terça-feira, 30 de agosto de 2016

Chapter 15.

Mantive-me no Rio de Janeiro somente até quarta pelo horário do almoço, quando embarquei em direção á Califórnia, afim de passar boa parte do meu Carnaval lá, como o planejado. 
Desde o dia que coloquei meus pés aqui, só tenho coisas boas pra contar: Mesmo que minha casa ainda pareça ter um pouco do Rafael por todos os cantos, hoje a saudade já consegue ceder lugar á diversos outros sentimentos bons que ele mesmo me trouxe em vida e se mantém fazendo isso de alguma forma, por alguma luz. Rever a Rosângela e o Alberto - que eram pessoas que eu não estava junto desde as festas do final de ano - e voltar a ter todo aquele divertimento típico da Família Toledo - ficando ainda mais feliz por todos estarem em casa ainda - fez a minha viagem ser melhor do que qualquer Carnaval de rua. Embora todas as coisas que me tenham acontecido por aqui, eu amava essa serenidade que a Califórnia me trazia e não tinha planos de me desfazer desse lugar, muito pelo contrário. 
Enfim... O tempo voou! Hoje já amanhecia terça feira, meu dia de ir embora, e ás 05:45 eu já estava de pé. Por conta do vôo, precisava acordar bem cedinho e conseguir completar minha missão de chegar em Balneário á tempo do show do Lucas. Falando nele, aliás, consegui segurar muito bem essa espécie de surpresa que eu estava querendo fazer: Com a atribulação também da agenda que ele estava tendo nesses tempos de folia, quase não tínhamos parado para conversar assim e o máximo que rolava era um querendo saber se o outro estava bem. Então, evitando os maiores atrasos, me levantei da cama sem qualquer preguiça e tratei logo de abrir a cortina e a janela do meu quarto, permitindo que o Sol um pouco contido fizesse entrada no meu lar. Aquele gesto sempre funcionava quase como uma metáfora dentro da situação que eu me encontrava e depois de sentir um pouco daquela paz que me invadia com a manhã, segui ao banheiro afim de fazer minhas higienes pessoais. Quando cheguei na cozinha - já um pouco livre da cara e do corpo de sono -, peguei as coisas para preparar meu café e enquanto fazia uma tapioca para mim, literalmente me assustei ao ouvir chamarem lá na minha casa. Tão cedo assim não seria normal, até porque, praticamente me despedi de todos ontem para evitar que eles se levantassem á essa hora só por minha culpa. Mesmo assim, como a goma estava quase pronta, desliguei o fogo e fui correndo até a porta, conseguindo ficar ainda mais surpresa ao vê quem estava parada na minha porta.
Nina: Não é possível! Sophia Toledo está na minha porta á essa hora da manhã?
Sophia: Isso é pra você me dá um digno de um bom dia e entender o que é prova de amor - falou me fazendo gargalhar e logo tratei de abraçá-la, antes de dá passagem para que ela entrasse lá em casa.
Nina: Não tô nem acreditando mesmo! Que que tinha na sua cama, hein?
Sophia: Melhor perguntar o que eu tenho na cabeça pra ter acordado só por sua causa - rimos, enquanto eu fechava a porta.
Nina: Isso sim é amor! Adorei, viu? Agora vem aqui tomar café comigo, né?
Sophia: Essa foi a parte boa de tudo isso, o café! - me respondeu, enquanto íamos juntas até a cozinha.
Nina: Tô te achando muito interesseira, viu, coisinha?
Sophia: Hoje você não tá no direito de tentar me ofender com essa surpresa que te fiz.
Nina: Ah, é verdade! Só a gente sabe o quanto amas uma cama - falei rindo, tirando minha tapioca da panela e a colocando sobre um prato - Queres tapioca também?
Sophia: Uhum, vou sentar não, vou te ajudar, pera aí - disse vindo em direção ao fogão também e a gente acabou preparando rapidinho uma tapioca de queijo cottage, enquanto eu também servia o café pra nós - Hoje é sem açúcar, viu? - falou quando já nos sentávamos na mesa, com um sorriso no rosto e fazendo uma menção clara á lembranças.

Nina: Rafa ficaria mais do que orgulhoso! - falei sorrindo também, terminando de servir e permitindo, enfim, que começássemos nosso café.
Sophia: Né? Essa mania que ele tinha me faz lembrar sempre que tô tomando café.
Nina: Impossível esquecer, né? Antes eu odiava tomar assim, sempre reclamava...
Sophia: ... Depois acabou fazendo a mesma coisa! - me interrompeu, rindo - Inclusive, até hoje, né?
Nina: Até hoje! Paguei minha língua
Sophia: Ele deve rir é muito até hoje também, ainda mais agora nos assistindo de visão privilegiada.
Nina: Ôh, nem fala - disse sorrindo e já soava incrível como muitas vezes falar do Rafael quase não me doía mais, muito pelo contrário, me preenchia a ponto de me fazer gostar. Era como se fosse um meio de tê-lo perto de mim e participando da minha vida ainda, como deveria ser - Deixa eu te fazer uma pergunta... Tu conseguiu acordar sozinha e vir pra cá sem levantar ninguém da sua casa?
Sophia: Ah, coisinha, tá desconfiando de mim, é? Sou uma pessoa zero barulho - ri, sarcástica, e ela me fitou com uma cara tão cômica que fez possível que eu soltasse uma gargalhada real - Mas acordei, viu? Coloquei meu telefone pra despertar e fiz isso sozinha! Vim também sem fazer barulho, mas tenho um pouco de certeza que o Filipe também ou tinha acordado ou já ia acordar. Ele disse que ia te levar lá no aeroporto, não foi?
Nina: Eu tinha dito que não precisava...
Sophia: ... E obviamente ele não vai obedecer isso.
Daquele jeitinho que eu e a Sophia tínhamos, fomos conversando durante todo nosso café e ela, realmente, soube me deixar muito feliz vindo tomar café comigo. Embora ela fosse, praticamente, dez anos mais nova que eu, a gente se entendia muito e amávamos compartilhar diversos assuntos e risadas. Cabíamos especialmente bem dentro da vida uma da outra e eu me orgulhava muito de vê-la crescer cada dia mais linda e madura! O carinho que eu tinha por ela era quase de irmã, realmente, e gostava de sentir toda reciprocidade que existia nesse laço. Aliás, não somente com ela como com toda sua família, que me acolheu como única, mesmo - e talvez, principalmente - depois a perda do Rafael.
Sophia: Ah, olha aí seu celular! - disse com seu aparelho nas mãos e me vendo pegar o meu, que estava sobre a mesa - Te mandei uma foto que tá aqui no meu celular sua e eu não sei porque ainda não tinha feito isso.
Nina: Opa, deixa eu ver - falei abrindo logo a notificação do whatsapp que tinha chegado dela, vendo a tal foto - Que fotografa que tás, hein? Vou até postar, adorei.
Sophia: Pode fazer publipost desse meu talento viu, coisinha?
Nina: Pois sonhe - respondi rindo, enquanto ajustava as margens da foto para poder, de fato, enviar ao instagram.
@ninabarsanti Always good being home.
leticiagama Que lindas flores! Que linda até espontânea! Tudo lindo!
comvocelucco Você é toda essa pureza... linda, linda, linda!
babibarsanti Voltaaaa!!!
surfilipe Eu amo suas fotos quando você tá na Califa, juro, tô babando.
sofiatoledooo Créditos á melhor fotografa, brigada.
jennifermarques Carnaval na Califórnia... quem não queria?
adrianodesouza Foto linda, Nina. Saudade de vc!
ninabarsanti Também tô! Beijos pra você e pra @patriciaeicke, @adrianodesouza.

