar já querendo arranjar mil coisas para fazermos hoje.
Neuronha: Provável! Mas se ele não acordar nesse pique, vou ser obrigado a traçar mil coisas por vocês! Paulinho me disse que vocês não poderiam sair daqui sem conhecer, pelo menos, metade das belezas.
Nina: Nossa, o tanto que ele me perturbou com isso também não está escrito! Vou falar pra ti... Desde que eu disse que viria para cá, ele me deu quase uma lista de lugares pra visitar.
Neuronha: Ele é louco de paixão por isso aqui! Mas não dá pra perder mesmo, Nina!
Nina: E não vamos! Inclusive, se quiseres dá uma sugestão aí pra gente começar o dia, quando o Lucas acordar, eu já direciono ele.
Neuronha: Opa! Tem muita coisa! Vocês gostam de cachoeira?
Nina: Sim! Tu vai tá nos dando um presente se falar que esse vai ser o primeiro lugar.
Neuronha: Então vou dá, viu? Podem passar a manhã numa queda d'água que tem no Sancho e depois ainda conseguem aproveitar a praia de lá. Boa demais, Nina! Além de ser comprovadamente uma das mais lindas do Brasil, isso não é ser puxa saco - acabei rindo.
Nina: Adorei a sugestão, Neura, e juro que tô acreditando em ti. Como a gente faz pra ir pra lá?
Neuronha: Se vocês conseguirem alugar alguma coisinha aí na frente, dez minutos no máximo tão lá. Mas dá pra ir andando também, uns quinze, vinte... tudo tranquilo! Fácil acesso mesmo.
Nina: Ah sim, entendi! Pô, brigadão mesmo pela sugestão! Sério, acho que o Lucas vai adorar e eu que sou apaixonada por começar o dia assim, numa tranquilidade maior, vai ser incrível.
Neuronha: Vão pro lugar certo, tô até vendo! Vai ser pra voltar encantado - falou todo orgulhoso sobre sua própria sugestão e nós ainda estendemos um pouco mais de assunto até eu terminar meu café por ali, agradecendo mais uma vez pela companhia e pedindo licença para poder subir, até mesmo pra saber também sobre o Lucas.
Subi as escadas sem muita pressa, ajeitando o meu cabelo que ainda estava naquele coque mal feito e quando cheguei até a parte dos quartos, surpreendentemente, me deparei com o Lucas por ali, que já estava prestes a descer.
Nina: Bom dia! - parei em sua frente, com um sorriso forçado entre os lábios e as mãos na cintura.
Lucas: Que sorriso é esse? - ele gargalhou, logo em seguida desfazendo minha pose e me puxando para um abraço - Bom dia, lindona! - ali eu tive toda confirmação que, realmente, não teria mais possibilidade de ficar um clima estranho entre nós e que nossa promessa estava em vigor, de fato.
Nina: Presta atenção, guri, que eu já consegui uma ideia ótima pra fazermos hoje, agora de manhã - falei me afastando dele, que ainda manteve uma de suas mãos segura á minha.
Lucas: Hm, fala aí, mocinha!
Nina: Neura sugeriu uma praia aí, quase certeza que o nome é Sancho, e lá tem queda d'água, praticamente cachoeira, então a gente pode começar o passeio por lá e depois aproveitar a praia, que tal?
Lucas: Ideia muito top mesmo, acho que tem gente aqui de parabéns.
Nina: Obrigada, obrigada - falei em tom convencido.
Lucas: Cê sabe que eu tô falando do Neura, né?
Nina: Ai, que idiota - disse dando um tapa no braço dele, que só riu e isso já foi impossível para me manter séria
Lucas: Vem cá, ou, cê já tomou café? É isso memo que tô percebendo?
Nina: Sim senhor! E já tô me encaminhando de volta ao quarto.
Lucas: Ah não, nada disso! Quero tomar café sozinho não, pô
Nina: Agora tem um monte de gente lá embaixo...
Lucas: ... Para, né? - ele me interrompeu - Vamo lá comigo, por favor.
Nina: Deves tá cheio de contrato, né? Porque que és um ótimo ator - falei conseguindo fazer com que ele desfizesse a cara de pidão que estava, com direito á bico e tudo, para rir.
Lucas: Isso quer dizer que tô com pontos no convencimento e cê vai descer comigo...
Nina: Ai, guri...
Lucas: Bora, bora! - ele me interrompeu e ficou atrás de mim, pondo as mãos em meus ombros e me guiando pela escada, para que realmente descêssemos de novo e chegássemos até o salão de refeições.
Neuronha: O quê é isso, dona Nina? Deu fome de novo? - falou rindo, parado na passagem.
Nina: Pois é, sou magrinha de ruim - falei entrando no tom da brincadeira - Mentira, é culpa desse guri aí!
Lucas: Venha me culpar por suas laricas não, Nina
Nina: Para de ser sonso - me virei dando um tapinha nele, de novo, que só riu e proporcionou isso ao Neura que nos observava também. Deixamos um aceno ali para ele e entramos para lá, enfim, onde eu tratei logo de me sentar e não demorou muito para ele vir com suas opções de refeição para se juntar á mim.
[...]
Optamos por ir até a cachoeira andando, porque o Lucas disse que queria fazer, pelo menos, algum exercício, então a caminhada era o que tinha pra hoje. Não tinha nem como se perder e por incrível que pareça, conseguimos chegar lá até mais rápido do que planejamos! Passamos logo de cara pela praia, mas decidimos ir primeiro á cachoeira e aproveitar aquilo lá o quanto mais cedo, pra podermos começar o dia melhor.
Lucas: Cê é louco, isso aqui é lindo demais! - falou parado sobre uma das pedras, já bem próximo a queda d'água, admirado com tudo aquilo que se dispunha em nossa frente.
Nina: Demais, né? Só que hoje tem uma bela vantagem... A gente pode se molhar - falei rindo, fazendo referência ao nosso último passeio.
Lucas: Não me perdoaria de cometer esse erro duas vezes! - rimos - Sem contar que vir andando me deu um calor danado!
