domingo, 28 de agosto de 2016

Chapter 14.

Depois de um final de semana como o que eu tive, nada seria mais justo do que me levantar muito bem disposta e combinar todo esse humor matinal para praticar yoga. Não conseguia acordar mal ou sequer ter qualquer pensamento negativo, como eu supunha que teria quando poucas vezes passou em minha cabeça a ideia de seguir até mesmo com o lado amoroso da minha vida. Eu estava feliz e parecia que aquilo bastava para a tranquilidade do meu ser! Durante a prática, embora ainda estivesse a fazendo sozinha em casa, consegui trazer o meu eu para o centro do agora, evitando que se criasse expectativas para um futuro incerto e conectando minha mente com todo vínculo de preenchimento que havia criado em mim. Essa paz não era minha, vinha de um lugar especial, então, dedicava á quem estava cuidando de mim por algum lugar por aí. Assim que terminei de fazer yoga - permitindo que hoje durasse até mais do que costumava - decidi ir para a cozinha pra poder comer, afinal nem tinha saído do desjejum ainda. Preparei um suco verde para mim, acompanhado de um pão na chapa com ricota e assim que tudo ficou pronto, me acomodei na bancada, intercalando minha atenção entre a refeição e o celular. Olhava todas as minhas notificações, além de passear pelo feed do meu instagram, tentando acompanhar as novidades que tinham por lá. Estar de férias, por um lado que era bem gostoso, por outro trazia uma certa solidão que não condizia com o meu estado de espírito para essa segunda feira, então, quis buscar válvulas de escape: Aproveitei toda minha vontade de conversar e depois que terminei de tomar meu café, enviei uma mensagem pra minha irmã, afim de saber como estava a vida por lá e me sentir um pouco mais perto, como dava.
"Bom dia, mana
Como tás?
Bom dia, sista!
Tô bem e contigo? Como vão as coisas?
Tudo ótimo, graças a Deus.
Que que tá fazendo aí de bom?
Deitada rs
E desacreditada que daqui a pouco
tenho reunião, ou seja, terei que me 
levantar
Hahaha
E vc? A vida de férias?
Hahahaha figura!
Tá boa, né?
Quer dizer, começou boa.
Mas tô no tédio, quero conversar!
Hahaha
Logo vi hahaha
Vou levantar só p dá uma ajeitada 
no rosto, porque eu realmente
ainda não tive coragem de fazer isso
Mas já te chamo, de novo, pode ser?
Acho que no facetime é até melhor pra gente
conversar
Quero saber da viagem tbbb!!
Simmmmm
Ainda mais se for pra contar da viagem
Precisa ser por facetime haha
E eu tô precisando falar.
Minha mãe tá aí?
Eita!!
Já até me levantei ahaha
Tá não, saiu cedinho, acho que tinha
audiência.
Calma aí que já te chamo, mana!"
Resolvi, então, nem responder ali e fui lavar a louça, deixando o celular bem perto de mim para caso a Babi me chamasse, eu não perdesse aquilo. Como o esperado, ela demorou tempo o suficiente para eu deixar a minha pia limpinha e quando já estava me acomodando lá no sofá, vi meu celular receber a chamada do Facetime. Atendi bem rapidinho, dando logo de cara com a Babi lá, parecendo estar na sala também.
Nina: Bom dia, mana!
Babi: Bom dia - ela falou com aquele sorrisão no rosto e foi isso que brotou em mim também, como um gesto único - Me arrumei e tudo pra saber das novidades, viu?
Nina: Para de ser besta - falei rindo, enquanto a via tomar uma xícara de café com a mão livre - Tu acordou agora mesmo, Babi?
Babi: Tô te falando que eu tava enrolando na cama, guria? Eu ontem fui dormir tarde, ainda acordei com uma preguiça danada... Tô vendo que hoje vai ser lindo eu naquela reunião lá.
Nina: Boa sorte - disse rindo e ela fez careta do outro lado - Como tá o Jayme? Tá aí não, né?
Babi: Hoje é segunda, né? Foi trabalhar também! Aliás, ele nem dormiu aqui também. A gente teve um atritinho ontem, aí ele decidiu ir embora.
Nina: Ah não, gente! Que que vocês arrumaram?
Babi: Eu não arrumei nada, coisas do casamento mesmo. A gente foi ontem lá vê na Igreja como estão as disponibilidades de vagas, só que só tem para o último final de semana de março ou então pro primeiro de maio. Caso a gente não fique com nenhuma dessas vagas, que são meio encaixes, aí só tem agenda mais livre quase ano que vem!
Nina: Caramba! Até pra casar o negócio tá complicado!
Babi: Pois é! Aí a data que tem lá, de março, é ainda numa sexta feira, então eu tinha falado pra ele que ou a gente dava mais um tempo pra casar ou tentava resolver pra esse encaixe aí de maio, mas ele acha que dá tempo da gente reservar em março e vê todas as coisas. Nina, a gente não viu praticamente nada ainda, sabe? Sem contar que vem carnaval agora, ou seja, mais uma semana de Brasil parado... Vou passar fevereiro e março me descabelando pra dá conta de tudo e ainda trabalhando, seguindo minha rotina normal. Cara, isso vai ser sem condições!
Nina: Ah, Babi... Ás vezes dá! 
Babi: Porra, vai falar a mesma coisa que a minha mãe? Porque aqui ela já me disse que eu tô errada, tenho mesmo é que aproveitar essa euforia do Jayme também.
Nina: Não, não é isso! É que se tem e vocês estavam querendo mesmo casar em abril, pô, vai dá quase no mesmo a questão da correria. E a gente te ajuda! Eu tento ir pra aí mais vezes, nos finais de semana, minha mãe com certeza vai te ajudar também... Sem contar que é um fato que se o Jayme tá tão eufórico assim, vai ser melhor até pra ti, porque aí ele vai conseguir resolver as coisas contigo e sem reclamar.
Babi: Eu até pensei por esse lado também, mas em contrapartida, ainda vem a questão financeira também. As coisas pra cima ficam sempre mais caras! E convenhamos que antes do pedido do Jayme, isso ainda não estava nos nossos planos, ou seja, zero planejamento.
Nina: Ah, mas a nossa situação não tá tão preocupante assim, tá todo mundo estabilizado. No mais, no menos, qualquer coisa fala com meu pai... Agora, quem sabe, ele não dá uma ajuda pra resolver, se ficar pendente?
Babi: Ele me disse que queria ajudar, lembras, né? Mas meu pai é aquele imprevisível que a gente não pode ter certeza de nada - ela pausou, parecendo apoiar a xícara em algum lugar - Enfim, vô esperar aquele nervosinho lá acalmar os ânimos dele pra gente decidir direitinho o que fazer.
Nina: Se ele quiser mesmo ser em março e vocês conseguirem, cara, marca. A gente te ajuda mesmo, tu sabes disso...
Babi: ... Eu sei! - ela pausou - Hm, deixa eu te fazer uma pergunta que minha mãe disse que tu num vai vir pra cá Carnaval... Vai pra Califórnia, é?
Nina: Então, ontem quando eu cheguei fui vê umas passagens, porque o Filipinho tá me mandando mensagem direto que daqui a pouco eles vão pra Austrália e eu ainda não fui pra lá, né? Sem contar que eu tenho que ir ver a Rô, o Alberto e a minha casa! Vou precisar ir lá, de algum jeito. Depois que passar o Carnaval, eu já volto a trabalhar, ou seja, acho que vou ter que ir essa semana mesmo. Tava pensando em ir agora, na quarta e tentar voltar ou domingo ou segunda.
Babi: O negócio é conseguir passagem, né? Essa época aeroporto fica uma loucura.
Nina: Pra sair é mole! O foda vai ser pra voltar... No meio do Carnaval, aí mesmo que ninguém quer trabalhar.
Babi: Pois é! Qualquer coisa fica lá a semana toda, fazer o quê?!
Nina: Aham... Quando eu desligar aqui contigo, vou vê se eu consigo comprar as duas passagens, tanto de ida, quanto de volta. Se eu só conseguir a de ida, vou ter que fazer isso, só voltar no final da outra semana. Vamos vê...
Babi: É, tem que olhar direitinho! Mas se tu conseguir vir antes, tu vem pra cá ou vai ficar aí pelo Rio?