Nina: Meu Deus! - exclamei assim que chequei as horas, já arrastando minha cadeira para trás - São seis e dezenove e nada de tu me avisar!
Sophia: Eu? - ela respondeu rindo
Nina: Daqui a pouco tô atrasada, guria!
Sophia: Então vai se arrumar, vai... Eu arrumo aqui.
Nina: Posso contar com isso?
Sophia: Anda, até porque melhor eu fazer alguma coisa... Se ficar aqui parada, eu durmo! - falou rindo com o nariz.
Nina: Brigada coisinha mais linda! - falei mandando um beijo para ela, a deixando ali na cozinha e literalmente correndo até o meu quarto. 
Minhas coisas já estavam todas arrumadas e graças a Deus, eu já tinha deixado separada a roupa que eu ia vestir agora, então, fui só até o banheiro, onde tomei um banho bem mais rápido que o planejado e me arrumei com uma velocidade pouco comum. Quando vi que estava completamente pronta, me atentei ao detalhe de umas orquídeas laranjas que estavam em meu quarto - numa quantidade pequena assumo - mas ainda lindas, da mesma maneira que eu encontrei ali pertinho da praia ontem, caídas. Fui quase obrigada a trazer para casa, como um presente que havia achado! No entanto, isso me deu vontade de deixá-las para alguém e não poderia ser para outras pessoas, além da Rô e do Alberto. Antes de pegá-las em minhas mãos, procurei uma folha e uma caneta - não demorando para encontrar - e pus algumas palavras ali dedicadas á eles - até porque não os veria antes de embarcar, visto que ontem fiquei na casa deles até tão tarde que seria um abuso pedir para que eles acordassem logo cedo.
"Para: Rosângela e Alberto.
Olá, meus amores!
Vocês sabem o quanto eu amo e sou grata por cada parte da Natureza e as flores quanto mais tem cores, mais significam Vida.
E isso... Bom, é o que desejo para vocês! Que a Vida de vocês seja sempre renovadas e que possam fazer jus desse Agora que nos é proporcionado.
Não importa as circunstâncias... Que possamos sorrir sempre! Estamos debaixo da mesma proteção e nosso anjo só nos gosta de ver assim. Obrigada, então, pelos dias tão felizes!
Amo vocês! 
Nina"
Quando terminei de escrever, peguei o papel e as flores junto com as minhas malas e arrastei tudo para a sala, deixando ali aquele mimo sobre a pequena mesa de centro, onde eu sabia que eles conseguiriam enxergar logo que entrassem aqui em casa - algo que com certeza fariam hoje, até porque eles tinham a chave e sempre vinham aqui cuidar na minha ausência. Deixei até mesmo minhas malas ali pelo chão e segui até a cozinha, procurando a Sophia, mas logo encontrando meu cômodo limpo e a mesma encostada na bancada, mexendo em seu celular.
Nina: Que linda tá essa pia, hein? Contarei á dona Mari seus dotes, viu?
Sophia: Pelo amor de Deus, deixa essa parte ser só do Davi, não aguento não - falou trazendo sua atenção á mim e me fazendo rir - Mas olha, Filipe falou que tá indo lá pro portão já! Não te disse que ele ia acordar?
Nina: Só vocês mesmo! Eu tento não dá trabalho, mas vocês não deixam...
Sophia: Ah, para de graça! Vem, vamos logo, senão você vai se atrasar.
Nina: Então, bora! Ai... Já vou sentindo saudade dessa casa - falei quando voltávamos a sala e eu tratei logo de pegar minhas malas.
Sophia: Isso por um lado é bom, assim você volta logo.
Nina: Tomara mesmo! - sorri para ela e nós fomos logo abrindo a porta, me permitindo trancar ali rapidinho e nós saímos alcançando a rua.
Filipe: Bora, Nininha? - ele estava lá no portão, com aquele riso no rosto ao me ver revirar os olhos por ele me chamar dessa maneira, mas logo assenti com a cabeça seguindo em sua direção para, de fato, podermos ir até o aeroporto.
[...]
Consegui enfrentar vôos sem atrasos ou tribulações, o que me fez ás 19:30 estar dentro do apartamento da minha mãe, já com as malas no meu quarto e com o corpo um pouco mais calmo, depois de todas aquelas horas sentadas numa poltrona para chegar aqui no Brasil. Aproveitei o suco verde que minha mãe tinha feito e levei um copo dele até a varanda - deixando ela e minha irmã na sala, enquanto uma assistia televisão e a outra tentava passar um esmalte nas próprias unhas - para admirar aquela paisagem de mais um dia indo embora. Apoiei meus cotovelos no para peito da varanda e bebia meu detox, ao tempo que observava aquele espetáculo da Natureza. O Sol, praticamente, já estava posto, mas aquela indecisão ainda do Céu em se formar completamente escuro ou deixar que o alaranjado do Sol permaneça mais um pouco fazia um encontro de beirar a perfeição com o Mar. Tudo aquilo me encantava e me trazia uma felicidade única, uma sensação de paz que eu tanto procuro á todo momento. Não demorou muito também, ao intercalar a atenção entre o que o Agora me apresentava e a busca de reconexão ao meu interior, para que lembranças inevitáveis chegassem até a minha cabeça.

Flashback ON.