Nina: Então, bora vai! - não demoramos muito para nos vermos só em roupas de banho e depois de deixar nossas coisinhas uma sobre a outra, numa parte que a água não alcançava, decidimos realmente entrar ali.
Lucas: Vem, ó, cuidado aí pro cê não escorregar - disse indo em minha frente, mas estendendo sua mão pra me ajudar. Fiz meu apoio nela, visto que a gente estava descalço também e na primeira oportunidade - e ato de coragem também, pela temperatura da água - entramos ali, deixando molhar até mesmo a cabeça debaixo da queda. 
Meu corpo se arrepiou inteiro com aquilo, mas era como se tivesse lavando a minha alma. O contato com a natureza sempre foi algo muito intenso para mim e gostava de toda essa conexão que eu tinha com aquela parte do mundo, aquele lado natural que para mim tinha uma beleza única e sortuda seria a humanidade se percebesse isso de uma vez por todas. 
Lucas: Mó benção isso, né? - disse quando já estávamos sentados numa pedra que era, praticamente, dentro da queda d'água, onde víamos tudo de um outro ângulo, sem que a água batesse diretamente em nossas cabeças.
Nina: Muito! Surreal explicar - falei tirando o excesso de água do meu cabelo e o vendo balançar sua cabeça para fazer o mesmo.
Lucas: Acho que tamo começando a entender a paixão dos nossos amigos por esse lugar
Nina: Ôh! - falei rindo - Eu nunca tinha vindo aqui, por mais incrível que isso possa parecer.
Lucas: Nem eu, mas pro cê é incrível memo, é cheio de surfista aqui, né?
Nina: Aham! E os guris, pelo menos uma vez nas férias, aprontavam pra cá. Agora o porquê que eu nunca vim, não me pergunte! Acho que ficava louca nessa época - ele riu
Lucas: Foi porque cê deixou pra vir comigo... - falou sem me encarar, mas com um sorriso nos lábios que, quando enxerguei, me fez sorrir involuntariamente também.
Nina: Ainda bem, então? - falei, realmente, em tom de pergunta e para minha surpresa, ele se virou á mim.
Lucas: Com certeza - disse jogando as pontas do meu cabelo que estavam caídas pelos meus ombros para as minhas costas - Posso? - aproveitou sua mão por ali e levou até minha nuca, deixando claro sua intenção e cada vez mais, sua aproximação.
Nina: Não atinge meu lado racional, é melhor nem perguntar - ele deu uma risada perto o suficiente dos meus lábios, o que me fez conseguir achá-lo ainda mais lindo, e deixei que nosso beijo acontecesse mais uma vez. 
Seus beijos estavam se tornando um vício que, talvez, eu não estivesse conseguindo mais dar conta, no entanto, gostava dessa ideia de começar a precisar dele para ter de volta o sentido do êxtase passeando pelo meu corpo. O arrepio não se dava somente pelo frio do corpo molhado ou pelo vento levemente frio que chegava através dos pingos d'água; Lucas tinha poder de fazer isso também de forma natural, porém sozinho. Seu toque foi subindo pelo meu cabelo, agarrando meus fios com certa força e eu aproveitei para deixar que minhas mãos ficassem em seus ombros, o apertando por alguns momentos. Seu gosto era algo que a cada vez que encontrava, sentia-o melhor e soava mais intenso. Nossos lábios se encaixavam como poucos e nossa alma se entregava àquilo de forma que nosso corpo reproduzia... quase que completos. Nosso beijo foi parando de acordo com uma vontade mútua e ainda deixamos acontecer uma breve sequência de selinhos até que nos afastássemos, não totalmente.
Nina: Deverias ser um bom guri e continuar abraçado comigo, sabia?
Lucas: Isso é uma desculpa para não olhar pra mim? - falou rindo, percebendo que minha timidez, mais uma vez, me impossibilitava de encará-lo após esse gesto.
Nina: Para de ser bobo! - ri de mim mesma, sabendo que ele estava certo, mas não o vi negando meu pedido, muito pelo contrário... nos ajeitamos e em pouco tempo me aninhava no peitoral descoberto e gelado de Lucas.
Lucas: Cê fica tão linda tímida, como é que pode? - falou passando os dedos na lateral de minha raiz, brincando com meus cabelos.
Nina: Não tás ajudando a passar isso, sabia? - o ouvi gargalhar e um sorriso brotou em meus lábios. Era, realmente, impossível se manter séria perto daquele som!
Lucas: E alguém aqui disse que eu quero que passe?
Nina: Tás querendo jogar comigo, é? - falei me desvencilhando do seu carinho e finalmente o encarando.
Lucas: Só te deixando brava pro cê me encarar, viu como te conheço?
Nina: Ai não - joguei levemente minha cabeça para trás, rindo daquilo - Tô achando que tu, realmente, tá me conhecendo demais.
Lucas: E eu tô adorando isso - falou se aproveitando mais uma vez da proximidade e da liberdade que eu o dava para tomar esse gesto, juntando nossos lábios de uma vez.
Estar junto á ele me fazia esquecer que sentia frio pela temperatura daquele lugar. Não sei que tipo de tensão era essa que se formava entre nós, mas ela era muito diferente da minha quando estava só e de fato, não era nem um pouco inocente. Suas mãos corriam em desenhar as curvas do meu corpo e eu me apressava sem saber muito bem onde pousar as minhas, porque todo canto dele parecia ser digno de um pouco mais de carinho. Seu corpo me desejava de forma clara, mas era um pouco óbvio que o meu também não conseguia esconder. Estávamos muito mais colados do que quando estava por dentro de seu abraço e nossas mãos urgentes delineavam nosso desespero. O beijo tinha calma, mas se tornava claro que era a única coisa que conseguia disfarçar o que de fato, existia dentro de nós com aquele gesto que se aprofundava cada vez mais. 