Nina: Sabes minha animação pra Carnaval, né? Acho que posso ir pra aí, aproveitar vocês e depois volto pra seguir a rotina.
Babi: Achei muito boa essa ideia - disse rindo - Sabes que vai ter show do Lucas aqui na Wood's né?
Nina: Mentira? Tô sabendo de nada, sis!
Babi: Pô, tu anda com o guri e vive mais desinformada que eu - falou, me fazendo gargalhar - Vai ser na terça de Carnaval, se eu não me engano.
Nina: Ih, vou falar com ele... Se eu tiver aí, eu vou! Ele tá me cobrando já há séculos pra ir num show dele.
Babi: Opa, acho justo! Terá minha companhia, viu?
Nina: Sim senhora - falei rindo e ela acabou me acompanhando - Mas olha, falando em Lucas, deixa eu te contar da viagem...
Babi: ... Ai, por favor, tô curiosa!
Nina: Eu nem sei contar, meu Deus do Céu - falei passando a mão livre em meu cabelo, já sentindo minhas bochechas em chamas - Babi, eu e o Lucas... A gente ficou... Tipo, sério...
Babi: Quê? Bah, mentira! - ela deixou que a boca formasse quase um "o", exprimindo seu desacreditar mesmo.
Nina: Tô falando sério!
Babi: Calma aí que tá difícil processar... pode contar tudo direito!
Nina: Eu não sei mais nem contar essas coisas!
Babi: Mas lembrou como é? Como faz, né? 
Nina: Cala a boca - falei rindo, completamente tímida, e vi a gargalhada da Babi lá do outro, claramente se divertindo com a situação - Espera que eu vou te contar - falei me ajeitando no sofá e comecei a contar todas as coisas, desde a conversa com o meu pai, inclusive, que eu ainda não tinha detalhado tanto. Acho que com exceção da noite, em si, Babi me deixou aberta á esmiudar cada parte da história e prestou atenção em cada uma delas, sem negar a felicidade e a surpresa por me vê falando sobre outro alguém assim.
Babi: Eu juro por Deus, quando eu encontrar esse guri, vou dá um abraço nele... Que mágica foi essa que ele fez? Tu não tá só falando de outro alguém, Nina, tu tá com um sorriso no rosto que eu nem sei quando vi ser tão bonito.
Nina: Para, Babi - falei passando a mão em meu rosto, mas com um sorriso ali, firme e forte, sem conseguir ficar escondido.
Babi: Paro nada, eu tô falando sério, Nina! Caramba... Tô tão feliz por ti, sis! - ela disse permitindo um sorriso escapar por seus lábios.
Nina: Mas eu tô falando sério, eu também tô feliz! Não só pelo o que aconteceu, porque agora eu nem sei como as cosias vão ficar, sabe? Não sei se vão andar, se vão estagnar, se a gente vai ficar só na amizade... Mas já deu pra perceber que uma coisa não vai influenciar nada na outra, entende? Se tiver que acontecer, vai ser pra somar.
Babi: Com certeza! E de uma forma ou de outra, foi como tu falou, já foi uma porta que tu permitiu abrir. Tavas muito fechada dentro da perda do Rafa... Eu tentava te falar isso não por querer o seu mal, muito pelo contrário, mas porque eu sabia que tem certas coisas que são necessárias acontecerem para a gente poder retomar a vida da maneira que era - ela pausou, ajeitando o cabelo - Ninguém substitui ninguém, mas não tem mal algum em se preencher de novo! Se eu conheci bem o Rafael, não tô duvidando nada que seja obra dele lá em cima...
Nina: Hoje, acreditas que nem eu duvido mais disso? Porque eu tô sentindo uma paz com tudo isso, mana, que só pode ser obra de alguém. Eu juro por Deus, eu não tô me sentindo culpada, como algum tempo atrás eu ficava até mesmo quanto ao Lucas, quanto ao que eu podia vir a sentir...E vai, quem é que mais podia fazer eu me sentir assim?
Babi: Tás vendo só? A vida é uma caixa mágica de surpresa onde quanto menos a gente espera, mais encontramos nosso eixo. Dá tudo certo sempre, Nina!
Nina: Eu sei disso... Não tenho nem o quê falar, juro!
Babi: Agora nem eu! Só sei que tô tão feliz quanto você, pode acreditar! E agora a senhorita me faça o favor de ir me atualizando sobre tudo, tá bom?
Nina: Com certeza! Eu tava precisando muito contar pra alguém, meu Deus do Céu!
Babi: Nem a mamãe sabe, né?
Nina: Nada, ninguém... por enquanto só você!
Babi: Então vamos aproveitar o papo entre as sistas e... Vamo aqui falar da noite, rapidinho... Tavas sentindo falta disso, né? - falou rindo e causando isso em mim
Nina: Eu achava que não, mas Babi... Eu só achava! Descobri que eu tava era subindo pelas paredes - ela gargalhou e eu não pude ficar séria desse lado
Babi: Eu sabia! - disse toda cheia de si - Tu é uma figura! Mas se compensou todo esse tempo, tá ótimo, né?
Nina: Ôh, compensou bastante! Foi incrível... me senti, tipo, adolescentezinha.
Babi: Ai meu Deus, sabes que eu não sou uma pessoa tão visionária assim, mas eu tô conseguindo vê um futuro onde meu cunhado seja um cantor sertanejo?
Nina: Vamos com calma, vai... - falei ainda rindo - Mas né? Se tiver que ser, eu nem vou me importar
Babi: Que saudade era essa que eu tava de vê a irmã que eu conheço totalmente na minha frente de novo - falou rindo - Quando minha mãe souber, acho que ela vai ficar tão feliz quanto eu, Nina.
Nina: Eu também acho! Mas vou esperar um pouco pra contar pra ela, vamos vê como vai ser essa semana, né?
Babi: Relaxa que a minha boquinha tá fechada, até porque, quem tem que contar é você. E no mais, é melhor esperar mesmo! Tô brincando contigo por conta das coisas finalmente estarem acontecendo, por tu estar se permitindo mais... isso sempre foi algo que eu queria te vê fazendo de novo! Mas quanto a relacionamento e tal, realmente, tá cedo! Só o tempo e conforme as coisas forem caminhando que vocês vão saber.
Nina: Exatamente isso! Temos que viver um dia de cada vez...
Babi: ... Fundamental! 
Nina: Agora deixa eu te falar uma coisa, Babi... Tu nunca soube da história da Lorena e do Lucas?
Babi: Guria, esqueci de comentar essa parte da história, perdão que tô até zonza com a euforia de você e do Lucas - disse rindo - Eu sabia mais ou menos, sabia que tinha uma treta, mas sei lá, nunca parei pra me tocar que era o Lucas. E meu padrinho fala dessas coisas mais com o meu pai, né?
Nina: É, pro meu pai ele fala bastante! Porque foi como eu te disse, ele já tem uma implicância com o Lucas só pelas coisas que o Germano conta.
Babi: Ah, mas eu sei lá, viu? O Lucas não parece ser o tipo de pessoa falsa e pelo o que tu me contou, até eu tô encantada com esse guri! Aliás, tava desde antes de acontecer alguma coisa entre vocês, porque eu sempre te via falando sobre ele, na época que vocês se conheceram e tal. E vamos falar o português claro... Lorena não bate tão bem assim, né? Cada um defende o filho que tem, isso é óbvio, mas também não vejo o Lucas como único culpado das coisas não darem certo e de toda essa confusão montada.
Nina: Pois é! Foi o que eu te falei, ele foi muito claro comigo quando eu perguntei e também não teria porque ele mentir, entende? Acho que meu pai tá tomando as dores pela forma com o Germano fala.
Babi: Eu tenho certeza disso, vou ser sincera pra ti.
Nina: E da Lorena, eu nem sei! Acho que a última vez que eu a vi, foi no aniversário do meu pai... Foi o quê? Março do ano passado, né? Foi até a última vez que eu vim com o Rafa pro Brasil.
Babi: Aham, foi isso mesmo, eu lembro que foi a última vez que eu tive com o Rafa também... Olha só! Eu a vi no aniversário do meu padrinho, depois, mas a gente não tem muito assunto também... Só sei que não tem como ter culpa só de um lado nessa história e meu pai vai vê isso, se tiver oportunidade de conhecer o Lucas.