Ontem a noite eu e o Rafael tínhamos quase começado uma discussão. Exatamente, quase! Nunca fui o tipo de pessoa que gostava de perder a paciência com coisas tão fúteis e não foi dessa vez que seu estresse com coisas exteriores - problemas com o prazo de chegada das novas pranchas - afetou o nosso relacionamento. Enquanto ele teimou em bater as portas da casa e praticamente evitou ser silencioso, eu só me deitei na cama e procurei meu sono. Pelo menos, se demorei a encontrá-lo, voltei ao meu eixo, antes que me levantasse xingando a meia dúzias de palavrões que rondaram a minha mente desde a hora que ele chegou. 
Quando um novo dia foi trazido a Califórnia, senti que acordei com outro homem na minha casa... Assim que cheguei na cozinha, embora nossa casa já estivesse vazia - afinal, o surf sempre fala mais alto á essa hora da manhã -, encontrei o café na minha xícara preferida e um sanduíche de cottage dentro do pequeno porta lanche transparente. Acima dela ainda tinha algo, que eu me apressei para ver e descobri ser um recado dele:
"Bom dia, gostosa! Tentei deixar um café tão revigorante quanto o mar vai ser pra mim... Hoje é um novo dia, né? Mas ainda sim, desculpa por ontem. Beijo.. já volto!"
Ri sozinha com aquelas palavras, claro, toda boba. Rafael e sua bipolaridade capaz de trazer isso até mesmo a mim! Tão especial e tão único que não haveriam meios de expressar como eu era grata por aquela vida digna de filme que eu tinha. Tomei meu café todo com aquele gostinho especial de ter sido preparado por ele; não fui capaz de dividir a atenção nem mesmo com o celular, deixei isso para depois. Assim que terminei, ainda lavei as poucas louças e corri para o banheiro, já apertada pra fazer xixi. Peguei meu celular perdido em um dos cômodos, olhando as notificações e não demorou muito para que aquele cheiro de praia invadisse a minha casa... Não era somente um vento; ele realmente estava de volta, como havia garantido no bilhete matinal.
Nina: Bom dia! - me virei com um sorriso entre os lábios e ele veio com o mesmo em minha direção, ainda com a roupa elástica em seu corpo, mas sem a prancha que já devia estar solta por alguma parte da nossa varanda - Revigorado, senhor?
Rafael: Sim senhora! E com uma bandeira tão branca que tô querendo hastear que até mesmo meus pés estão lavados antes de entrar em casa, pra ti não reclamar da areia! - disse encarando os próprios pés, realmente limpos, levando o meu olhar até lá também e obtendo minha gargalhada como resposta.
Nina: Muito orgulhosa viu, Rafa? - rimos juntos e em pouco, seus lábios selaram o meu rapidamente, mas já sendo capaz de deixar aquele gostinho de mar sobre mim que eu tanto amava.
Rafael: Mermão, orgulhosa tu ia ficar se visse as ondas de hoje! Tavam demais!
Nina: Mandou muito, é?
Rafael: Com aquela modéstia bem a parte, é claro - gargalhamos juntos
Nina: Mas posso te garantir uma coisa? - disse ancorando meus braços em volta de seu pescoço, não me importando muito com seu corpo totalmente salgado e úmido - Hoje tás mandando em tudo, viu? Obrigada pelo café... e pelo bilhete!
Rafael: Tava precisando me desculpar, né? Não gosto quando te estresso.
Nina: Tu quase conseguiu isso ontem... Quase!
Rafael: Aquele bagulho lá do patrocinador, cara, tinha nada a vê contigo! Deixa isso pra lá!
Nina: Relaxa, já deixei - falei sorrindo e sentindo seus dedos tocarem a minha bochecha.
Rafael: Porra, Nina! Tu fica tão linda sorrindo desse jeito... Olha as coisas que eu falo pra ti! Tens que sorrir o tempo inteiro - disse me olhando, tornando ainda mais verdade suas palavras somente pela forma com que encarava meu rosto.
Nina: Acordei ainda mais feliz... Tu precisava vê como eu fiquei quando vi, acho que irradiei esse sorriso, viu?
Rafael: Não importa de onde eu esteja e ainda que eu não possa vê, pode ter certeza que se eu só souber que tás feliz, já é o bastante para eu passar muito bem - sorriu daquela maneira linda, permitindo nossos lábios se tocarem mais uma vez, em meio a felicidade inocultável. 

Flashback OFF.