Nina: Lucas - sussurrei muito mais provocante do que esperava, mas precisávamos parar... por conta da sanidade, do lugar ser público e, meu Deus! Vozes! - Acho que tem gente vindo aí - me afastei abruptamente, conseguindo estar descabelada até mesmo com eles molhados e vi a respiração descompassada do Lucas demonstrar que ele estava tão doido quanto eu.
Lucas: Acho que não estamos mais tão sozinhos aqui - falou vendo chegar alguns rapazes que pareciam beirar os vinte anos, mas que não estavam com tanta cara de quem ficariam parados por ali por um bom tempo.
Nina: E eu não sou muito boa com flagras...
Lucas: ... O que já era de se imaginar - disse se divertindo as minhas custas - Que tal tirarmos algumas fotos, então, por aqui?
Nina: Uma ótima ideia, mas temos que fazê-las em meu celular, né?
Lucas: Pois é! O meu já está em estado de falência há séculos - rimos da maneira com que ele zombava de si próprio - Mas vai, serei um bom fotógrafo!
Nina: E espero que um bom modelo também, viu? Baterei algumas fotos suas e a gente tem que ter alguma juntos. Depois eu mando pra ti, quando conseguir se resolver aí.
Lucas: Opa! Modelo? Cê num tá sabendo do meu talento quanto á isso.
Nina: Ih, que convencido, guri! - falei rindo - Essa eu quero vê! Bora, então. - ele assentiu com a cabeça e se levantou de forma bem rápida, esticando as mãos para poder me ajudar a levantar também, nos vendo sair daquela pedra um tanto rápido afim de alcançar nossas coisas.
Não parecemos assustar os rapazes que estavam ali, porque provavelmente eles tinham conseguido nos ver de onde estavam, mas reconhecer que era o Lucas uma das pessoas fez com quê eles comentassem algo entre si e sorrissem para nós, porém nada mais invasivo que isso. Pegamos o meu celular, protegendo-o com uma capa a prova d'água e aproveitamos aquele momento de uma outra forma agora: fotografando tudo e rindo por nossa própria conta das doideiras que bolávamos - ou dos momentos de auto estima no ápice que o Lucas tinha quando conseguia bater uma boa foto minha ou ficava incrivelmente bonito em alguma que eu tirava. Não demoramos mais ali na cachoeira, após isso, decidindo nos vestir novamente - ainda que molhados - para podermos voltar á praia e curtir um pouco do dia ensolarado que devia estar lindo, embora as árvores daquele ângulo que estavam atrapalhassem um pouco a nossa vista. Andamos bem pouquinho para chegar a, de fato, praia do Sancho - até porque estávamos nela já, digamos assim - e ali encontramos areias bem mais cheias, com mais movimentos e provavelmente mais turistas, assim como nós, aproveitando o fim das férias. Arranjamos um lugar bem próximo do mar para nos acomodar e eu tratei logo de ficar de biquíni novamente, vendo o Lucas também tirar a sua camisa para sentarmos juntos por ali.
Nina: Acho que eu esqueci de uma coisa fundamental chamada protetor solar, né? - falei ajeitando a parte de cima do meu biquíni e sentia os olhares do Lucas sobre mim, ainda que não estivéssemos mais de pé.
Lucas: Vamo voltar tudo vermelhinho - falou rindo
Nina: Triste é se ficar ardendo! Adoro praia, mas isso pra mim é sem condições.
Lucas: Outro dia eu fui lá no Rio e dei essa mancada, nossa cara, ficou ruim até pra dormir.
Nina: Olha só, Deus me livre - falei de um modo que o fez rir - A gente vai almoçar lá na pousada, né?
Lucas: Aham, Neura não disse pra gente ir pra lá?
Nina: É verdade! Então, melhor que se a gente for pra outra praia a tarde, dá pra eu pegar e a gente passa.
Lucas: É, tá tranquilo, pô. 
Nina: Falando em tranquilo, vou postar uma foto que eu paguei a um fotografo profissional pra tirar minha lá na cachoeira - ele gargalhou
Lucas: Pagou, é? Que mentira! Acho que tem alguém devendo alguma coisa a aquele pobre fotografo...
Nina: Ah, claro, pobre fotografo! Agora fiquei com um pouco de pena daquele guri!
Lucas: É bom que fique, sabia? Que aí pensa com mais carinho como é que vai resolver essa dívida - ri, puxando meu celular da bolsa
Nina: Vamos vê como vai ser a repercussão da foto que eu postar. Caso chova comentários mesmo, a gente pode pensar nisso aí.
Lucas: Olha que o fotógrafo gostou, hein! É só eu comentar lá que rapidinho vai aparecer comentários em um segundo - disse completamente imerso a brincadeira, rindo sozinho e fazendo difícil que eu me mantivesse séria
Nina: Assim não vale! Tem que chover comentários com elogios, então, seu trapaceiro - ele gargalhou e enfim, eu o acompanhei
Abri minha galeria e depois da gente ficar debatendo sobre inúmeras fotos que eu tinha preferido, ele me ajudou a escolher uma e ficamos, de fato, olhando os comentários feito dois doidos.
@ninabarsanti Para começar bem o dia...
tayalmeida_ Como é linda! Quero muiiiiito conhecer você, sabia?
karolpuente Você é sensacional! Passa a paz que o mundo precisa!
diasbeatriz Senhor, que foto!
99gabriela É incrível vê tudo que você é, mesmo com tudo que passou. Você é iluminada!
emillybarreto Tenha um dia cheio de luz e coisas boas, meu amor!
julialemos Top essa foto, amei!
patydossantos Expectativa de foto na cachoeira... pena que nunca rola! rs
marianaferreira Bom dia, Nina! Você é maravilhosa, nunca canso de dizer.