Nina: Isso me dá um pouco de aflição, mas como não é nada pra agora, deixa estar! 
Babi: Exatamente! Se começar a se preocupar com isso agora, enlouquece.
Nina: Aham e se for pra gente enlouquecer com alguma coisa, que seja com os preparativos do seu casamento, né, sis?
Babi: Pô, conversamos, conversamos, conversamos e paramos no primeiro assunto? - gargalhamos
Nina: Exatamente!
Babi: Seria uma pena se eu tivesse que começar a arrumar alguma coisa pra comer, porque tenho que sair uma hora pra trabalhar - rimos juntas e ai... era impossível ficar muito tempo séria numa conversa com a minha irmã!
Nina: Tás fugindo do assunto, é?
Babi: Jamais, mana! Mas de gente falando isso na minha mente, já basta o Jayme! Tô achando mais legal falar de ti 
Nina: Não tem mais nada pra falar de mim - falei rindo - Mas vou te dá um desconto, pode ser? Vai vê se consegue não queimar a cozinha preparando almoço...
Babi: ... Bah, Nina! - ela disse revirando os olhos, me interrompendo e me fazendo cair em gargalhada 
Nina: Sério! E depois eu te chamo de novo pra gente conversar, beleza? Inclusive seria bom fazer isso quando minha mãe tivesse em casa.
Babi: Simmmm! Pra ficar bom mesmo, tem que ser um papo nós três.
Nina: Com certeza! 
Babi: E ah, vê direitinho essa coisa da viagem de carnaval, tá? Se conseguir, vem pra cá mesmo e a gente planeja o que fazer, o show do Lucas e tal.
Nina: Aham, eu vou vê agora também! Se tiver como voltar lá pra domingo, eu faço isso que te falei.
Babi: Beleza, mana, então vou desligar aqui. Fica com Deus, viu?
Nina: Tu também! Te amo... Brigado por tudo!
Babi: Não tem porquê me agradecer! Também te amo! - sorrimos uma para a outra e em poucos segundos de despedidas, encerramos a chamada e eu coloquei o celular ali do meu lado para recuperar o fôlego. O tanto que tinha rido nessa conversa não estava escrito! Eu e a Babi, realmente, tínhamos um relacionamento quase que ímpar e só Deus para saber o tanto de saudade que eu guardava de estar pertinho dela.
Enfim, resolvi ir até o meu quarto para pegar o notebook, afim de dá uma olhada nas passagens e nesse caso que eu tinha que resolver o que fazer, e trouxe o mesmo lá para sala. Apoiei o aparelho na mesa de centro, coloquei ali meu celular ao lado e abri no site da empresa que costumava viajar para vê o que podia fazer. Depois de uma breve pesquisa, consegui um voo de ida na quarta feira, mais pro final da tarde quase noite, e incrivelmente, uma volta para Santa Catarina pra domingo - também bem mais tarde que o planejado, mas já estava ótimo, né? Fiquei tão feliz com tudo tão encaixadinho que tratei de comprar por ali mesmo e logo que finalizei o ato, senti meu celular vibrando sobre o cômodo, me surpreendendo ao ver o nome do Lucas no visor. Deixei somente a página que eu precisava imprimir aberta na tela, para que esperasse um pouco, e atendi aquela chamada louca de curiosidade para saber o que ele queria.
Nina: Alô?
Lucas: Oi, Nina, bom dia! - embora ainda cedo, a voz dele não tinha mesmo um quê de sono.
Nina: Bom dia! Como tás?
Lucas: Tô bem e cê, como tá?
Nina: Tudo bem também.
Lucas: Que bom! - pude perceber como se existisse um sorriso nessa pausa, lá do outro lado, e foi impossível ficar séria do lado de cá - Pode ser eu, dessa vez, quem vai te pedir um favor?
Nina: Poxa, eu jurei que tu só tinha ligado para me dá bom dia - ouvi seu gargalhar do lado de lá e acabei rindo junto também - Tô brincando, claro que pode!
Lucas: Então... Como cê não percebeu, eu te liguei do meu número, mesmo estando sem celular, né? - ri da minha própria lerdeza, concluindo isso ser um fato, mas ainda sim não o interrompi - É que eu coloquei meu chip no celular do meu irmão, aproveitando que ele tá aqui, só que ele vai precisar ir embora agora pra Minas e eu tô indo pro Projac. Vou falar pro cê a verdade, eu não tô fazendo ideia que horas eu vou voltar pra casa e eu não posso ficar sem celular, né? Achei que conseguiria resolver isso hoje! E olhando por um lado, eu até consegui... Liguei lá loja da Apple aqui do Village e eles liberaram um aparelho pra mim, eu fiz boleto pela internet e paguei pelo cartão. Só que tem que pegar, né? E eu já tô muito atrasado pra ir trabalhar e eles só ficam aberto até ás cinco, ou seja, não sei se vou conseguir ir lá pegar.
Nina: Vais trabalhar o dia todo, é?
Lucas: Aham, semana que vem com Carnaval e eu com a agenda lotada, tô tendo que adiantar todas as minhas cenas, ou seja, ficar no Projac desde de manhã e sem hora pra sair! 
Nina: Caramba! Mas o que queres? Que eu vá lá pegar pra ti o celular?
Lucas: Se cê puder...
Nina: ... Claro que eu posso! - o interrompi para dá a resposta logo - Não tô fazendo nada mesmo e vai ser bom que eu acho que vou até almoçar no shopping, pra não precisar aprontar almoço ainda.
Lucas: Ai, cê tá falando sério? Não vai te atrapalhar? - ele dizia receoso, porém com um ar aliviado já evidente.
Nina: Não mesmo, pode ficar tranquilo! Só que tu não tem que deixar nada comigo não? Ou pelo menos alguma informação? É só chegar lá e pegar?
Lucas: Vou aproveitar aqui o aparelho do meu irmão e te passar meu nome todo e meu cpf, eu acho que é só isso que eles vão pedir. 
Nina: Tá tudo certo, então, daqui a pouco eu vou lá e pego pra ti!
Lucas: Pô, Nina, brigadão memo! Sei nem como te agradecer, vai me quebrar quase uma árvore - ri - E ah, pode deixar que depois eu passo aí pra pegar, viu? Não sei muito bem a hora, mas tento te avisar.
Nina: Fica tranquilo, a gente vai vendo.
Lucas: Beleza, minha linda! Brigado, mais uma vez, tá?
Nina: Não tem de quê e tu sabe, né? Não é nada demais.
Lucas: Claro que é, porque tô te dando trabalho! Mas nem vou falar muito disso, vai que cê desiste?
Nina: Bobo! - falei rindo - Mais trabalho que eu já te dei, não existe! Me manda aí as coisas e vai pro Projac tranquilo que eu resolvo isso aí.
Lucas: Tá certo, beijo então, Nina.
Nina: Beijo, fica com Deus! - falei encerrando a chamada, mas mantendo minha atenção no celular até o momento que o Lucas me enviou a mensagem com os dados que eu precisaria, mais rápido do que o que eu esperava.
Como eu estava mesmo arranjando alguma coisa para fazer no dia hoje, isso acabaria culminando numa volta ao shopping e isso não cairia nada mal mesmo para essa segunda feira. Pra falar bem a verdade, faz um tempinho que eu não fico dando voltas por um e seria gostoso bater uma perna entre lojas e corredores. Aproveitei meu celular em mãos e vi que a Babi tinha me marcado em uma publicação no instagram, então abri com certa curiosidade para saber e ri só de olhar a foto, que era uma que tínhamos tirados antes de sairmos para uma festa no intervalo entre Natal e Réveillon do ano passado, lá em Balneário.
@babibarsanti Responsável por fazer minha barriga doer de tanto rir até em uma segunda feira haha ❤️ como tô sentindo sua falta aqui pertinho! @ninabarsanti 
surfilipe Vcs são lindas demais!
taiscbarroso Dá até vontade de chorar com tanta beleza...
rosangeladaher Lindas e queridas! 
ilylucco Opostamente lindas, como é que pode?
nunesbarbara eu acho a relação de vocês a coisa mais linda do mundo, que sonho.
anandamrp Amooooo!!!
danibarsanti Minhas princesas! Como é bom vê essa união!
ninabarsanti Hahahaha always us! Tava com saudade disso! Amo vc!