Com lágrimas abrilhantando os meus olhos - tornando, inclusive, quase impossível de segurá-las - e com um arrepio levantando a minha pele, percebi o quanto deixar a mente viajar pode também ser incrível. Aquela memória me trouxe um entendimento tão necessário que a gente só percebe algum tempo depois: Embora nos traga felicidade ouvir certas coisas no momento presente, somente com o tempo somos capazes de entender a profundidade que as palavras, realmente, tem. Aquela lembrança me veio quase que como uma resposta a batalha que, por vezes, se travava dentro de mim. A ideia de não me sentir cem porcento confortável com a chegada de uma nova oportunidade do amor, quando estava distante do Lucas, pela primeira vez desapareceu ao recordar até mesmo da voz do Rafael soando ao me dizer isso. Ele não fazia ideia do que viria á nossa frente naquele dia, tampouco eu, mas hoje aquele momento me fazia muito mais sentido... Tinha alguém querendo me dizer que eu estava no caminho certo, que a culpa não deveria fazer parte de mim. Eu tenho certeza disso!
Daniela: Nina? - ouvi a voz da minha mãe ganhar espaço naquele cômodo e aproveitei a mão livre para secar as lágrimas que eu nem havia percebido que tinha caído, antes me virar para ela - Está tudo bem? 
Nina: Tá...
Daniela: ... Tens certeza? - ela disse me interrompendo, convicta que minha resposta seria não.
Nina: Eu sei que achas que não, porque sabes que eu tava chorando. Mas eu te juro que está tudo certo! Agora sim.
Daniela: Quer conversar?
Nina: Acho que sim... Tô precisando botar pra fora esse tanto de coisa boa que aconteceu nos meus dias e no meu pensamento agora.
Daniela: Eu também acho! Tenho sentido que a senhorita tem escondido algumas coisas de mim, sabia?
Nina: Tu não poderia ser mais sensitiva, viu?
Daniela: Não poderia ser mais mãe! Falo pra ti e pra Babi que vão entender isso em breve... - ri daquela frase que ela adorava repetir aqui dentro de casa - Vamos lá pra dentro?
Nina: Uhum, deixa eu só colocar meu copo na cozinha - ela assentiu e nós passamos para dentro de casa e fomos até o quartinho que praticávamos ioga, depois que eu deixei minha louça na pia. Embora não fôssemos fazer nada, adorávamos conversar lá e minha mãe acendeu as luzes, antes de nos sentarmos na esteira já estendida.
Daniela: Então, meu amor, o que tens passado nesse coraçãozinho aí?
Nina: Muita coisa... Muita coisa nova, diga-se de passagem! 
Daniela: Posso chutar uma coisinha?
Nina: Para acertar, eu tenho certeza - ela riu
Daniela: Essa história que vem pela frente começa e termina em Lucas Lucco, estou errada?
Nina: Não mesmo - falei ajeitando o meu cabelo, ainda contendo a timidez que era falar sobre esse assunto - A Babi te falou alguma coisa, é?
Daniela: Como eu esperava, a Babi já está sabendo de tudo... Muito bom, minha filha, muito bom! - disse em tom irônico e divertido ao mesmo tempo, me fazendo rir da sua tentativa de drama e me assegurando que minha irmã não tinha contado nada.
Nina: Para! Eu precisava contar pra alguém e tu não tava em casa também no dia que eu cheguei de Noronha.
Daniela: Não me enrola, conta essa história toda direitinho, Nina.
Nina: Tá, então vamos começar pelo antes de Noronha... Eu cheguei a te contar que a gente tinha decidido viajar juntos e tudo certo, né?
Daniela: Como amigos, não foi?
Nina: Sim, esse era o pensamento inicial, né, mãe? Só que para começar, já teve meu pai nessa história - comecei a contar tudo, desde a minha conversa com meu pai e o "caso Lorena" até os dias atuais que eu estive na Califórnia, com  o pouco contato, mas ainda sim aquela preocupação sobre o outro. Não deixei escapar nenhum detalhe, agindo com total transparência frente á minha mãe e ela ouvia á aquilo tudo mais atenta do que nunca, deixando até mesmo um sorriso ou outro escapar no meio do nosso papo - Só que tu sabes... Pra mim é tão difícil todas essas coisas, essa atmosfera de se dá mais uma chance! Eu consigo driblar muito isso já quando estou com ele, é meio louco essa ideia de perceber que ele consegue anular as minhas inseguranças e até uma certa culpa que eu tenho dentro dessa novidade. Mas longe dele, mãe, é difícil! Vira e mexe eu me pego pensando se isso é certo...
Daniela: A mente é o maior dos nossos perigos, minha filha, sabes bem disso também! - ela se manifestou, pela primeira vez desde que comecei a detalhar meus últimos dias.
Nina: Claro que sei, mas todo mundo sabe o quanto é complicado contê-la em certas questões também. Eu to tentando trabalhar isso, juro que tô!
Daniela: Então... Tavas chorando por isso ali? 
Nina: Até estava, mas como eu te disse, eu tô bem. Incrivelmente! Enquanto olhava esse final de dia aqui, eu me lembrei de uma coisa que o Rafa me disse uma vez e parece que me caiu como uma luva, sabes? Veio como resposta necessária á todas as minhas inseguranças. Eu me lembrei de quando ele disse que queria me ver feliz e que se sentiria bem, mesmo que não pudesse ver essa felicidade! Olha isso, mãe... Não é incrível isso ter vindo á minha cabeça agora?
Daniela: Preciso dizer mais alguma coisa? - disse me mostrando seus braços, completamente arrepiados e um sorriso se lançou entre meus lábios.
Nina: Tive exatamente a mesma reação!
Daniela: As coisas acontecem no tempo certo, Nina, por isso não podemos ansiar. Nem a gente mesmo tem noção ou controle sobre isso! - falou, enquanto ajeitava suas pernas dobradas - Sobre toda essa história, eu só tenho felicidade para te passar. Com todo meu coração de mãe, nada me deixa mais alegre do que te ver com brilho nos olhos de novo! Tu tentou seguir muito bem a sua vida, transparecia isso e eu admiro e agradeço sua força todos os dias, mas ainda tinha muita opacidade em algumas atitudes tuas. Hoje eu tô te vendo com luz e eu acho que até pra ti isso tá fazendo a diferença... se parar pra se sentir, vais conseguir se enxergar dessa maneira. Tu tavas precisando de alguma coisa que entrasse no seu caminho para te mostrar que a vida é muito mais, que nós somos muito mais até mesmo que o nosso corpo físico. A perda do Rafael te conectou com muita coisa, mas talvez tenha te feito perder um lado fundamental... que nós somos feitos de encontros de almas. E não é porque o tempo de algo acabou aqui, que ainda não possamos nos encontrar e reencontrar mais. Desde o começo, quando tu começou a me contar sobre o Lucas, eu sentia exatamente o que tu falava... Era como se fossem ligados, porque só isso explicava tanta sintonia e energia trocada. E se está acontecendo agora, não é ao acaso...