Nina: Vê só como tem gente elogiando minha foto... - falei atualizando minhas notificações e virando o celular para mostrá-lo.
Lucas: ... Isso quer dizer que já tá na hora de pensar no pobre fotografo.
Nina: Para de ser interesseiro - gargalhei e o vi me acompanhar - Mas mudando de assunto da água para o vinho, tu avisou a sua mãe que tá tudo bem por aqui, Lucas?
Lucas: Nada! Mas ela viu, com certeza, o que eu postei, tá mais ou menos ciente que eu tô incomunicável.
Nina: Tu não quer ligar pra ela não? Ás vezes ela tá preocupada, sei lá.
Lucas: Ás vezes não, com certeza ela tá... Conheço bem dona Karina - acabei rindo do modo que ele falou.
Nina: Liga pra ela, então - disse entregando o meu aparelho - Pelo menos para dizer que está tudo bem e avisar, mais ou menos, a hora que a gente vai chegar lá amanhã.
Lucas: Cê acha melhor?
Nina: Claro, né? - o vi pegar o celular - Ela, com certeza, vai ficar mais tranquila.
Lucas: É, então acho que vô fazer isso...
Nina: Vou aproveitar e vou dá um mergulho pra te deixar a vontade aí, viu? Depois tu põe o celular na bolsa e vai no mar.
Lucas: Opa! Então tá - o vi assentir pra aquela minha proposta e me levantei, me livrando da areia que já estava presa numa parte do meu bumbum e na batata da minha perna, mais uma vez me sentindo observada - sem qualquer disfarce - pelo Lucas. 
Deixei um sorriso para ele e caminhei pro mar, onde estávamos tão perto, que não demorou nada pra já sentir aquela água batendo sobre os meus pés. Caminhei até adentrá-lo, deixando a água na altura de minha cintura, e ficava observando mais para a minha direita, onde as ondas batiam mais altas e com mais velocidade, o que aumentava o número de surfistas ali. 
A lembrança do Rafael era inevitável para mim, mas não conseguia me sentir sequer culpada pelo momento que estava vivendo. Não conseguia sentir aquele peso como imaginei que ocorreria, algo beirando a substituição, e sabia que aquela minha sensação não poderia ser obra de mais ninguém; lá de cima alguém queria me ver feliz mais do que tudo, como foi durante todo esse tempo aqui em terra. Me sentia reconectada com ele e deixava que minha alma falasse sozinha, enquanto soltava meios sorrisos ao alternar meus olhares entre o mar e o Céu, o dando a certeza que meu anjo estava fazendo seu trabalho certo. Após longo meses, a luz da felicidade genuína, sem qualquer peso, estava prestes a bater na minha porta de novo. E o que eu estava criando passava longe de ser expectativa! Se qualquer coisa entre mim e o Lucas não passasse desse final de semana, não teria tanto problema... eu enxergava ali que pela primeira vez eu estava conseguindo viver novamente, da maneira mais limpa, e isso já era um grande aprendizado. Inesquecível.
Lucas: ... Nina! - Lucas já estava próximo o suficiente e parecia estar me chamando pela, no mínimo, terceira vez por sua intonação.
Nina: Oi! - respondi ainda me desvencilhando do estado pensativo que estava.
Lucas: Cê tá perdida aí? - falou em tom completamente leve.
Nina: Tava só pensando mesmo - ri - Mas então, conseguiu falar com a sua mãe?
Lucas: Aham! Ela já sabia que eu tava sem o celular, tentou dizer que estava tudo bem, mas pelo tom de voz eu tenho certeza absoluta que estava uma pilha - rimos
Nina: Mães são assim, né? Não tem muito jeito.
Lucas: Pois é! - ele disse, passando a mão levemente sobre o mar - Mas olha hein, essa temperatura aqui tá mais tranquila, viu?
Nina: Ôh, sem comparação! Eu amo cachoeira, até um pouco mais que praia, pelo contato intenso assim com o verde, mas... aquela água gelada pega!
Lucas: Demais! Foda é o depois, que a gente fica molhada e batendo o dente de frio, mesmo quando o tempo tá assim, ó, mó calorão.
Nina: Exatamente! Daquele jeito não dá pra se acostumar não... aqui tá tranquilo
Lucas: Aham, marzão é bom demais, sô! - sorri com a forma espontânea que seu sotaque saiu e a gente aproveitou aquele balanço para conversar um pouquinho sobre algumas coisas aleatórias.
Não tivemos nenhum contato mais próximo, qualquer coisa que extrapolasse o limite real de conversa, mas eu também conseguia entender que ali era mais público - a prova disso era a quantidade de gente que não parava de chegar para também aproveitar a praia - e isso me deixava muito mais confortável. Estar com o Lucas era algo completamente novo e se tivesse que funcionar, teria que ser em etapas. Para falar a verdade, me sentia cada vez mais fascinada pelo modo com que ele também enxergava e principalmente respeitava isso. Enfim, fomos sair do mar quando começamos a nos zombar por perceber que nossas mãos já estavam ficando enrugadas por tanto tempo ali dentro e quando voltamos á areia, Lucas ainda foi abordado por duas mulheres que pediram fotos com ele, que atenciosamente, as atendeu e deu um show de simpatia. Fiquei até um pouco admirada! 