Comentei, lendo ainda alguns comentários, até decidir não protelar mais a impressão das minhas passagens e da minha nota de compra também, porque poderia acabar esquecendo disso - o que me fez então, mais uma vez, trocar atenção da tela do celular para do notebook.
[...]
Passei, praticamente, a tarde inteira no shopping como há muito tempo não fazia. Um programa que eu tinha pensado em almoçar, pegar o celular do Lucas e bater uma perna de no máximo uma hora, se estendeu até para depois das cinco e mais compras que o estimado. Mas foi bom! Além de estar precisando disso e essa época ter promoções absurdas, umas comprinhas nunca fizeram mal á auto estima de ninguém! Entrei no carro, após deixar minhas sacolas no banco de trás - colocando somente a que estava o aparelho do Lucas no banco do carona - e antes de dar partida, eu liguei o rádio e dei uma olhadinha em meu celular, percebendo que tinha uma mensagem no whatsapp de um número não registrado. Abri para saber logo do que se tratava, antes de conseguir pegar a volta para o condomínio que era bem pertinho ali do Village Mall.
"Oi, Nina, é o Lucas. Tô falando pelo celular do Bruno por motivos que você já conhece kkkk enfim, consegui até sair do Projac mais cedo que o esperado, só que vou ficar preso aqui no cross. Acho que vou deixar pra pegar o celular amanhã, tudo bem? Vai ser o jeito! Qualquer coisa, tento te avisar! Bjo e brigado!"
Li aquela mensagem, que era de apenas dez minutos atrás, mas decidi nem responder, porque não sei se ele conseguiria ver no celular do Bruno. Fiquei pensando que para mim seria indiferente ele ir pegar isso hoje ou amanhã, mas para ele teria sim pesos distintos: Ficar mais um dia sem celular, principalmente, quando não se está em Noronha mais e sua rotina exige essa comunicação o tempo todo, não era algo muito bom. Então, por mais que isso soasse um pouco invasivo, eu decidi tomar a postura de levar até ele até a CFP9. Nem que, ao menos, conseguisse deixar isso lá na recepção - que eu nem me lembrava se tinha uma, mas enfim, poderia ser com alguém também - para que ele não ficasse mais um dia, praticamente, incomunicável e dependendo dos outros. E bom, foi o que fiz! Deixei meu celular no porta luvas e dei partida no meu carro até o box onde ele costumava fazer seu santo treino, todos os dias. Peguei um pouco de trânsito - porque aquela hora no Rio de Janeiro era mais carros nas ruas do que se podia imaginar - e só consegui chegar lá bem depois do que eu almejava, porém, com êxito e sem errar o caminho, o que já foi algo muito bom. Estacionei ali em frente e quando saí do carro com a sacola do aparelho do Lucas mais o meu celular, percebi que precisava tocar uma espécie de campainha pra entrar lá. Então, assim que fiz esse gesto, como num interfone, pediram minha identificação. Dei meu nome e autorizaram minha entrada, com um homem que eu tenho certeza que foi quem treinou comigo da última vez que estive aqui, vinha em minha direção. Parecia se lembrar de mim pelo sorriso simpático que colocou nos lábios e eu também não havia esquecido dele - até porque, venhamos e convenhamos o moço era bonito o suficiente para deixar marcado -, a exceção de seu nome que não conseguia vir á minha mente.
Marcos: Oi, tudo bom? - ele me cumprimentou simpaticamente, pegando minha mão para beijar.
Nina: Oi, boa noite, eu acho - falei olhando pro meu relógio no pulso, constatando já serem seis horas - Tô bem e você?
Marcos: Tudo bem também! A procura do Lucas ou a senhorita se rendeu ao crossfit de uma vez?
Nina: Ainda não - falei rindo - Lucas me disse que estava aqui, porém ocupado, então acho que nem a procura dele eu tô... É só para deixar isso aqui - falei levantando um pouco da sacola que estava em minhas mãos.
Marcos: Ele tá um pouco ocupado mesmo, que tá tendo gravação do Vídeo Show aqui. Tá a Giovanna Ewbank com o Bruno e ele, fazendo uma matéria. Mas você pode entrar, pô, esperar aí, tem problema não!
Nina: Mas é só, realmente, deixar e tu podes entregar também... Acho que mais gente aí atrapalha, né?
Marcos: Que nada, o box tá vazio, ficou pra isso mesmo! Pode entrar, eu prometo que hoje não vou judiar, nem vou te colocar pra treino - ri e ele acabou me acompanhando
Nina: Tudo bem então, obrigada por ser tão bonzinho, tá?
Marcos: Bora então, vai... - ele disse me indicando o caminho e nós fomos lá para dentro do box, onde de fato estava vazio, parecendo que as pessoas que estavam lá - além do Bruno, do Lucas, da Giovanna e da produção do Vídeo Show - eram apenas quem já trabalhava na CFP9. 
Ouvi uma mulher chamando o rapaz que tava comigo de Marcos, o que foi um presente de Deus pra lembrar o nome dele, e ele disse que eu podia ficar lá a vontade, acabando por a gente se sentar juntos em um espaço lá qualquer.
A gravação já estava rolando, uma entrevista bem divertida pelo que parecia e a gente ouvia, mas ficou nítido para mim o momento em que o Lucas conseguiu me enxergar ali - abrindo um sorriso absurdamente lindo, diga-se de passagem - e muito provavelmente surpreso por não esperar que eu fosse até lá. Fiquei conversando, um pouco mais baixo para que não atrapalhasse nada ali, com o Marcos, que ficava me contando sobre o treino deles, sobre o que fazia aquela gravação ali ou então até rindo comigo de algum momento daquele papo que o Bruno, o Lucas e a Giovanna estavam trocando. Eu, em uma das horas que peguei meu celular, até registrei eles ali para depois mostrá-los também. Demorou um pouquinho para que aquilo tivesse fim, o que explicava o receio do Lucas na mensagem que tinha me enviado, mas assim que declararam fim, enquanto os caras com as câmeras desarrumavam a estrutura ali, eles três ficaram num assunto breve, creio eu que mais de agradecimento, até que o Lucas veio logo em minha direção. 
Lucas: Como é que isso? - falou deixando as mãos na altura do quadril, me fazendo rir da pose que montava.
Nina: Não seria melhor se eu trouxesse seu celular de uma vez? Então, pronto, não vai ficar mais um dia sem se comunicar - falei rindo, mostrando a sacola que estava em meu lado.
Lucas: Cê num existe memo! - falou apoiando uma das mãos em meu ombro e dando um beijo na minha cabeça, típico - Deu muito trabalho lá pra pegar?
Nina: Nada! Disseram que tu já tinha pagado, mas que precisava dos dados que tu me deu. Aí foi rapidinho! Me deram o aparelho e a nota fiscal tá aqui dentro também.
Lucas: É, eu liguei depois pra lá também pra avisar que outra pessoa tiraria por mim! Mas tá certo, graças a Deus! Brigadão, lindona.
Nina: Nada, foi ótimo que eu aproveitei e ainda bati perna no shopping - falei rindo e logo vimos a Giovanna e o Bruno se aproximar de nós.
Giovanna: Só no acaso mesmo pra gente se vê, né? - falou virando para mim e logo me abraçando, simpática como sempre!
Nina: É verdade, né? - ri e eu cumprimentei o Bruno também.
Giovanna: Você tem que voltar lá em casa! E a gente pode marcar alguma coisa... Depois daquele dia, a gente só comenta as coisas na rede social uma da outra.
Nina: Estamos em um relacionamento virtual - falei rindo e ela me acompanhou
Giovanna: Isso vai mudar viu, moça? Não quero que você seja furona como o Paulinho...
Nina: Olha, nem me fale desse que tá em falta até comigo!
Bruno: Aquele lá a gente tem que ir caçar ele, se não não aparece.
Giovanna: Ou ir pra Noronha, né?