Nina: ... Isso eu sei que não! Com certeza, tem alguma coisa por trás disso - praticamente a interrompi para expôr a minha certeza; eu acreditava piamente naquilo.
Daniela: Sempre tem! E para ti, tem alguém! Como sua lembrança te trouxe, nosso Rafa sempre te quis feliz. Fez enquanto pôde em Terra e continua fazendo lá do Céu, eu tenho certeza! Esse encontro é uma obra que teve ajuda dele... Ou tu achas que ele queria te ver perder sua luz? Ele só te faz crescer e quis que aparecesse alguém que o ajudasse a continuar essa missão.
Nina: O Lucas traz muito dessa serenidade á mim, mãe. E ás vezes, eu pego observando algumas coisas que eles fazem igual, sabe? Tem muita coisa surreal nesse relacionamento que se estabeleceu. Não é nada sólido, ás vezes, parece até ser expectativa demais, mas eu me sinto tão bem...
Daniela: ... Então não é expectativa, Nina, é momento! E o nosso Agora deve ser aproveitado, sem pensar no que irá acontecer posteriormente. Rótulos para um relacionamento é coisa da nossa sociedade, o que importa é a intensidade e a troca que existe e bom.. eu nem preciso ver para afirma que isso existe e demais entre vocês.
Nina: Falando em existir, dona Daniela, tu existes mesmo? - ela sorriu, tão linda e mágica, que não teria como explicar o presente que é ter um ser tão iluminado como minha mãe.
Daniela: Claro que sim! E inclusive, como não vou ao show hoje, quero conhecer o Lucas... Não só por essas coisas e pela possibilidade grande de ter mais um genro - falou me vendo rir, intercalando entre achar graça daquela frase e pela timidez de estar tão solta falando de outra pessoa assim - Mas porque, de qualquer forma, esse guri fez muito por ti! E eu, como sua mãe, preciso agradecer e demais!
Nina: Isso seria uma boa, sabia? Eu vivo falando também que vou apresentar vocês á ele... E bom, a Babi e o Jayme ele vai conhecer hoje, mas tu não quer ir no show, né?
Daniela: Esses dois conseguiram me arrastar para dois blocos essa semana, acho que ultrapassei meu limite com essa minha personalidade que não gosta nem um pouco de Carnaval, né? - rimos - Mas eu tive uma ótima ideia, que tal chamar ele para vir aqui amanhã? Pode ser um almoço, um jantar... Podem decidir por vocês.
Nina: Vou ver com ele e quando voltar te falo, tá? Quer dizer, amanhã, né? Porque tu já vai tá em décimo sono quando a gente voltar.
Daniela: Pois conte com isso mesmo - falou rindo e eu acompanhei - Mas vê mesmo, Nina! E eu vou ser uma pessoa, com certeza, mais consciente que o seu pai...
Babi: ... Ah que lindas! - falou entrando lá no quarto, interrompendo minha mãe e trazendo a atenção toda para si - Pensei que estavam praticando sem mim, viu? Mas achei ótimo que só estão falando do meu pai.
Nina: Que linda é você ouvindo conversa atrás da porta
Babi: Olha que difamação, só ouvi minha mãe falando seu pai - disse nos fazendo rir - Mas falando em seu Fábio, ele aprontou mais alguma?
Nina: Não, só estava contando a minha mãe sobre o Lucas...
Babi: .. Ai, graças a Deus! Não tava aguentando esconder essa história - falou tombando a cabeça levemente pra trás, nos levando a risos 
Daniela: Vocês duas, né? Me deixando de fora desses assuntos!
Nina: Ah, mãe, para com isso que me sinto até culpada!
Daniela: Tô brincando, meu amor! - ela disse deixando uma das mãos em minha perna, fazendo um leve carinho por ali.
Babi: Ah, mas tu contou, é, da história do meu padrinho? - assenti com a cabeça - Maior loucura né, mãe?
Daniela: Demais! Cada um pode até defender o seu e temos o dever de, realmente, alertar os nossos filhos, mas eu tenho certeza que o Fábio anda equivocado. E se ele vê a Nina falar do Lucas com tanta sensibilidade, vai ficar ainda mais certo que tá julgando um pouco antes.
Babi: Eu também tenho certeza disso! Mas vamos ver como isso vai rodar, né?
Nina: Ah é! Até porque ainda tem muita coisa para acontecer, muitos dias pela frente e vamos ver como isso vai se desenvolver. Só se rolar alguma coisa séria, eu vou contar a ele... Por enquanto, deixa estar!
Babi: Minha irmã falando em coisa séria, eu tô achando tudo tão lindo!
Nina: Não, Babi, não me zoa, por favor - falei escondendo o rosto entre as mãos, ouvindo risadas delas duas.
Daniela: Sentindo minhas filhas adolescentes de novo, que coisa gostosa! - falei conseguindo ver o sorriso em seu rosto - E ah, Babi, falei com a Nina para chamar o Lucas para vir aqui amanhã, o que achas?
Babi: Eu acho é tudo ótimo! Vai fazer isso né, mana?
Nina: Aham, hoje eu falo com ele!
Babi: Bah, que coisa boa! Mas agora, falando nele, acho que a gente pode começar a vê as coisas de se arrumar, né? 
Nina: É verdade! Eu ainda vou lavar meu cabelo, que depois daquela secura da Califa, tá super precisando.
Daniela: Ih, então, vocês tão precisando se adiantar mesmo - falou encarando o relógio que estava em seu pulso, certificando o horário e que nós já estávamos atrasadas.
Assenti com aquilo e nós nos levantamos lá da esteira, saindo do quarto eu e minha irmã na frente da minha mãe - que ainda ficou por lá apagando as luzes -, e indo cada uma para o seu respectivo. Não fazia ainda muita ideia de que roupa iria, mas preferi não me atentar á isso, tirando da minha mala algumas coisas que eu costumava usar no meu cabelo e não resistir á pegar o telefone antes de entrar no banho. Olhei minhas notificações, rodei o feed do instagram - até achando uma postagem do Lucas e já conseguia imaginar a reação dele ao saber que eu fui pro show! - e me deparei ainda com uma imagem que parecia ser mais uma das coisas enviadas para mim mesmo. Acabei tirando print daquilo e decidi postar, antes de prosseguir com o tanto de coisa que eu tinha para fazer, porque era exatamente tudo o que eu queria para a minha vida a partir de agora.
@ninabarsanti Que seja renovador, que seja liberdade.
reecamargo porque o essencial é ser feliz e ter paz!
danigsouza A frase que eu tava precisando, gratidão sempre!
ourloveLL Lindaaa!! Você merece todo amor do mundo.
giovannacardoso Um novo amor que tá chegando, é? Desejo que seja or gânico
juureis Você é amor puro! Que luz é essa, menina!
gabicorrea Mesmo de longe, oro e torço muito por vc! Deixe mais amor chegar!
danibarsanti Você é digna de todos os amores do mundo! Sou sua torcedora número 1!
[...]