Sentamos mais um pouco na praia, afim de observar o movimento e curtir, realmente, aquela vibe sensacional que tinha estar ali, o que nos rendeu quase uma manhã inteira na Praia do Sancho, a qual nos despedimos só por volta das 13:15, indo embora e enviando logo uma mensagem pro Neura para saber se ele estava na pousada. Como a resposta foi positiva, pedimos que ele nos esperasse para almoçarmos juntos e para diminuir esse tempo, eu e o Lucas acabamos alugando um meio de locomoção para que chegássemos mais rápido por lá. Encontramos até com o dono da pousada na entrada, que nos cumprimentou amigável como sempre, e nós logo fomos até o salão de refeições vendo o Neura lá. Ele deu a ideia de nós comermos na varanda, lá do lado de fora, então só pegamos o que queríamos ali dentro e fomos para aquele visual que cooperava ainda mais para tratar do assunto do almoço que foi: o encantamento que estávamos pela beleza de Noronha. Papeamos bastante, curtindo a beça aquele climinha agradável e ainda fomos presenteados com alguns artigos da loja do Neuronha, que nos tornou ainda mais gratos por aquele momento. O almoço, por todas essas coisas, acabou se estendendo bastante e só decidimos subir quando resolvemos que iríamos mais tarde numa igrejinha lá, pra conhecer um pouco além das praias, então queríamos descansar a refeição um pouco antes de fazer isso.
Lucas: Olha, eu venho aqui te chamar, tá? Vê se não dorme tão pesado - falou rindo, quando já estávamos na porta do meu quarto.
Nina: Eu acho que nem vou dormir, mas pode ficar tranquilo que eu acordo com qualquer coisa! Agora eu é quem espero que o senhor não durma, porque contigo sem celular, minha única opção vai ser arrombar aquela porta.
Lucas: Seria uma cena bonita de se imaginar cê fazendo isso
Nina: Com certeza, ainda mais com esses meus braços fortes aqui - rimos, enquanto eu forçava o meu muque - Vou entrar e tu vai lá descansar também pra gente andar mais um pouquinho hoje.
Lucas: Aham... Fica com Deus - ele se aproximou, beijando o topo da minha cabeça - e confirmando, cada hora um pouco mais, seus gestos de fofura - e me vendo sorrir para ele, antes de entrar no quarto. 
Cheguei ali deixando minhas coisas sobre a cadeirinha estofada que tinha, reforçando a sensação de me sentir muito bem e antes ainda de passar para o banheiro, afim de tomar o banho que eu também estava precisando, peguei meu celular e vi que tinham muitas notificações, o que atiçou a minha curiosidade para saber o que estava acontecendo ali. Abri na foto que tinha sido marcada e foi o suficiente, então, para entender.
@neuronha Poder almoçar em bom companhia e com uma vista dessa não tem preço! #pousadazémaria #amonoronha #neuronha @lucaslucco @ninabarsanti 
alexiaseixas quem é ela?
ilylucco Ai misericórdia, mas tô shippando
gabitorres eles tão juntos?
sudolucco Lindos!!!
ellenmattos_ Como cê tá gostoso hein amor, benza Deus! @lucaslucco
forlucco Lucas tá bem acompanhado nessa viagem e não é a Lorena, Deus é pai num é padrasto mesmo
vilhenap Toppppp!! Aproveitem!
flaviadantas olha a ex do Daher como passa melhor do que a gente pensa @ludantas_
camillaoliveira Tô achando fofo eles juntos, gente, me perdoem.
duda_lucco Eles foram viajar juntos, é isso que tô entendendo?
taisalbuquerque Quem é a menina, gente? Ele tá com ela?
withlucco Lucas de boné é Deus na terra né gente
luccosincero Quero respirar sem aparelhos, mas vc tá fazendo ficar dificil @lucaslucco
brunogagliasso Saudade da porra de Noronha, quero voltar e tá todo mundo aí hein!!
Mais uma vez, muitos novos seguidores que eram fãs do Lucas e comentários que geravam um pouco mais de especulações que o necessário. Mas realmente, não me incomodei, não por enquanto. Apenas curti a foto, colocando meu celular para o lado novamente e fui ocupar minha mente fazendo as outras coisas que tanto queria: tomando banho e descansando.
[...]
Por volta das três horas da tarde, o Lucas apareceu lá na porta do quarto, praticamente pronto, e então teve que entrar lá para esperar que eu, pelo menos, trocasse de roupa. Por sugestão dele mesmo, eu fui com um biquíni por baixo do vestidinho de malha leve que coloquei - até porque poderíamos terminar o dia nessa praia aqui na frente ou em qualquer outra que nos desse na telha. Saímos da pousada e com, mais uma vez, a ajuda de um carro que nos levou até a Capela de São Pedro dos Pescadores. O que parecia ser um lugar mais isolado assim, visualmente, era mais um dos tantos capazes de trazer uma paz incrível só de estar ali em frente!
Lucas: É toda pequenininha, né? - disse com a mão sobre as sobrancelhas, fazendo sombra nos seus olhos para conseguir olhar melhor.
Nina: Aham, também estava reparando isso. Aqui tudo tem um ar tão aconchegante que nem parece que a gente tá saindo!
Lucas: Exatamente o que eu tava pensando! Será que a gente pode entrar aí?
Nina: Acho que sim... E nem tá tendo missa, mas tá aberto, né?
Lucas: Vamos lá vê qual é! - assenti e a gente foi caminhando até a porta, percebendo que uma delas estava aberta e como não tinha ninguém por ali que pudesse sanar nossas dúvidas, a gente acabou entrando assim mesmo. 