Nina: Ah, é verdade! Lá é o lugar mais fácil de encontrá-lo - rimos
Bruno: Hein, falando em Noronha, o mlk voltou de lá apaixonado - falou batendo nas costas do Lucas, que riu me encarando, provavelmente pensando como eu - até porque creio que só nós entenderíamos - o duplo sentido dessa frase - E você, Nina? Curtiu o final de semana?
Nina: Aham - falei ainda rindo, sem conseguir esconder tão bem minha timidez quanto ao assunto - Foi muito bom! E lá é bonito pra caramba, né? Nunca tinha ido! - disse ajeitando meu cabelo e tentando parecer natural.
Bruno: Demais! Aquilo lá é um paraíso.
Giovanna: Tudo certo, então! Formaremos um grupo de apaixonados por Noronha e vamos marcar um final de semana pra lá! Assim conseguiremos arrastar o Paulinho e ainda aproveitamos aquela maravilha.
Lucas: Opa, olha que eu topo, hein?
Giovanna: Eu juro que tô falando sério, não vou deixar esquecermos.
Bruno: Eu sempre levo Noronha a sério, amor, e já tô querendo voltar pra lá mesmo... Vai ser ótimo - falou descansando o braço em cima dos ombros dela, a abraçando meio de lado.
Marcos: Treino pelo visto hoje não tem, né? Só papo! - falou se reaproximando de nós, em tom completamente de brincadeira.
Giovanna: Eu vim aqui só pra trabalhar...
Bruno: Eu e o Lucas trabalhamos também.
Nina: E a mim, tu jurou que não judiaria - ele gargalhou da forma com que cada um se defendeu o mais rápido possível.
Marcos: Me sentiria mais carrasco que isso só se eu fosse dois - falou contagiando o riso entre nós também - Mas hoje vocês tão liberados mesmo - falou olhando pro Lucas e pro Bruno 
Lucas: Essa bondade significa que é pra virmos preparado amanhã?
Marcos: Você não tenha dúvidas - disse causando, mais uma vez, risos entre nós - Nina, mostrou á eles a foto que você tirou?
Nina: Ah, é verdade, gente! Foto quase de making of - disse em tom divertido, puxando o meu celular para conseguir mostrá-lo - Aqui ó! - falei virando a tela num ângulo que eles três conseguissem ver, quando achei a foto em minha galeria.
Lucas: Eu falando como sempre...
Bruno: ... E eu com esse meu olhar apaixonado pra você como sempre - gargalhamos e eu virei para vê a, realmente, cara hilária que estava o Bruno no registro.
Giovanna: Eu tô ótima! Nina, me passa essa foto depois?
Nina: Claro! Tô com o número do Bruno aqui... Foi dele que tu me mandou mensagem, né? - falei olhando pro Lucas.
Lucas: Aham!
Bruno: Salva aí mesmo que eu acho que até salvei aqui!
Giovanna: Tá certo, mas eu quero trocar número com você também... pra gente não se perder
Nina: Claro, me fala aí pra eu colocar aqui e mandar a foto pra ti também 
Enquanto os meninos ainda ficaram conversando sobre alguma coisa lá do treino de amanhã com o Marcos, eu e a Giovanna trocamos os números e eu aproveitei para passar a foto pra ela logo ali. Não estendemos muito mais aquele papo, infelizmente, pois começamos a nos mexer para ir embora. Depois de me despedir de todos, fui acompanhando o Lucas até o estacionamento, onde estava o carro dele.
Nina: Meu carro tá lá fora! - falei o vendo destravar seu próprio veículo e pegando a sacola do celular em minha mão.
Lucas: Ah é, cê tá com seu carro aí... Cê vai pra casa também?
Nina: Acho que sim, né?
Lucas: Bora lá pra casa? Eu podia até te chamar pra gente jantar, porque eu tô cheio de fome, mas tô um pouco suado pra sair do seu lado assim - falou me fazendo rir
Nina: Mas vocês nem treinaram hoje, né?
Lucas: Coisa pouca, só pra mostrar algumas coisas pra gravação... Mas sua, né? Não tem jeito!
Nina: Ah é! Não, tá certo, posso ir! Eu também tô com um pouquinho de fome...
Lucas: Então, bora pra lá! Só tem comida congelada, mas a gente dá nosso jeito.
Nina: Tá certo - falei rindo - Então até daqui a pouco
Lucas: Até - ele disse com um sorriso entre os lábios e eu deixei o meu se fazer ali também, enviando um beijo para ele de longe e dando direção oposta logo em seguida, para poder chegar até o meu carro. Entrei ali, esperando que ele saísse primeiro e fui o seguindo durante todo o caminho, onde pegamos um leve trânsito, mas nada tão intenso que nos prejudicasse. Entramos no condomínio praticamente juntos também e como havíamos combinado, fui até a casa dele, estacionando ali quase em seu lado, assim que chegamos.
Lucas: Antes do cê entrar, vou te dá um aviso prévio de que não é para se assustar com a casa, porque meus pais foram embora ontem e desde então, ficamos só eu e meu irmão aqui até hoje de manhã... - falou me fazendo rir, enquanto tirava sua mochila e a sacola do celular do carro, travando-o logo em seguida.
Nina: Muito obrigada, não tomarei susto caso encontre uma casa de pernas para o ar
Lucas: É sempre bom preparar o coração, né? Casa com dois homens, principalmente quando se trata de mim e do meu irmão, não precisa nem de vinte e quatro horas pra se transformar numa zona - rimos juntos, enquanto ele abria a porta e acendeu a luz da sala de estar, antes de me dar passagem para entrar e nós sermos recepcionados pela Luna e pela Luzzi - Meu Deus, como morrem de saudade do papai! - falou fechando a porta, mas todo bobo com elas rodeando suas pernas.
Nina: Muito perceptível mesmo, né? - falei rindo e me abaixando um pouco, no mesmo momento que ele, para acarinhá-las.
Lucas: Ainda mais hoje que elas ficaram praticamente sozinha o dia todo... devem tá carente - rimos e não demoramos nada pra voltar a nossa posição normal - Mas enfim, eu tô morto é de fome, então vamo lá na cozinha vê o que tem... - disse me chamando para seguí-lo até o outro cômodo e foi isso que fizemos, onde eu encostei levemente minhas costas na bancada e o vi abrir geladeira e freezer para a sua busca.
Nina: Lucas, o que for fazer pra ti, pra mim tá bom, não precisa de mais nada!
Lucas: Não, ou, é que meu irmão comprou um pedaço de empadão ontem, trouxe pra casa e se arrependeu de furar a dieta, então, deixou aqui na geladeira... Calma aí que vô achar pro cê! 
Nina: Vocês são loucos mesmo - falei rindo, imaginando a cena - Mas não precisa mesmo, tô falando sério
Lucas: É de camarão! Eu sei que cê é apaixonada por coisas do mar e não vai negar.
Nina: O senhor agora trabalha com jogo baixo, é? - falei o vendo gargalhar e conseguir pegar um pote onde parecia estar o tal empadão.
Lucas: Pronto, viu? Achei - falou me entregando e eu coloquei logo sobre a bancada - Agora vou pegar meu escondidinho que ainda restou também, esquentar e nosso janta requentada vai sair mais bonita que qualquer cena de comédia romântica 
Nina: Meu Deus, por que você é assim? - falei rindo, tão leve, que era incrível o efeito que o Lucas me causava.
Lucas: Mas num é? Pronto, tá tudo certo já - disse fechando a porta da geladeira e do freezer, colocando seu potinho lá sobre a bancada também - Ó, vou só tomar um banho e venho fazer isso pra gente, tá?
Nina: Não é só colocar no microondas? Se eu puder, eu faço, pô.
Lucas: Não precisa, vai ser tão rapidinho!
Nina: Então, por isso mesmo! Tu também tá cheio de fome aí... Deixa que eu coloco e quando tu descer já tá pronto, só a gente comer.
Lucas: Ah, cê que sabe...! Se quiser, pode colocar aí no microondas, pode mexer a vontade, sabe que cê tá em casa, né?
Nina: Mais ou menos - falei rindo - Mas tá bom, vai lá tomar o seu banho que eu dou conta por aqui.