Babi: Bora, Nina! - ouvi a Babi me gritando, minimamente pela terceira vez, lá da sala, enquanto eu terminava de me ajeitar em frente ao espelho. Não tinha sequer um problema com a minha auto estima, mas sempre me sentia levemente insegura quando precisava me arrumar para sair assim. 
Enfim, me assegurei de uma vez por todas que estava tudo certo, peguei minha bolsinha e decidi sair com o cabelo preso mesmo - afinal, só queria me desfazer disso no carro, tentando fazer com que meu cabelo não ficasse tão liso - até a sala, onde já estava minha irmã calçando as sandálias e minha mãe com a televisão ligada, mas prestando atenção em nós.
Nina: Pronto, vamos!
Daniela: Ai meu Deus, vão as duas de cabelo preso, é? - disse nos olhando, percebendo que estávamos, praticamente, da mesma forma.
Babi: Eu já disse que não vou com esse bob, né, mãe? - falou ajeitando a postura, me fazendo rir.
Nina: Eu também não, mas no carro eu solto!
Daniela: Jayme vai é ficar rindo de vocês...
Babi: Ele já não precisa de muito pra isso, né? - rimos - Mas falando nele, bora que ele já tá lá na garagem esperando a gente.
Nina: Não sei porque não subiu...
Babi: Preguiçoso, né?
Daniela: Pode avisar que perdeu ponto com a sogra dele.
Babi: Se eu falar isso, do jeito que ele puxa teu saco, capaz de vir aqui só beijar seus pés e pedir perdão.
Daniela: Que ciumentinha, meu amor! - falou rindo e causando isso em mim - Mas vão, minhas meninas! Vão com Deus e divirtam-se, viu?
Nina: Pode deixar, mãe, obrigada! - mandamos beijos para ela quase que simultaneamente e saímos juntas de casa, trancando a porta e logo seguindo até o elevador para a garagem. Obviamente, ao chegar lá, não foi muito difícil encontrar aquela pessoa parada no meio dos carros, bem próximo á vaga do carro da Babi, nos esperando... Nada mais era que meu cunhado!
Jayme: Até que enfim, hein! - ele exclamou, abrindo levemente os braços.
Babi: Sem reclamar, meu amor, por favor - disse selando os seus lábios 
Jayme: Vocês são tri mesmo... Não basta serem iguais, tem que vir de cabelo e vestido igual.
Nina: Tu só podes tá louco - falei o cumprimentando, rindo.
Babi: Louco em todas as partes, né? Porque a gente não é igual, a gente não vai com esse cabelo e o nosso vestido não é igual.
Jayme: A parte do cabelo tudo bem, mas o vestido é muito parecido então e a parte de vocês serem iguais... Contra fotos não se tem argumento, vou tirar uma pra vê se vocês entendem isso de uma vez por todas - falou puxando o celular do bolso de sua calça jeans.
Nina: Não, a gente tá semi pronta ainda! - relutei aquela proposta que minha mãe já tinha premeditado lá em cima.
Jayme: Impossível! Depois de toda essa demora lá em cima, vocês tem que tá preparadas pra tudo! 
Nina: Ai meu Deus - falei me ajeitando, ouvindo minha irmã resmungar também, mas não deixamos de fazer pose para que ele batesse a tal foto.
Jayme: Olha isso aqui, puta que pariu! Esquece até que a Babi colocou a jaqueta pra disfarçar a roupa... Só precisa olhar pra cara de vocês! Se tivessem a mesma cor de cabelo e de olho, iam ser gêmeas.
Nina: Tá enlouquecido sim... - falei rindo, mas bem no fundo posso assumir que achei que eu e a Babi saímos um pouco parecidas na tal foto - Manda pra minha mãe! Ela que é que nem você, vai achar a mesma coisa.
Jayme: Vou mandar agora! 
Babi: E quem vai dirigindo?
Jayme: A dona do carro, ué.
Babi: Vou me lembrar disso da próxima vez que alguém me passar a chave, viu? - falou nos causando risos, mas acabou que fomos exatamente dessa maneira: Babi no volante, Jayme no carona e eu no banco de trás. 
Ela deu partida logo que nos acomodamos e em pouco tempo, a risada do Jayme se fez presente entre nós, trazendo a atenção dos nossos assuntos aleatórios do caminho toda para ele.
Jayme: Quando eu falo que a Dani é a melhor Barsanti que temos, vocês ficam enciumadas! Olhem a postagem que ela fez com a foto que eu mandei - disse lendo a legenda, nos causando risos imediatos.
Babi: Essa mulher é uma louca! Minha mãe é demais!
Nina: Demais mesmo! Deixa eu vê isso aí - falei esticando a minha mão e ele logo me entregou o aparelho, me permitindo ver melhor do que ele falava.
@danibarsanti Já que estamos em ritmo de Carnaval... Quesito "filha bonita": Nota DEZ! @babibarsanti @ninabarsanti
jaymesilveira E o quesito humildade, Dani? Kkkkkkkk
surfamily Desse quesito a gente é só dez, Dani! Kkkk 
annatorres Cada dia mais lindas!
filipetoledo Melhor comentário @jaymesilveira hahaha saudade, tiaa!
ilylucco Elas tão indo pro show do Lucas aí? Me responde, por favor.
rosangeladaher Meninas lindas! Amo vcs!
danibarsanti Sim, @ilylucco bjs