Era toda mimosinha por dentro, trazendo uma espiritualidade revigorante e embora não seguisse eu religião alguma, percebi que o Lucas se sentia ainda mais em casa frente a sua fé. Me sentei num dos primeiros bancos, observando tudo ali pelo lado decorativo e história, enquanto o vi se ajoelhar no espaço que tinha, provavelmente dedicando um espaço de tempo ás suas orações. Obviamente, me calei para que ele pudesse fazer aquilo com mais calma e deixei somente ali minhas vibrações de gratidão que nunca paravam de existir. Nunca mesmo... eram cada vez maiores, inclusive! 
Lucas: Pedro é o nome do meu avô, sabia? - disse se sentando ao meu lado, quebrando o silêncio que estava.
Nina: Jura? Então é bom mesmo fazer uma oração á São Pedro, ele vai dá uma atenção especial pro xará.
Lucas: Tomara - falou observando o altar em sua frente e antes que o silêncio começasse a se tornar incômodo, a voz dele soou mais uma vez - Deve ser maneiro casar numa capelinha assim, né? Com coisa mais simples e tal.
Nina: Eu também acho! Na real, tu sabe, eu sou muito mais fã de detalhes do que ficar em preparação por coisas grandiosas. Detalhes ficam pra gente, essas coisas gigantes é pros outros ver.
Lucas: Que frase, Nina! Acho que vô anotar num bloquinho pra compôr algo com isso
Nina: Tás me zoando é?
Lucas: Pior que não! Já te disse que cê é poeta e nem sabe disso...
Nina: Quem dera - falei rindo 
Lucas: Mas eu concordo com cê! Principalmente quando a gente passa a sentir falta de coisas tão simples que a gente passa a valorizar.
Nina: Pois é... - concluí, mas logo prossegui em outro lado daquele assunto - Lucas, tens muita vontade de casar, num tem?
Lucas: Tem coisa que a gente num esconde, né? - ele disse em tom descontraído.
Nina: Aham! É bem difícil a gente vê um homem falando de casamento assim com tanta espontaneidade... ainda mais na sua situação, que tem tanta coisa, é tão novo!
Lucas: Ah, mas cê sabe que isso não me enche os olhos! Tenho e muita vontade de um lugar tranquilo que nem esse assim, casar memo, ter aquelas famílias grandona e tal.
Nina: Apesar de tudo, tu combina e muito com esse estilo de vida.
Lucas: E espero que se torne realidade! Tenho muito o exemplo dos meus pais também, acho que isso conta bastante.
Nina: Sua família é linda, então assim, é claro que conta! Embora eu tenha muito mais referência do lado feminino de uma família, eu acho que eu e minha irmã não ficamos prejudicadas nisso, porque a gente ainda alimenta bem isso de querer ter a nossa própria casinha, pensar em algo que dê realmente certo. Já falei que ela vai casar?
Lucas: Não! Cê tá falando sério? Que máximo!
Nina: Pois é! Estamos todos felizes lá em casa, né? Tão tentando marcar data pra abril... E assim, acho que volto a construir um casal pra ter de espelho.
Lucas: Muito legal, cara, com certeza vai dá tudo certo! - falou sorrindo, demonstrando toda sua sinceridade naquele gesto - Mas então, acho que vô ser um pouco chato e se for, cê pode falar, mas... Eu nem me lembro de ter ouvido cê falar do seu pai antes desse episódio da Lorena, pensei até que cês não tinham taaaaanto contato assim ou sei lá...
Nina: ... Não precisa ficar com medo de falar sobre isso, não é nada demais - falei o interrompendo, porque tinha certeza que ele ficaria dando voltas naquele assunto, por não saber perguntar da melhor forma - É que eu já tive uma família meio estilo margarina, sabe? Só que isso é uma coisa que eu falo que ninguém deveria desejar, é melhor ter uma família mais real, com problemas e também com força pra superá-las. Meus pais se separaram eu tinha sete anos, mas eu me lembro muito bem do quanto para os outros tudo parecia estar normal, mas na verdade, dentro de casa era só briga. Meus pais trabalham no meio da Advocacia, são até conhecidinhos lá em Balneário, digamos assim, e isso fazia com que eles ganhassem bastante se juntos. Então era muita imagem e pouco amor pra sustentar isso. Fui entender também bem mais pra frente, quando eu e a Babi já tínhamos um pouco mais de maturidade pra entender!
Lucas: Nossa, foda! Aí fica complicado, né? Acho que quando acontece algumas coisas assim, a gente passa a repensar mais sobre essas coisas de família e tal.
Nina: Aham! E meu pai não é um exemplo nesse posto, sabe? Depois que eles se separaram e quando eu fui ganhando essa maturidade, eu via muita coisa nas atitudes dele que me desagradavam. Ele é maneiro como pessoa e amigo, mas nunca suportou minha mãe financeiramente e deixava muito a desejar até no aspecto emocional mesmo, que na verdade, pra mim e pra Babi foi a pior parte, né? A gente teve um relacionamento bem difícil, essa fase da adolescência foi turbulenta a beça! Mas aí a gente cresce, vê que tem certas coisas que a gente pode relevar e então consegue ir seguindo, do jeitinho que tá. Hoje a gente vive muito bem, se relaciona tranquilamente, sem remoer muita coisa.
Lucas: Cada dia mais que eu te conheço, eu fico mais admirado como cê conseguiu se formar tão excepcional assim, mesmo passando por coisas que tem a tendência de meio que piorar as pessoas.
Nina: Todo mundo tem problema, né? E todo mundo passa por coisas loucas... Se a gente deixar isso tomar pela gente, não tem como viver sendo alguém sã.
Lucas: Sem palavras pro cê, só isso! Um ensinamento ambulante memo.