Lucas: Tá certo, num vô demorar não! - disse me deixando ali na cozinha, enquanto eu começava a olhar aqueles potes, cientes de que eles poderiam ir ao microondas. Então, coloquei o empadão para esquentar primeiro, ligando o eletrodoméstico e deixando ali dentro pelo tempo necessário. Enquanto esperava, então, peguei meu celular para dá uma olhada nas coisas e rolando pelo feed do instagram, vi que a Giovanna tinha postado e me marcado numa foto.
@gio_ewbank Hoje foi de gravação e ralação com o meu amor @brunogagliasso e o querido @lucaslucco na @cfp9. O negócio foi difícil, viu? Agora vocês vão entender o porquê do tanquinho dos garotos!!! #vídeoshow #saúde #treino #crossfit #cfp9 | créditos a nossa linda que eu aproveitei o "encontrinho" pra matar a saudade @ninabarsanti haha 
tamiresoliveira Quando vai ao ar?
wordlucco Muito amor por vcs três juntos <3
jucosta01 Gente, e essa Nina que agora tá em todo lugar e conhece todo mundo?
sorrisogioewbank Só vejo lindossss!!
raphasimas Show! Muito boa essa visibilidade que tá sendo dada ao crossfit
cariocadolucco Lucas e Nina juntos de novo? Hmmmmmm bom saber!
luizamarques_ @ninabarsanti faz cross também, é?
annavalenca Que chique fazendo matéria com o próprio marido!
mirellavargas Olha quem tirou a foto @foryoulucco
ninabarsanti Bom demais ver vcs! Amei nosso encontrinho inesperado rs beijo, Gio!
Depois de comentar, eu saí logo do instagram, afinal enquanto olhava os comentários por cima, percebi que se existe um grupo no mundo que não deixa nada passar, esse grupo se chama fãs. E acredito que as do Lucas vieram com um quê dessa percepção a mais, porque já estavam supondo inúmeras coisas e não era de hoje. Enfim! Mais uma vez, deixei para lá! Respondi algumas conversas no meu whatsapp e não demorou para que ouvisse o microondas apitando, o que me fez ir lá tirar, acomodar aquele empadão em um prato e colocar o escondidinho do Lucas na sua vez de esquentar. Como estava um pouco mais congelado, coloquei mais tempo e me sentei em uma das banquetas de lá, não resistindo em pegar meu celular de volta, mas dessa vez por conta de uma notificação de email que tinha chegado. Era da Hype Beach Wear, uma marca de trajes de banho que eu tinha feito fotos um pouco antes de entrar de férias e as meninas, donas da loja, pareciam ter me mandado o resultado do catálogo. Quando abri, ansiosa para ver, meu Deus do Céu, me surpreendi já com as primeiras. Rolando pelo corpo dos anexos, então, foi só felicidade! Uma foto mais bonita do que a outra e mais uma vez, rolava aquela surpresa básica de me ver tão diferente e solta frente as câmeras, ainda que com meu corpo tão exposto. Meu trabalho, definitivamente, me transformava numa nova pessoa! Mas enfim, num ápice de amor próprio, eu estava encantada com aquele resultado... Simplesmente, demais!
Lucas: Que que isso aí, hein? - senti as mãos do Lucas sobre os meus ombros, chegando de surpresa e me assustando com todo êxito que ele pretendia, até pela risada que soltou da minha reação.
Nina: Guri, ás vezes eu tenho impressão que você tem nos seus planos me matar
Lucas: E ficar sem você? Nunca - falou tentando deixar o clima descontraído ainda, parando em meu lado, mas eu confesso que aquela frase com certeza martelaria na minha cabeça por dias e o sorriso que apareceu involuntariamente em meu rosto, comprovou o meu gostar daquilo - Hein, mas cê num esconde de mim, que fotos são essas?
Nina: São fotos de trabalho, que eu fiz para uma marca de biquini, maiô, essas coisas... Vou te mostrar como ficaram boas.
Lucas: Deixa eu vê! Sabe que eu sou quase um crítico de suas fotos, né? 
Nina: É verdade! Mas sua sorte que eu tô aqui do seu lado pra tu ver, porque eu acho que essas eu não teria coragem de te mandar
Lucas: Qual é, Nina? Cê vai ficar exposta num catálogo, sei lá pra onde vai isso, e não me mandaria? Vai me magoar, hein!
Nina: Para de ser bobo, vê aí! - falei deixando o celular, sobre a bancada e a gente foi vendo as fotos juntos, que ele rolava com o dedo na tela.
Lucas: Tem horas que tenho a leve impressão que cê incorpora pra trabalhar, porque não é possível que essa mulher da minha frente fique desse jeito na frente das câmeras - ele disse me fazendo rir, mas antes que pudesse responder alguma coisa, sua voz exclamou - Meu pai do Céu, essa foto! - falou parando na última da lista - Nina! - ele dizia parecendo sem palavras para expressar o que tava pensando, ou pelo menos, tomando cuidado com a forma que falaria.
Nina: Fala!
Lucas: Eu acho que não posso falar o que tô pensando sobre essa foto - falou rindo e eu acabei não conseguindo me manter séria - Eu não deveria querer isso, até porque só os meus olhos deveriam ver isso, mas cara... Cê precisa postar essa foto! Cê é louco! Tá gata demais.
Nina: Eu postar essa foto? Acho que nunca
Lucas: Nina! Pelo amor de Deus... Tá tudo lindo... Tudo - disse com um sorriso que alternava entre malicioso e ingênuo, o que me fez rir.
Nina: Ó aí, sua comida pronta - falei trocando bruscamente o assunto ao ouvir o barulho do microondas apitar.
Lucas: Acho que eu também tô precisando trocar o assunto.. E beber uma água, talvez - falou saindo lá da banqueta, rindo junto comigo, e realmente indo beber água antes de ir até o microondas pegar sua comida. 
Bloqueei a tela do meu celular para poder pegar o meu que já estava num prato e depois dele arrumar o seu também, pegamos os talheres e decidimos comer ali na bancada mesmo, voltando ao lugar que já estávamos.
Lucas: Vai postar a foto, num vai?
Nina: Vou pensar, mas isso é quase um não - falei rindo da cara de ofendido que ele tentou fazer - Vamos trocar de assunto, vai...  - disse começando a comer e o vendo fazer a mesma coisa.
Lucas: Carnaval? Quer dizer, eu não tenho muito o que falar além da agenda lotada de show que eu tenho, mas se cê quiser me contar o que vai fazer no teu - ri e ele aproveitou essa brecha para prosseguir, parecendo se lembrar do que de fato queria falar - Ah, deixa eu falar pro cê! Sabe onde eu vou fazer show na terça de Carnaval, dia nove, eu acho?
Nina: Sei! Balneário Camboriú - falei toda dona de mim mesma, rindo.
Lucas: Qual é, Nina, anda visitando minha agenda, é? Ó que eu vou ficar com medo!
Nina: Até parece - falei o acompanhando na risada - Minha irmã que me contou hoje de manhã, acredita? Estávamos falando de Carnaval e ela disse isso! Ainda ficou toda surpresa que eu não sabia.
Lucas: Pô, ela que estragou minha surpresa então! - pausou - Mas então, cês vão, é? 
Nina: Ela eu acho que vai. Eu... Eu não! Vou passar o feriado na Califórnia - falei sem demonstrar que estava pensando em voltar, talvez querendo fazer uma surpresa? Bom, não sei, mas preferi não contar.
Lucas: Ah, cê tá brincando? - falou sem esconder sua frustração.
Nina: Tu esqueceu que eu coloquei pra frente essa minha viagem pra gente poder ir pra Noronha? Não que eu não tenha gostado, claro que não, foi maravilhoso até... Mas eu preciso ir lá vê como tão as coisas, vê o pessoal também.
Lucas: Eu queria te dizer que eu só prestei atenção na parte do cê dizendo que foi maravilhoso - disse calmamente, me encarando com um sorriso entre os lábios, que só então eu percebi que talvez eu tivesse falado demais - Cê vai ficando vermelha e fica mais linda ainda, e aí, como é que eu faço? - falou me dando certeza que aquele quente que brotava na pele das minhas bochechas era consequência do vermelho da timidez que se instalava lá.
Nina: Lucas, para de fazer isso comigo... - ele logo soltou aquela gargalhada dele - Tu gostas, né?