Nina: Bom é ela respondendo a fã clube do Lucas... - falei rindo, entregando o celular pro Jayme.
Babi: Respondendo? Que que comentaram?
Nina: Curiosidade de querer saber se a gente tava indo pro show dele aqui!
Babi: E ela respondeu que sim? - assenti
Jayme: Ele não segue a Dani, né? Porque senão, vai acabar estragando a surpresa!
Nina: Ai meu Deus, é verdade! Mas acho que não tem como ele saber, até porque a gente nem tá tão longe, né?
Babi: Tamo nada! Mas ó, como é que tu vai encontrar com ele?
Nina: Também não sei! Vou ter que mandar mensagem contando, né?
Babi: Fala que eu quero conhecê-lo, será que ele não diz se tem alguma forma de fazer isso?
Jayme: Com certeza vai ter! Deve ter alguma coisa de camarim, essas paradas, né?
Nina: Ih, até que vocês tão certos, né? Vou mandar uma mensagem pra ele, assim como quem não quer nada, pra vê se ele me responde.
Peguei meu celular dentro da minha pequena bolsa, logo procurando o número do Lucas e tratei de enviar a mensagem que tinha planejado, na tentativa de esconder que eu ia até o último segundo mesmo.

"Oi cantor da Woods hoje! Haha
Deixa eu te fazer uma pergunta...
Como é que faz p encontrar contigo aí, hein?"
Como ele não estava online, provavelmente ocupado com algumas das coisas de seu show, eu esperei ainda mais um pouco olhando meu instagram - até aproveitando pra curtir a postagem da minha mãe - e não demorou tanto assim para que ele me respondesse.
"Fala aí guria que vai faltar
ao show do cantor da Woods hoje kkk
Pq? O normal é conseguir camarim, tem que 
falar com meu produtor.
Mas é pra algum conhecido seu? O que é?
Minha irmã!
Ela e meu cunhado...
Lembra que eu falei que eles iam?
Ela quer te conhecer, mesmo sem mim haha
Poooo!!
Manda ela vim aqui mesmo
Vai ser ótimo conversar sem vc aqui...
... Varias reclamaçoes pra fazer!!
Ah é, seu Lucas?
Bahhhhhhhh!!!
Kkkkkkk
Olha vc bravinha!! Kkkkk
Mas quanto a sua irmã, o nome dela é
Babi, né?
Vou falar com o Alê e fala pra ela 
quando chegar, procurar saber da área reservada
Ele fica logo na entrada, só ela se identificar que
ele vai deixar entrar...
Hahahha
Sim! Babi, mesmo sobrenome que o meu.
Valeu mesmo, Lucas!
Vou falar com ela...
Ela já tá vindo?
Se ela for se atrasar ou alguma coisa assim, 
fala pra ela vir no final do show, tá td certo
também.
É até mais calmo, pq o atendimento de fã, geralmente
é antes.
Ela tá indo já, disse que tá chegando
Vê o que é melhor pra ti e me fala, que eu aviso
a ela.
Prefere só no final?
Ah não, ou
Se ela tá chegando, fala p vir logo!
Bom que eu tiro foto arrumado ainda kkk
Vamo mandar altas pra vc!!
Vai chorar aí de saudade e de inveja viu filhota
Tem exterior que valha Lucas Lucco não
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
VOCÊ BEBE ANTES DE FAZER SHOW?
Meu Deus do Céu! Hahaha
Mas quero as fotossss!
Juro que n sou assim
Vc me conhece
Kkkkkkkkk
E vô parar com isso pra me comportar
na frente da sua irmã
Vc vai ver, ela só vai me elogiar.
Quero só vê mesmo!!"
Ele me respondeu com vários emojis de risada e eu acabei nem mandando mais nada, mas rindo tanto quanto aquelas imagens do tanto que eu tava conseguindo encenar para ele acreditar que eu não ia mesmo. Aproveitei para ler também a conversa pra minha irmã e pro meu cunhado, não demorando muito para de fato, chegarmos á Wood's. Estendemos um pouco mais dentro do carro para que eu e a Babi ajeitássemos nosso cabelo, ainda retoquei o batom e nós saímos, encontrando um local animado e ainda com fila do lado de fora, demonstrando já o quanto aquilo iria encher. Como a Babi tinha comprado camarotes, nós conseguimos entrar sem passar por aquelas pessoas e vimos que lá dentro já tinham muita (muita!) gente ansiando pelo show. Com um pouco de ajuda deles dois para pensar no que fazer, afim de encontrar quem o Lucas mencionou, decidimos descer e ir para perto da entrada do camarim, que o Jayme sabia onde era - por frequentar ali bastante! -, acabando por ser bem útil nesse sentido. Tinham alguns seguranças ali na entrada e eu decidi parar para vê se eles sabiam de alguma coisa, porque caso contrário, teria de contar ao Lucas que estava ali antes dele me ver.
Nina: Boa noite - cumprimentei um deles, acabando por trazer a atenção de todos á nós - Aqui é a área reservada do artista, não é? O camarim?
Segurança: Boa noite! É sim, mas a entrada só é permitida por membros da equipe dele.
Nina: Então, eu conheço o Lucas e falei com ele sobre a nossa chegada. Ele disse que tínhamos que procurar por um homem chamado Alê, que ficaria por aqui... Mas acho que não tá, né?
Segurança: Ele tá lá dentro, junto da equipe do Lucas Lucco. Qual é o nome de vocês?
Nina: Dei pra ele o nome da minha irmã, que seria quem ele deixaria com esse homem. O nome é Babi... Babi Barsanti.
Segurança: A senhorita espera um minutinho que eu vou ver se vejo ele por aqui, tudo bem? - assenti com a cabeça, mas logo que ele se virou, veio um homem na direção dele que o fez parar - e que me fez concluir que devia ser o tal do Alê - Alessandro! Esses três aqui tão querendo entrar pra falar com o Lucas, dizem que o conhecem e ele já está ciente... O nome é Babi Barsanti.
Alê: Ah sim! Tá tudo certo - ele assentiu ao segurança e veio simpático até nós - Boa noite! Lucas me falou que viria uma moça com esse nome! Podem entrar, viu? Eu vou ver algumas coisas aqui fora da pulseirinha do pós show, assuntos de fã, mas vocês podem ir até aquela portinha azul ali - virou-se um pouco, apontando para a sua indicação - É o camarim dele, essa que tá com a placa branca, tudo bem? A do lado é da banda, ele não está lá.
Nina: Ah claro! Muito obrigada, viu?
Alê: Não tem de quê! - sorriu para nós, mais uma vez com simpatia, mas parecia ter pressa quanto ao que ia resolver e então, passou por nós em sentido oposto ao que nós íamos, depois de agradecer também a atenção do segurança.
Bati na porta que nos foi indicado com o coração acelerado num ritmo louco e não contive o esperar, eu mesma abrindo levemente e me deparando com o camarim do Lucas. Obviamente, ele também estava lá e muito atento a porta, como quem fosse se levantar da cadeira que estava sentado para vir abrir, mas não teve reação ao me ver. Seu rosto expressava surpresa, misturando um brilho nos olhos que me alcançava e um sorriso nos lábios que insistia em fazê-lo ficar mais bonito.
Nina: Tu não me disse que não tem exterior que valha Lucas Lucco? Então, voltei! - disse abrindo os braços, já dentro do cômodo, com um tom de obviedade no rosto.
Lucas: Nem na velocidade da luz cê chegava aqui! - ele se levantou, claramente abobado, enquanto minha irmã e meu cunhado vinham ali para dentro, depois de um deles encostarem a porta - Cê tava me enganando é, dona Nina? - falou já se aproximando de mim.
Nina: Bah, guri, não foi bem um enganar... - falei simulando um sorriso ingênuo, que acabou causando risos nele.
Lucas: Depois vamos pensar o que os astros da positividade acham desse ícone mentindo assim na cara dura para um jovem artista... - falou ainda recuperando o ar de sua risada, colando nossos corpos num abraço - E depois nós dois vamos conversar também pra se entender, viu? - ele disse essa parte de modo que só eu conseguisse ouvir, em tom tão malicioso que meu corpo quase deu sinal de entendimento. 
Nina: Então... - falei o encarando assim que me afastei - Deixa eu te apresentar... Essa é a minha irmã, Babi.
Lucas: Famosa Babi... - falou rindo, a cumprimentando.
Babi: Opa, pensei que o famoso aqui era você, guri! - disse rindo, entrando completamente na brincadeira.
Nina: E esse é o meu cunhado, Jayme...
Lucas: Olha que falam bastante do cê também, viu? - falou esticando a mão em gesto de cumprimento e o Jayme fez o mesmo.
Jayme: Espero que fale bem né, Nina?
Nina: Quando não falo, cunha?
Jayme: Adora me enganar, né? Que lastimável - falou gerando risos em todos nós.
Lucas: Tô vendo que agora sim eu tô te conhecendo, hein, Nina! Só um minuto com a sua família, já descobri esse seu hobby de enganar as pessoas.
Nina: Ai gente, para, que horror - falei rindo e eles me acompanharam.
Lucas: Cadê sua mãe? Pelas minhas contas do que cê fala, falta ela, né?
Nina: Ah é! Mas ela não gosta muito de sair e diz ela que eles dois já a arrastaram pra bloco esse Carnaval, então foi mais que suficiente - falei o vendo rir - Mas sobre ela, eu tenho uma coisa pra falar pra ti... Depois eu te falo também!
Lucas: Tá certo, mas vê se cê num esquece - disse passando o braço por meus ombros - Cês vão voltar aqui depois do show, né? Quero saber o que acharam.
Babi: Se a gente puder, tamo aí sim!
Lucas: Claro que podem! Como o camarim é quase a minha casa, cês podem se sentir em casa também - rimos - Deixa eu mostrar umas coisas aqui pro cês.. Ó - falou indo em direção á bancada de coisas, me arrastando junto com ele - Aqui tem umas comidinhas... Tudo bem tranquilo, aqui do lado, no da banda, acho que é melhor, mas se cês quiserem ainda sim alguma coisa, tão servidos! - foi mostrando suas coisas, além das comidas, como as fotos que levava consigo e o pequeno altar que fazia sempre suas orações antes do show, explicando isso a nós e ainda mostrando a minha irmã e ao meu cunhado o que tinha de imagem ali dos seus familiares.
Babi: O que tá mais maneiro aqui também é esse sonzinho, viu? Seu Jorge é demais!
Lucas: Pô, cê curte também? Eu adoro!
Babi: Acho ele demais! A voz dele é surreal!
Lucas:: Cês gostam? - disse olhando pra mim e pro Jayme.
Jayme: Eu gosto um pouco, aprendi a gostar mais por causa dela - disse fazendo referência á Babi
Nina: Eu sei as músicas mais conhecidas, mas gosto... Acho a voz dele também única!
Lucas: Ah, então tá certo, vô trocar nada aqui não! 
Acabamos caindo num papo de gosto musical ali, onde vimos o Lucas e o Jayme trocarem muitas figurinhas pelo tanto de eclético que eles eram e só fomos nos dar conta que precisávamos parar de conversar, quando o Alê apareceu novamente no camarim, avisando ao Lucas que precisava começar a se preparar, porque em breve estava na hora de começar o show.
Lucas: Cês tão bem acomodado aí memo? Porque se precisar, eu peço o Alê pra ajeitar um lugar pro cês.
Jayme: Se preocupa com isso não, brother, tá tudo certo mesmo.
Babi: É verdade! Se concentra em fazer um show muito bom que tem pelo menos um trio aqui te assistindo pela primeira vez.
Nina: Ah, isso é verdade! Disse que viria te ver e tô aqui cumprindo, viu?
Lucas: Eu achei ótimo, isso sim! Inclusive, depois quero saber como cê conseguiu chegar aqui tão rápido, como me escondeu isso - falou me fazendo rir.
Babi: Então vamos, né? Bom show, Lucas, arrebenta!
Jayme: Verdade! Tamo lá de olho.
Lucas: Valeu, gente - eles se despediram, rapidinho - Depois cês voltam aí, hein!
Nina: Pode deixar! Faz um show lindo, viu? Fica com Deus!
Lucas: Acho que com isso, tô recebendo um incentivo á mais - segurou meu rosto, me deixando até um pouco aflita com que ia fazer em seguida, mas somente beijou minha testa, selando aquilo com algo que eu adorava que ele fizesse - e cada dia mais, eu percebia que isso virava um hábito para ele também.
Nos despedimos, com acenos, e saímos ali do camarim indo até onde tínhamos comprado para assistir, enquanto eu ouvia Babi e Jayme serem só elogios para o Lucas. O show ainda nem tinha começado e eles já estavam assim, mal queria ver no final da noite!