Nina: Nós somos! A gente troca coisa pra caramba, esqueces disso, né?
Lucas: Até parece que eu te ensino tanto assim...
Nina: Mas é claro que sim! Quer que eu enumere?
Lucas: Acho que isso alimentaria meu ego de forma brilhante - e seu jeito, mais uma vez, me conseguia fazer rir da forma mais leve que poderia encontrar.
Nina: Óh, tu me ensinas a ter muita fé e me dá muita força quando penso a respeito de algum sonho, porque sério, poucas vezes eu vi alguém tão determinado á batalhar tanto para realizar aquilo que quer...
Lucas: ... Cê vai falar mesmo? - ele acabou por me interromper
Nina: Agora não mais, perdi o ritmo - falei rindo, até um pouco sem graça por perceber que estava soltando as coisas assim, sem nem pensar muito bem.
Lucas: Vou aceitar essa desculpinha, mas um dia quero ouvir, viu?
Nina: Quem sabe - ri de mim mesma, ajeitando meu cabelo 
Lucas: Vamos lá pra fora? Acho que esses bancos acomodaram a gente bem demais que não tamo nem pensando em sair.
Nina: Ah, é verdade! - a gente acabou, realmente, se levantando dali e saindo da igrejinha, agora parando do lado de fora, se dando conta da vista que se formava ali. Pela capela se localizar no alto, tínhamos ampla visão do oceano e o Céu chegava a parecer mais perto, o que tornava tudo de uma beleza ímpar. Não tínhamos sequer palavras para trocar, mas nos víamos numa mesma frequência, observando tudo aquilo ali e recebendo na pele aquele ventinho que soprava, algo normal pela altura que permanecíamos. Numa surpresa para ele, muito provavelmente, eu quis abraçá-lo e não me neguei esse gesto, me aproximando um tanto dele e rodeando sua cintura com os meus braços. Os seus não hesitaram em me acolher e suas mãos ficaram passeando por minhas costas, ainda sem que disséssemos nada. Nossos corpos e nossos astrais conversavam por si só, de forma desconhecida e quase que como uma explicação para o porquê de termos sido atraídos de forma tão instantânea, desde o começo de nossa convivência. 
Lucas: Posso falar uma coisa pro cê?
Nina: Claro - assenti, ainda dentro de seu abraço e com os olhos fixos em minha frente, naquela paisagem.
Lucas: Desde que a fama chegou para mim, eu nunca me senti tão em paz como eu tô agora.
Apertei meus braços em volta do corpo dele e eu nem precisei dizer nada. Não tinha palavras, mas ele entendia muito bem o que estava eu querendo expôr. Ele acarinhou um pouco mais do meu cabelo, logo em seguida me afastando delicadamente, me dando visão de seu rosto e do seu desejo de falar alguma coisa.
Lucas: Aqui está ótimo, mas... o quê vamos fazer agora?
Nina: Não faço muita ideia! Teremos que pedir uma ajuda, né? Ou então voltamos lá pra pousada e ficamos naquela praia um pouco mais.
Lucas: Ah, naquela praia a gente fica amanhã! Vamos vê se alguém sugere alguma coisa diferente pra nós. Será que aquele cara vem buscar a gente?
Nina: Vamos descer? Se não tiver ninguém lá embaixo, a gente liga pra ele, tô com o número dele.
Lucas: Tranquilo, então - senti somente um dos seus braços pesarem sobre os meus ombros e nós fomos andando, descendo a ladeira onde estávamos e tentando encontrar alguma coisa que nos desse um novo destino para fechar o dia.
Assim que chegamos lá, nem precisamos ligar para o outro moço que havia nos trazido, encontramos um por ali que era tão simpático quanto e ainda nos levou até a praia de Conceição, que era uma outra muito famosa lá pela ilha, sendo conhecida, principalmente, pelo seu pôr do Sol com ângulo privilegiado. 
Enfim, quando chegamos lá, vimos que não havia um exagero sequer naquelas palavras! Tudo incrivelmente bem elaborado por Deus e nos surpreendemos ainda mais quando vimos que estava tendo atividades como o slackline. Obviamente, aquilo nos animou mais do que qualquer coisa! Pegamos ainda uma breve fila, para conseguir ter o acesso, no entanto nem percebemos quanto tempo ficamos lá, visto tamanho foi o divertimento em vê o desastre dos outros. E bom, quando foi a nossa vez, não veio nada diferente! Gravamos e nos fotografamos a todo momento, registrando coisas até desfocadas e sem noção alguma, visto o tanto de risada que saia sobre essa aventura que inventamos. Ao terminar isso, aproveitamos para nos banhar um pouquinho, até tirando mais algumas fotos quando fiquei fazendo algumas artes da yoga para que o Lucas visse - despertando assim, nele, uma vontade de praticar algo como esse, pelo menos uma vez - e terminamos nosso passeio na praia assistindo aquele pôr do Sol excepcional, ainda aproveitando a oportunidade de comermos um peixinho da praia com direito a limão e tudo. Pela primeira vez, vi um Lucas tranquilo em não estar seguindo regradamente sua dieta e alimentação cem porcento saudável.
A volta para casa foi bem tranquila, visto que estávamos mais perto da pousada do que imaginávamos, e a gente seguiu revendo as fotos que tínhamos tirado desde lá da capela até no final do nosso dia, onde uma o Lucas elogiou tanto que eu decidi postar, aproveitando a boa vontade do meu 3g enquanto durava.
@ninabarsanti Equilíbrio.
gio_ewbank Que foto linda! Cê arrasa!
miltonalves Brasil é lindo de viver, né?