Lucas: Um pouco - disse ainda recuperando o ar, mas logo em seguida levando mais uma garfada da comida na boca
Nina: Todo bobo mesmo - falei agora o acompanhando no riso - Mas já que falamos em Carnaval, mesmo que eu não esteja aqui no Brasil, me conte o que tu vai fazer... pra onde vai trabalhar e tal!
E com esse assunto, fomos até o final da nossa comida, onde ainda deixamos as louças sobre a pia e estávamos tão imersos em papo de folia que decidimos lavar tudo aquilo juntos. Como eu mesma tinha dado um jeito nas minhas unhas ontem a noite - incrivelmente, com sucesso -, Lucas acabou lavando e eu fiquei por secar e guardar as coisas nos lugares que ele ia me indicando. Só quando terminamos aquilo, sempre com muita risada e leveza entre nós, que ele se lembrou do meu livro - que ele já tinha terminado a leitura, porém ainda estava com ele - e decidiu ir lá em cima pegar para devolver. Fiquei esperando-o lá no sofá, sentada e em pouco tempo ele desceu, com o mesmo nas mãos.
Lucas: Cara... Demais! Só isso que eu posso falar! Muito obrigado memo por essa leitura - falou me entregando o livro e se sentando no mesmo sofá que eu, nos fazendo logo se ajeitar e ficar de frente um pro outro.
Nina: Não te disse que era incrível? Esse livro, vira e mexe, eu releio todinho, porque o aprendizado que traz é uma coisa que a gente tem que relembrar sempre.
Lucas: E vale memo! Eu li ainda com mais atenção uma parte que tava marcado aí... Achei que deviam ser ainda mais importantes, né?
Nina: São as minhas preferidas, as coisas que eu mais faço releitura. Porque ás vezes eu só pego um trecho, então, tendo marcado, fica mais fácil! É aquela coisa que a gente precisa ler em determinado momento...
Lucas: ... Sim, sei como é! E me fez muito bem! Mais uma vez, cê me entendendo como poucos.
Nina: Eu disse que seria incrível pra ti! Esse livro desvenda a nossa mente - falei encarando o livro já em minhas mãos - Foi até bom tu ter me devolvido isso numa hora que a gente tá com um tempo livre assim pra dividir.. Numa dessas partes marcadas está a resposta para uma coisa que tu vive me dizendo desde quando a gente se conheceu! Não sempre me dizes que eu tenho muita paz, mesmo com todas as coisas? - falei olhando para ele, enquanto abria o livro, e o vi consentir com a cabeça - Esse trecho aqui, olha, é algo que eu releio muito, coisa de quase todos os dias... Olha só! - falei me aproximando mais dele, já na página aberta na marcação que eu queria, de modo que nós dois pudéssemos acompanhar a leitura - [...] Lembre-se de que não estamos aqui tratando de felicidade. Por exemplo, quando a pessoa amada acabou de morrer, ou se sentimos a nossa própria morte se aproximar, não podemos nos sentir felizes. É impossível. Mas podemos estar em paz. Pode até haver tristeza e lágrimas, mas, se deixarmos de resistir, conseguiremos perceber uma profunda serenidade por baixo da tristeza, uma calma, uma presença sagrada. Isso é a emanação do Ser, isso é a paz interior, o bem que não tem opositores. Parece que a maioria das pessoas precisa vivenciar uma grande carga de sofrimento antes de abandonar a resistência e aceitar, isto é, antes de perdoar. Com o perdão, acontece o milagre do despertar da consciência do Ser, através do que aparenta ser o mal: a transformação do sofrimento em paz interior. Todo o mal e todo o sofrimento do mundo vão nos forçar a descobrir quem somos realmente.
Lucas: Nina, eu juro por Deus que quando li essa parte e ainda vi marcado eu só pensei em você... Nas coisas que cê passou... - ele dizia me encarando, com todo cuidado nas palavras que tinha para tratar de assuntos delicados, e com os olhos tão perto de mim que eu conseguia identificar ainda mais fácil sua transparência.
Nina: Pois foi assim que eu aprendi, viu? É isso que eu tento colocar na minha cabeça sempre. Paz interior não tem muito a ver com a felicidade... quando se distancia essas coisas e tira-se os polos da vida, onde a gente sempre acredita que tem bem e mal, amor e ódio... Enfim, quando a gente passa a vê as coisas por uma perspectiva de que no final das contas, tudo é feito para que nós possamos nos redescobrir e encontrar o nosso próprio Ser, as coisas passam a fazer mais sentido. Ou, pelo menos, ficam mais fáceis de aceitar!
Lucas: É meio difícil pensar por esse lado, mas eu tô tentando, sabia? Eu tô memo tentando colocar muito dessas coisas que eu li aí em prática.
Nina: Mas é assim! A gente não é cem porcento em nada, Lucas. Fica tranquilo que nem eu! E quanto mais a gente se conhece, mais tu vai ver isso... Só que se a gente for se esforçando pra ser melhor, a gente também consegue alcançar um pouco mais de plenitude.
Lucas: Se cê ficar bem do meu lado assim, eu acho que vai ser um pouquinho mais fácil - disse me olhando, porém intercalando seu raio de visão entre meus olhos e meus lábios, trazendo a tona minha timidez, mas também o desejo de tê-lo ainda mais perto.
Nina: Não vai ser sacrifício nenhum continuar aqui - falei me desfazendo do livro, colocando-o num espaço vago do sofá e permitindo que a aproximação entre a gente acontecesse.
Era quase impossível se explicar o que acontecia quando nossos lábios trocavam contato. Meu coração parecia que não cabia mais dentro do peito e eu me sentia tão viva que as palavras, realmente, são vagas perto de todo turbilhão que acontecia. Minha pele se arrepiou logo que as mãos de Lucas começaram a passear pelas minhas curvas, apertando minha cintura e eu aproveitei as minhas em sua nuca para explorar aquela área. Agora, soava quase impossível que nos víssemos e as coisas se mantivessem como dias antes de Noronha. Nossa boca, nossa pele, nosso corpo e nosso desejo ansiavam um pelo outro de maneira quase estratosférica. Precisávamos dessa troca e não havia meios de nos ver, sem deixá-la acontecer. Paramos quando o ar parecia até mesmo mais quente em torno de nós e nosso corpo pedia socorro para recebê-lo, fazendo com que nos afastássemos devagar, ainda deixando alguns selinhos finalizarem esse momento. 
Lucas: É... Bom... - ele dizia coçando o cabelo, me vendo comprimir meus lábios, deixando quase impossível em nós dois conter a felicidade que era nos sentir - Acho que eu tenho uma parte do livro pra mostrar pro cê também
Nina: Lucas, és tão ruim quanto eu para tentar mudar algum assunto - falei gargalhando daquela cena que se instaurava entre nós.
Lucas: Vai por mim, se cê quer dormir em casa, é melhor que a gente pense em outra coisa - falou não me deixando parar de rir, obviamente, enquanto eu pegava o livro para colocar entre nós de novo.
Nina: Também é muito engraçado quando tu decide ser tão direto assim!
Lucas: Resumindo, no final das contas, eu sou o palhaço dessa história toda, né?
Nina: Se eu disser quase isso, tu vai fazer aquela cara de ofendido?
Lucas: Claro que sim! Tô aprendendo muito com o Uodson, a propósito - rimos - Vai, deixa eu te mostrar aí, sério memo! É uma das últimas! - falou pegando o livro das minhas mãos - Eu juro pro cê, eu nunca mais vou esquecer disso! A minha mente é muito disso que ou fica pensando muito no passado ou se projetando muito no futuro, cê sabe bem... Isso aqui foi quase uns tapas na minha cara - ri o vendo já na página, achando o trecho que também estava marcado - Vemos o tempo como um meio de salvação, quando, na verdade, ele é o grande obstáculo para a salvação. Imaginamos que não podemos chegar lá a partir do ponto em que estamos ou de quem somos neste momento, porque não nos sentimos ainda completos ou bons o bastante. Mas a verdade é que o aqui e agora é o único ponto de partida para poder chegar lá. “Chegamos” lá ao perceber que já estamos lá. Encontramos Deus no momento em que descobrimos que não precisamos procurar Deus. Portanto, não existe apenas um caminho para a salvação. Várias circunstâncias podem ser usadas, não é necessário uma em particular. Entretanto, só existe um ponto de acesso: o Aqui e Agora.