Recadinho: Oi, meninas! Postagem de hoje saindo bem cedinho pra compensar a de ontem que não teve... A propósito, vou tentar postar duas vezes hoje (colocar o próximo hoje a noite), portanto, quem puder, leia e comente logo para ajudar quanto á isso, tudo bem? Eu sei que é repostagem e que muitos estão ansiando os capítulos novos, pra comentar lá, mas eu sempre gosto de ler a opinião de vocês sobre tudo - ainda que seja repetida. Eu, por exemplo, adoro esse capítulo por conta do flashback do Rafael, que na época foi algo que muita gente pediu, e eu acredito que veio á cair como uma luva para todos os pensamentos da Nina quanto ao novo relacionamento com o Lucas. Beijo!

8 comentários:

  1. Como eu não lembrava tudo desse capítulo,fiquei morrendo de medo da Nina chegar no camarim e a Lorena estar lá. Mas não quero que isso aconteça jamais

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  2. Amei o capítulo e flashback! Mas estou ansiosa pelas próximas emoções! Aguardando desde já o próximo capítulo. Beijão

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  3. Eu tô feliz demais em saber que hoje vai ter mais um capítulo, porque não vejo a hora do 20 chegar pra nós! E sobre esse, estou sem palavras... O flashback do Rafa caiu, realmente, com uma luva para o início do romance Lunina. E você sabe que eu amei essa surpresinha dela né? Então tá tudo certo! Agora vou ficar aqui esperando o 16 viu? Beijos!

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  4. Ta maravilhoso, podia postar 2 hoje mesmo, não vejo a hora do capítulo novo, você arrasa sempre

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  5. Aiii, lembro perfeitamente desse próximo capítulo, mais vou ficar calada pra não dá spoiler kkk

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  6. Pausa pra esse flashback que me destruiu! Amo esse capitulo e o proximo mais ainda!!!!

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  7. Aguardando ansiosamente o próximo

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  8. Sempre fico emocionada quando vejo e sinto o amor que a Nina e o Rafael tinham, e tenho certeza que o encontro dela com o Lucas eh obra do Rafa, que está querendo que a Nina viva outra vez, ame outra vez...tk louca pro show começar logo e ele cantar aquela música... to super ansiosa Gabi ♡♡♡

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