surfilipe Seu corpo tá cada dia mais lindo! E sua beleza mora ai: ela tá em todos os sentidos.

giocosta_ Tá em Noronha com o Lucco, né? Rsrs

centraltoledo Só fiquei tremendo vendo essa barriga chapada, meu Deus
crisgoncalves Noronha é maravilhoso, cara, sem palavras pra essa beleza!
marcoscardoso Tá só tirando foto top, hein? Maravilhosa!
ilylucco Aquele arrependimento mortal de ter comido Nutella...
danadasdolucco Vc e o @lucaslucco hein, sei não!
sofiatoledooo Ai que magra!! Te amo.
ninabarsanti Amo mais!! @sofiatoledooo
ninabarsanti Obrigada! Saudade de você! @gio_ewbank
Respondi alguns dos comentários que vi ali, mas tratei logo de me desconectar do celular quando percebi que já estávamos em frente á pousada. Pagamos aquela pequena corrida e entramos encontrando um lugar bem mais movimentado, pelo horário da noite e por parecer já estar servida a próxima refeição de costume. Como tínhamos comido um peixinho lá, depois da aventura que foi o final do dia, acabamos por subir direto aos nossos quartos e antes mesmo do Lucas se despedir, optei por dizer o que rondava a minha cabeça. Inegavelmente, o queria um pouco mais perto e não queria me reprimir por isso. Não mais.
Nina: É... Lucas... Quer dormir aqui? - sim, pensei, pensei e pensei, mas era impossível dizer essa frase sem que ela soasse, minimamente, no duplo sentido.


Recadinho: Oi, meninas! Hoje, além de tagarela como ontem, vocês me deixaram fofa, então por favor, leiam aqui direitinho, rs. Eu me surpreendi muito com os últimos comentários, da postagem 12, e isso foi tão bom que vocês nem podem imaginar. Algumas vezes, ainda que eu esteja repostando os capítulos, eu fico pensando sobre a história e se realmente eu estou no caminho certo, se o enredo do blog verdadeiramente agrada á vocês. Do mesmo modo que eu considero a Nina um desafio, eu sei que isso também soa diferente para vocês. Então, quando eu paro pra ler aqui alguém escrevendo sobre "ter gostado da história da Nina e do Rafael", "ter entendido os caminhos que chegaram a Lunina" e quando eu os vejo se encantando pela personagem, eu me sinto extremamente feliz. Eu estou sempre lendo alguém me agradecendo pela história, por um capítulo que acabou fazendo a diferença num dia corrido... Hoje, sou eu quem falo isso á vocês! Tive um dia extremamente cheio, estressante, mas que através das palavras de vocês, eu me senti melhor. Muito obrigada por isso! Parece pouco ou exagero, mas pode acreditar que isso me incentiva a sentar em frente ao blog e escrever o melhor que eu puder. Obrigada! Beijo á todas e um final de semana incrível pra vocês.

10 comentários:

  1. Fala sério! Melhor historia do mundo,não preciso nem ficar falando o quanto amo esse casal e quanto amo você neh Gabi?!Cada dia me encanto mais com tudo que você escreve, com toda essa energia que é transmitida por esse blog.Isso é muito surreal!
    Kelly

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  2. Pula pra parte que eles já estão juntos!

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    1. Eles estão, praticamente, juntos, né? Se te interessa acompanhar somente os capítulos novos, aviso que eles estarão aqui a partir do 19, como já tinha avisado anteriormente. Se você não se acostuma com a história, sinta-se a vontade para não acompanhá-la. Agora não venha aqui me pedir para pular os capítulos, isso é uma coisa que eu não vou fazer. É um desrespeito á mim e á quem está lendo/relendo.

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  3. Você arrasa Gabi, que capítulo maravilhoso, aproveite bastante esse dom que Deus te deu

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  4. Quando eu acompanhei pela primeir vez, me apaixonei pela Mina, mas sempre tinha Medinath como minha paixao suprema. E agora vendo tudo de novo eu percebo o quanto é lindo esses dois e o quanto é bem trabalhado. Cê arrasa demais!!!!!!

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  5. Como o Lucas mesmo diz na história, a Nina é uma máquina ambulante de ensinamento, acabo aprendendo muito com ela. A ter toda essa paz e energia positiva assim. E mais uma vez, tu arrasa sempre, Gabi!

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  6. GABRIELA DO CÉU! Eu não vou pedir pra você pular pro 19, mas dá uma acelerada nisso PORQUE EU TÔ COMENDO AS MINHAS UNHAS! Já te falei que amei essa passagem deles por Fernando de Noronha, então estou realmente sem palavras. SÓ DIGO QUE EU QUERO MAIS, VOU QUERER SEMPRE MAIS! Você sabe disso. Fica com Deus e que você tenha um ótimo final de semana. E ah... Meu tutorial, não esquece. Beijos!

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  7. Como eu amo a Nina
    Como eu amo o Lucas
    Como eu amo a sua escrita

    Pode ter certeza que você mudou,muda e mudará a minha vida pra melhor.Esse mundo de Luninha está me fazendo ver e viver uma vida diferente,uma vida melhor.

    Manu

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  8. Mais um capitulo lindo para a conta! É umas das coisas mais prazerosas de ler são esses diálogos lindos que o Lucas e a Nina tem! Cada capítulo a ansiedade aumenta para os inéditos... Tô no aguardo dos próximos. Beijos

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  9. Ameei o capítulo, tava aqui lembrando do show que o Lucas canta uma musica meio que "indireta" pra Nina, to louca pra que chegue essa parte, parabéns mais uma vez Gabs ♡♡♡

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