Nina: Nossa... Essa parte é maravilhosa! Eu, particularmente, amo quando ele faz essas ligações até mesmo com religião, que nos faz perceber bastante coisa.
Lucas: Aham! As interpretações da Bíblia são fantásticas! Pra mim que fico muito nessa fase de renegar, de me afastar de Deus, valeu muito a pena!
Nina: Eu fico muito feliz por isso, Lucas, de verdade. Vê que eu posso te ajudar me deixa... sei lá! - falei ajeitando o meu cabelo, enquanto ele colocava o livro sobre a mesinha do lado do sofá, realmente sem palavras pra explicar.
Lucas: Cê me ajuda demais, eu já te disse isso. Até mesmo sem saber!
Nina: E eu já te disse que você faz o mesmo por mim... Somos uma troca!
Lucas: Graças a Deus! - ele sorriu, me encarando sem deixar que aquele gesto sumisse do seu rosto.
Nina: Com certeza! - respirei fundo, quase que como um suspiro á observá-lo e ele não se privou do desejo de colar nossos lábios, mesmo que rapidamente, deixando um beijo rápido em meus lábios - Bom... - falei assim que abri os meus olhos, ajeitando as minhas pernas no sofá - Mas o senhor me lembrou há pouco tempo que eu tô precisando mesmo ir pra minha casa, sabia? Minhas pernas tão pedindo socorro, tem tanto tempo que eu não passo a tarde assim em shopping, meu Deus.
Lucas: Imagino como é que foi essa tarde aí, toda consumista - falou rindo - Mas eu também não quero que cê vá embora, pode fazer bico? - disse passando um dos braços em minha cintura, se permitindo fazer carinho na altura da minha barriga.
Nina: Tu também aprendeu isso com o seu personagem, é?
Lucas: Digamos que eu esteja com bastante dele em mim - falou me fazendo rir - Mas cê já vai memo, é? Nada vai adiantar?
Nina: Acho melhor eu ir... Até porque tu também tem que descansar, viu? Marcos, inclusive, disse que não vai te dá mole amanhã.
Lucas: Ih, se eu pensar naquele lá, tô fodido! Adora arrancar minha pele - falou rindo e eu o acompanhei
Nina: Então trate de ir descansar mesmo! - falei passando a mão em seus cabelos, logo descendo a mão pela lateral de seu rosto, acarinhando - A gente vai se falando, né?
Lucas: Claro! Agora tô com celular já, pedi uma guria aí pra pegar pra mim.
Nina: Guria - falei rindo - Tá ótimo então! Agora deixa eu ir, vai... - soei com a voz mais pidona do que eu imaginava.
Lucas: Se cê continuar falando desse jeitinho aí, vai acabar é ficando, isso sim! Te prendo aqui e num vai ter jeito.
Nina: Meu Deus, que perigoso! Melhor eu ter medo, né? - falei rindo - Bora, vai... Me leva na porta - falei pegando a sua mão livre e a que estava em meu corpo, se levantando junto comigo e soltando uma delas somente para pegar o livro mais a minha bolsa que estava por ali. Ele acabou se afastando só para ir pegar a chave, enquanto eu ainda fiz um carinho rápido na Luzzi que eu encontrei ali perto da porta e ele abriu a mesma para mim.
Lucas: Vê se não se perde aí, tá?
Nina: Tô com gps, fica tranquilo - falei, causando risos em nós da nossa própria palhaçada.
Lucas: Fica com Deus, boa noite, lindona.
Nina: Pra ti também - disse enlaçando meus braços em seu pescoço e depois de abraçá-lo, não teve como passar tão perto dos seus lábios e não me render á mais um beijo.
Aquela foi a despedida que eu queria, o que faltava para selar o dia da maneira correta. Fui pro carro sob os olhares dele, ainda acenando antes de entrar e buzinando antes de sair, fazendo o caminho até a minha casa emanando uma energia renovadora que há tempos eu não tinha. 
Cheguei em casa e foi somente o tempo de colocar as sacolas das coisas que eu comprei no chão do meu quarto, tomar um banho para enfim entrar nas roupas de dormir e me deitar na cama, para sentir o real descanso ás minhas pernas. Pelo vício, acabei pegando meu celular e fiquei olhando as atualizações das minhas redes sociais, até passar por uma postagem da marca que eu recebi as fotos hoje. Obviamente, isso me fez lembrar que eu precisava postar alguma coisa também, divulgando e agradecendo aquele trabalho, então, lá fui eu abrir o email para vê o que tinha. As fotos tinham ficado todas incríveis, era realmente difícil de se escolher somente uma, mas não podia negar o quanto eu estava apaixonada pela foto que eu e o Lucas ficamos conversando mais cedo. Talvez, convencida por sua insistência e num súbito de coragem, optei postar aquela que tanto ele falou. Somente coloquei uma borda e enviei de uma vez, tentando não perder esse sentimento.
@ninabarsanti Ensaio para @hypebeachwear que eu tô apaixonada. Obrigada, meninas! Incrível! #loveandmissmyjob
hypebeachwear Uma honra ter vc em nosso catálogo! Gata!
renanmontenegro Pqp hein!!!
surfilipe VOCÊ SORRINDO! 
davitoledoo Que issowwww!! Saudade, Nina!
alcantarabia_ SOU SUA FÃ! Lindaaaa
jessicafialho Esse seu bronze mata qualquer um... que cor!
ilylucco Você tá destruidora nessa foto, nada bate
alicefonseca Amei muito essa foto! Maravilhosa como sempre!
comvocelucco QUE BUNDA É ESSA
thiagomonteiro Jesus, Nina! Caí da cadeira!
susialencar A beleza mais natural que já vi, eu juro.
luccouai Pediu pra ser deusa no vale do eco, é sério.
welovelucco @lucaslucco curtiu......
Quando vi a curtida do Lucas, me desconectei dos comentários e deixei meu celular ali ao lado do criado mudo; não pelos comentários que poderiam se instalar desde então, mas por querer ficar pensando que com certeza um riso se instalou em seus lábios ao se lembrar da minha resistência para postar essa foto - que ele tanto tinha adorado - e sem menos esperar, se deparar com ela em seu feed. Não sei o quê poderia significar isso, mas dormir com a imagem do Lucas em meus pensamentos foi o suficiente para me fazer ter uma boa noite de sono... Ah, foi!

Recadinho: Oi meninas! Fico toda boba quando vocês sentem falta dos recadinhos, mas é que ás vezes, eu realmente não tenho o que falar haha outra coisa que me deixou muito contente é ler tanta coisa linda de vocês falando sobre o último capítulo, todos os diálogos e o que envolveu a primeira vez do nosso casal. Esse aqui também é muito especial e eu, como pessoa, adora os trechos colocados nas conversas dele e acho que é muito bom trocar isso com vocês também. Desejo uma boa semana pra vcs! Beijoo!

9 comentários:

  1. Será que vou ser a primeira comentar? Só vou saber quando apertar o "publicar", então já adiato que eu li super rápido por já saber... E feliz demais por está tão perto dos inéditos. Contagem regressiva pro Cap. 20 pode rolar? #FALTAMSEISCAP Tenha uma maravilhosa semana Gabi, beijos!

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  2. Arrasou mais uma vez! Não tenho mais vocabulário para descrever o que eu sinto por esses dois.. É tanto amor <3 Boa semana, até a próxima postagem.. beijos

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  3. Pft demais não vejo a hr do cap 20

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  4. meu amor você pretende voltar com o do Medina?

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    1. Olá!
      Pretendo sim, logo que eu acabar essa história aqui. Optei por publicar novamente uma de cada vez.
      Tem mais explicado nas primeiras postagens aqui no blog ( http://givemelovelucaslucco.blogspot.com.br/2016/08/to-de-volta.html )
      Beijo!

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  5. Gabi, queria saber qual o instagram da personagem? Ela é linda demais

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  6. Como assim eu ainda n comentei?... pois eu estou maravilhada a cada dia com o blogs, porque eu sei que tem pequenos detalhes que voce coloca uma nova ideia, parabéns Gabi, você eh uma escritora fantástica ♡♡♡

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